Comitiva russa visitou reitoria e discutiu parcerias | Foto: SGRI/Divulgação
Uma missão da Universidade Estatal Russa Lomonosov (MSU), a principal universidade da Rússia, se reuniu com a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quinta-feira, 13/3. Na pauta foram debatidas parcerias conjuntas nas áreas de educação e divulgação da ciência. O primeiro fruto da parceria entre as duas instituições será uma feira da ciência, que ocorrerá durante o encontro do Brics, em julho.
Participaram do encontro o vice-reitor de Desenvolvimento Digital da MSU, Leonid Gusev, os vice-reitores adjuntos, Ruslan Proklov e Evgeni Bobkov, e a vice-reitora adjunta e porta-voz da instituição, Larisa Bakulina. Eles foram recebidos pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, pela vice-reitora, Cássia Turcci, e pelo superintendente-geral de Relações Internacionais, Papa Matar Ndiaye.
Parceria
A UFRJ e a MSU ampliaram suas relações no último ano. Em outubro de 2024 uma comitiva da UFRJ, que incluiu Medronho e Ndiaye, esteve na instituição russa debatendo cooperação na área ambiental, de energia e inovação. A visita ocorreu à durante a reunião do Brics, que naquele ano foi sediada em Moscou.
Este ano a reunião do Brics – grupo de economias emergentes inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, recentemente ampliado pela África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Irã e Indonésia – ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7/7.
Representantes da Universidade de Pequim e da Universidade Estatal de Moscow - Lomonosov assinaram memorando de intenções com a UFRJ | Foto: Reitoria/Divulgação
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinou no sábado, 25/1, um memorando de intenções com as universidades de Pequim, da China, e a Estatal de Moscou, conhecida como Lomonosov, na Rússia, para a integração acadêmica e científica entre as instituições. Construído no contexto do Brics – grupo de países emergentes de que os três fazem parte –, o acordo deve ter como um dos principais resultados concretos o lançamento de um curso de mestrado trilateral inédito no país, na área de Economia e Geociências.
“Consideramos que a assinatura desse acordo trilateral é um feito histórico e um passo fundamental para estreitarmos nossos laços na área de educação, ciência, tecnologia e inovação com a Rússia e a China no contexto do Brics. O acordo envolve as três maiores universidades federais destes países”, ressalta o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que esteve no Kremlin, a sede do governo federal russo, para a assinatura.
O documento estabelece dez eixos de cooperação entre as três universidades, que incluem desde a realização de simpósios e eventos acadêmicos para debates sobre desafios contemporâneos e programas de treinamento e estágios, até a criação de laboratórios e centros de pesquisa conjuntos e a emissão de diplomas de cursos conjuntos – como o do futuro mestrado em Economia e Geociências.
Internacionalização
A parceria faz parte de uma iniciativa mais ampla da UFRJ em colaborar com instituições de ensino e pesquisa de países membros do Brics. “Acreditamos que a cooperação entres os Brics contribuirá para o desenvolvimento social e econômico de nossos povos e para a construção de um mundo multipolar e pacífico”, explica Medronho.
No segundo semestre de 2025, a Universidade deve receber o Fórum de Reitores do Brics. A instituição também passará a contar com o Centro Brasil-Brics de Inovação para Neoindustrialização, a fim de integrar universidades e empresas dos países membros no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
Ministro da Educação da China, Huai Jinpeng, durante evento no Centro Tecnológico em novembro | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a China devem ampliar sua cooperação em 2025. Isso porque a maior universidade federal brasileira deve ingressar na Aliança Mundial para a Educação Digital, iniciativa do governo chinês com foco em cooperação internacional na área acadêmica para a transformação digital da educação. O convite para ingressar na aliança foi feito pelo ministro de Educação da China, Huai Jinpeng, em carta à Universidade.
