Reitor da UFRJ, Roberto Medronho, é presidente de honra do Conselho de Minerva | Foto: Conselho de Minerva/Divulgação
O Conselho de Minerva, organização que reúne associações, antigos alunos e amigos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), celebrará seu 25º aniversário, no dia 19/3, com uma Assembleia Geral Festiva no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ. Durante o evento, novos conselheiros serão recebidos e serão outorgadas as honrarias “Colar do Mérito Pedro, O Libertador” e a recém-criada “Ordem do Mérito Guriri”.
O presidente do Conselho, Sebastião Amoêdo de Barros, explica que, mais do que uma organização de egressos, a missão da entidade é colaborar para o futuro da Universidade. “Todos desejamos uma universidade pública de excelência, mas é fundamental reconhecer que a gestão de um ente público não se limita à administração dos recursos estatais. Grandes universidades ao redor do mundo se sustentam com investimentos privados em programas específicos que geram retorno financeiro para sua manutenção e investimentos”, afirma.
O “Colar do Mérito Pedro, O Libertador”, instituído em 2022, homenageia instituições e personalidades do Brasil e de Portugal que se destacam na defesa de seus países e na promoção da fraternidade entre os povos. A “Ordem do Mérito Guriri”, por sua vez, foi criada para reconhecer conselheiros eméritos que se dedicam à causa da educação e à defesa da UFRJ. O nome “Guriri” deriva da planta Allagoptera arenaria, que simboliza pioneirismo e resiliência.
“Nosso compromisso com o futuro deve ser o resgate do debate qualificado, da escuta ativa e do respeito às ideias divergentes. Porque o outro, que hoje nos parece antagonista, pode oferecer perspectivas tão ou mais plausíveis que as nossas”, pondera Amoêdo de Barros.
O Conselho
Fundado no ano 2000, o Conselho de Minerva tem como missão valorizar a educação e preservar as tradições da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Entre suas iniciativas, destacam-se campanhas de doação de sangue, a defesa da integridade dos títulos de pós-graduação e a criação de honrarias como o “Colar do Mérito Pedro, O Libertador”. O Conselho de Minerva é uma entidade privada independente e não integra o organograma oficial da UFRJ.
Centro de Ciências da Saúde foi uma das unidades a receber a Reitoria Itinerante | Foto: Renato Mariz (CCS/UFRJ)
A situação orçamentária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi o tema central da última edição do projeto Reitoria Itinerante, que, na segunda-feira, 10/3, visitou o Centro de Ciências da Saúde (CCS), na Cidade Universitária, e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no campus Praia Vermelha. No evento, o reitor, Roberto Medronho, a vice-reitora, Cássia Turci, além de pró-reitores, superintendentes e representantes das unidades dos centros discutiram a necessidade de realocação de recursos orçamentários para o funcionamento da instituição.
“Ao longo dos últimos 12 anos, caiu pela metade o orçamento da UFRJ. Enquanto isso, nós ampliamos em 50% as nossas vagas com o Reuni. O nosso orçamento está reduzido, e nós implantamos as cotas, as ações afirmativas. Os alunos que vêm para cá chegam com uma vulnerabilidade social e econômica muito grande. Nós precisamos de muito mais do que aqueles R$ 784 milhões do orçamento de 2012 — e estamos, em 2025, com R$ 423 milhões, um ligeiro aumento em relação a 2024”, disse Medronho.
Uma das ações debatidas para tentar amenizar o cenário de déficit de recursos é a otimização no consumo de água e energia que, ao lado da limpeza e da segurança, representa 54% de todo o orçamento da UFRJ para manter a instituição em funcionamento em 2025. Também estão sob análise os gastos com as bolsas acadêmicas e com o Restaurante Universitário que, desde 2005, oferece refeições a R$ 2. “É justo pagar R$ 2 por uma refeição, que custa o mesmo preço há 20 anos? São distorções que temos de discutir. Os que não podem pagar, continuarão não pagando”, garantiu Medronho. Em média, são servidas mensalmente 177 mil refeições, das quais mais de 35 mil são gratuitas, que custam anualmente R$ 31,8 milhões, de acordo com dados da PR-7 .
