Uma trajetória de muito valor

O mais recente professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao referir-se à sua trajetória acadêmica, se autodefiniu como um “cara de muita sorte!”, no sentido darwiniano, tal qual frisou. Essas foram as primeiras palavras ditas por Paulo Mascarello Bisch, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), durante cerimônia para concessão do título, na terça-feira, 17/6, no Auditório Professora Hertha Meyer, localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ) . 

A honraria é conferida aos docentes titulares aposentados da Universidade, cuja carreira no magistério tenha sido marcada por excepcional relevância para a instituição e para o país.   No caso do homenageado, os impactos de sua atuação estenderam-se a outras universidades nacionais e internacionais. Afinal, transitando entre a física, a físico-química, a biofísica molecular e celular, Bisch tornou-se referência em temas como biologia estrutural, sistemas biológicos, microscopia de força atômica, modelagem molecular, bioinformática, genômica e proteômica. 

Mesa celebra honraria concedida ao docente do IBCCF | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Além do homenageado, a mesa oficial foi composta pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho; pela vice-reitora, Cássia Turci; pelo decano do CCS, Luiz Nasciutti; pela vice-diretora do IBCCF,  Adriane Todeschini; e pelo professor do Instituto de Biofísica, Pedro Geraldo Pascutti, que foi o orador da sessão solene, promovida pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ. De acordo com Medronho, que conhece Bisch há três décadas, a tranquilidade e humildade do docente foram marcas deixadas pelo colega sempre que, nos corredores do CCS, conversavam sobre ciência, tecnologia, ensino e inovação. Mas, além disso, o reitor da UFRJ também destacou outra característica do professor: 

“Para mim, o homenageado é a essência mais pura da tradução da interdisciplinaridade. Físico de formação, graduação e pós-graduação, atuando num centro de excelência, que é o nosso IBCCF, interagindo com médicos, dentistas, pessoal da enfermagem, nutrição, todas as áreas das profissões da saúde, e trabalhando sempre na ponta do conhecimento, com reconhecimento dentro e fora do país.”  

Honra de ser professor

Bisch entrou na cerimônia conduzido por sua Comissão de Honra, integrada por Celso Caruso Neves, Gilberto Weissmuller, Wanderley de Souza e Pascutti, professores do IBCCF; pela docente Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM); pelo pesquisador Laurent Dardenne, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e pela presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, que também é professora do IBCCF. 

Além de parabenizar Bisch, a vice-reitora da UFRJ também destacou, em seu discurso, algo que certamente deixa o docente muito honrado: 

“O professor Paulo falou que foi homenageado com o nome dele no centro acadêmico de Biofísica. Além disso, em uma cerimônia como esta, ver esta sala cheia de estudantes também é algo que aumenta ainda mais nossa alegria e esperança.  Nossa entrada nesta casa, que é a UFRJ, deu-se por meio de concurso para ser professores. Então, para docentes como nós, esse tipo de reconhecimento é muito valoroso!”. 

Sorte compartilhada

Referindo-se ao homenageado, a vice-diretora do IBCCF corroborou com o que já havia sido colocado pelo orador da sessão solene: “Um mestre, um cientista brilhante, um formador de pessoas e, como disse Pedro Pascutti, um construtor de pontes entre a física e a biologia, entre a teoria e a prática, entre diferentes gerações de cientistas e, especialmente, entre pessoas”, falou emocionada. 

Convidados lotam auditório da sessão solene | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Também era possível ver a emoção presente na plateia: professores eméritos, diretores de unidades, representantes de pró-reitorias, docentes, pesquisadores, amigos e muitos alunos que acompanharam de pé a entrega da medalha e do título ao homenageado. Mas, além deles, Bisch lembrou e agradeceu aos seus pais, irmãos e àquela que, segundo ele, foi um dos maiores golpes de sorte de sua vida:  “Finalmente tenho que confessar a imensa sorte de estar casado há mais de 40 anos com Marta Teles, uma parceira de companheirismo inigualável… Devo tudo a ela!”. Pela fala do decano do CCS, a centenária Minerva também deve muito ao homenageado: 

“Essa cerimônia é o reconhecimento formal de que o professor Paulo Bisch é e continuará sendo uma referência intelectual e humana para esta Universidade. Sua trajetória nos honra, sua presença nos engrandece e seu legado seguirá iluminando os caminhos de tantos que ainda virão. Parabéns! A UFRJ é melhor porque teve e tem o senhor na sua história!”. 

