DIP UFRJ:  um selo de qualidade da saúde pública

A Minerva está em festa pela celebração dos 100 anos de existência da disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para marcar o centenário, foi criado, inclusive, um selo oficial, feito pela estudante Lara Mota Vieira Souza, vencedora do concurso promovido para este fim. Apesar de estar em período de férias, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, fez questão de participar do workshop de abertura das comemorações, realizado na quinta-feira, 9/10, no Auditório Halley Pacheco, situado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), na Cidade Universitária. 

Também estiveram presentes na solenidade de abertura o superintendente-geral do Complexo Hospitalar da UFRJ, Amâncio Carvalho; o diretor da Faculdade de Medicina, Alberto Schanaider; e o chefe e a coordenadora de Graduação do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DDIP), Mariano Zalis e Simone Nouér. Atuante na área de Saúde Pública, com ênfase em Epidemiologia, Medronho, que é professor titular do DDIP da Universidade, expressou o significado da rememoração desse marco, articulando com a vivência de quem também já esteve por quase uma década na direção da Faculdade de Medicina da UFRJ. 

“Em 2025, quando a Faculdade de Medicina faz 217 anos, a disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ alcança seu centenário. Trata-se de uma disciplina que foi dirigida por Carlos Chagas, um dos cientistas mais notáveis do Brasil e do mundo, responsável pelo feito de descrever a Doença de Chagas em todos os seus aspectos, desde os parasitários até os determinantes sociais envolvidos no processo saúde-doença. Com essa breve contextualização, fica evidente o quanto a celebração deste momento tão especial para a ciência, a tecnologia e a inovação do nosso país é motivo de muito orgulho e alegria para a Universidade Federal do Rio de Janeiro”, destaca Medronho, que foi um dos professores contemplados com a medalha comemorativa do centenário.

Professores do departamento recebem medalha comemorativa pelos 100 anos | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Medronho relembra a relevância de Carlos Chagas para a ciência brasileira e mundial na abertura das comemorações | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

O pesquisador Carlos Chagas inaugurou a primeira cadeira de Moléstias Tropicais na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que deu origem ao atual DDIP. De acordo com Simone Nouér, a posse do sanitarista, em 1925, como professor titular, constituiu-se o marco inicial da disciplina. “Desde então, a disciplina se expandiu para um serviço de assistência nos hospitais, pesquisa com o programa de pós-graduação e um departamento dentro da Faculdade de Medicina”, explica a professora. 

Amâncio Carvalho fez questão de destacar o papel do corpo discente na construção dos próximos passos, que o departamento irá traçar daqui por diante: “Hoje, além desse passado tão importante, relatado pelos que trouxeram as histórias relacionadas à trajetória do DDIP, lançamos também as bases para os próximos 100 anos. Temos a perspectiva de atuar no campo da internacionalização. Esperamos poder avançar, olhando para o futuro, voltados para os problemas que surgem, para as doenças emergentes e reemergentes. Para isso, contamos com nossos estudantes, muitos aqui presentes, que venham a se interessar pela área infectocontagiosa”, afirma. 

Plateia atenta no workshop realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

A programação especial pelos 100 anos do DDIP se estende ainda aos dias 10 e 16/10 e inclui exibição de filme, debate e sessão comemorativa da Academia Nacional de Medicina. Para verificar as atividades, na íntegra, basta acessar o link https://www.instagram.com/p/DPlRuyiDVZm/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=czh6dGtzYWhuMzg1.

Por uma ponte do saber em via dupla

Quais os motivos pelos quais as Ciências Humanas enfrentam tantas dificuldades no fomento à pesquisa? Por que determinados saberes são tradicionalmente priorizados em detrimento de outros, muitos oriundos de culturas africanas e indígenas, por exemplo? Essas são algumas das reflexões que estão em pauta no I Seminário Humanas, Ciências!, realizado entre os dias 15 e 17/9, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (Ifcs) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento, organizado pelos professores Rachel Aguiar e Fernando Santoro, é resultado de um projeto de cooperação interdisciplinar, que reúne programas de pesquisa e cursos de graduação e pós-graduação do Centro Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Logo de início, o seminário já deu mostras de que todos os saberes são bem-vindos no fortalecimento da relação entre ciência, tecnologia e sociedade.