Jinpeng esteve na UFRJ em novembro, quando participou da inauguração do Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, uma parceria entre a UFRJ e a Universidade do Petróleo da China (CUP), e da criação do Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia (BCCSTI, na sigla em inglês), em parceria com a Petrobras e a China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), principal estatal produtora de petróleo daquele país.
Em sua carta, o ministro da educação chinês agradeceu a calorosa recepção e destacou o papel de liderança da UFRJ na cooperação científica e educacional entre os dois países. “Neste novo ponto de partida histórico, espero que sua universidade exerça ainda mais sua influência e inspire outras universidades brasileiras a promoverem cooperação com a China. Em especial, desejo transformar o Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque em uma marca de ouro da cooperação educacional entre China e Brasil, contribuindo positivamente para a formação de talentos de alto nível nas áreas de petróleo, gás, energia e engenharia naval”, escreveu Huai Jinpeng.
A UFRJ também foi convidada a participar da Conferência Mundial da Educação Digital 2025 (World Digital Education Conference, em inglês), que será realizada em maio, na cidade de Wuhan. “A Universidade Federal do Rio de Janeiro se orgulha imensamente de suas parcerias com instituições chinesas. Essas iniciativas simbolizam nosso compromisso conjunto com a promoção da inovação e o enfrentamento de desafios globais”, respondeu o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, destacando o interesse da instituição tanto em participar da conferência, quanto em ingressar na Aliança.
Multilateralismo
A Aliança Mundial para a Educação Digital (World Digital Education Alliance, em inglês) foi oficialmente lançada em 30/1/2024, durante a Conferência Mundial de Educação Digital, realizada em Xangai, na China. Essa iniciativa, liderada pela Associação Chinesa de Educação para Intercâmbio Internacional (Ceaie, na sigla em inglês), reúne 104 instituições de 41 países e regiões, incluindo universidades, organizações internacionais de educação e empresas. Seu objetivo principal é promover a transformação digital da educação em escala global, estabelecendo mecanismos sustentáveis de colaboração internacional, defendendo oportunidades educacionais equitativas e inclusivas e assegurando experiências educacionais de alta qualidade para todos.
A criação da Aliança reflete os princípios estabelecidos pelo Comitê Diretor de Alto Nível da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para a Educação 2030. Ao incentivar a cooperação internacional, a Aliança busca impulsionar a inovação educacional, facilitando a aplicação, o compartilhamento e o desenvolvimento de soluções digitais no ensino. A iniciativa também visa responder às rápidas mudanças tecnológicas e às crescentes demandas da sociedade por educação de qualidade, adaptando-se de forma ágil às novas realidades e promovendo o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes setores.
Totem com o nome dos 25 estudantes e professores mortos durante a ditadura fica no Restaurante Universitário Central | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deu mais um passo significativo para o reconhecimento e a reparação histórica dos crimes cometidos durante a ditadura civil-militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Na quinta-feira, 19/12, foi inaugurado um totem, em frente ao Restaurante Universitário Edson Luís, na Cidade Universitária, em homenagem aos 25 estudantes e professores mortos e desaparecidos em decorrência das ações repressivas do Estado brasileiro.
Durante a cerimônia, que contou com a presença de familiares e militantes pela democracia, foi destacado o papel fundamental dos estudantes e professores homenageados, que sacrificaram suas vidas na luta por uma educação de qualidade e pela preservação da democracia brasileira. “Para nós, do movimento estudantil, é sempre uma honra participar de um momento de resgate da memória. Uma memória que, apesar de ser recente, constantemente tentam fazer esquecer”, afirmou Alexandre Borges, diretor do Diretório Central do Estudantes (DCE) Mário Prata, que leva o nome do estudante de Engenharia baleado por agentes da ditadura em 1971.
O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj), Esteban Crescente, lembrou que a luta pela democracia também é uma luta pelo acesso ao ensino superior. “Esses aqui lutaram para que a Universidade fosse aberta, para que o povo estivesse aqui, porque o certo era não ter muros para a entrada na Universidade… Todos que entrassem no ensino fundamental tivessem, no futuro, direito de cursar Engenharia, Medicina, Belas-Artes, tornar-se professor, melhorar, educar e avançar”, disse.
