A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do músico Antonio Meneses, aos 66 anos, no último sábado (3/8), em Basel, na Suíça.
Considerado um dos principais violoncelistas brasileiros de todos os tempos e um dos maiores especialistas no instrumento, ele foi diagnosticado em junho com glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral, que o afastou dos palcos. Meneses recebeu em 2015 o título de doutor honoris causa pela Universidade.
Filho do trompista pernambucano João Meneses, o violoncelista nasceu no Recife, mas cresceu no Rio de Janeiro. Com 12 anos, foi ter aulas com Nydia Otero, já começando a atuar na Orquestra Jovem do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Nesta última, em um dos concertos com o violoncelista italiano Antonio Janigro como solista, músicos amigos fizeram a ponte para que Meneses realizasse uma audição – e lá foi o rapaz para a Alemanha, estudar com o mestre. Ele venceu concursos como o de Munique e o Tchaikovsky, iniciando uma carreira sempre ascendente.
Meneses foi um dos mais célebres solistas e cameristas de sua geração, tocando com os maestros e orquestras mais importantes do mundo – em várias formações, fez duos importantíssimos e de longa duração com os pianistas Menahem Pressler e Maria João Pires. O violoncelista integrou o Beaux Arts Trio e atuou, por anos, ao lado de Pressler e do violinista Daniel Hope.
Estabeleceu-se em Basel, na Suíça, perto da fronteira com a Alemanha, com a segunda mulher, a japonesa Satoko Kuroda. Mas nunca deixaria de vir ao Brasil, ao menos uma vez por ano, tocar com as orquestras do país e com amigos, em formato de câmera.
A pedido do próprio músico, não houve funeral. Antonio Meneses deixa a mulher, Satoko, e o filho, Otávio, do primeiro casamento.