UFRJ abre as portas para encontro da Escola Internacional dos Brics: Nova Geração

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sedia, nos dias 3 e 4/12, as atividades do encontro anual da Escola Internacional dos Brics: Nova Geração, voltado para o fortalecimento da cooperação internacional entre os países do bloco e da agenda do Sul Global. As palestras e debates acontecem no auditório da Escola de Química, no Centro de Tecnologia, e são abertas ao público.

Na cerimônia de abertura, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, enfatizou a importância do diálogo, da diversidade e da colaboração entre as nações, especialmente no contexto dos Brics e para o enfrentamento de importantes desafios globais, tais como a crise ambiental, a desigualdade social, as ameaças à democracia e as transformações tecnológicas.

“Ao receber esse encontro internacional, reafirmamos nossa vocação para dialogar com o mundo e contribuir para a formação de lideranças capazes de transformar suas sociedades. Este é um espaço de formação política, intelectual e humana”, afirmou Medronho.

Na ocasião, um vídeo da primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi exibido, no qual ela reafirmou o compromisso do governo Lula com o fortalecimento dos espaços multilaterais e a ampliação de alianças e parcerias – aspectos considerados prioritários na política internacional e no exercício da presidência dos Brics.

“Em 2024 e 2025, o Brasil presidiu importantes fóruns internacionais, como o G20 e a COP 30, possibilitando que retomássemos nossa política externa positiva, orientada pela solidariedade, pela cooperação e pelo benefício mútuo. Colhemos resultados políticos relevantes, contribuindo para o fortalecimento do multilateralismo, e ampliamos a participação social nesses processos, algo que consideramos fundamental e estratégico”, disse Janja.

A primeira-dama também defendeu que os estudos sobre o bloco, que estão no foco do evento sediado pela UFRJ, são cruciais para a formação de uma nova geração de líderes e estudiosos que atuem em prol do desenvolvimento, da cooperação e da paz.

“Compreendemos que desafios globais como a crise climática e ambiental, as guerras e conflitos armados que enfrentamos hoje como humanidade, só serão superados com ações coordenadas entre as nações”, complementou.

Para a vice-reitora da Escola Superior de Economia (Universidade HSE), da Rússia, Victoria Panova, que também comanda o Brics Expert Council-Russia, o encontro é fundamental para promover maior conhecimento mútuo. “É vital que compreendamos a história, as tradições, a mentalidade e as abordagens à governança global e às relações internacionais uns dos outros”, disse.

Além do reitor da UFRJ e da vice-reitora da HSE, o cônsul-geral da Federação da Rússia no Rio de Janeiro, Andrei Petrov, compôs a mesa de abertura do evento internacional. “Espero que cada sessão deste encontro seja um tijolo a mais na parede de nosso futuro”, afirmou.

Escola Internacional dos Brics: Nova Geração (Brics International School: New Generation | Brazil)

Pela primeira vez realizada fora da Rússia, onde foi criada, a Escola Internacional dos Brics: Nova Geração é um projeto educacional internacional de destaque, voltado para jovens líderes das nações que compõem o Brics. O programa da edição 2025 é organizado pelo Brics Expert Council–Russia, pela Universidade HSE e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o apoio do Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa. Neste ano, a Escola está sendo realizada no âmbito da Presidência do Brasil no Brics.

O público-alvo é composto por cientistas, analistas, diplomatas, representantes de ministérios e agências governamentais, especialistas de centros de pesquisa, empreendedores, jornalistas e líderes de organizações da juventude e da sociedade civil, com idades entre 18 e 35 anos.

A programação inclui palestras e sessões estratégicas, nas quais os jovens líderes terão a oportunidade de aprofundar-se nas áreas-chave de cooperação dos Brics e de discutirem o papel do grupo na formação de um novo equilíbrio global de poder.

O objetivo principal é construir uma comunidade de jovens profissionais dedicados ao diálogo internacional, ao intercâmbio cultural e à promoção de uma agenda Brics positiva em escala global.

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Evento “Brasil-Rússia: mais perto do que pensamos” celebra cooperação acadêmica com instituições russas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Universidade Estatal Russa de Humanidades (RSUH), promoveu, nesta terça-feira, 25/11, no auditório da Inovateca, no Parque Tecnológico, o evento “Brasil-Rússia: mais perto do que pensamos”. O encontro, organizado pela Superintendência-Geral de Relações Internacionais (Sgri), teve como principais objetivos: discutir possibilidades de colaboração entre o Brasil e a Rússia, fortalecer o diálogo entre as comunidades universitárias dos dois países e apresentar oportunidades de mobilidade acadêmica. 

