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Nota Oficial

UFRJ está preparada para lidar com a varíola dos macacos (monkeypox)

Universidade preza pela saúde de sua comunidade e tem expertise científica e médica para lidar com a doença e o vírus

Desde o início de maio de 2022, um surto de varíola dos macacos (monkeypox) tem preocupado as autoridades sanitárias no mundo. Os casos foram primeiramente detectados no Reino Unido, Portugal e Espanha, mas progressivamente foram descritos em vários países de diferentes continentes. Em 23/7, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto de monkeypox constitui uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional (Pheic, na sigla em inglês). Até 30/7, 22.400 casos foram confirmados com três óbitos em 79 países. No Brasil, o número de casos confirmados ultrapassa 1.300 com um óbito e mais de 160 casos no Rio de Janeiro.

A doença é causada pelo vírus monkeypox, um poxvírus de circulação até então restrita a países africanos. No surto atual fora da África, tem se mantido a transmissão homem a homem sustentada, sem evidências de infecção em animais até o momento. A transmissão se dá pelo contato:

  1. pele a pele com as lesões pustulares e crostas de uma pessoa infectada;
  2. com secreções respiratórias (saliva, gotículas produzidas durante a fala, espirro e tosse);
  3. com fômites (roupas, lençóis, toalhas usadas por pessoas infectadas). 

Fique atento às manifestações: após incubação de 5 a 21 dias, há o início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital e perianal), podendo estar associada ou não a outros sinais e sintomas, como febre alta, adinamia (fraqueza muscular), mialgia (dor muscular), gânglios aumentados, dor à deglutição e dor anorretal. 

O monkeypox é normalmente autolimitado e dura entre 3 e 4 semanas. Os quadros têm sido normalmente brandos e sem necessidade de internação. Contudo, a hospitalização poderá ser necessária para manejo clínico em casos com intenso desconforto e dificuldade de ingestão de água e/ou alimentos ou dor refratária em região anogenital, infecção bacteriana secundária das lesões cutâneo-mucosas, bem como em quadros mais graves, como a suspeita de encefalite, que podem ocorrer em crianças, gestantes e pessoas com imunossupressão.

Dados epidemiológicos reportados por vários países demonstram que o perfil demográfico do surto atual é bem diferente do que ocorre em países africanos. Nesta primeira fase do surto, mais de 98% da população afetada são compostos por homens que se autodeclaram gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens (GBHSH) abaixo de 40 anos. No entanto, é importante esclarecer que essa não é uma doença exclusiva dessa população. Qualquer pessoa pode ser acometida, independentemente da idade ou orientação sexual, uma vez que a transmissão ocorre majoritariamente pelo contato pele a pele na presença de lesões e por contato direto com saliva e fluidos respiratórios de pessoas infectadas. Portanto, todos estão suscetíveis.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro preza pela saúde de sua comunidade e tem expertise científica e médica para lidar com a doença e o vírus. Assim, já estamos atendendo à comunidade universitária com teste diagnóstico e orientações clínicas. Se você apresenta os sintomas e sinais indicados anteriormente, marque uma avaliação no Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier). Se for recomendado, será encaminhado para testagem e orientação clínica. Queremos reafirmar que não há motivo para pânico e que a UFRJ refuta qualquer estigma ou preconceito. Discriminar pode ser ainda mais danoso do que o vírus.

O Needier está localizado no Polo de Biotecnologia, próximo ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) – Avenida Carlos Chagas Filho, 791, Cidade Universitária, Rio de Janeiro/RJ. Nosso e-mail é consulta@needier.ufrj.br e o telefone/Whatsapp é (21) 96845-8188. Vale ressaltar que o atendimento segue as normas de biossegurança e inclui avaliação médica, coleta de material para diagnóstico na própria UFRJ e orientação clínica.

Adiante, exemplos de erupções cutâneas em pessoas com monkeypox:

1/8/2022
Reitoria e Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes da UFRJ