Memória
O totem foi produzido a partir de um concurso na Escola de Belas Artes (EBA). O projeto vencedor, elaborado pelas alunas Marcele Lins e Natália Rodrigues, teve a coordenação da professora Irene Peixoto. “Nós sabemos que é uma coisa singela, mas que tem um peso emblemático muito grande no sentido de tentar dar alguma memória e alguma reparação a esses estudantes e professores que agora têm o seu nome gravado aqui”, opinou a diretora da EBA, Madalena Grimaldi.
Marcele Lins e Natália Rodrigues, alunas da EBA, foram autoras do projeto do totem | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
Ações como essa, que relembram as vítimas do regime autoritário, são importantes não somente para a memória daqueles que lutaram, mas também como instrumento de conscientização das gerações seguintes sobre a importância da defesa incondicional da democracia. “O importante é que essa luta está sendo desenvolvida pelas gerações seguintes. Essa temática da memória e verdade, justiça e reparação vai ser permanente no Brasil, e assim vão se conquistando, de pouco em pouco, as necessárias reparações”, afirmou o coordenador da Comissão da Memória e Verdade (CMV) da UFRJ, José Sérgio Lopes Leite.
“‘Eu Lembro’ é um ato presente, mas que diz respeito não apenas ao que foi vivenciado, mas às lutas que se travam no presente acerca do que foi vivido. O passado está em disputa no presente, e o desenlace dessa luta diz respeito ao que seremos no futuro”, reforçou Carlos Vainer, professor-emérito da UFRJ que foi o primeiro presidente da CMV e membro da Geração 68 – grupo formado por militantes que lutaram pela democracia entre os anos 60 e 80 e se reuniram novamente durante a pandemia de covid-19 para organizar novo ciclo de lutas contra o autoritarismo político.
“Eu tenho 43 anos, por isso eu não vivi esse momento histórico. Mas eu cresci vendo meus avós lutando por isso, falando disso. Eu cresci com as memórias. Mas a minha avó já se foi, a minha mãe já está ficando mais velha e as gerações vão passando, e as novas gerações vão esquecendo. Então este é um momento importante para que a gente possa manter essa memória viva. Eu vivi essa memória, mas talvez meu filho não tenha a mesma dimensão do que aconteceu”, comentou Sônia Moraes, sobrinha de Sônia Moraes Angel Jones, aluna do Colégio de Aplicação e da então Faculdade de Economia e Administração, expulsa da UFRJ em 1969 e assassinada em condições de tortura em 1973.
Emocionada, a jornalista Hildegard Angel lembrou que a luta pela memória dos crimes da ditadura é constante: “Sou grata não apenas pelo meu irmão ou pela minha cunhada, Sônia Moraes Angel Jones, mas pelo nome de todos que estão aqui. De todos que estão aqui presentes, ouvindo, se interessando por essa história, e nos passando a sua energia para que nós nos mantenhamos nessa vibração da denúncia”. O irmão de Hildegard, Stuart Angel, aluno de Economia da UFRJ, foi torturado e morto em 1971. A mãe deles, a estilista Zuzu Angel, foi assassinada também por agentes da ditadura cinco anos depois, justamente por denunciar o assassinato do filho.
Reitor leu o nome dos homenageados, que foram saudados pelo público | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
Ações
Nos últimos dez anos a UFRJ ampliou as ações de memória e reconhecimento dos efeitos da ditadura no seu corpo social. Em 2013 foi criada a Comissão da Memória e Verdade (CMV), que atuou diretamente na pesquisa e divulgação de detalhes dos acontecimentos do período. Entre as ações empreendidas desde então está, por exemplo, a revogação, em 2015, do doutorado honoris causa do ditador Emílio Garrastazu Médici, que governou o país de 1969 a 1974, período mais duro da ditadura.