A UFRJ tem, atualmente, 35 acordos vigentes com instituições russas (https://internacional.ufrj.br/pesquisaacordos/). O fortalecimento do diálogo entre as comunidades universitárias dos dois países é importante para a superação de desafios, como a barreira linguística, e o consequente aumento do fluxo de estudantes. “Nossa grande missão é pensar em estratégias políticas que possam favorecer esse movimento de aproximação entre o Brasil e a Rússia”, disse o superintendente substituto e coordenador-geral da Sgri, Guilherme Antunes Ramos.

Na ocasião, a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, enfatizou que a universidade brasileira tem grande interesse em ampliar os acordos de cooperação acadêmica com a Rússia. “Nós temos incentivado essas iniciativas, nós temos comemorado os entendimentos, porque o nosso foco é fazer com que os nossos estudantes e os estudantes da Rússia se conheçam melhor, tanto em termos técnicos quanto em termos culturais. Nossas culturas são diferentes, mas, ao mesmo tempo, essa mistura, esse intercâmbio faz com que nós cresçamos”, afirmou.

O vice-ministro da Ciência e do Ensino Superior da Rússia, Konstantin Mogilevsky, afirmou, em vídeo exibido na teleconferência, que a crescente demanda por uma interação mais estreita no plano interpessoal e intercultural relaciona-se à influência dos Brics no cenário global. “A cooperação entre nossos países tradicionalmente se sustenta no compromisso comum de fortalecer um mundo multipolar”, declarou.

Para Larissa Caroline Souza da Silva, mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGRI/Uerj), o intercâmbio na Rússia proporcionou maior contato com pesquisadores de vários países, o que enriqueceu sua formação acadêmica e pessoal. “Consegui visitar lugares que até então eu só conhecia através de livros, fotografias e vídeos, além de ter conhecido outras pessoas, de ter participado de programas que me enriqueceram enquanto pesquisadora e também como pessoa”, compartilhou. 

Já a coordenadora-geral da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ, Natália Trindade, explicou que muitos estudantes desejam fazer intercâmbio, mas enfrentam dois obstáculos principais: falta de informação sobre como participar dos programas e dificuldades financeiras para viajar e se manter no exterior. “As ações de financiamento são muito importantes para que os estudantes possam internacionalizar. Para a grande maioria dos jovens brasileiros, realizar uma viagem internacional é um luxo”, defendeu. Natália também reivindicou mais investimentos em políticas linguísticas — tanto para o ensino de russo no Brasil quanto de português na Rússia — e em iniciativas culturais que aproximem os dois países.

Semestralmente, a Sgri lança editais de mobilidade para as instituições com as quais a UFRJ possui acordos de cooperação. Os interessados podem acompanhar as oportunidades pelo site e pelas mídias sociais da Sgri.

Participantes da teleconferência

Participaram do evento “Brasil-Rússia: mais perto do que pensamos” a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci; o superintendente substituto e coordenador-geral da Sgri, Guilherme Antunes Ramos; a pesquisadora da UFRJ, doutora em Ciência da Literatura/Teoria Literária, Verônica de Araújo Costa; a coordenadora-geral da Capes, Helena Cristina Cavalcanti de Albuquerque; o vice-ministro da Ciência e do Ensino Superior da Rússia, Konstantin Mogilevsky; o diretor do Centro de Consultoria para ONGs do Knowledge Hub, da RSUH, Kirill Kostin; o chefe do Departamento de Cooperação Juvenil Internacional e Turismo do Ministério da Ciência e do Ensino Superior da Rússia, Konstantin Malyshev; o vice-diretor da agência russa Rossotrudnichestvo, Pavel Shevtsov; o vice-diretor de Cooperação Internacional do Knowledge Hub, Ivan Kryazhev; e a pesquisadora russa especialista em estudos brasileiros Daria Litova. A mediação foi do russo Alexander Dashichev. Apresentaram experiências de colaboração Brasil-Rússia o professor da UFRJ Alexander Zhebit e as pesquisadoras Larissa Caroline Souza da Silva (Uerj) e Natália Trindade (UFRJ). 

Na plateia, estudantes da graduação e da pós-graduação, professores e representantes das pró-reitorias e de superintendências da UFRJ.

Assista à teleconferência aqui.

Estudantes da graduação e da pós-graduação prestigiaram o evento no auditório da Inovateca

UFRJ inaugura Centro de Acolhimento e Suporte Acadêmico no Centro de Tecnologia

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou, na terça-feira, 4/11, no bloco A do Centro de Tecnologia (CT), ao lado do Restaurante Universitário (RU), as instalações do Casa: Centro de Acolhimento e Suporte Acadêmico. A iniciativa conjunta da Escola Politécnica e da Escola de Química, com o apoio do CT, oferece suporte psicológico e acadêmico aos estudantes de graduação das duas unidades.