A própria mesa de abertura expressou a diversidade das várias áreas do conhecimento convidadas para o debate. Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que é médico, mestre e doutor em Saúde Pública, também estiveram presentes o decano do Centro de Tecnologia (CT), Walter Suemitsu; a representante da Decania do Centro de Ciências da Saúde Maria da Soledade; o decano do Centro de Letras e Artes (CLA), Afranio Gonçalves Barbosa; o decano do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Cabral Lima; o decano do Centro de Filosofia e Ciência Humanas (CFCH), Vantuil Pereira; a coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), Christine Ruta; a diretora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH), Ana Claudia Tavares; o representante do Complexo Hospitalar da UFRJ, babalorixá e professor Ivanir dos Santos; e a presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho. 

Representantes de diversas áreas do conhecimento integrados no debate para valorização e diálogo das Ciências Humanas | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

A intenção do seminário é promover a troca de experiências, o compartilhamento de  pesquisas e a integração de saberes entre os centros da Universidade. Muito mais que um evento pontual, pretende-se que a iniciativa seja um movimento permanente de valorização da ciência e da área das humanidades. Para Medronho, a democratização da ciência é um aspecto fundamental e deve ser firmada em via dupla, inclusive, simbolicamente: 

“Na UFRJ temos uma ponte do saber e isso só reforça que precisamos estar junto com a comunidade, ouvindo respeitosamente e mudando nossos conceitos a partir dos conhecimentos, que são produzidos no dia a dia, que estão nos saberes ancestrais, muitos passados através de história oral. Como nesses anos todos a ciência não se debruçou sobre essas questões? Temos que romper com essa visão colonizadora. Somos a vanguarda junto com a população para esse novo paradigma que tem que ser criado. Além disso, precisamos ter um foco na justiça social e na justiça cognitiva, que reconhece e valoriza a diversidade dos saberes e dos diferentes conhecimentos produzidos neste país”, finaliza o reitor. 

Lembrando que, além de mesas temáticas e apresentação de trabalhos, a 5ª Mostra do Filme Marginal, que difunde produções audiovisuais independentes que trazem à cena personagens e temáticas socialmente marginalizadas, também integra a programação do I Seminário Humanas, Ciências!. Todas as atividades do evento podem ser consultadas por meio do link : https://www.instagram.com/humanascienciasemi/p/DOjAQ0gjiFU/?img_index=4 .

Florescer vida além dos campi

Teve início nessa terça-feira, 2/9, o 1º Simpósio de Sustentabilidade e Educação Regenerativa (SER) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Auditório CGTEC-CT2, na Cidade Universitária. Durante os dois dias de evento, especialistas, pesquisadores, gestores e estudantes estarão reunidos em prol da construção coletiva de uma Universidade mais sustentável, ética e regenerativa. Na programação, palestras inclusivas, mesas temáticas, intervenções artísticas, momentos de trocas de experiências e propostas. A mesa de abertura, presidida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, foi  composta pelo coordenador-geral do SER, Francisco  Esteves, e pela coordenadora do encontro, Jussara Miranda.

Antes do anúncio do corpo solene, houve a apresentação do Grupo de Pesquisa Partitura Encenada, vinculado ao Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão em Dança da Universidade. Após os aplausos da performance, vieram os agradecimentos pelo apoio recebido por meio do corpo social, técnico e da administração central. Colaboração que, de acordo com Esteves, tem sido fundamental para que a coordenação e a equipe do SER articulem, junto à comunidade universitária, o início de uma frutífera jornada: 

“Agradecido, lembro que uma das primeiras ações do reitor, após tomar posse, foi montar um grupo de trabalho heterogêneo e interdisciplinar de sustentabilidade, com integrantes de todos os centros. Posteriormente, tivemos que reduzir o GT, mas seguimos conversando com os centros e órgãos administrativos, fazendo apresentações mais detalhadas e também o levantamento de ações e projetos que já existiam, porém de forma isolada. O que faltava era uma política para integrar essas iniciativas que surgiam na Universidade. E assim, trabalhando bastante, conseguimos conjuntamente construir uma política robusta para a UFRJ, que tem a educação como eixo da sustentabilidade. Esse é o nosso diferencial”, frisou o coordenador-geral do SER. 