Outros tópicos abordados no encontro foram os contratos terceirizados, a manutenção dos campi, fontes alternativas de recursos financeiros — como emendas parlamentares, participação em editais do Governo Federal, parcerias com outras instituições, projetos de desenvolvimento institucional apoiados pelos custos indiretos de projeto (CIP). Na palestra, o reitor também falou sobre questões envolvendo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que, em 2024, assumiu a gestão de três hospitais da UFRJ, o que resultou em uma economia de aproximadamente R$ 70 milhões do orçamento da Universidade.
Ao final das apresentações, os participantes tiveram a oportunidade de se manifestar e de tirar dúvidas sobre diversos temas. No encontro do CCS, na Cidade Universitária, as principais preocupações se referiram a temas como a concessão de bolsas de extensão para alunos da graduação, entraves no processo de aplicação das resoluções para cancelamento de matrículas e a necessidade de ampliação do número de funções gratificadas. Na abertura do encontro, o grupo vocal- instrumental UFRJ In-Versos fez uma apresentação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8/3.
Palácio Universitário
Já na reunião realizada no CFCH, na Praia Vermelha, foram discutidas outras temáticas, também relacionadas com a situação orçamentária da UFRJ, como o mobiliário e a estrutura física de diferentes instalações da Universidade, o atual cenário de funcionamento da residência estudantil, a criação de vagas da carreira Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) para o Colégio de Aplicação (CAP) da UFRJ, e a necessidade de novas vagas para intérpretes de libras.
Reitoria Itinerante também aconteceu no Centro de Filosofia e Ciências Humanas, no campus Praia Vermelha | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)
Também foram levantadas preocupações sobre assuntos ligados diretamente ao cotidiano de alunos e servidores, como segurança, alimentação, transporte, estágios na graduação, problemas relacionados à participação dos estudantes que compõem a Câmara de Heteroidentificação da UFRJ, e cobrança de melhorias no dimensionamento da força de trabalho e no planejamento para distribuição de futuros servidores da Universidade.
De acordo com Medronho, a ideia é que a Reitoria Itinerante possa ser ampliada, e que futuramente venha a ser realizada em cada unidade da UFRJ. “É muito importante que possamos ver com os próprios olhos muitos dos problemas que são apontados nessas reuniões. Isso dá mais qualidade e profundidade às discussões. Também gera aprendizado, através de algumas colocações que nos alertam para a correção de rumos”, afirmou o reitor.
A partir da exposição da situação orçamentária da Universidade, a vice-reitora destacou que as preocupações e ideias levantadas por pró-reitores, superintendentes e representantes das unidades dos centros impulsionam o trabalho da gestão superior. “Sabemos que os problemas são muitos e que a situação é bastante complexa. Mas com a ajuda e empenho de todos que participam das discussões e contribuem diariamente com a UFRJ através do trabalho, vamos, aos poucos, encontrando soluções”, disse Turci.
Roberto Medronho reuniu-se com Celso Pansera (cabeceira da mesa) na terça-feira, 25/2. Romildo Toledo, do Parque Tecnológico, e os chefes de gabinete da UFRJ, Fabiana Valéria da Fonseca, e da Finep, Fernando Peregrino também participaram do encontro | Foto: Divulgação/Reitoria
O reitor Roberto Medronho e o diretor do Parque Tecnológico, Romildo Toledo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reuniram-se na terça-feira, 25/2, com o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, a fim de solicitar apoio à adequação de prédio, localizado no Parque Tecnológico, destinado a abrigar empresas do tipo deep techs especializadas em inovações na área de saúde pública.
O espaço será um centro de prototipagem, validação e escalonamento de tecnologias em saúde, permitindo que startups e empresas testem suas inovações em condições reais antes da incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Este projeto é um passo essencial para que a ciência, tecnologia e inovação desenvolvidas em nossa instituição cheguem de forma eficaz à população, modernizando o sistema de saúde brasileiro e garantindo um atendimento mais eficiente, inovador e de excelência”, destacou Medronho.
Com área projetada de 1,2 mil metros quadrados, o prédio abrigará oito laboratórios e três galpões equipados para ensaios e simulações em biotecnologia, saúde digital e desenvolvimento de vacinas. A expansão proposta, de cerca de 900 metros quadrados adicionais, incluirá oito novos laboratórios e dois galpões, ampliando a capacidade do complexo para atender mais startups, deep techs e empresas que visem ao escalonamento de suas tecnologias
O projeto faz parte do Centro Brasil–Brics de Inovação para a Neoindustrialização e está alinhado com os objetivos estratégicos do bloco, consolidando o Brasil como referência global em inovação em saúde. Com o apoio da Finep, o Hub de Inovação em Saúde ganhará a infraestrutura necessária para transformar pesquisa avançada em soluções aplicáveis ao SUS, o que beneficiará diretamente a população brasileira.