O projeto, criado a partir de uma demanda dos discentes, reafirma o compromisso da UFRJ com o bem-estar e a permanência estudantil, criando um espaço de escuta qualificada e apoio integral, especialmente diante dos desafios enfrentados por estudantes do ensino superior. 

A ideia é que, futuramente, outros centros e campi da Universidade repliquem o modelo. “Nós queremos, a partir dessa experiência, expandir para toda a UFRJ. Porque os alunos estão realmente com muitas dificuldades, são jovens em um mundo distópico. São jovens em um mundo totalmente anacrônico”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

De acordo com a diretora da Escola Politécnica, Cláudia do Rosário Vaz Morgado, os benefícios dos atendimentos têm impactado positivamente o desempenho acadêmico dos estudantes. “Você pode ser um aluno muito dedicado, com muito bom desempenho, mas, sem condições físicas e mentais, fica impossível estudar. E Engenharia é um curso que exige muita dedicação”, disse Cláudia.

A diretora da Escola Politécnica, Cláudia do Rosário Vaz Morgado | Foto: Aní Coutinho (SGCOM/UFRJ)

O suporte psicológico é oferecido aos alunos por três equipes do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, como parte das ações de pesquisa e extensão do programa “Promoção de Saúde Mental e Prevenção de Suicídio entre Universitários”. 

“As equipes prestam atendimento clínico em diferentes modalidades de abordagem terapêutica, tanto individual quanto em grupo, numa proposta de uma psicoterapia breve de doze sessões. Embora o atendimento psicológico seja prioritário nas nossas vidas, a demanda é muito grande e a gente teve que priorizar um modelo de atendimento mais breve”, explicou a ex-diretora do IP Ana Cunha, que coordena as ações de pesquisa e extensão no Casa.

Atualmente, o centro conta com 15 estagiários, cinco preceptores e três coordenadoras de equipe, que atuam no acolhimento dos estudantes. A expectativa é que, no semestre de 2025.2, sejam realizados aproximadamente 510 atendimentos psicológicos, considerando uma média de dez sessões por aluno atendido.

A criação do Casa também conta com o apoio do Centro Acadêmico de Engenharia (Caeng) e do Diretório Acadêmico de Engenharia Química (Daeq), que vêm colaborando com a divulgação e o fortalecimento da pauta da saúde mental no ambiente universitário.

“Sabemos que a universidade é, por natureza, um ambiente desafiador, e em especial o campo da Engenharia, marcado por intensas demandas, competitividade e pressão constante. A criação do Casa é um ato de coragem institucional e de sensibilidade humana, que nos lembra que não existe excelência acadêmica sem bem-estar; não há inovação sem pessoas emocionalmente fortalecidas. Que esse espaço seja de fato um lar simbólico dentro da UFRJ, o lugar onde a excelência e o afeto caminham lado a lado”, disse o estudante do curso de Engenharia Química e representante do Daeq Kauã Fagundes.

O estudante do curso de Engenharia Química e representante do Daeq Kauã Fagundes | Foto: Aní Coutinho (SGCOM/UFRJ)

O evento de inauguração do centro contou com a participação do reitor da UFRJ, Roberto Medronho; da vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci; da chefe de gabinete da Reitoria, Fabiana Valéria da Fonseca; do decano do CT, Walter Issamu Suemitsu; da diretora da Escola Politécnica, Cláudia do Rosário Vaz Morgado; da diretora em exercício da Escola de Química, Andréa Medeiros Salgado; da ex-diretora do IP e coordenadora das ações de pesquisa e extensão no Casa, Ana Cunha; do diretor adjunto de políticas estudantis da Escola Politécnica, Álvaro da Silva Monteiro; e dos representantes do corpo discente Kauã Fagundes e Matheus Monteiro Nascimento. 

Na ocasião, três placas foram descerradas: a de inauguração oficial do Centro; uma em agradecimento às professoras e bolsistas do Instituto de Psicologia; e outra em homenagem à aluna Rayssa, que inspirou a criação do Casa.

UFRJ homenageia servidores com mais de cinco décadas de serviços prestados

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concedeu medalhas, nesta segunda-feira, 3/11, a 18 docentes e técnicos-administrativos em educação com mais de 50 anos de trabalho na instituição. A cerimônia foi marcada pela emoção dos agraciados e de seus familiares, que lotaram o auditório do Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). A atividade integrou a programação da Semana do Servidor 2025.