Coordenador-geral, Francisco Esteves, relata processo colaborativo de constituição do SER | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Um diferencial robusto

Robustez e diferencial que fizeram com que o Conselho Universitário (Consuni) aprovasse, por unanimidade, a referida política, denominada como SER/UFRJ, na sessão do dia 12/12/2024. O acrônimo para sustentabilidade e educação regenerativa nomeia, ao mesmo tempo, a coordenação e a política de sustentabilidade institucional, cujos conceitos, princípios e diretrizes, por meio de valores e práticas, progressivamente estão sendo integrados às atividades de ensino, pesquisa, extensão, inovação, gestão, governança, planejamento e gerenciamento de projetos e obras na UFRJ: 

“Convidamos todos à reflexão sobre esse par: sustentabilidade e educação regenerativa. Aquela educação, que passa para além da sustentabilidade, que é holística, ecossistêmica, que fala de todas as espécies em equilíbrio e daquilo que é necessário restaurar. É uma educação em que a gente precisa ser também pioneira na UFRJ. Não vamos conseguir caminhar na sustentabilidade sem uma educação regenerativa, sem uma educação que seja abrangente a todas as fases. Neste simpósio, temos palestras que, por exemplo,   abordam a sustentabilidade, a importância da ambientalização curricular. Como nós vamos inserir essa discussão nos currículos das nossas disciplinas de graduação e de pós-graduação? Quais são as estratégias com que a UFRJ vai contribuir para o enfrentamento dos desastres ambientais?”, questionou Jussara Miranda. 

Jussara Miranda ressalta importância da educação regenerativa para sustentabilidade | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Educação como estratégia

Para Medronho, o enfrentamento dos impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes das mudanças climáticas se faz por meio das mudanças nos hábitos de vida dos cidadãos e das sociedades. Neste quesito, sem dúvida, a UFRJ tem muito com o que colaborar: 

“É fundamental educar, já que a educação é o motor principal para o progresso. Nelson Mandela já tinha dito que a educação é a mais poderosa arma para mudar o mundo. Ao criar uma política moderna  de sustentabilidade e educação regenerativa, a UFRJ, mais uma vez, se torna protagonista de uma importante ação de grande alcance científico e social. Através de propostas concretas e objetivas, que estão sendo discutidas e implementadas no âmbito da Coordenação, não há dúvidas de que elas resultarão em maior sustentabilidade, inclusive financeira, para nossa Universidade. Uma política de sustentabilidade com foco em educação regenerativa hoje significa reconciliar sociedade e natureza, garantindo que cada geração aprenda não só a mitigar os impactos, mas a recriar condições para que a vida floresça cada vez mais e melhor na nossa sociedade”, finaliza o reitor. 

 Reitor Roberto Medronho destaca protagonismo da UFRJ com o SER | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Aqueles que quiserem conferir, na íntegra, as atividades de quarta-feira, 3/9, do 1º Simpósio de Sustentabilidade e Educação Regenerativa (SER) da UFRJ podem consultar a programação pelo link https://ser.reitoria.ufrj.br/1o-simposio-sustentabilidade-e-educacao-regenerativa-da-ufrj/. Lembrando que, aos participantes inscritos, será conferido certificado, tanto aos que forem presencialmente quanto aos que assistirem pela internet pelo canal oficial da UFRJ:  https://www.youtube.com/@UFRJ_oficial.

Uma jovem senhora de excelência

“Uma alegria estar comemorando os 92 anos de nossa jovem senhora”. Foi dessa maneira que a diretora em exercício, Andréa Salgado, referiu-se carinhosamente à Escola de Química (EQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante a cerimônia de celebração, realizada nesta segunda-feira, 25/8, na Cidade Universitária. A solenidade, que  abriu oficialmente a Semana da Escola de Química (SEQ) 2025, ocorreu no auditório da EQ, situado no Centro de Tecnologia (CT). Também foram prestadas algumas homenagens àqueles que marcaram a construção dessa história, como ex-alunos, professores e estudantes. 

A mesa, presidida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, foi composta pela vice-reitora, Cássia Turci; pela representante da Decania do CT, Elaine Vazquez; pela diretora licenciada da Escola de Química e chefe de gabinete da Reitoria da UFRJ, Fabiana Fonseca; pela diretora em exercício da Escola de Química, Andréa Salgado; pela presidente da Comissão Organizadora da Semana da EQ, Carla Camargo; e pelo representante do Diretório Acadêmico da EQ, Kauã Fagundes. Em seus depoimentos, os convidados de honra ratificaram a jovialidade da nonagenária instituição, destacando ações inovadoras e de relevância significativa nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.  