Atuação porta afora do Gabinete

Por Erica Gomes

O Fórum de Ciência e Cultura (FCC), em Botafogo, e o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), na Cidade Universitária, tiveram esta semana uma visita em comum. Trata-se do projeto Reitoria Itinerante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que periodicamente leva os integrantes do Gabinete até os centros e campi da instituição. Por meio da iniciativa, diferentes setores da comunidade acadêmica puderam acompanhar mais de perto o trabalho desenvolvido pela gestão universitária e expressar diretamente suas principais demandas. Além de maior transparência e de uma comunicação mais estreita, a visita também insere a comunidade no processo de resolução dos desafios institucionais. 

Foi isso que aconteceu na quarta-feira, 11/6, quando o projeto esteve no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), na Cidade Universitária. Enquanto a mesa era composta pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho; a vice-reitora, Cássia Turci; o decano do CCMN, Josefino Cabral Melo Lima; e a vice-decana, Walcy Santos, a plateia reunia representantes das pró-reitorias, da Prefeitura Universitária, dos alunos e de todas as unidades do referido centro, ou seja, os Institutos de Computação, Física, Geociências, Matemática, Química e o Observatório do Valongo. 

Desafios compartilhados, soluções coletivas 

Inicialmente, Medronho apresentou um breve diagnóstico da situação da Reitoria. A ênfase foi na situação orçamentária da UFRJ que, ao longo de 2025, estará com cerca de 69% dos recursos comprometidos apenas com despesas referentes a água, energia, limpeza e segurança. Também foram feitos apontamentos sobre os demais temas considerados prioritários, como os contratos terceirizados, a manutenção dos campi, as bolsas acadêmicas, os restaurantes universitários (RUs) e as funções gratificadas. 

 Equipe da Reitoria é recebida pela Decania do CCMN |  Foto: Erica Gomes  (SGCOM/UFRJ)

Pautas  do CCMN  

Cada um dos representantes das unidades do CCMN expressou as principais problemáticas e dúvidas, que têm urgência para serem solucionadas: problemas de infraestrutura; preocupações com o acervo do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA); transporte para trabalho de campo; uso de equipamentos de grande porte; laboratórios; insuficiência de servidores técnico-administrativos em educação (TAEs); falta de candidaturas para cursos de licenciatura em Matemática; Programa de Gestão e Desempenho (PGD), entre outros. A maioria dos questionamentos foram esclarecidos, na hora, pelos integrantes do Gabinete envolvidos com a área citada. Um ou outro ponto exigiram uma checagem posterior para resposta.

Alunos são atualizados sobre ações de segurança e transporte no campus |  Foto: Erica Gomes  (SGCOM/UFRJ)

A representação estudantil também colocou dois assuntos, não só de interesse dos alunos, na pauta do Gabinete Itinerante: a segurança no campus da Cidade Universitária e a extensão do horário de circulação das novas linhas de ônibus, utilizadas principalmente pelos discentes que têm aulas noturnas. Tão logo feitas as reivindicações, o prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, trouxe atualizações sobre as ações, que já estão em andamento, e projetos em vias de implantação. 

Visita benquista 

Muitos dos presentes parabenizaram a Reitoria pela iniciativa desse encontro fora do Gabinete. Uma delas foi a diretora do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE/UFRJ), Angélica Dias. Ela ressaltou que diversas questões ganharam clareza, após a exposição:

“A apresentação foi excelente! Muitas das vezes temos alguns números, mas não conseguimos interpretar totalmente. Aqui pudemos ver a UFRJ em dados, contextualizando vários dos problemas que enfrentamos. Além disso, diante deste cenário crítico, também sentimos uma sinergia muito grande entre as pró-reitorias e a Reitoria em conduzir questões tão desafiadoras ”.

Projeto itinerante recebe elogios no CCMN  |  Foto: Erica Gomes  (SGCOM/UFRJ)

Vários dados citados na apresentação foram extraídos do Painel Estatístico produzido pela Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), uma ferramenta que possibilita a consulta de diversas informações sobre servidores ativos e aposentados da Universidade. Segundo a vice-decana do CCMN, esse seria um dos exemplos de conquistas da UFRJ que não podem ser perdidas de vista, apesar das condições institucionais que ainda exigem medidas resolutivas. A colocação de Walcy Santos foi complementada por Cabral que, após os agradecimentos, finalizou reiterando um dos pontos discutidos durante a visita da  Reitoria Itinerante: 

“Como costumo dizer, a Universidade precisa ser mais universidade, no sentido literal do termo. Laboratórios, sonhos, desafios e soluções precisam ser compartilhados. Precisamos ter uma melhor comunicação entre nós e ter uma visão mais coletiva dos interesses da UFRJ.” 