No evento, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, reconheceu a dedicação diária dos homenageados, que, por mais de cinco décadas, contribuíram para alcançar altos padrões de excelência no ensino, na pesquisa e na extensão. “A Universidade é feita de pessoas, de quem nela trabalha. O nosso maior patrimônio são vocês, que trabalharam ao longo destes anos todos, sejam técnicos-administrativos em educação ou docentes. E também os nossos alunos, que não são servidores, mas ajudam a aprimorar o nome da UFRJ, que tem tanto prestígio”, disse. 

Para a vice-reitora, Cássia Turci, a homenagem é uma importante forma de valorização dos servidores da Universidade. “Este reconhecimento faz diferença, porque, quando os novos servidores chegam e veem uma pessoa que está aqui há tanto tempo, eles ficam sabendo que este é um bom lugar para se trabalhar. A gente tem que se esforçar para isso, para que tenhamos um ambiente acolhedor, para que a gente consiga, de fato, trabalhar com todas as pessoas de uma forma harmoniosa, com muito respeito”, defendeu. 

Servidora celebra reconhecimento pelos 50 anos de serviços prestados à UFRJ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

A cerimônia também agraciou nove servidores técnico-administrativos da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) com uma placa de reconhecimento ao mérito administrativo e ao espírito público pela dedicação em garantir a implementação dos direitos dos trabalhadores da Universidade, no contexto da Lei n. 15.141/2025, que alterou as carreiras dos docentes e dos técnicos-administrativos em educação. Foram implementadas mais de 7 mil progressões em tempo recorde. “Foi uma demonstração imensa de compromisso e dedicação. Queremos, com esta homenagem, registrar que o mérito acadêmico e o mérito administrativo são indissociáveis na formação e no fortalecimento da UFRJ”, afirmou a pró-reitora de Pessoal, Neuza Luzia Pinto.

Compondo a mesa ao lado do reitor, da vice-reitora e da pró-reitora de Pessoal, o decano do CCS, Luiz Eurico Nasciutti, um dos 18 homenageados, se emocionou ao receber a medalha. “Fico realmente muito contente de ver esse auditório cheio por um momento que representa muito, não só para os homenageados que aqui estão, mas também pelo que a UFRJ representa para nós e para a nossa sociedade”, disse.

Veja a lista dos servidores agraciados

・com a medalha em homenagem aos 50 anos de serviço público federal:

Ana Regina Machado de Sousa

Angela Maria Camardella Rabello 

Carlos Humberto Lionel de Souza 

Claudio Luis De Amorim 

Fatima Santos Abdalla 

Floriano Carlos Martins Pires Junior 

Joaquim Inacio de Nonno 

Jorge Luis Souza Barradas 

Jorge Luiz do Nascimento 

Luiz Eurico Nasciutti 

Marlei Gomes da Silva 

Marlene dos Santos Lima de Souza Ressur 

Nilson Costa Roberty 

Paulo Raimundo Ferreira 

Paulo Roberto Ribeiro Costa 

Reginaldo Pedro dos Santos Roosevelt Rodrigues Mota 

Sandra Maria de Brito Oliveira 

Sandra Regina Guedes Alves

・com a placa de reconhecimento ao mérito administrativo e espírito público:

Anne Elise Reis da Paixão

Cinthya de Melo Franca

Francisco Diogo Lima Gonçalves

Gildelia Maria de Oliveira

Luciana Snaider Ribeiro

Maria Tereza da Cunha Ramos

Moizes Guanabara de Carvalho

Raiani dos Santos Fernandes Gouveia

Roselea Barbosa Julio Paradella

Comunidade acadêmica será aliada na busca por soluções inovadoras para os problemas da UFRJ

A formulação de um programa de incentivo à realização de compras inovadoras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está em curso. A ideia é aliar o poder de compra governamental – que, de acordo com dados do Sebrae, movimenta em torno de 10% a 15% do PIB Nacional – ao potencial criativo da comunidade acadêmica em busca do desenvolvimento de soluções inovadoras para os problemas da instituição.

“A universidade é uma entidade peculiar dentro da estrutura do governo, pois sua finalidade é produzir conhecimento, inovações. Temos professores, alunos de mestrado, doutorado, laboratórios, atividades intensas de pesquisa em todas as áreas do conhecimento. Portanto, temos os insumos necessários para formular soluções inovadoras para os problemas que nos atingem. Queremos desafiar a nossa comunidade acadêmica, composta por mais de 70 mil pessoas”, explicou o pró-reitor de Gestão e Governança (PR-6), Fernando Peregrino.