Encontro de gerações  

O depoimento do representante do Diretório Acadêmico sintetizou o significado da Semana da Escola de Química (SEQ) 2025, que vai até sexta-feira, 29/8, com uma programação acadêmica, cultural e esportiva variada. Estudante do curso de Engenharia Química na EQ, Fagundes ajudou na divulgação, na criação da identidade visual e na organização desta edição, que tem como lema Ciência, Pertencimento e Inclusão:  

“A escolha dessas palavras foi para traduzir não apenas o que fazemos, mas quem somos, valores que estão no nosso dia a dia, na comunidade acadêmica e que dão sentido ao que construímos juntos. Nesse processo, tive a oportunidade de conhecer de perto os professores, a direção, a coordenação e, principalmente, de levar as vozes e demandas dos alunos para esses espaços. Descobri também que a SEQ é um ponto de encontro de gerações: aquelas que constroem a EQ há décadas e nós, que hoje damos continuidade. Ver de dentro a construção de algo tão grande muda a forma como a gente enxerga a nossa própria história aqui na Universidade”, compartilha.

Representante do Diretório Acadêmico, Kauã Fagundes, participa da abertura da SEQ 2025 | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Formação e pertencimento 

Para além da ótima formação técnica oferecida aos discentes, o reitor da UFRJ afirmou que ficou impactado com a fala de Fagundes e que as palavras do estudante exemplificam a excelência da Escola de Química: “Acho que um dos nossos maiores compromissos como professores é formar os futuros cidadãos deste país. Kauã, tão jovem, já apresenta uma formação cidadã muito marcada. O discurso dele me remeteu à época em que conheci a Escola de Química, em 1977, quando entrei para a Faculdade de Medicina e visitava meu irmão, que era professor da EQ. Hoje é um prazer muito grande vir aqui, não só pelas minhas reminiscências, mas pela excelência da Escola de Química e de seu corpo social. Tanto que tenho vários membros da EQ na minha gestão”, disse Medronho, que não escondeu o desejo de ser engenheiro químico, nos tempos de estudante da UFRJ.

Reitor Roberto Medronho destaca excelência da Escola de Química | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

A vice-reitora lembrou que a Escola de Química da UFRJ tem uma infraestrutura e uma equipe que contribuem para essa formação diferenciada dos estudantes da Universidade: “No Brasil, celebrar uma instituição que se mantém sólida e firme ao longo de tantos anos não é uma tarefa fácil. A infraestrutura da Escola de Química é um exemplo em que temos de nos espelhar para proporcionar a todos os nossos alunos. A EQ tem excelentes laboratórios, salas de aula, além de contar com docentes e TAEs maravilhosos, que fornecem a melhor formação para os nossos estudantes, enriquecida pela diversidade que temos aqui na UFRJ”, frisou Cássia Turci. 

Vice-reitora Cássia Turci elogia infraestrutura e equipe da EQ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Para a chefe de gabinete da Reitoria da UFRJ, uma palavra define a Escola de Química: “Pertencimento! Sinto que todos os que aqui entram, sejam ou não ex-alunos, mesmo estando cada um dedicando-se às suas tarefas diárias, quando a Escola de Química chama, todo mundo vem. Nesta cerimônia, por exemplo, estão presentes colegas que não são mais docentes, aposentados, alunos… Essa é a minha 25ª Semana da Escola de Química, desde a primeira como aluna do mestrado, depois como professora e, posteriormente, como vice-diretora, quando assumi a responsabilidade de organizar a SEQ, atividade que muito me realiza e pela qual tenho grande carinho”, contou Fabiana Fonseca, que, este ano, mesmo como diretora licenciada da EQ, aceitou o convite para organizar o baile, que finaliza a programação do evento comemorativo.  

Chefe de gabinete da Reitoria, Fabiana Fonseca, enfatiza senso de pertencimento do corpo social da EQ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Quem quiser participar das palestras, oficinas, visitas técnicas e atividades interativas oferecidas durante a  Semana da Escola de Química 2025 da UFRJ pode acessar a  programação completa pelo link https://eq.ufrj.br/seq-2025/. Lembrando que a SEQ promove a  integração entre estudantes, docentes, servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) e convidados externos. 