Em agosto deste ano, foi realizado pela Universidade, em parceria com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o evento Lembrar Para Não Esquecer: 60 Anos, que prestou homenagem aos estudantes e alunos mortos durante o período. Em outubro, foi reeditado o caderno com biografia e contexto de perseguição política do grupo, que agora é homenageado com o totem.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, encerrou a cerimônia com a leitura dos nomes dos 25 estudantes e professores homenageados, que foram saudados pelo público com a palavra “presente” em um momento de profunda emoção e reverência.
Reitor Roberto Medronho lê os nomes dos estudantes e professores mortos durante a ditadura | Vídeo: Vitor Ramos
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) é uma das unidades de lotação dos novos funcionários | Foto: Artur Moês (SGCOM/UFRJ)
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que neste ano assumiu a gestão de três unidades hospitalares do Complexo Hospitalar e da Saúde (CHS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está com três editais abertos para a contratação de novos funcionários. Os profissionais irão atuar em uma das três unidades geridas em parceria entre as duas instituições: o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a Maternidade Escola (ME) e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG).
Ao todo, são mais de 220 vagas imediatas, além da formação de cadastro de reserva. O edital nº 2 destina vagas para diversas especialidades médicas; já o edital nº 3, para especialidades da área assistencial, como biomédico, assistente social cirurgião-dentista, enfermeiro, farmacêutico, físico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, pedagogo, educador físico, psicólogo, tecnólogo em radiologia, terapeuta ocupacional e técnicos em análises clínicas, citopatologia, enfermagem, farmácia, necropsia, radiologia e saúde bucal.
Também serão selecionados candidatos, no edital nº 4, para o cadastro reserva aos cargos da área administrativa: administração, administração hospitalar, gestão hospitalar, relações públicas, contabilidade, estatística, arquitetura, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenharia clínica, engenharia em segurança do trabalho, além de analista de tecnologia da informação, técnico em segurança do trabalho, assistente administrativo e analista administrativo com formação em qualquer área.
Ao longo de 2024, desde que a Ebserh assumiu as três unidades da UFRJ, outros editais já foram lançados para contratação de funcionários temporários, até que os atuais editais, para efetivos, fossem lançados. Um concurso público realizado pela UFRJ em 2023 também destinou dezenas de vagas para especialidades da área de saúde às unidades hospitalares. Os novos servidores tomaram posse ao longo deste ano.
As inscrições dos editais estarão abertas entre os dias 23/12/2024 a 20/1/2025. Seguindo a legislação vigente, serão destinadas vagas para pessoas com deficiência e para negros, promovendo maior diversidade no corpo social da Universidade.
A chegada de novos funcionários, que vai reforçar a equipe que já atua no Complexo Hospitalar (CH), permitirá tanto a expansão dos atendimentos à comunidade quanto a formação mais adequada dos estudantes de graduação e pós da UFRJ.
Confira no site da Ebserh os três editais e demais orientações.
Homenagem à professora Martha Sorenson aconteceu durante evento que celebra os 20 anos da criação do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Martha Meriwether Sorenson, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM), recebeu, na quarta-feira, 18/12, a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico por seu papel fundamental no ensino, pesquisa e extensão da Universidade. A pesquisadora tem atuação destacada na internacionalização da ciência produzida na UFRJ, além de ser uma defensora ferrenha da ética e da integridade na pesquisa científica.
“Martha tem o perfil de cientista que, ao longo de décadas, vivenciou transformações profundas na comunicação e avaliação da ciência, mantendo uma postura crítica, aberta e disposta a dar um passo atrás para reavaliar as suas próprias perspectivas. Essa atitude, por sua vez, estimula reflexões contínuas sobre práticas de pesquisa diante de um novo ambiente social para a ciência”, descreveu a professora do IBqM Sônia Maria Ramos de Vasconcelos no discurso de saudação à homenageada.