Em busca de suporte técnico para viabilizar essas novas práticas, os gestores da UFRJ têm procurado a colaboração de especialistas na área, como o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) André Rauen e o procurador federal da Advocacia-Geral da União (AGU) Bruno Portela, que, na terça-feira, 23/9, palestrou sobre o tema das “compras públicas de inovação” na Reitoria.

O evento híbrido, promovido pela PR-6, contou com a participação do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, da vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, e de representantes das pró-reitorias e do Escritório Técnico da Universidade (ETU).

Dentre os instrumentos jurídicos apresentados para impulsionar as compras de soluções inovadoras, estão o Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI), criado no âmbito do Marco Legal das Startups (Lei Complementar nº 182/2021), a nova Lei de Licitações (14.133/2021) e o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (MLCTI) – um conjunto de reformas legais (Emenda Constitucional nº 85, Lei nº 13.243/2016 e Decreto nº 9.283/2018) que estabelecem as diretrizes para o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil.

“As compras públicas de inovação, com um olhar para a academia, reafirmam que os nossos pesquisadores podem trazer soluções inovadoras sem depender de outros países, o que é importante para a defesa da democracia e da soberania”, afirmou Portela.

A palestra completa pode ser assistida aqui.

Unidades acadêmicas da UFRJ assinam termo de cooperação com a Ebserh

Um termo de cooperação foi assinado, na quarta-feira, 17/9, entre seis unidades acadêmicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que em 2024 assumiu a gestão de parte do Complexo Hospitalar e da Saúde (CHS) da UFRJ. Foram signatárias do acordo a Faculdade de Odontologia (FO), o Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), o Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC), a Faculdade de Farmácia (FF), a Faculdade de Fisioterapia (FFisio) e a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN).

O objetivo é fortalecer as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão nas unidades de saúde da UFRJ administradas pela Ebserh: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), maior hospital do estado do Rio de Janeiro em número de consultas e maior hospital universitário federal do país; Maternidade-Escola, referência para acompanhamento de gestações de alto risco; e Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), primeira estrutura a ser inaugurada na Cidade Universitária, em funcionamento desde 1953.

Para o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, a pactuação do termo de cooperação mostra que a Universidade e a Ebserh estão preocupadas com as questões acadêmicas, para além das melhorias em infraestrutura e na assistência. “Não oferecemos apenas assistência em saúde, mas formamos pessoas, produzimos e difundimos conhecimento. Com o hospital atendendo mais gente, vamos formar melhor os nossos alunos, vamos fazer mais pesquisas de ponta”, afirmou.

Na visão do superintendente-geral da Ebserh, Amâncio Paulino Carvalho, o documento assinado reafirma o compromisso institucional da empresa pública. “Temos a missão de gerir os hospitais e de apoiar o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação. A autonomia universitária não é arranhada, pelo contrário, ela é reforçada na medida em que encontra meios para expressar o seu desenvolvimento completo”, defendeu.

O evento de assinatura do termo foi realizado no Auditório Professor Halley Pacheco de Oliveira, no 8º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Participaram, além do reitor da UFRJ e do superintendente-geral da Ebserh, o decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Luiz Eurico Nasciutti; o superintendente de ensino, pesquisa e inovação do Complexo Hospitalar da UFRJ, Marcelo Land; o superintendente-executivo do HUCFF, Marcos Freire; e representantes das unidades acadêmicas signatárias.

Na ocasião, o diretor da FFisio, Fernando Eduardo Zikan, que coordenou o grupo de trabalho responsável pela formulação do documento, parabenizou os esforços empenhados pelas unidades acadêmicas envolvidas para a criação de um termo único de cooperação. “É de se louvar esta data, principalmente para marcar um terreno institucional da representação das unidades de saúde, que não são somente unidades médicas, mas que são unidades acadêmicas que formam profissionais de saúde de altíssima qualidade para todo o país”, disse.

Diretor da FFisio assina termo de cooperação entre unidades acadêmicas da UFRJ e a Ebserh | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Outros dois termos foram assinados na cerimônia, com o Instituto de Doenças do Tórax (IDT) e com a Fundação Universitária José Bonifácio (Fujb), ambos significativos para o fortalecimento das atividades acadêmicas nas unidades de saúde da UFRJ administradas pela Ebserh.

Obras de instalação do Laboratório de Saúde e Segurança do Trabalhador estão na reta final

O Laboratório de Saúde e Segurança do Trabalhador (LaSST) está prestes a ser inaugurado. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 12/9, em visita técnica realizada por integrantes da Reitoria e da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O LaSST ocupará parte do espaço onde anteriormente funcionava a Bio-Rio, na Cidade Universitária, e tem previsão de inauguração para novembro deste ano. Do outro lado do corredor, ficará a nova sede da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST).