Reitoria no FCC 

Reitoria Itinerante visita Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ  | Foto: Eneraldo Carneiro (FCC/UFRJ)

Na terça, 10/6, foi a vez do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ receber o Reitoria Itinerante. Na ocasião, os participantes puderam  aproveitar a visita de integrantes do Gabinete para tirar dúvidas, fazer perguntas e colocações. Muitas questões dos servidores foram esclarecidas pelos representantes das pró-reitorias e da Superintendência-Geral de Tecnologia de Informação e Comunicação (SG-TIC).

Gabinete representado no FCC pela vice-reitora, Cássia Turci | Foto: Eneraldo Carneiro (FCC/UFRJ)

A vice-reitora da UFRJ enfatizou a relevância da ação, que abre espaço para uma troca efetiva e direta com a comunidade acadêmica sobre os aspectos desafiadores enfrentados pela instituição. Cássia Turci frisou, ainda, que a equipe da gestão central universitária está avançando, a despeito de todas as dificuldades. Tanto que a agenda não deixou de ser cumprida, nem mesmo em meio a  uma situação crítica de segurança, que afetou vias de acesso à Cidade Universitária na data da visita. Apesar do incidente, no dia e horário marcados, os representantes da Reitoria, mais uma vez, montaram simbolicamente o Gabinete da UFRJ no Salão Nobre do FCC, na Zona Sul do Rio. 

Comissão Interna de Supervisão é oficialmente instalada

Depois da eleição dos seus 14 representantes titulares e 7 suplentes, a Comissão Interna de Supervisão (CIS) foi formalmente instalada, nesta quarta-feira, 11/6, em reunião realizada na Sala Copacabana, no prédio da Reitoria. Participaram da formalização os servidores técnico-administrativos em Educação dos cinco níveis de classificação (A, B, C, D e E) eleitos; o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho; e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj).

A criação da CIS está prevista no Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) ‒ Lei 11.091, de 2005 ‒ e tem a finalidade de acompanhar, orientar, fiscalizar e avaliar a sua implementação no âmbito de cada instituição federal de ensino, além de propor à Comissão Nacional de Supervisão as alterações necessárias para seu aprimoramento.

A UFRJ tem atualmente quase 9 mil Técnico-Administrativos em Educação ativos em seu quadro de pessoal. O trabalho da comissão irá ajudar a valorizar a categoria. 

“Nós recentemente subimos 70 posições em um ranking das melhores universidades do mundo. Isso é graças ao nosso corpo social, o que inclui os Técnico-Administrativos em Educação – além dos docentes e alunos, todos de excelência. Nós, na verdade, fazemos milagre. É só com muito esforço, só com muito trabalho para alcançarmos e mantermos esse conceito na sociedade, que é espetacular”, disse o reitor, que teve em sua campanha a promessa de implementação da CIS.

Reunião na Reitoria oficializou criação da CIS – Foto: Renan Silva (Sintufrj)

“A Comissão vai desempenhar um papel fundamental para os TAE. Ela acompanhará, fiscalizará e fará sugestões de melhorias que impactam nossa carreira, assegurando que nossos direitos sejam respeitados e que as diretrizes do PCCTAE, seus anexos e leis complementares sejam corretamente aplicadas”, celebrou Vania Godinho, TAE da Faculdade de Letras.

Na ocasião, os integrantes da CIS aproveitaram para pleitear um espaço físico com a infraestrutura necessária para abrigar as reuniões da comissão. Também foi requisitado o estabelecimento de um canal de comunicação para troca de informações com a Reitoria e a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), bem como uma seção no Portal da UFRJ para divulgação das discussões e trabalhos realizados.

UFRJ sedia abertura da 2ª  Reunião Extraordinária do Cograd/Andifes

Por Erica Gomes

Começou na terça-feira, 3/6, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Reunião Extraordinária – Rio 2025, promovida  pelo Colégio de Pró-Reitores de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (Cograd), órgão de assessoramento da Andifes. As atividades se estendem até 5/6 em locais como o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), o Fórum de Ciência e Cultura da  UFRJ, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e o Jardim Botânico. Na programação, painéis e palestras sobre o ensino a distância, formação do docente de ensino superior no país, sustentabilidade e educação regenerativa, além de apresentações culturais. 

A abertura foi realizada no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ), na Cidade Universitária. A mesa oficial, presidida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, contou com as seguintes  presenças:  da vice-reitora, Cássia Turan Turci; da pró-reitora de Graduação da UFRJ, Maria Fernanda Quintela; da vice-decana do CCMN, Walcy Santos; da vice-reitora da Unirio, Bruna Silva do Nascimento; do vice-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fábio Barboza Passos; do pró-reitor de Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Claudio Melibeu Bentes; da diretora de Ensino do Cefet/RJ, Dayse Haime Pastore; e do coordenador nacional do Cograd, Eduardo Cezari. 