PPPs: um respiro para a saúde pública

Um respirador desenvolvido dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), logo no início da pandemia de Covid-19, não pôde ser utilizado pela população. O motivo foi não haver uma empresa que produzisse o invento em grande escala. O relato, feito pelo reitor da UFRJ, ocorreu nesta quinta-feira, 14/8, na Rio Innovation Week (RIW) 2025, a maior conferência global de tecnologia e inovação. O exemplo foi  citado durante a participação de Roberto Medronho no painel “Parcerias público-privadas no setor de saúde no Brasil: modelos inovadores e cases de sucesso”. 

Ao lado dele, estiveram Luiz Augusto Maltoni Jr, diretor-executivo da Fundação do Câncer; Renato Sucupira, presidente da  BF Capital; e Daniel Soranz, secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro. Durante o debate, os palestrantes, oriundos dos setores público e privado, trocaram experiências concretas para potencializar a colaboração entre as áreas. Mas será que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) realmente podem proporcionar um efetivo respiro diante dos desafios estruturais e operacionais da saúde no país?

Desafios de parceria

Para Medronho, que também é médico com mestrado e doutorado em saúde pública, não há dúvidas sobre a resposta: “O Brasil tem que ampliar a parceria público-privada, que tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico e social de muitos países. Precisamos abrir mão de alguns preconceitos, pois não podemos mais ficar dependentes do que é produzido no exterior. Temos expertise para isso, vide o caso do respirador e tantas outras contribuições produzidas dentro da UFRJ”. 

Reitor da UFRJ foi um dos palestrantes da RIW 2025 | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

De acordo com Sucupira, as PPPs são a solução para os desafios enfrentados na área da  saúde no Brasil, pois possibilitam ações que englobam desde a construção de unidades básicas de saúde até hospitais de alta complexidade em diversas esferas de governo: “Há diversos exemplos de PPPs no país e já começamos a ter resultados com uma avaliação positiva da sociedade sobre esse sistema, que passa a gestão da saúde pública para o privado”, afirma.  

Soranz  mencionou a  adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares  (Ebserh) e destacou  a importância de se ter um leque de opções, tal como o PPP,  para,  de acordo com a necessidade, aplicar o  modelo mais adequado. Sobre essas opções de gestão, Maltoni Jr. também enfatizou que cada instituição tem suas peculiaridades, fazendo-se necessária a existência de alternativas para se pensar o modelo que melhor se ajuste às parcerias. 

Com a experiência de quem esteve nove anos como diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Medronho finalizou sua exposição lembrando a importância do papel da Universidade para estimular o espírito empreendedor e inovador nos estudantes e que se trata de uma questão estratégica e de soberania nacional promover o estreitamento das relações entre a área pública e a privada no que se refere à saúde no Brasil. 

Com a palavra, os veteranos do Gabinete!

Quem presenciou a reunião realizada na quinta-feira, 10/07, na Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve uma certeza: a sabedoria de Minerva realmente é atemporal. O reitor, Roberto Medronho, recebeu cinco dos veteranos gestores que já estiveram à frente da centenária instituição, em diferentes períodos da história universitária. O motivo do encontro? Além de compartilhar conquistas e desafios enfrentados pelo Gabinete, nos dois primeiros anos de sua gestão, ele ouviu atentamente as considerações dos experientes convidados em relação aos novos projetos em andamento.

Após expor brevemente as questões burocráticas e as já conhecidas limitações orçamentárias que, por vezes, retardam o andamento de ações proativas na Universidade, Medronho perguntou: “Frente a essa situação, vamos ficar parados ou correr atrás?”. A indagação foi recebida de forma otimista pelos presentes: Alexandre Pinto Cardoso (1989-1990); Nelson Maculan Filho (1990-1994); Paulo Alcantara Gomes (1994-1998); Sergio Eduardo Longo Fracalanzza (março/2003-junho/2003); Carlos Antônio Levi da Conceição (2011-2015) e Marina Szapiro, vice-diretora do Instituto de Economia, que substituiu  Carlos Frederico Leão Rocha (fevereiro/2023-julho/2023). 