A reunião na Finep ocorre a pouco menos de quatro meses do encontro de cúpula dos Brics – o grupo de países emergentes para cooperação e desenvolvimento econômicos, que acontecerá em julho no Brasil. O evento reunirá lideranças dos países-membros para debater estratégias de cooperação, incluindo a área de inovação em saúde. O avanço dessa infraestrutura reforça o papel do Brasil como um dos protagonistas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico dentro do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente incluídos, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O Brasil está na presidência do Brics desde 1/1 e a UFRJ irá sediar o fórum de reitores das universidades de países-membros do bloco, em junho.
A criação desse ecossistema fortalecerá a produção de soluções tecnológicas, garantindo avanços significativos para o setor e promovendo a modernização do sistema de saúde pública do país. O encontro entre Medronho e Pansera aconteceu na sede da Finep. Participaram da reunião os chefes de gabinete da UFRJ, Fabiana Valéria da Fonseca, e da Finep, Fernando Peregrino, além de Medronho, Pansera e Toledo.
Cerimônia remota, realizada na Reitoria da UFRJ, na Cidade Universitária, para concessão do título de doutor honoris causa a Roberto de Regina | Foto: Fábio Caffé
O cravista, regente e luthier Roberto de Regina recebeu nesta sexta-feira, 21/2, o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A cerimônia ocorreu remotamente, com transmissão ao vivo pelo YouTube da UFRJ. O músico foi representado presencialmente pelo sobrinho Edson Lemos.
A iniciativa de concessão do título partiu do Departamento de Instrumentos de Teclado, sendo aprovada pela Congregação da Escola de Música (EM) da UFRJ em 12/4/2024 e pelo Conselho Universitário em 28/11/2024.
Aos 97 anos de idade, Roberto de Regina tem uma trajetória marcada pela versatilidade. Como cravista se destacou no cenário nacional desde a década de 1940, atuando também como regente. Já como luthier, conseguiu alterar a trajetória da cena musical brasileira. Foi o primeiro construtor brasileiro de cravo no século XX, contribuindo para a difusão do instrumento no país.
Na cerimônia de concessão do título, a trajetória de Roberto de Regina foi apresentada pelo professor da EM Marcelo Fagerlande, que destacou que a influência do trabalho do músico foi fundamental para a criação do bacharelado em Cravo da UFRJ. “Se hoje é possível oferecer a jovens brasileiros uma formação universitária em um instrumento que ele tanto defendeu, e que brilhantemente divulgou, é porque plantou muitas sementes”, salientou.
A longa trajetória artística permite avaliar a contribuição de Roberto de Regina à cena musical brasileira e internacional, seja como intérprete, professor, formador de plateias, e também como influência para músicos que nele se inspiram. “Essas sementes estão esparramadas. Roberto é uma pessoa que realmente se dedicou à profissão. Foi um construtor de vidas”, afirmou o vice-diretor da EM, professor Marcelo Jardim.
A representante da Decania do Centro de Letras e Artes (CLA) da UFRJ, professora Maria Clara Amado Martins, lembrou que a vida e obra do artista serão representadas nas telas, através de O Cravista. O longa-metragem documental está sendo produzido com direção e roteiro de Luiz Eduardo Ozório. “É uma nova mídia que com certeza vai perpetuar a sua importância enquanto grande representante da história da música clássica no país e no mundo. Ser responsável pela construção do primeiro cravo brasileiro e pela difusão em nossas terras o coloca como referência para todas as gerações, do passado, do presente e do futuro”, destacou Martins.
Já a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, salientou a importância de homenagear em vida pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do país, principalmente por meio da arte. “Precisamos trabalhar cada vez mais por uma sociedade igualitária, mais humana, mais justa, mais amorosa. Isso nós conseguiremos se, de fato, reconhecermos as pessoas que fazem desse país um país diferente. E a música é algo que nos aproxima sempre”, afirmou Turci.
