Categorias
Direto da Reitoria

A ciência voltou 

5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação reuniu diversos setores da sociedade e foi um marco no avanço científico e tecnológico do país

Com a participação de milhares de pessoas, terminou ontem (1/8), em Brasília, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI). Ao longo de três dias, cientistas, pesquisadores, gestores de universidades e políticos debateram propostas para a elaboração de uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que deve vigorar até 2030, com recomendações para os próximos 10 anos. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, encerrou o evento destacando que a conferência traçou um caminho promissor para o futuro científico no Brasil.

A 5ª CNCTI contou com sessões temáticas em salas de palestras, além de plenárias. Entre os diversos temas debatidos, estavam, por exemplo, as políticas para o fortalecimento da indústria brasileira em bases sustentáveis e inovadoras. A conferência também serviu para entregar o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que havia sido encomendado ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), no início do ano, pelo presidente Lula, o qual participou da abertura da 5ª CNCTI.

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho, esteve na abertura da conferência e considerou inspirador o discurso de Lula, demonstrando que quer deixar como legado para a sociedade um Brasil de conhecimento. “Essa conferência teve enorme participação da sociedade como um todo, de cientistas aos povos originários. Foi um belo desfecho de um movimento que já acontece há tempo com as conferências estaduais. Para nós, o tema principal é muito relevante, pois evidencia a necessidade de um Brasil justo, sustentável e desenvolvido. E a ciência é fundamental para se alcançarem esses objetivos. Sem a ciência, não se produz desenvolvimento econômico social, não se combatem as injustiças sociais, não há preparação para as mudanças climáticas, não se desenvolve o país”, afirmou Medronho.

O reitor Roberto Medronho esteve na abertura da conferência e considerou inspirador o discurso de Lula

A Universidade também foi representada pelo diretor do Parque Tecnológico, professor Romildo Toledo, e pelo professor Roberto Lent. O primeiro participou de um debate essencial sobre a cooperação entre universidades e empresas e o estímulo ao empreendedorismo e à formação de mão de obra qualificada, enquanto o segundo coordenou a sessão sobre Ciência para a Educação e a Educação para a Ciência.

Para Toledo, entre os desafios para o fomento e relações com o setor produtivo na articulação e adequação de instrumentos, estão: financiamento insuficiente; necessidade de políticas robustas e contínuas; desarticulação entre agentes federais, estaduais e municipais; presença limitada das secretarias municipais de CT&I, com exceção de grandes cidades; e baixa participação da iniciativa privada. “Esse encontro não acontecia há oito anos. A comunidade científica não estava sendo ouvida, agora novamente ela está sendo”, afirmou.

Com relação aos números da conferência, a ministra Luciana Santos informou que houve 5.300 inscritos presenciais, 4 mil inscritos on-line e mais de 21 mil visualizações no YouTube, totalizando 30 mil participantes. “Nós estamos virando a página do negacionismo no Brasil. Essa é uma tarefa nossa, uma luta de ideias que precisamos afirmar com uma política pública assertiva.”