Nascida nos Estados Unidos, Martha cursou mestrado e doutorado em Biologia pela Universidade de Washington. Esteve na UFRJ pela primeira vez entre 1974 e 1976 para umpós-doutorado com bolsa da Fundação Fulbright. Depois de uma temporada como pós-doutora e docente da Universidade Columbia, também nos Estados Unidos, retornou ao Brasil em 1983, ocupando definitivamente o cargo de professora na UFRJ. Apesar da aposentadoria, em 2011, continua atuando no apoio à ciência desenvolvida na instituição.
Além de pesquisas importantes na área de Metabolismo e Bioenergética, tem sido uma voz importante em defesa da ética e da integridade científicas. Durante a entrega da medalha, foi destacado como o seu talento, disposição e determinação para contribuir com a revisão de artigos científicos de colegas e alunos foram fundamentais para a ampliação da qualidade da ciência desenvolvida na UFRJ. Objetiva, assim como os textos acadêmicos que ajuda a revisar, Martha agradeceu a medalha com um pedido. “Neste ano recebi poucos artigos para revisar. Em 2025 espero receber mais”, disse.
Concessão da Medalha Minerva do Mérito Acadêmico à professora Martha foi aprovada por unanimidade e aclamação pelo Conselho Universitário da UFRJ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
“A professora Martha é um exemplo de servidora pública que, de fato, valoriza a educação e ajuda o nosso país a entrar no rumo que nós queremos: com uma educação e uma saúde de qualidade e que as pessoas se sintam felizes em estarem aqui”, destacou a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, que integrou junto com homenageada a Câmara Técnica de Ética em Pesquisa (Ctep) da UFRJ.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, destacou as contribuições de pesquisadores do IBqM para a formação na área de Ciências da Saúde na Universidade e, sobretudo, o papel da homenageada em defesa da ética acadêmica. “A professora Martha tem uma militância na integridade de pesquisa que muito nos orgulha, por isso homenageá-la com a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico é motivo de muito orgulho e de muito júbilo para a nossa Universidade”, completou.
Honraria
Instituída em 2011, a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico é concedida às professoras e aos professores da UFRJ e de outras instituições que tenham se destacado por seu empenho e pela relevância do seu trabalho de ensino, pesquisa e extensão.
Entre os que já foram agraciados com a honraria estão a professora e historiadora Anita Leocádia Prestes, por sua trajetória na historiografia brasileira e por quase 30 anos de dedicação à UFRJ; Yocie Yoneshigue Valentin, referência mundial no estudo das algas marinhas e pioneira no uso de algas como fonte de fármacos; Doris Rosenthal, por sua contribuição à endocrinologia e à formação de várias gerações de pesquisadores; e Waldyr Mendes Ramos, por sua contribuição na formação de diversas gerações de educadores físicos no Brasil.
Professora Martha Sorenson também recebeu homenagem dos alunos e colegas | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
Cerimônia de lançamento da Escola da Inovação foi no Parque Tecnológico | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) passa a contar agora com a Escola de Inovação. Iniciativa do Parque Tecnológico, a nova unidade oferecerá cursos rápidos e direcionados à capacitação profissional com foco em inovação, voltados para atender às demandas do mercado e da sociedade, promovendo o intercâmbio entre o conhecimento gerado na Universidade e os demais setores da sociedade. O lançamento foi na segunda-feira, 16/12.
Para o diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Romildo Toledo, a inovação tem papel fundamental no desenvolvimento social do país. “A inovação passou a ser vista como um ativo. Você transforma ideias em negócios e assim desenvolve a sociedade. É criar bem-estar a partir do conhecimento que as várias universidades geram”, afirmou.
Uma das funções da Escola de Inovação será fornecer formação adequada que complemente a tradicional acadêmica, que, frequentemente, não dá conta da rápida mudança tecnológica. “É fundamental que a gente tenha capacidade de criar conteúdos de forma muito ágil, dinâmica e atenta a todas as mudanças da sociedade”, explica o coordenador da nova escola, Carlos Eduardo Lopes da Silva.
