Para esclarecer alguns pontos da misteriosa disseminação pelo mundo da varíola do macaco (monkey pox), a professora Clarisa Damaso, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBFCCF), participa nesta segunda feira (30/5), ao meio-dia, de uma live que será transmitida pelo canal do instituto no YouTube.
A doença, que é tipicamente endêmica no continente africano, tem casos relatados na Europa, Oceania, América do Norte e do Sul, em pessoas que não estiveram em países africanos ou com contatos que vieram de lá. Embora seja possível conter os casos, o fato de não ser possível ainda evitar que eles venham a ocorrer em outros lugares tem intrigado os cientistas.
Transmissível face a face por vias respiratórias ou quando alguém tem contato direto com as lesões, a varíola do macaco pode ser evitada com a vacina da varíola, uma vez que os vírus pertencem à mesma família, Poxviridae, e ao mesmo gênero, Orthopoxvirus − os orthopox causam imunidade cruzada, ou seja, a vacina serve para ambos os casos.
Apesar de não ter sido confirmado nenhum caso ainda no Brasil, há o temor de que ocorra a propagação da doença. De acordo com o site Our World in Data, ligado à universidade de Oxford, são 435 casos confirmados em todo o planeta. Para a a Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, os números são de 257 casos confirmados e de 120 suspeitos até hoje, e é necessário manter a vigilância. Com esse objetivo, a Reitoria está criando um grupo de trabalho dedicado à varíola, única doença humana oficialmente erradicada pelo ser humano, em 1980.