Medronho compartilhou com os ex-reitores a existência de dois novos projetos que estão sendo encaminhados em prol de melhorias para a  UFRJ: “Vamos apresentar um projeto ao Governo Federal, que reivindica à UFRJ parte dos recursos empresariais obtidos com o pré-sal. Afinal, os estudos da Universidade foram fundamentais para que se pudesse perfurar e conquistar petróleo no pré-sal, e não recebemos nada por isso. Nossa ideia também é criar um projeto Minha casa, minha vida para que possamos ter residência estudantil para atender aos alunos que necessitarem. Pensamos em deixar também uma parte desses espaços para receber alunos do exterior e docentes. Na prática, para que isso se concretize, precisamos fazer um contrato com a Caixa Econômica Federal. Depois, o empresário que ganhar a licitação recebe da Caixa para construir essas edificações na Cidade Universitária, de acordo com o nosso plano diretor. Posteriormente, é  feita a entrega das chaves”, expôs animado.  

Grupo conversa sobre investimentos prioritários da instituição | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Prioridades, sugestões e reconhecimento 

O grupo mostrou-se bastante antenado quanto às necessidades e questões internas da UFRJ, bem como quanto às mudanças que estão sendo feitas no cotidiano. Cardoso, por exemplo, frisou que o investimento em cirurgia robótica deveria ser uma das prioridades da Universidade na área da Medicina: “Não podemos ficar sem cirurgia com robô porque isso limita o conhecimento”. Ele também reiterou a legitimidade da participação dos ex-reitores no Conselho Universitário da UFRJ (Consuni). 

Levi, por sua vez, sugeriu que a busca por novos recursos globais para a Universidade também seja feita de modo setorizado, já que há apoiadores específicos para as diversas áreas abrangidas pela instituição. Observador, ele também afirmou ter ficado positivamente surpreso quando viu que as antigas  placas de sinalização da UFRJ estão sendo substituídas. “Acho que esse tipo de reunião pode, de fato, produzir trocas e contribuir para que a nossa universidade supere todas as dificuldades enfrentadas. Louvo a iniciativa do convite para trocarmos impressões e também o fato de o reitor estar cheio de projetos e sonhos. Acredito que essa é a base para qualquer atividade de gestão bem-sucedida”, acrescentou Fracalanzza. 

Dois novos projetos estiveram na pauta do dia | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Memória e empatia 

Maculan destacou a importância desse espaço de escuta, já que é um meio de fazer chegarem à Reitoria questões que, por vezes, podem passar despercebidas, dado o tamanho da UFRJ. Demonstrando empatia, também frisou que algumas das circunstâncias narradas na reunião, de certa forma, foram vivenciadas pelos integrantes do grupo, que representam uma parte da memória institucional: “Nós somos memória da UFRJ, independente da idade. Passamos por fases melhores e piores que o atual reitor. Também tivemos dificuldades, como ele, mas a Universidade merece o nosso trabalho.  Tanto que estou com 82 anos, casei com a Universidade em 1971 e não me divorciei até hoje”, brincou aquele que foi o 21º reitor da UFRJ. 

UFRJ sedia abertura oficial da Semana da Ciência do Brics+

Desde  segunda-feira, 30/6, dois astronautas da Rússia e da Bielorrússia, acompanhados de um grupo de cientistas dos dois países, estão fazendo uma viagem diferenciada. Desta vez, ao invés do espaço, eles têm como destino instituições localizadas em solo brasileiro: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Planetário do Rio de Janeiro, por exemplo. Sem contar que,  até segunda-feira,  7/7,  a referida tripulação também entrará em outro tipo de nave, sem ser a espacial, as chamadas “Naves do Conhecimento da Prefeitura do Rio”. Tratam-se de centros, instalados majoritariamente nas Zonas Norte e Oeste da cidade, cujas atividades visam à democratização ao acesso à tecnologia e à inovação. 

A missão, que quebra barreiras geográficas e linguísticas em prol da popularização e  compartilhamento de conhecimentos científicos para crianças e adultos, está sendo realizada durante a Semana Aberta da Ciência do Brics+ no Rio de Janeiro, cuja cerimônia oficial de início ocorreu na terça 1/7, na Escola de Química, situada na Cidade Universitária. Os responsáveis pela organização do evento, que integra o Nauka 0+, festival de divulgação científica internacional da Rússia, são a UFRJ e a Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, com apoio da Prefeitura e do Governo do Estado do Rio de Janeiro. 