Medronho, que recentemente esteve na China representando a UFRJ, destacou o papel estratégico e indispensável de investimentos em ciência, tecnologia e extensão: 

“A Universidade precisa estar cada vez mais integrada à sociedade nesse processo de transformação tecnológica em que ainda há muita desigualdade. Na China, por exemplo, os alunos terão aulas de inteligência artificial (IA) a partir do ensino básico. Temos o desafio de dominar essa tecnologia por uma questão de soberania nacional e trazê-la para nossa realidade de forma mais humanizada. Mas nossos governantes precisam compreender que só há desenvolvimento com investimento nessas áreas”, reforça. 

Cederj e Universidade do Brasil na pauta

Na terça pela manhã, no CCMN, o superintendente acadêmico da UFRJ, Carlos Eduardo Bielschowsky, proferiu a palestra “Um panorama da evolução da oferta de EaD pública”. Além de apresentar um quadro geral sobre o assunto, o professor trouxe a experiência do Cederj,  consórcio formado por universidades públicas do Rio de Janeiro, que oferece cursos de graduação na modalidade semipresencial, e abordou problemas e perspectivas relacionadas à Universidade Aberta do Brasil (UAB), programa do Ministério da Educação (MEC) que busca ampliar e interiorizar a oferta da educação superior por meio da EaD.

Na parte da tarde, a continuidade da programação foi feita no Auditório 2 do Cefet, no Maracanã. O painel “Marco regulatório do ensino a distância” teve a contribuição de Daniel de Aquino Ximenes, diretor de regulação da educação superior da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) e do professor Sérgio Roberto Kieling Franco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul  (UFRGS). 

Membros do Cograd participam de três dias de programação  | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Formação do docente, ensino híbrido e inteligência artificial 

Na manhã desta quarta-feira, 4/6, os membros do Cograd acompanharam a programação no Salão Nobre do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Flamengo. O painel “Formação do professor do ensino superior no Brasil” teve como participante a presidente do Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Copropi), Priscila Faria.

Já o painel “Ensino híbrido” ocorre a partir das 14h no Auditório do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET) Tércio Pacitti, localizado na Unirio, em Botafogo. José Moran, da Universidade de São Paulo (USP), fala sobre a “Transformação na educação e ensino híbrido” e Mariano Pimentel, da Unirio, aborda o tema “Inteligência artificial e educação”.

Sustentabilidade e educação regenerativa 

Na quinta-feira, 5/6, último dia da 2ª  Reunião Extraordinária do Cograd, está prevista para as 9h a palestra “Sustentabilidade e educação regenerativa”, com o professor da UFRJ Francisco Esteves, no Solar da Imperatriz, situado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na sequência, haverá a reunião das regionais. Antes do encerramento oficial, às 17h, haverá uma visita institucional preparada especialmente para os participantes do evento. 

Criado em 2010, o Cograd/Andifes  promove discussão de temas relevantes para o ensino de graduação nas Ifes do Brasil. Os debates são feitos por meio da realização de reuniões ordinárias e extraordinárias, como a realizada durante esta semana na Rio 2025.  Mais informações do trabalho desenvolvido podem ser encontradas no site https://www.andifes.org.br/colegios/cograd/ .

UFRJ Duque de Caxias recebe encontro do Friperj sobre saúde e desenvolvimento no estado do Rio

O campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Duque de Caxias sediou, na quinta-feira, 29/5, o encontro do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (Friperj). A escolha do local para a realização de mais uma edição da série sobre os desafios regionais “Diálogos Fluminenses”, promovida de modo itinerante pelo Fórum, foi considerada simbólica. O município é estratégico para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) ‒ tema da conversa entre representantes da comunidade acadêmica, científica e institucional do Rio ‒, com potencial para liderar a geração de empregos na Baixada Fluminense.

Na ocasião, discutiu-se como o setor da saúde pode impulsionar estratégias de desenvolvimento socioeconômico no estado do Rio de Janeiro. Participaram do debate o reitor da UFRJ, Roberto Medronho; o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e presidente do Friperj, Roberto Rodrigues; a reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gulnar Azevedo e Silva, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera; a diretora do campus UFRJ Duque de Caxias, Marisa Suarez; o professor e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Carlos Gadelha; e o professor e pesquisador da UFRJ Mauro Osorio.

No evento, o reitor da UFRJ ressaltou o papel de destaque que universidades e institutos de pesquisa devem desempenhar no Ceis, por exemplo, por meio da produção de insumos básicos – contribuindo para a substituição de importações e a conquista de conhecimento tecnológico.

