A revelação pela imprensa de que o Ministério da Educação (MEC) teria um gabinete paralelo para negociar verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de forma irregular preocupou o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ. No início da tarde desta quinta-feira, 24/3, o órgão máximo da Universidade, em sessão ordinária, emitiu moção em que “manifesta profunda preocupação (…) de áudio atribuído ao ministro da Educação em que foi descrito o atendimento de prioridades de distribuição de verbas, definidas por um pastor e por pedido do presidente da República”.
“Numa conjuntura em que as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) atravessam o pior período de restrição orçamentária, que já se estende por três anos, é no mínimo estarrecedor a existência de um esquema de corrupção e de distribuição de recursos públicos da educação, que vilipendia os princípios republicanos e da administração pública inscritos na legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, além do princípio constitucional do Estado laico”, diz a moção.
“Urge que a Procuradoria-Geral da República cumpra o seu papel constitucional no encaminhamento da devida e necessária investigação que essas denúncias exigem”, cobra o Conselho Universitário.