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Nota de Pesar

Adeus a Maria Lucia Teixeira Werneck Vianna

Docente do Instituto de Economia era referência nos estudos previdenciários e importante defensora da democracia

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com profundo pesar, o falecimento da professora Maria Lucia Teixeira Werneck Vianna,  do Instituto de Economia (IE), ocorrido na manhã de segunda-feira, 16/12, aos 81 anos. Marilu, como era carinhosamente conhecida, trilhou trajetória marcada pelo compromisso inabalável com a educação, com a UFRJ e com a defesa da democracia no Brasil.

Professora de Ciência Política no IE, Maria Lucia teve papel fundamental no desenvolvimento acadêmico e político da Universidade. Ocupou cargos de destaque, como decana do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), entre 2017 e 2019. Foi diretora de Graduação e Administrativa do IE, sempre conhecida por sua liderança assertiva e pela busca por melhorias no ensino público.

Em 1962 ingressou no curso de Ciências Sociais, na antiga Faculdade Nacional de Filosofia. Engajada no movimento estudantil pela democracia, fez parte do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional de Estudantes (UNE), junto com Antonio Carlos da Fontoura, Cacá Diegues, Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. Com outros 15 estudantes, foi expulsa pelo Decreto-Lei 477/69 durante a ditadura militar.

Posteriormente formou-se em Ciência Política pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) da UFRJ e obteve título de doutora pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Marilu tornou-se referência nos estudos sobre o sistema de previdência e saúde no país. Ingressou em 1986 como professora na UFRJ, onde sua produção acadêmica e a orientação de diversos alunos contribuíram significativamente para a formação de novas gerações de pesquisadores e estudiosos.

Durante o período da ditadura militar, Maria Lucia foi uma voz ativa contra o autoritarismo. Lutou bravamente pela redemocratização do Brasil, mesmo diante da prisão e da perseguição política. Jamais perdeu a esperança, mantendo viva a crença em um futuro melhor para o país. Seu legado carrega não apenas a marca da militância, mas também a força feminina de uma mãe, irmã, filha e avó que viveu com coragem e generosidade.

Marilu deixa quatro filhos, nove netos e um bisneto, além de uma legião de colegas, alunos e amigos que a admiravam profundamente.