“Ainda que estejamos enfrentando dificuldades orçamentárias, precisamos olhar para o futuro: planejar grandes parques tecnológicos, centros de inovação, precisamos incentivar a criação de startups pelos alunos, incubar pequenas empresas para que cresçam e tragam soluções inovadoras para o Brasil. A nova industrialização será feita através do conhecimento”, declarou Medronho.

“Políticas progressistas não dialogam com políticas fiscais neoliberais. É uma pena discutir tantas oportunidades a serem exploradas pelas universidades, mas na prática estarmos nos preocupando se conseguiremos pagar a conta de luz no final do mês”, complementou o reitor da UFRRJ.

Um dos consensos do encontro foi em relação à importância da articulação entre diferentes setores da sociedade para a superação de desafios, que incluem a necessidade de estruturação do setor público e o planejamento e coordenação de políticas para um melhor aproveitamento da política do Ceis nacional no estado do Rio de Janeiro.

“Nós precisamos de uma governança que envolva três hélices: o governo, o meio acadêmico e o setor privado. É preciso estabelecer uma política de retomada da indústria da saúde, usando a capacidade já instalada, como as universidades, que possuem capital humano de extrema qualidade”, observou Celso Pansera.

Ao final do encontro, foi realizada a assinatura de um documento simbólico com o total de recursos repassados pela Finep para a UFRJ durante a atual gestão.

Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis)

O conceito de Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) propõe a superação dos paradigmas tradicionais de setores e cadeias produtivas, repensando-os a partir de uma abordagem sistêmica.

Considera-se que os investimentos em saúde, associados a uma política de substituição de importações e conquista de conhecimento tecnológico, podem contribuir para a dinamização da economia, gerando uma maior base para a arrecadação de impostos e, assim, mais recursos para gastos em custeio e investimentos públicos.

Nessa lógica, o Ceis pode ser compreendido como um vetor para a superação da crise estrutural regional do estado do Rio de Janeiro, pois a região possui: uma grande rede de hospitais públicos; destacada presença de instituições públicas, inclusive de relevância nacional, no campo da saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e conveniente capacidade industrial vinculada à saúde já instalada localmente.

Fonte: Complexo Econômico-Industrial da Saúde fluminense e contribuições para o desenvolvimento regional

Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro

Criado em 2022, o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) reúne os dirigentes máximos de dez instituições públicas de ensino do Rio: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Colégio Pedro II, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e Instituto Federal Fluminense (IFF).

O objetivo é fortalecer a educação, promover debates interinstitucionais, incentivar pesquisas e colaborar na formulação de políticas públicas. Há, ainda, a preocupação com o desenvolvimento do estado e a luta por recomposição orçamentária.

Friperj promove encontro com parlamentares em apoio à recomposição orçamentária das universidades federais

A grave situação orçamentária enfrentada por universidades e institutos federais fluminenses foi tema do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) na segunda-feira, 19/5, na sede do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), no Centro do Rio. No encontro, os gestores das instituições do estado apresentaram o panorama financeiro a parlamentares da bancada federal fluminense e mostraram a redução das receitas ao longo dos últimos dez anos. 

As perdas são calculadas em aproximadamente  R$ 3 bilhões no período, em valores corrigidos pela inflação. Durante a reunião, os parlamentares federais reafirmaram o compromisso com a defesa do financiamento da educação e se colocaram à disposição para levar a pauta da recomposição orçamentária das instituições de ensino ao Governo Federal. 

“A situação orçamentária das universidades federais em todo o Brasil tem sofrido impactos ao longo da última década, o que está gerando uma necessidade de financiamento do custeio básico das universidades, que está se tornando insustentável. Associado a isso, nós tivemos duas ações este ano que prejudicaram muito o orçamento das universidades”, disse o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e atual presidente do Friperj, Roberto Rodrigues.

O cenário na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não é diferente. A última década também foi marcada por redução no orçamento. Em 2012, eram cerca de R$ 784 milhões (corrigidos pelo IPCA). Em 2025 o orçamento é de R$ 406 milhões, ou seja, 52% de 13 anos atrás. A situação se agravou ainda com a edição do  Decreto Federal nº 12.448, de 30 de abril de 2025, que limitou a liberação mensal do orçamento a 1/18 do valor da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2025 até novembro deste ano. 

Representante da UFRJ na reunião, a  vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, destacou que o encontro fortalece o Friperj e as universidades, e que a união entre as instituições contribui para que a situação seja revertida. Ela afirmou também que os valores liberados são insuficientes para honrar as despesas obrigatórias para a manutenção da Universidade, e que é necessário buscar, junto ao Governo Federal, uma mudança no decreto.