Assim, as formações oferecidas terão três princípios fundamentais: a rapidez, adaptando-se de maneira ágil às novidades e demandas sociais; a parceria com o mercado, articulando-se às suas demandas e tendo profissionais entre os docentes e alunos; e a metodologia, que buscará dialogar com as novas gerações em estratégias inovadoras.
Com o conceito de trilhas de aprendizagem, formação da Escola da Inovação será objetiva e conectada com demandas da sociedade| Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, explicou que a contribuição da escola vai além de seu propósito de formação em empreendedorismo e inovação: “Essa escola vai ser uma inspiração para que a gente possa rediscutir a formação de graduação na nossa instituição e, talvez, no nosso país. Hoje nós temos um número de jovens cada vez menor buscando o ensino superior. Além disso, a nossa evasão tem vários motivos, e um deles é que as metodologias que nós estamos utilizando não estão acompanhando os avanços da própria ciência pela qual nós zelamos tanto”.
Ele lembrou ainda que iniciativas como essa são importantes, pois reconhecem e promovem a troca de saberes entre a sociedade e a Universidade, que, por muito tempo, esteve fechada a qualquer outra forma de conhecimento que não o acadêmico. “Nós temos o saber da sociedade, nós temos o saber do setor produtivo, e a interação desses saberes, aqui na Escola de Inovação, será disruptiva para um povo absolutamente criativo, como é o brasileiro”, completou.
Inovadora
O ecossistema de inovação da UFRJ é referência no Brasil. Com três incubadoras de empresas e um dos principais parques tecnológicos do país, a instituição foi recentemente indicada no Ranking Universitário Folha (RUF) como a segunda universidade mais inovadora do país.
Durante comemoração dos 216 anos da Faculdade de Medicina foi lançada campanha para construção de nova sede | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
A Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FM/UFRJ) celebrou 216 anos de história em evento realizado no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), na na segunda-feira, 9/12. A cerimônia reuniu membros da comunidade acadêmica, ex-alunos e autoridades em uma comemoração marcada pelo reconhecimento da trajetória da mais antiga escola de Medicina em funcionamento do país e pela apresentação de novos desafios: o lançamento de uma campanha para arrecadação de fundos destinados à construção de uma sede própria para a faculdade.
Atualmente, a Faculdade de Medicina ocupa parte do edifício do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), ambos na Cidade Universitária. A iniciativa busca resgatar um projeto antigo, proporcionando um espaço exclusivo e funcional que atenda às necessidades acadêmicas e administrativas da unidade, além de oferecer melhores condições de aprendizado e pesquisa para estudantes e docentes.
“Tenho certeza que nada nos impedirá de cumprir nossa nobre missão de educar e ajudar, curar e acolher. Então, nesse sentido, eu queria que todos nós que fazemos parte da Faculdade de Medicina nos juntássemos nessa empreitada. Este é um compromisso que eu assumo: ajudar a organizar o processo para que esse projeto de construção da sede da Faculdade de Medicina seja bem sucedido”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que se graduou na Faculdade de Medicina da UFRJ, onde é docente.
O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão fez parte da última turma a ingressar na sede histórica da Faculdade de Medicina, na Urca, em 1972. “Eu entendo que estamos aqui iniciando um processo de luta e esperança para que a nossa faculdade recupere espaço e sua glória, e a nossa sociedade se sensibilize e apoie a UFRJ nesse processo de recuperação”, afirmou.
Representante dos servidores técnico-administrativos da UFRJ, Rosemeri dos Santos da Silva destacou como as limitações de espaço comprometem o bom funcionamento da faculdade. “A ausência de espaço adequado limita treinamentos e capacitações. A manutenção de equipamentos sensíveis é prejudicada pela falta de estrutura apropriada. A acessibilidade para pessoas com deficiência precisa ser urgentemente melhorada. Essas dificuldades afetam diretamente a nossa capacidade de oferecer suporte à excelência que caracteriza a Faculdade de Medicina”, afirmou.