A mesa de abertura teve a presença do reitor da UFRJ,  Roberto Medronho;  do vice-reitor da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov (MSU), Leonid V. Gusev; do cônsul da Federação Russa no Rio de Janeiro, Alexander Korolev; da diretora em exercício da Escola de Química da UFRJ, professora Andrea Medeiros Salgado; do chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (SMCT), Thiago Lopes; dos cosmonautas  Marina Vasilevskaya, da Agência Nacional de Pesquisa Espacial da Bielorrússia, e do coronel-piloto da Federação Russa, Oleg Viktorovich Novitsky.

Reitor da UFRJ relembra memória da infância ligada à ciência | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Medronho compartilhou uma memória afetiva para demonstrar como esse evento, que reúne acadêmicos dos principais centros científicos e educacionais dos países cooperadores, pode impactar o público participante da Semana Aberta da Ciência do Brics+:  

“Na década de 1970, era estudante da escola pública, quando conheci de longe o primeiro astronauta da minha vida, que fez um sobrevoo de alguns metros na Quinta da Boa Vista. Aquela demonstração me encantou. Hoje, conheci pessoalmente uma cosmonauta mulher da Bielorrússia e um astronauta da Rússia. Ressaltei esse episódio da minha infância, porque  fico imaginando o interesse e a curiosidade gerados nos alunos das Naves do Conhecimento ao entrar em contato com essas pessoas tão ilustres e também com os pesquisadores dessas duas grandes nações”, falou emocionado. 

O reitor da UFRJ destacou ainda a amplitude do espectro temático, que compõe a programação. As atividades contemplam conteúdos relacionados às áreas de biologia, física, química, ciências humanas e tecnologia: “Esta semana será muito útil para todos nós. Teremos acesso a inúmeros conhecimentos de ponta, com pesquisadores de alto nível da Rússia e da Bielorrússia, que falarão, por exemplo, sobre exploração do espaço, física quântica, medicina e cuidados da saúde, agrotecnologia, inteligência artificial, química e ciências de materiais”. 

Palestra sobre ciências quânticas e fotônicas na Escola de Química da UFRJ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Frutos da cooperação 

O vice-reitor da universidade estatal russa agradeceu a cooperação e o apoio da UFRJ e da Prefeitura do Rio para que este evento pudesse estar em tantos locais diferentes e mostrou  animação com os possíveis resultados da iniciativa:  “Nos dias 6 e 7/7, haverá a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro e é uma grande honra e alegria ter a possibilidade de abrir esta semana internacional de divulgação científica aqui na UFRJ. Acho que este evento pode trazer muitos frutos, pois além da cooperação com o Brasil, vamos melhorar nossas vidas e as dos nossos filhos”, afirmou.  

E a astronauta da Bielorrússia comentou que frutos são esses, na prática, que podem contribuir, inclusive, com o futuro das próximas gerações: 

“Estarmos juntos representa uma força muito grande. Foi graças à amizade e cooperação entre Rússia e Bielorrússia que os cosmonautas do meu país tiveram a possibilidade de ir ao espaço. Quando estava em uma aeronave, vendo o nosso planeta de fora pela primeira vez,  comecei a chorar, pois era de uma beleza enorme. Só naquele momento entendi que temos que apreciar muito a nossa Terra e não destruir nunca. Acredito que nossa cooperação pode resultar em grandes frutos. Temos que estar juntos: a Rússia, Bielorrússia e o Brasil!”.

Astronauta da Bielorrússia relata importância de cooperação para preservação do planeta | Foto: Projeto Nauka 0+

As atividades da Semana Aberta da Ciência do Brics+, no Rio de Janeiro, incluem ciclo de palestras com temas variados, shows científicos, exposições, oficinas interativas, exibições de filmes, entre outras atrações gratuitas. Para verificar a programação completa, basta acessar o site oficial do evento pelo link https://brasil.festivalnauki.org/programa.

