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Direto da Reitoria

Cerimônia marca 100 dias da Ebserh na gestão de unidades hospitalares da UFRJ

Recomposição de mão de obra e novos leitos são principais avanços do período

Uma cerimônia de prestação de contas, realizada na segunda (23/9), marcou os 100 dias desde que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assumiu a gestão de parte do Complexo Hospitalar e de Saúde (CHS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre os principais avanços estão a contratação de cerca de 400 novos funcionários e a abertura de 44 novos leitos, que permitiram tanto a expansão dos atendimentos à comunidade quanto uma formação mais adequada dos estudantes da UFRJ.

Além disso, 14 novos leitos cirúrgicos foram ativados, sete de UTI e dois de recuperação anestésica, e um novo equipamento para realização de cirurgias de catarata foi adquirido, criando 45 novas vagas de cirurgia ofertadas pelo SUS. Na Maternidade Escola, 50 novas cirurgias de laqueadura passaram a ser realizadas mensalmente. Cerca de 55 pregões resultaram na compra de mais de R$ 60 milhões em material hospitalar que começou a ser entregue em agosto e ainda deve continuar chegando nos próximos meses, segundo dados da Ebserh.

A instalação de equipamentos de tomografia e ultrassonografia que a Universidade já possuía, mas que estavam sem uso, permitiu a ampliação do número de ultrassonografias de 324, em junho, para 514, em agosto. Já o número de tomografias saltou de 952 para 1.204, no mesmo período. “Quando assumimos os três hospitais, encontramos na UFRJ todas as condições necessárias para enfrentarmos este grande desafio: uma vontade política de fazer e um corpo técnico altamente qualificado”, destacou Arthur Chioro, presidente da Ebserh.

No modelo de parceria, a empresa pública Ebserh fica responsável pela gestão financeira, inclusive no que diz respeito à contratação de mão de obra e manutenção dos estoques de materiais, além da recuperação e manutenção da infraestrutura. Já a Universidade mantém as atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Este modelo tem se mostrado o suficiente para que os hospitais universitários se consolidem e avancem, ocupando o seu papel no SUS sem serem um peso para as universidades”, completou Chioro.

Atualmente a empresa é responsável pela gestão do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), maior hospital do estado do Rio de Janeiro em número de consultas e maior hospital universitário federal do país, da Maternidade Escola, referência para acompanhamento de gestações de alto risco, e do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), primeira estrutura a ser inaugurada na Cidade Universitária, em funcionamento desde 1953.

Entre as próximas etapas, está a finalização da licitação que escolherá um escritório para a realização dos projetos de recuperação estrutural das unidades hospitalares, etapa fundamental para a solução de um dos principais gargalos que impedem a expansão dos leitos e atendimentos: a infraestrutura. Em termos de pessoal, a Ebserh tem expectativa da realização de um novo concurso, específico para os hospitais do Rio de Janeiro, após a convocação de todos os profissionais aprovados no concurso nacional realizado em 2023.

Para o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, os hospitais da UFRJ funcionando abaixo da sua capacidade representa uma grande perda, não apenas para a Universidade, que perde a chance de fazer pesquisas e formar ainda melhor seus alunos, mas para toda a sociedade. “Sempre que eu me lembro dos leitos que se fecharam, penso: para onde essas pessoas foram? Onde foram atendidas quando não conseguiram atendimento no Hospital Universitário? Infelizmente a resposta é que muitas delas certamente pereceram, sem terem a chance de acessar essa enorme gama de possibilidades que podemos oferecer”, destacou.

Histórico

As discussões para a constituição de uma parceria entre a UFRJ e a Ebserh foram longas. A princípio, a intenção do governo federal era de que o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) fosse o primeiro hospital universitário a passar a ser gerido pela empresa pública. 

Contudo, apenas em dezembro de 2023 o Conselho Universitário (Consuni) aprovou o repasse da gestão das três unidades hospitalares, mantendo as outras cinco unidades – o Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (Hesfa), o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), o Instituto de Psiquiatria (Ipub), o Instituto de Doenças do Tórax (IDT) e o Instituto do Coração Edson Saad (Ices) – sob gestão direta da Universidade.

Em maio a Ebserh assumiu a gestão, com a promessa de que as três unidades recebessem investimentos de R$ 315 milhões, especialmente em infraestrutura, estabilização dos estoques de materiais, ampliação dos leitos e contratação de pessoal.