No LaSST, serão realizados os exames periódicos de saúde dos servidores da Universidade, retomados em 2025, a partir da assinatura de um convênio com a Caixa Assistencial Universitária do Rio de Janeiro (Caurj). Além disso, o laboratório contará com consultórios destinados ao atendimento em diferentes especialidades, tais como fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição e psicologia.

Ao conferir o andamento das obras, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, reafirmou que a saúde do trabalhador é uma prioridade da gestão atual. “Este é um compromisso nosso com os servidores: dar a dignidade necessária para que eles possam desempenhar melhor a sua função de servir à população”.

Além da promoção da saúde, a criação do LaSST é acompanhada da expectativa de criação de um banco de dados, fonte de informação para a atuação da PR-4. “Coletaremos informações sobre a saúde dos servidores que vão embasar a criação de políticas e programas de prevenção de doenças. Seremos capazes de traçar perfis a partir das condições de saúde do nosso corpo social”, explicou a pró-reitora de Pessoal, Neuza Luzia Pinto.

Os exames periódicos, apesar de não obrigatórios, são um direito do servidor. “Hoje o grande objetivo é a prevenção, a saúde do trabalhador, mapear a saúde dos servidores da UFRJ. A lei não obriga o servidor a fazer o exame periódico, mas ele é muito importante porque é uma espécie de check-up. Muitos servidores não têm plano de saúde, então a Universidade dará acesso a esses serviços”, disse a engenheira de segurança do trabalho Gisele Barbosa, da Divisão de Vigilância em
Saúde e Segurança do Trabalho (DVSST).

Nesse processo, há exames comuns a todos, como hemograma e urina, e exames específicos. “Serão realizados de acordo com os riscos ocupacionais a que os servidores estão expostos. Servidores que trabalham com agentes químicos, por exemplo, precisam de uma investigação mais específica e serão bem direcionados”,
completou Gisele.

Para a coordenadora do CPST, Angela Grey, a criação do LaSST facilitará o acesso a terapias coletivas e individuais. “A grande importância do laboratório é a possibilidade de os servidores terem um local onde eles poderão ser atendidos, principalmente aqueles servidores que durante o exame periódico forem diagnosticados com alguma enfermidade”, afirmou Angela.

O Laboratório de Saúde e Segurança do Trabalhador conta com a parceria de outras instituições, além de unidades acadêmicas da UFRJ, como a Escola Politécnica, já que a ideia também é fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão.

UFRJ inaugura Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados

Alunos e docentes da Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vinculado à Escola de Química (EQ), tem um motivo para comemorar: a criação do Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados (Lapa), no bloco E do Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária, depois de mais de cinco anos de sonhos, planos e desafios. Nele, serão realizadas atividades de ensino, pesquisa e extensão ligadas ao curso de graduação, criado em 2004 e que atualmente possui avaliação máxima no Enade.

A cerimônia de inauguração foi realizada nesta sexta-feira (29/8), no auditório da EQ, seguida do descerramento da placa. Participaram do evento o reitor da UFRJ, Roberto Medronho; a diretora licenciada da EQ e chefe de gabinete da Reitoria, Fabiana Fonseca; a diretora em exercício da EQ, Andréa Salgado; o diretor-superintendente da Fundação Coppetec, Antônio MacDowell; a gerente do Escritório Técnico da Universidade (ETU), Claudia Oliveira; o subsecretário de Empreendedorismo e Inovação do município do Rio de Janeiro, Bernardo Ainbinder; e os atuais responsáveis pelo novo laboratório, ovacionados pelos alunos presentes na plateia: o coordenador do curso de Engenharia de Alimentos, Ricardo Schmitz, e o professor Ailton Lemes.

Alunos lotaram o auditório da Escola de Química para a inauguração do Lapa | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Para o reitor da UFRJ, a iniciativa vai contribuir para o aprendizado técnico dos alunos. “Ter um laboratório que vai subsidiar a formação de vocês, para que possam servir melhor a sociedade, é motivo de muito júbilo e de muita alegria para nós”, disse Medronho.

A falta de um laboratório para o curso de Engenharia de Alimentos chegou a ser apontada pelo Ministério da Educação (MEC), em anos anteriores, como um ponto negativo. “Faltava um espaço específico para as práticas da Engenharia de Alimentos. Essa era uma necessidade antiga, visando à melhoria da qualidade do curso e dos profissionais formados”, afirmou a diretora em exercício da EQ, Andréa Salgado.