Reitor da UFRJ, Roberto Medronho, entrega título de doutor honoris causa a Edson Lemos, sobrinho de Roberto de Regina | Foto: Fábio Caffé
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, também destacou que a honraria enaltece ainda mais a trajetória do artista que influenciou várias gerações, colocando-o em um panteão dos grandes nomes formados pela Faculdade Nacional de Medicina e também dos grandes nomes agraciados com o título de doutor honoris causa da UFRJ. “Para muitas personalidades, a outorga de um título honorífico é honra muito mais para a instituição do que para o próprio homenageado, que já demonstrou toda a sua honorabilidade por toda a vida. Roberto de Regina é um deles”, salientou.
Doutor honoris causa
O cravista, regente e luthier Roberto de Regina | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
“Existe coisa mais viva do que a vibração de uma corda produzindo um som, ou a vibração de uma cor que briga às vezes com o ambiente ou que se harmoniza com ele?” Foi com esse questionamento, e demonstrando ser um privilegiado por ter vivenciado diferentes experiências no mundo da música, que Roberto de Regina agradeceu por ser homenageado com o título de doutor honoris causa pela UFRJ.
Formado em Medicina pela Universidade em 1952, Roberto de Regina já se dedicava à música nos tempos de estudante, atividade que acabou prevalecendo e o destacou no cenário nacional. Com o título, a relação da Universidade Federal do Rio de Janeiro com o músico se torna ainda mais estreita, perpetuando-se na história da instituição e também do artista. “Quero agradecer de maneira penhorada a essa homenagem de valor inimaginável, que foi o meu reconhecimento na Universidade, e espero que a nossa convivência musical, artística, sonora e visual permaneça por muito, muito tempo”, afirmou Roberto de Regina.
Além de reivindicar mais cargos para a UFRJ, o reitor Roberto Medronho aproveitou o encontro e convidou Esther Dweck para dar aula magna no dia 14/4, evento que marca a abertura do ano letivo de 2025. | Foto: Divulgação/Reitoria
Em encontro com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, solicitou o aumento do número de cargos de direção e funções gratificadas, considerados essenciais para a reestruturação e funcionamento da instituição. Na reunião com a ministra, o reitor entregou estudo mostrando a necessidade de novos cargos para a Universidade.
Maior universidade federal do país, a UFRJ tem hoje mais de 70 mil estudantes, 3.959 docentes e 8.184 servidores. Conta, ainda, com 175 cursos de graduação, 134 programas de pós-graduação, 6 cursos de aperfeiçoamento, 332 cursos de especialização, 1.943 laboratórios, além de 9 hospitais, 8 museus e 43 bibliotecas. Apesar dessa expansão, o número de cargos não acompanhou o crescimento estrutural, o que tem impactado o funcionamento da Universidade, segundo o reitor.
Medronho foi a Brasília esta semana para participar de reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e debater o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O reitor aproveitou a viagem para apresentar a reivindicação por mais cargos para a UFRJ e também convidar Esther Dweck para dar aula magna no dia 14/4, evento que marca a abertura do ano letivo de 2025. A ministra é professora do Instituto de Economia (IE) da Universidade.
Roberto de Regina possui extensa carreira como cravista, regente e luthier | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizará nesta sexta-feira, 21/2, a cerimônia de concessão do título de Doutor Honoris Causa a Roberto de Regina. Reconhecido nacionalmente, o músico é associado ao cravo e à interpretação musical dos séculos XVI, XVII e XVIII. A cerimônia acontecerá remotamente, com transmissão on-line, a partir das 10 horas.
A proposta de concessão do título ao regente, cravista e luthier partiu de iniciativa do Departamento de Instrumentos de Teclado, sendo aprovada pela Congregação da Escola de Música da UFRJ em 12/4/2024 e pelo Conselho Universitário em 28/11/2024. Formado em Medicina pela UFRJ, em 1952, Roberto de Regina já se dedicava à música nos tempos de estudante, atividade que acabou prevalecendo e o destacou no cenário nacional.
Cravista, regente e luthier
Roberto de Regina teve um papel relevante ainda jovem, ao ser um dos responsáveis pela difusão da música vocal do compositor alemão J. S. Bach, desde a década de 1940. A dedicação ao cravo e à interpretação da música barroca teve início em 1959, quando gravou o primeiro disco brasileiro no instrumento.
