A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com profundo pesar, o falecimento do professor e pesquisador Amilcar Tanuri, ocorrido na tarde desta sexta-feira, 26/9, no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro.
Nascido em 4/9/1958, graduou-se no curso de Medicina da UFRJ em 1982, complementando sua formação com o mestrado em Biofísica e o doutorado em Genética, na mesma instituição. Fez especialização em Genética Molecular pela Universidade de Sussex, na Inglaterra, e pós-doutorado, de 1996 a 1998, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em Atlanta, nos Estados Unidos.
Professor titular do Departamento de Genética do Instituto de Biologia (IB) da UFRJ desde 2011, dedicou a vida à virologia, tornando-se referência em estudos sobre o HIV e arboviroses. Foi notável em grande número de publicações no assunto, servindo inclusive como consultor da Organização Mundial da Saúde na rede de pesquisa sobre a resistência do HIV aos medicamentos (HIV ResNet).
Recentemente, reafirmando seu papel na atuação em emergências de saúde pública, tornou-se face do combate à covid-19, liderando pesquisas em diagnóstico molecular e vigilância genômica e sendo uma das vozes mais ativas na produção e divulgação de conhecimento sobre o tema. Foi o primeiro servidor da UFRJ a ser vacinado contra a covid-19, como símbolo. Sua atuação foi decisiva para a integração da ciência, saúde pública e informação de qualidade para a população, o que resultou na sua participação na criação do Núcleo de Enfrentamentos e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ.
Para amigos, colegas e alunos, o professor era sinônimo de humildade e simplicidade, uma pessoa que dedicou sua vida à produção de conhecimento voltado à melhora da saúde pública no Brasil, dedicando-se a levar para o SUS a tecnologia de ponta criada na Universidade.
Mais do que um excelente professor da teoria, foi exemplo prático do porquê faz-se ciência no Brasil e reafirmou o papel da universidade frente à sociedade: produzir conhecimentos que resultem em mudanças positivas para a nossa população. Amilcar sonhou, concretizou e ensinou aqueles que conviveram com ele a sonharem juntos – o sonho de fazer melhor e de fazer mais pelo povo e pela ciência do nosso país.
Amilcar Tanuri tinha 67 anos e faleceu por complicações no coração devido à diálise. Ele era casado com Andrea Tavares e tinha dois filhos, Luiza e João. O velório será realizado amanhã (27/9) no Atrio do Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha, de 10h às 14h. O acesso de pedestres se dará pela entrada localizada na Avenida Venceslau Brás, 71, ao lado do Hospital Philippe Pinel. Já o de veículos, pela da Rua Lauro Muller, 139, ao lado do portão 455 do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). O enterro será logo em seguida, no cemitério São João Batista.
A excelência do seu trabalho, a mente brilhante e inovadora e o carinho pelo Brasil certamente se preservarão na memória e se perpetuarão nos atos de todos que tiveram o prazer de conviver com ele.
A UFRJ lamenta profundamente sua partida e transmite força aos familiares, amigos e à comunidade acadêmica neste momento de tristeza.