“Com o corte que nós tivemos, ou seja, recebendo 1/18, nós só conseguimos bancar 43% das despesas de custeio da nossa Universidade. É muito grave a situação, porque até novembro de 2025 nós receberemos apenas cerca de 60% do orçamento anual, e em dezembro 40%. É muito importante que a gente consiga o apoio dessa bancada”, alertou Turci.

Vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, no Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro | Fernando Souza (AdUFRJ)

A reunião contou com a presença de parlamentares comprometidos com a pauta da educação, como a vice-líder do governo na Câmara, Jandira Feghali (PC do B), dos deputados Benedita da Silva (PT), Chico Alencar (Psol), Reimont (PT), Laura Carneiro (PSD), Rejane de Almeida (Enfermeira Rejane, do PC do B) e Tarcísio Motta (Psol), entre outros. Durante o encontro, Feghali compartilhou que conversou com o ministro da Educação, Camilo Santana, e ele confirmou que a reivindicação por mais recursos será levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta semana. 

Além da UFRJ e da Rural, participaram do encontro as reitorias da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Federal Fluminense (IFF), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), representantes do Colégio Pedro II e de sindicatos.

UFRJ assina acordo de cooperação com instituição chinesa para impulsionar inovação conjunta

A Inovateca, edifício que integra a infraestrutura do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Cidade Universitária, foi o local escolhido para a realização do China-Brazil Business Matchmaking Event, na segunda-feira, 19/5, evento voltado para o intercâmbio de ideias, cooperação internacional e estabelecimento de parcerias estratégicas. 

A programação teve como destaque a assinatura de um acordo de cooperação entre a UFRJ e o Brics Partnership on New Industrial Revolution Innovation Center (Bpic), instituição chinesa que visa ao fortalecimento da inovação no âmbito do Brics. 

O Memorando de Entendimento (MOU) prevê a realização de projetos colaborativos entre think tanks (instituições que fazem a ponte entre o conhecimento acadêmico/científico e a formulação de políticas públicas), com a participação da UFRJ na Xiamen Bpic Think Tanks Alliance. Além disso, estão no escopo do ajuste a capacitação de pessoas e a promoção da inovação científica, com foco na transformação de resultados de pesquisas em soluções aplicadas. 

As áreas estratégicas da cooperação incluem os seguintes eixos temáticos: tecnologias de baixo carbono e sustentabilidade; biotecnologia e ciências da vida; economia digital e tecnologias emergentes; manufatura inteligente e materiais avançados; transição energética e resiliência climática; e diplomacia científica e políticas de inovação.

“O mais interessante é que o acordo engloba diversas áreas, como a da saúde e afins, o que é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana”, afirmou a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, que presidiu a abertura do evento, ao lado do diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Romildo Toledo. 

O vice-prefeito de Xiamen e diretor-geral do Bpic, Zhuang Rongliang, e a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci | Foto: Getúlio Ribeiro

A parceria, que, no Brasil, será operacionalizada pelo Centro Brasil-Brics de Inovação para a Neoindustrialização, prevê, ainda, compartilhamento de informações, uso de estruturas dos parceiros para projetos conjuntos, criação de grupos de trabalho e realização de eventos colaborativos, como seminários, fóruns e treinamentos.

Também estavam no encontro o vice-prefeito da cidade chinesa Xiamen e diretor-geral do Bpic, Zhuang Rongliang, o cônsul chinês Wang Haitao e o representante regional da ApexBrasil no sudeste, Gustavo Sperandio Fernandes. 

“Por meio dessa cooperação, buscamos fornecer referências práticas e orientações para aprofundar a cooperação industrial entre os países do Brics”, disse Zhuang Rongliang.

Instituições federais de educação sediadas no Rio de Janeiro se mobilizam para tentar reverter cortes orçamentários

O Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) se reúne, na próxima segunda-feira, 19/5, às 10h, com a bancada federal do estado para debater a grave situação orçamentária enfrentada pelas universidades e institutos federais fluminenses. O encontro será no auditório da Reitoria do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), localizado na Rua Buenos Aires, 256, no Centro do Rio. 

A iniciativa tem por objetivo discutir com os parlamentares a situação orçamentária causada pelos cortes de verbas que comprometem o funcionamento e a manutenção das universidades federais e instituições públicas de educação. No dia 30/4, o Governo Federal publicou o Decreto nº 12.448, que reduziu o limite de gastos de todas as universidades federais até o fim de novembro, em cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. 

A expectativa é que a reunião fortaleça o diálogo entre os gestores das instituições e os deputados federais e senadores eleitos pelo estado do Rio de Janeiro, a fim de garantir o pleno funcionamento do ensino público federal no estado.

Participam do Friperj as reitorias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Federal Fluminense (IFF), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e o Colégio Pedro II. 