Em 1973, participou, com grande sucesso, de um concerto com Aurèle Nicolet, um dos maiores flautistas da época. A partir de 1974, focou na realização de recitais solo, realizados em espaços variados, como na Sala Cecília Meireles, Casa de Rui Barbosa e Teatro Senac, com obras de Couperin, Lully, Bach, Purcell entre outros.
Entre 1978 e 1999, desenvolveu seus recitais em espaços alternativos, como o Teatro da Reitoria da UFF, o Planetário da Gávea, o Teatro Vanucci, o auditório da Sondotécnica, o Jóquei Clube, o Espaço BNDES, a Igreja do Outeiro da Glória, o Centro Cultural Cândido Mendes e a Uerj, onde participou da série Uerj Clássica.
Paralelamente às atividades de cravista e regente, o trabalho de Roberto de Regina como luthier é um divisor de águas na cena musical brasileira. A partir da década de 1960, tornou-se o primeiro construtor brasileiro do instrumento no século XX, o que permitiu que muitos pudessem começar a tocá-lo, sem a necessidade de recorrer à importação, contribuindo para a difusão do instrumento no país.
O presente e o legado
O músico teve presença destacada em diversas rádios do país, como a Rádio MEC, o Jornal do Brasil e o programa Clássicos JB. Suas múltiplas atividades profissionais ainda incluíram palestras, cursos e presenças como professor de cravo em festivais de música pelo país. Sua discografia contabiliza 26 álbuns e cinco DVDs, tendo recebido o Prêmio Sharp na categoria música instrumental.
A obra e a trajetória de Roberto de Regina têm inspirado outros músicos e vêm, há décadas, formando e conquistando plateias para a música barroca e para o cravo. A longeva atividade de intérprete se mantém até hoje. Aos 97 anos de idade, desempenha ainda o papel de agitador cultural, que se manifesta no Centro Cultural que criou, a Capela Magdalena, em Guaratiba, no Rio de Janeiro.
Criado para funcionar como uma “escola de cravo”, o local acabou se desenvolvendo de outra forma, transformando-se em espaço de difusão de diversos outros tipos de conhecimento. Hoje, estimula músicos em cursos, aulas particulares e recitais.
A concessão do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de celebrar os mais de 70 anos de atividades artísticas de Roberto de Regina, reconhece a contribuição para a difusão da cultura e da arte no Brasil e para a formação profissional de inúmeros músicos que se inspiraram em sua obra.
A cerimônia de concessão do título de Doutor Honoris Causa a Roberto de Regina acontecerá às 10h do dia 21/2/2025, na Reitoria da UFRJ, com transmissão ao vivo pelo YouTube da UFRJ.
As tratativas iniciais, fruto do estreitamento das relações entre a Universidade e o governo chinês, aconteceram nesta terça-feira, 4/2, em reunião realizada no prédio da Reitoria. Dela, participaram o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, a chefe de gabinete, Fabiana Valéria da Fonseca, o presidente da Cnooc Brasil, Huang Yehua, e o professor emérito da UFRJ Segen Estefen, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo) e coordenador do Grupo de Energia Renovável no Oceano (Gero). Também acompanharam o encontro Lin Qingyi e Hu Xuefeng, representantes da Cnooc Brasil.
O objetivo é promover o intercâmbio científico entre os dois países, realizar pesquisas em conjunto e permitir o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. “Temos o firme propósito de estabelecer e aprofundar as parcerias com o oriente, incluindo também a África. Nós da UFRJ acreditamos que as nossas relações internacionais devem ter como mote a cooperação e não a dominação. A criação de um mundo que inclua a diversidade cultural, histórica e social das nações, com o devido respeito a todas as diferenças, contribuirá para um mundo mais pacífico. E nesse processo nós não temos dúvidas de que a China e os demais países do Brics têm essa mesma concepção”, declarou Roberto Medronho.
Enquanto a estatal chinesa será a financiadora do projeto, a UFRJ vai, além de sediá-lo, colaborar por meio da participação de seus institutos, professores, projetos e talentos. Integrarão o centro, ainda, a Petrobras e a Universidade do Petróleo da China (CUP, na sigla em inglês), na mesma lógica “2+2” de funcionamento do Instituto de Engenheiros, ou seja, duas universidades e duas empresas. A gestão do centro de inovação será feita conjuntamente, com a presença de representantes da UFRJ em seu comitê de administração. A ideia é, no futuro, ganhar a adesão de outras universidades e empresas para a ampliação da cooperação científica entre a China e o Brasil.