Cerimônia no auditório foi seguida do descerramento da placa do Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

De acordo com Ricardo Schmitz, a iniciativa irá fortalecer a identidade do curso, que engloba conhecimentos das áreas de Engenharia, Gastronomia e Nutrição. “Acreditamos que a construção desse laboratório e de espaços para o desenvolvimento de atividades na área de Engenharia de Alimentos é uma forma de fortalecer o curso, aumentar a visibilidade e o interesse por ele e diminuir a evasão”, afirmou o coordenador.

A conquista é fruto de muito trabalho de diferentes gestões, dos docentes e dos alunos da graduação. “No espaço onde hoje é o laboratório, funcionava um restaurante, ou seja, o local estava sendo usado por um terceirizado. Foi um longo processo administrativo para conseguirmos começar as obras e, hoje, estarmos nesta inauguração”, contou a diretora licenciada da EQ, Fabiana Fonseca.

Lotando o auditório, os alunos da Engenharia de Alimentos não esconderam a alegria pelo novo laboratório – e ainda homenagearam os professores envolvidos no projeto. “Para nós, da Engenharia de Alimentos, é fantástico ter este laboratório, porque basicamente é a materialização do que a gente aprende durante toda a faculdade. Podemos, assim, colocar os processos em prática. Antes, a gente tinha que utilizar laboratórios de outros cursos”, festejou Alexandre, aluno do curso de Engenharia de Alimentos, que em breve se formará.

Novo laboratório fortalece o curso de Engenharia de Alimentos da UFRJ | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“É nítido o quanto os alunos estão empolgados com essa nova estrutura e por terem um espaço para chamar de “casa”. Agora podem vivenciar o dia a dia na universidade de outra forma”, reiterou o professor Ailton Lemes.

O Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados

Com nome de bairro carioca, o Lapa divide-se fisicamente em duas áreas. A que se destina ao processamento de alimentos foi equipada com misturador e fermentador para produção de cervejas e vinhos; tacho para produção de geleia, doce de leite e outros alimentos concentrados; tanque encamisado para pasteurização de alimentos; iogurteira; máquina automatizada para produção de queijo; alambique para produção de bebidas destiladas masseira; além de utensílios básicos de cozinha, como fogão, micro-ondas, forno, batedeira, despolpador de frutas, liquidificador, refrigerador e freezer.

O Lapa possui equipamentos voltados para a produção de alimentos e para a realização de análises | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Já a área voltada para a realização de análises conta com itens como: centrífuga, banho termostático, estufa, pHmetro, agitadores magnéticos, balanças, espectofotômetro.

Além de aulas práticas, o Lapa irá abrigar parte das atividades de projetos de extensão acadêmica, como o Alimentec – Engenharia de Alimentos para a Sociedade, que conta com a participação de 25 alunos da graduação e tem como alguns dos seus objetivos disseminar conhecimento sobre alimentos e suas tecnologias e ressaltar a importância estratégica dessa área do conhecimento para o desenvolvimento sustentável, tecnológico e econômico do país.

Parte dos recursos que viabilizaram a aquisição dos equipamentos do novo laboratório foram conquistados por meio de edital de emenda parlamentar. A iniciativa contemplada foi o Centro de Capacitação em Processamento de Alimentos para Mulheres de Comunidades Populares do Rio de Janeiro, outro projeto de extensão que terá o Lapa como casa. Nele, o foco é a profissionalização de mulheres para o processamento de alimentos, nas áreas de panificação, produtos lácteos e bebidas. A missão é fomentar o empreendedorismo feminino, criando renda para as comunidades e atuando na promoção da saúde e da segurança alimentar.

Produção alimentícia no Lapa vai de geleia a cachaça | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

O Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados da UFRJ também poderá ser utilizado para a realização de pesquisas, por alunos de iniciação científica, e de trabalhos de conclusão de curso. Vislumbra-se, ainda, o atendimento de demandas de empresas juniores da Escola de Química e da Politécnica, principalmente em relação ao desenvolvimento de produtos.

UFRJ firma parceria com prefeitura para fortalecer o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira

Colaboração: Alef Dener (Ascom/Prefeitura de Paracambi)

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Prefeitura de Paracambi celebraram, na sexta-feira, 22/8, um acordo de cooperação técnica com o objetivo de garantir o cumprimento da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas do país. A cerimônia de assinatura da parceria foi realizada na Fábrica do Conhecimento, onde estão sediadas sete instituições de ensino.