Sem fronteiras para a educação

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Beihang lançaram na segunda-feira, 12/5, o  Instituto Confúcio, no Centro de Conferências Beihang Ruxin, em Pequim. Na ocasião, também foram inaugurados oficialmente o Instituto de Pesquisa de Inovação Beihang Brasil e o Centro Beihang Brasil. Além da comitiva brasileira, representantes acadêmicos da China e do Paquistão estiveram presentes no evento. 

A cerimônia foi presidida por Zhao Weisheng, vice-presidente da universidade chinesa, e contou com a presença do reitor da instituição, Wang Yunpeng; do secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marcelo Bregagnoli; do reitor da UFRJ, Roberto Medronho; do inspetor do Departamento Internacional do Ministério da Educação, Wang Zhiwei; do diretor do Centro China da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Trindade; do vice-presidente e secretário-geral da Chinese International Education Foundation, Zhao Lingshan; e  do vice-diretor do Departamento de Cooperação Internacional do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, Yu Zhicheng. Entre os objetivos previstos no acordo de cooperação, assinado por Yunpeng, Medronho e Lingshan, estão a promoção de intercâmbios culturais, a colaboração em pesquisas científicas e o treinamento de talentos.  

“Isto não é apenas o resultado da cooperação profunda e realista entre as duas universidades ao longo dos anos, mas também um testemunho vívido da profunda integração e confiança mútua nas áreas de educação, ciência e tecnologia entre a China e o Brasil”, disse Medronho, ao discursar na cerimônia de lançamento do Instituto. 

Para Yunpeng, a iniciativa formalizada nesta semana marca não só a história da anfitriã chinesa e da federal brasileira, mas se trata igualmente da chance de os respectivos países aprofundarem o apoio em via dupla e o investimento em diferentes áreas comuns, como educação, cultura e ciência e tecnologia.

Evento também reuniu representantes acadêmicos da China e do Paquistão.
 Fotografia: Feng Hao/Beihang News Network

Três pontes para cooperação

O Instituto Confúcio, o Instituto de Pesquisa de Inovação Beihang Brasil e o Centro Beihang Brasil formam uma espécie de ciclo estratégico, que integra bases culturais, educação e indústria. Na perspectiva do secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, eles são como três pontes que atravessam montanhas e mares para construir um caminho a fim de ajudar jovens brasileiros a ampliar horizontes cognitivos por meio do aprendizado de outro idioma e da vivência cultural chinesa. 

Bregagnoli acredita que o trio colaborativo também vai impulsionar soluções científico-tecnológicas inovadoras para desafios globais, como mudanças climáticas e escassez de recursos. Como o primeiro centro de pesquisa no exterior da Universidade Beihang, o Instituto de Inovação do Brasil usa um mecanismo duplo de “exploração de fronteira – empoderamento da indústria” para resolver o problema do desenvolvimento sustentável. Já o Centro Brasileiro de Beihang foca no desenvolvimento de talentos, pesquisas científicas e intercâmbio cultural.

O escopo de atuação está em consonância com os planos de Medronho para a UFRJ, já que no futuro se espera aprofundar ainda mais a cooperação da instituição com a universidade chinesa em várias áreas de pesquisa científica. Segundo o reitor, o planejamento é ampliar o intercâmbio de professores e alunos, além de aproveitar ativamente as oportunidades de colaboração em campos estratégicos emergentes, como inteligência artificial e aviação verde. Em seu discurso, Medronho afirmou se sentir honrado em trabalhar com a instituição chinesa nessa construção coletiva.

UFRJ unida por um ambiente digital seguro 

Por Erica Gomes

De que maneira o clique em um link desconhecido ou o download  de  um  programa sem autorização podem colocar em risco a proteção dos dados que circulam por instituições públicas e de educação, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)? Para sensibilizar a comunidade acadêmica de que o assunto é  responsabilidade e  compromisso de todos, a  Superintendência-Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação (SGTIC) lançou na segunda-feira, dia 5/5, no Salão Nobre da decania do Centro de Tecnologia (CT), o Programa de Conscientização em Segurança da Informação (PCSI). 

A mesa de abertura, presidida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, contou com a presença  da vice-reitora, Cássia Curan Turci; da superintendente-geral da SGTIC, Ana Maria Ribeiro; da ouvidora-geral e ouvidora da mulher, Luzia Araújo; do decano do CT, Walter Suemitsu; da diretora da  Divisão de Desenvolvimento, Capacitação e Formação Continuada (DVDE/PR-4), Joana de Angelis; e da encarregada de dados da Universidade, Rosi Chiavo. O reitor destacou que o desafio do PCSI é a conciliação da autonomia institucional com a segurança na internet.