“Ficamos muito honrados em colaborar com a UFRJ para estabelecer este centro tão importante entre os dois países. Podemos considerá-lo um ponto estratégico para a nossa parceria. Empresas chinesas vão visitar o Brasil e empresas e institutos brasileiros vão visitar a China para fazer os intercâmbios acadêmicos e científicos, tudo por meio do centro de inovação, que servirá como ponte”, explicou Huang Yehua.
O foco inicial das pesquisas a serem desenvolvidas será a produção energética, em especial a de energia eólica offshore – fonte limpa e renovável que se obtém aproveitando a força do vento que sopra em alto-mar. Para isso, estuda-se a criação de um laboratório de aerodinâmica com um túnel de vento – instalação que tem por objetivo simular para estudos o efeito do movimento de ar sobre ou ao redor de objetos sólidos.
“A UFRJ seria pioneira no mundo com um túnel de vento ligado a um laboratório oceânico, o LabOceano, para fazer simulações de energia eólica offshore, com troca de informações aerodinâmicas e hidrodinâmicas. A ideia é que esse centro seja internacionalmente importante”, explicou o professor Segen Estefen.
Apesar de ter como ponto de partida um projeto de energia renovável, o centro de inovação pretende ir além do tema “energia”. “Neste centro de inovação, não focaremos somente em energia e petrolíferas. No futuro, precisamos ampliar as pesquisas para outras áreas importantes, como a medicina”, frisou o chinês Huang Yehua, ao final da reunião.
Parceria
Em novembro de 2024, a UFRJ e o governo chinês criaram o Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, com o objetivo de produzir ensino e pesquisa de excelência na área de Engenharia. A UFRJ e a Petrobras participam em parceria com a CUP e a Cnooc. “É um passo concreto para a transformação de nossos países, tornando-os mais competitivos, sustentáveis e justos”, afirmou o gerente-geral de Gestão da Inovação Tecnológica da Petrobras, Júlio Cesar Costa Leite, na ocasião.
Representantes da Universidade de Pequim e da Universidade Estatal de Moscow - Lomonosov assinaram memorando de intenções com a UFRJ | Foto: Reitoria/Divulgação
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinou no sábado, 25/1, um memorando de intenções com as universidades de Pequim, da China, e a Estatal de Moscou, conhecida como Lomonosov, na Rússia, para a integração acadêmica e científica entre as instituições. Construído no contexto do Brics – grupo de países emergentes de que os três fazem parte –, o acordo deve ter como um dos principais resultados concretos o lançamento de um curso de mestrado trilateral inédito no país, na área de Economia e Geociências.
“Consideramos que a assinatura desse acordo trilateral é um feito histórico e um passo fundamental para estreitarmos nossos laços na área de educação, ciência, tecnologia e inovação com a Rússia e a China no contexto do Brics. O acordo envolve as três maiores universidades federais destes países”, ressalta o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que esteve no Kremlin, a sede do governo federal russo, para a assinatura.
O documento estabelece dez eixos de cooperação entre as três universidades, que incluem desde a realização de simpósios e eventos acadêmicos para debates sobre desafios contemporâneos e programas de treinamento e estágios, até a criação de laboratórios e centros de pesquisa conjuntos e a emissão de diplomas de cursos conjuntos – como o do futuro mestrado em Economia e Geociências.
Internacionalização
A parceria faz parte de uma iniciativa mais ampla da UFRJ em colaborar com instituições de ensino e pesquisa de países membros do Brics. “Acreditamos que a cooperação entres os Brics contribuirá para o desenvolvimento social e econômico de nossos povos e para a construção de um mundo multipolar e pacífico”, explica Medronho.
No segundo semestre de 2025, a Universidade deve receber o Fórum de Reitores do Brics. A instituição também passará a contar com o Centro Brasil-Brics de Inovação para Neoindustrialização, a fim de integrar universidades e empresas dos países membros no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
Cooperação de países em desenvolvimento é uma das prioridades da UFRJ | Foto: Reitoria/Divulgação
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, participou nesta quinta-feira, 23/1, de encontro com integrantes da Universidade Estatal de Moscou (MSU) Lomonosov para discutir o fortalecimento da cooperação entre os países do Sul Global, termo usado para definir países em desenvolvimento que compartilham desafios políticos e econômicos similares.