O acordo prevê que a UFRJ, por meio da Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada), ofereça formação aos professores da rede municipal de ensino de Paracambi, a fim de capacitá-los para ministrar aulas sobre aspectos da cultura africana no Brasil e estimular uma mentalidade antirracista nos alunos. A Sgaada também subsidiará ações afirmativas no município.

Para o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, a iniciativa reafirma o papel social da Universidade, ao aproximá-la da sociedade, ajudando a produzir transformações em seu meio. “Não viemos aqui para ensinar, mas para aprender e trocar saberes. Nós, da UFRJ, temos o dever de estar aqui em Paracambi e em outros espaços ocupados pelo povo para reconstruir o Brasil”, afirmou.

A missão é “libertar o pensamento”, como explicou a superintendente-geral da Sgaada, Denise Góes. “A formação, acompanhada dos fatos da história que pontuam discriminações seculares e opressões, precisa ser trazida à tona como elemento fundamental para a construção de uma consciência mais crítica, que possa ser capaz de perceber as desigualdades e suas origens. Somente pensando e questionando os lugares subalternos que sempre nos impuseram é que caminharemos na construção de um mundo possível, justo, equânime, plural e igualitário”, disse Denise.

Cooperação técnica foi assinada na Fábrica do Conhecimento, em Paracambi, onde estão sediadas sete instituições de ensino | Foto: Rafael Marra (Ascom/Prefeitura de Paracambi)

O prefeito de Paracambi, Andrezinho Ceciliano, celebrou a parceria com a UFRJ e reforçou a importância do ensino. “Tudo o que queremos transformar começa pela educação. Me sinto honrado de estar neste prédio, que simboliza tanto para a cidade, assinando este termo que irá fortalecer o combate ao racismo e promover mais inclusão na educação de Paracambi”, concluiu.

Também participaram do evento a ouvidora da mulher (OG Mulher/UFRJ), Ângela Bretas, o secretário especial de assuntos parlamentares da Presidência da República, André Ceciliano; o prefeito de Mendes, Jorge Henrique; e o diretor-geral do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ/Campus Paracambi), David Braga.

UFRJ estuda implementação de projetos em parceria com o MST

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, e o economista gaúcho e líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, debateram pautas de mútuo interesse, em reunião realizada na Reitoria, nesta sexta-feira, 15/8.

Dentre os projetos em fase de estudo, está a instalação de uma usina de compostagem acelerada e de um laboratório voltado a pesquisas com micro-organismos, visando à produção de fertilizantes orgânicos para uso na agricultura. A iniciativa é pensada em cooperação com a China, onde a compostagem acelerada é amplamente difundida.

“Inicialmente, vamos trazer a tecnologia chinesa para iniciar esse processo, mas a ideia é desenvolvermos a nossa própria tecnologia. Por exemplo, eu não sei se os micro-organismos que fazem isso muito bem na China são os mesmos daqui do Brasil. Nossos pesquisadores — de todas as áreas — que trabalham com micro-organismos desenvolveriam uma solução brasileira para essa usina de compostagem rápida”, explicou Medronho.

Outra proposta é a criação de cursos de nível superior na UFRJ pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que apoia projetos de ensino voltados ao desenvolvimento das áreas de reforma agrária, direcionado a jovens e adultos moradores de assentamentos criados ou reconhecidos pelo Incra. Nesses moldes, estão sob análise a oferta dos cursos de Engenharia de Produção e Medicina.

“Até hoje, as universidades públicas nunca ofereceram cursos de Medicina para filhos de camponeses em nenhuma parte do Brasil. Os camponeses que nós temos formados médicos foram estudar em Cuba ou na Venezuela, o que é uma vergonha para nós”, afirmou Stédile.

A reunião também abordou como possibilidade de parceria entre a Universidade e o movimento social a compra de alimentos orgânicos produzidos nos assentamentos rurais para utilização nos Restaurantes Universitários da UFRJ. 


“Nós temos investido muito dinheiro no Restaurante Universitário, e uma parceria com o MST nos ajudaria a abastecer o RU com arroz, feijão etc. produzidos nos assentamentos. Seria uma via de mão dupla: ofereceríamos comida orgânica, de melhor qualidade, e ajudaríamos a desenvolver o trabalho que o MST faz, muito importante para o país”, disse Medronho.

Participantes debateram pautas de interesse mútuo | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

O encontro na Reitoria contou com a participação do pró-reitor de Gestão e Governança, Fernando Peregrino, da chefe de gabinete, Fabiana Valéria da Fonseca, e de representantes do MST: Maria Cristina Vargas, Daniel Mancio e Felipe Oteiro.