“É muito complexa essa questão da segurança da informação. O problema das ameaças cibernéticas não é da tecnologia, mas do modo como algumas pessoas estão se apropriando das inovações digitais para fins indevidos. De que forma, portanto, podemos fazer uso da nossa liberdade nas práticas cotidianas pela internet sem abrir portas para riscos evitáveis em relação aos dados e à imagem institucional ?”, questionou Medronho.  

Coordenadoras do PCSI: Lilian Chagas, Patrícia do Amaral Gurgel e Roberta Bordalo | Foto: Erica Gomes (SGCOM/UFRJ)

A resposta à pergunta veio na sequência, durante apresentação feita pela equipe da Divisão de Segurança da Informação (Divseg) da UFRJ, responsável pelo PCSI: a coordenadora-geral do programa,  Lilian Chagas, que é diretora da Divseg, e as coordenadoras adjuntas, Roberta Bordalo e  Patrícia do Amaral Gurgel. O grupo informou que o objetivo do programa é justamente conscientizar e capacitar servidores, estudantes e demais integrantes da comunidade universitária, interna e externa, sobre os riscos cibernéticos no dia a dia, integrando, assim, a segurança da informação à cultura institucional.  

A iniciativa, alinhada com o  Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI), a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Estratégia Nacional de Governança Digital (ENGD), pretende  instruir a comunidade universitária a respeito de práticas seguras, políticas e normas em segurança da informação. A intenção é que as pessoas adotem um comportamento digital mais protegido dentro e fora da Universidade, tornando-se multiplicadoras das práticas aprendidas nas suas relações profissionais e interpessoais.  

Algumas das ações presentes no PCSI já são desenvolvidas há quase uma década pela Divseg. No entanto, de acordo com Chagas,  ao apostar na política educativa, investe-se não mais em uma postura somente responsiva às notificações de risco, mas se passa a atuar proativamente na transformação comportamental na internet: 

“O PCSI tem algumas estratégias para atingir o usuário e conscientizá-lo de que proteger os dados da UFRJ não é só responsabilidade da área de TI, mas um dever de todos. Uma delas  é  fazer com que a comunidade universitária tenha conhecimento do que é um incidente de segurança da informação, quais as medidas disponíveis para a sua proteção e quais atividades anormais na rede devem ser notificadas à equipe de tratamento e respostas a incidentes, que fica na Divseg. Nesse sentido, a capacitação e o engajamento são fundamentais para a promoção da confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações”, explica.  

Alerta vermelho

No Brasil, considerado um país com alto risco de ameaças cibernéticas, os ataques cresceram de forma setorizada nos últimos tempos. O relatório 2024 da Divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software,  mostrado pela equipe do PCSI,   revela que  o setor educacional foi o que mais sofreu com esses crimes digitais, seguido pelo governamental, justamente pela grande circulação de informações nessas esferas. 

 Phishing e spam estão entre os principais incidentes registrados pela Divseg no segundo semestre de 2024  |  Divseg/SGTIC/UFRJ 

Não é à toa que a UFRJ, por estar categorizada nos dois âmbitos, tem reforçado suas medidas protetivas por meio do Programa de Conscientização em Segurança da Informação.  Elas também incluem palestras, workshops, cursos, treinamentos, envio de e-mails com instruções normativas e diretrizes, além de cartilhas informativas. Entre os incidentes registrados pela Divseg no segundo semestre do ano passado estão  o phishing,  que, por exemplo, usa e-mails e downloads de software para obter ilegalmente dados e logins que possam comprometer a segurança pessoal ou organizacional, e o spam, aqueles e-mails não solicitados, normalmente enviados para grande número de pessoas e que também podem comprometer a segurança da informação. 

Frente à dedicação para ampliar a segurança da informação na UFRJ, a superintendente-geral de TIC, Ana Maria Ribeiro, teceu elogios a todos os envolvidos com o PCSI.  “Orgulho dessa equipe que está desenvolvendo o programa para dar conta de uma tarefa que é bastante desafiadora. Agradecimento extensivo às pró-reitorias aqui representadas e a todos que estão se engajando nessas ações em prol da soberania digital.”  

À comunidade universitária fica a mensagem da vice-reitora da instituição. Turci contextualizou a importância do PCSI, principalmente no cenário pós-pandemia da covid-19: “Precisamos ter mais cuidado, pois começamos a trabalhar mais remotamente,  a ter outras formas de relacionamento digital e a enfrentar questões como, por exemplo, as fake news, que, em outras épocas, jamais imaginávamos ter que conviver.  Espero que a gente consiga superar isso e aproveitar o que de melhor nós temos agora em termos de descobertas científicas para o bem da humanidade e de uma sociedade mais justa, igualitária e melhor”, reforçou.