Organizado pela UFRJ e a MSU, o evento, intitulado Rússia, Brasil e África: Fortalecendo a Cooperação entre os Países do Sul Global, acontece na Faculdade de Estudos Globais da MSU, em Moscou. Medronho reuniu-se com o decano da Faculdade de Estudos Globais, professor Ilya V. IlinI, e sua equipe para tratar de formas de estímulo à cooperação entre os três países. O encontro vai até segunda-feira, 27/1.
O Brasil está na presidência do Brics desde 1/1. Formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros integrantes recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã –, o grupo representa um dos principais foros de articulação político-diplomática dos países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas. A UFRJ irá sediar o fórum de reitores das universidades de países do Brics.
A presidência brasileira do Brics, que vai até 31/12, atuará em dois eixos principais: Cooperação do Sul Global e Reforma da Governança Global. Um dos objetivos é fortalecer a cooperação econômica, política e social entre os integrantes do grupo e o aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional, além de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social nessas nações.
Ministro da Educação da China, Huai Jinpeng, durante evento no Centro Tecnológico em novembro | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a China devem ampliar sua cooperação em 2025. Isso porque a maior universidade federal brasileira deve ingressar na Aliança Mundial para a Educação Digital, iniciativa do governo chinês com foco em cooperação internacional na área acadêmica para a transformação digital da educação. O convite para ingressar na aliança foi feito pelo ministro de Educação da China, Huai Jinpeng, em carta à Universidade.
Jinpeng esteve na UFRJ em novembro, quando participou da inauguração do Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, uma parceria entre a UFRJ e a Universidade do Petróleo da China (CUP), e da criação do Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia (BCCSTI, na sigla em inglês), em parceria com a Petrobras e a China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), principal estatal produtora de petróleo daquele país.
Em sua carta, o ministro da educação chinês agradeceu a calorosa recepção e destacou o papel de liderança da UFRJ na cooperação científica e educacional entre os dois países. “Neste novo ponto de partida histórico, espero que sua universidade exerça ainda mais sua influência e inspire outras universidades brasileiras a promoverem cooperação com a China. Em especial, desejo transformar o Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque em uma marca de ouro da cooperação educacional entre China e Brasil, contribuindo positivamente para a formação de talentos de alto nível nas áreas de petróleo, gás, energia e engenharia naval”, escreveu Huai Jinpeng.
A UFRJ também foi convidada a participar da Conferência Mundial da Educação Digital 2025 (World Digital Education Conference, em inglês), que será realizada em maio, na cidade de Wuhan. “A Universidade Federal do Rio de Janeiro se orgulha imensamente de suas parcerias com instituições chinesas. Essas iniciativas simbolizam nosso compromisso conjunto com a promoção da inovação e o enfrentamento de desafios globais”, respondeu o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, destacando o interesse da instituição tanto em participar da conferência, quanto em ingressar na Aliança.
Multilateralismo
A Aliança Mundial para a Educação Digital (World Digital Education Alliance, em inglês) foi oficialmente lançada em 30/1/2024, durante a Conferência Mundial de Educação Digital, realizada em Xangai, na China. Essa iniciativa, liderada pela Associação Chinesa de Educação para Intercâmbio Internacional (Ceaie, na sigla em inglês), reúne 104 instituições de 41 países e regiões, incluindo universidades, organizações internacionais de educação e empresas. Seu objetivo principal é promover a transformação digital da educação em escala global, estabelecendo mecanismos sustentáveis de colaboração internacional, defendendo oportunidades educacionais equitativas e inclusivas e assegurando experiências educacionais de alta qualidade para todos.
A criação da Aliança reflete os princípios estabelecidos pelo Comitê Diretor de Alto Nível da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para a Educação 2030. Ao incentivar a cooperação internacional, a Aliança busca impulsionar a inovação educacional, facilitando a aplicação, o compartilhamento e o desenvolvimento de soluções digitais no ensino. A iniciativa também visa responder às rápidas mudanças tecnológicas e às crescentes demandas da sociedade por educação de qualidade, adaptando-se de forma ágil às novas realidades e promovendo o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes setores.