Uma trajetória de muito valor

O mais recente professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao referir-se à sua trajetória acadêmica, se autodefiniu como um “cara de muita sorte!”, no sentido darwiniano, tal qual frisou. Essas foram as primeiras palavras ditas por Paulo Mascarello Bisch, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), durante cerimônia para concessão do título, na terça-feira, 17/6, no Auditório Professora Hertha Meyer, localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ) . 

A honraria é conferida aos docentes titulares aposentados da Universidade, cuja carreira no magistério tenha sido marcada por excepcional relevância para a instituição e para o país.   No caso do homenageado, os impactos de sua atuação estenderam-se a outras universidades nacionais e internacionais. Afinal, transitando entre a física, a físico-química, a biofísica molecular e celular, Bisch tornou-se referência em temas como biologia estrutural, sistemas biológicos, microscopia de força atômica, modelagem molecular, bioinformática, genômica e proteômica. 

Mesa celebra honraria concedida ao docente do IBCCF | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Além do homenageado, a mesa oficial foi composta pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho; pela vice-reitora, Cássia Turci; pelo decano do CCS, Luiz Nasciutti; pela vice-diretora do IBCCF,  Adriane Todeschini; e pelo professor do Instituto de Biofísica, Pedro Geraldo Pascutti, que foi o orador da sessão solene, promovida pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ. De acordo com Medronho, que conhece Bisch há três décadas, a tranquilidade e humildade do docente foram marcas deixadas pelo colega sempre que, nos corredores do CCS, conversavam sobre ciência, tecnologia, ensino e inovação. Mas, além disso, o reitor da UFRJ também destacou outra característica do professor: 

“Para mim, o homenageado é a essência mais pura da tradução da interdisciplinaridade. Físico de formação, graduação e pós-graduação, atuando num centro de excelência, que é o nosso IBCCF, interagindo com médicos, dentistas, pessoal da enfermagem, nutrição, todas as áreas das profissões da saúde, e trabalhando sempre na ponta do conhecimento, com reconhecimento dentro e fora do país.”  

Honra de ser professor

Bisch entrou na cerimônia conduzido por sua Comissão de Honra, integrada por Celso Caruso Neves, Gilberto Weissmuller, Wanderley de Souza e Pascutti, professores do IBCCF; pela docente Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM); pelo pesquisador Laurent Dardenne, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e pela presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, que também é professora do IBCCF. 

Além de parabenizar Bisch, a vice-reitora da UFRJ também destacou, em seu discurso, algo que certamente deixa o docente muito honrado: 

“O professor Paulo falou que foi homenageado com o nome dele no centro acadêmico de Biofísica. Além disso, em uma cerimônia como esta, ver esta sala cheia de estudantes também é algo que aumenta ainda mais nossa alegria e esperança.  Nossa entrada nesta casa, que é a UFRJ, deu-se por meio de concurso para ser professores. Então, para docentes como nós, esse tipo de reconhecimento é muito valoroso!”. 

Sorte compartilhada

Referindo-se ao homenageado, a vice-diretora do IBCCF corroborou com o que já havia sido colocado pelo orador da sessão solene: “Um mestre, um cientista brilhante, um formador de pessoas e, como disse Pedro Pascutti, um construtor de pontes entre a física e a biologia, entre a teoria e a prática, entre diferentes gerações de cientistas e, especialmente, entre pessoas”, falou emocionada. 

Convidados lotam auditório da sessão solene | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Também era possível ver a emoção presente na plateia: professores eméritos, diretores de unidades, representantes de pró-reitorias, docentes, pesquisadores, amigos e muitos alunos que acompanharam de pé a entrega da medalha e do título ao homenageado. Mas, além deles, Bisch lembrou e agradeceu aos seus pais, irmãos e àquela que, segundo ele, foi um dos maiores golpes de sorte de sua vida:  “Finalmente tenho que confessar a imensa sorte de estar casado há mais de 40 anos com Marta Teles, uma parceira de companheirismo inigualável… Devo tudo a ela!”. Pela fala do decano do CCS, a centenária Minerva também deve muito ao homenageado: 

“Essa cerimônia é o reconhecimento formal de que o professor Paulo Bisch é e continuará sendo uma referência intelectual e humana para esta Universidade. Sua trajetória nos honra, sua presença nos engrandece e seu legado seguirá iluminando os caminhos de tantos que ainda virão. Parabéns! A UFRJ é melhor porque teve e tem o senhor na sua história!”. 

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