Ex-ministro da saúde José Gomes Temporão defendeu união em torno do projeto da nova sede | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
História
Fundada em 1808 pelo então príncipe regente Dom João VI, durante a chegada da família real portuguesa ao Brasil, a Faculdade de Medicina da UFRJ é a segunda escola médica mais antiga do país. Meses antes, havia sido criada a Escola de Medicina da Bahia, atualmente vinculada à Universidade Federal da Bahia. No entanto, devido à localização na capital do reino, o curso carioca entrou em funcionamento antes de sua “irmã” baiana.
Inicialmente, a faculdade ocupava um edifício no Morro do Castelo, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, local onde a cidade foi fundada. Em 1856, foi transferida para a sede do antigo Recolhimento de Órfãos, próximo à Santa Casa, onde permaneceu até 1918, quando conquistou sua sede própria, localizada na Urca.
No entanto, a história dessas sedes foi marcada por transformações urbanísticas. Com a reforma promovida pelo então prefeito Carlos Sampaio, entre 1920 e 1922, o Morro do Castelo foi demolido para dar lugar à atual Avenida Presidente Vargas, resultando na destruição das duas primeiras sedes da escola.
O prédio da Urca, inaugurado em 1918, tornou-se um marco para a instituição e um símbolo de orgulho para a sociedade da época. Nele, figuras proeminentes da ciência brasileira, como Carlos Chagas, ministraram aulas. Contudo, sua história seria interrompida de forma trágica.
Em 1966, durante a ditadura civil-militar, a faculdade foi palco de um episódio violento. Estudantes protestavam contra a cobrança de anuidades nas universidades públicas e o regime autoritário, quando os militares invadiram o prédio, em uma ação que resultou em 600 feridos. Esse episódio, conhecido como “Massacre da Praia Vermelha”, teve ampla repercussão, mesmo em um período de censura à imprensa, e expôs a brutalidade do regime.
O prédio histórico da Urca foi repassado à Eletrobrás e demolido em 1975, encerrando de vez o ciclo de sua existência. Poucos itens do mobiliário e da estrutura original foram preservados e, mais uma vez, a sede de uma das mais antigas escolas médicas do Brasil desapareceu, levando consigo parte significativa de sua história.
Antiga sede da Faculdade de Medicina, demolida nos anos 1970 | Foto: Arquivo Nacional
Cerimônia de concessão de doutorado honoris causa a Gilberto Gil será na Escola de Música, na Lapa | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Gilberto Passos Gil Moreira, conhecido mundialmente como Gilberto Gil, receberá na próxima terça-feira, dia 10/12, o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A cerimônia será às 18h no auditório Leopoldo Miguez da Escola de Música, localizada na Rua do Passeio, na Lapa, e terá transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Universidade.
Este reconhecimento, que partiu de uma iniciativa da Escola de Música e aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) em fevereiro de 2024, destaca sua trajetória como um dos maiores artistas brasileiros, sua atuação como defensor da democracia e seu legado político-cultural no Brasil e no mundo.
Nascido em 26/6/1942, em Salvador, Bahia, Gil cresceu em um ambiente familiar marcado pela música, influenciado por gêneros como baião, samba e bossa nova. Sua relação com a música começou cedo, primeiro aprendendo sanfona e depois violão, instrumento que se tornou central em sua carreira.
Ainda jovem, participou de festivais locais de música no final dos anos 1950, antes de se mudar para São Paulo no início dos anos 1960. Foi nessa época que ele viveu a efervescência da bossa nova e deu início a uma trajetória que culminaria no movimento Tropicalista, do qual foi cofundador, ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gal Costa e Tom Zé.
Uma de suas apresentações mais marcantes foi no Festival de Música Popular Brasileira de 1967, com a canção Domingo no Parque, que incorporava elementos de música popular e experimental, apresentada com arranjo de Rogério Duprat e acompanhada pelo grupo Os Mutantes
Prisão e exílio
O Tropicalismo, marcado pela fusão de gêneros brasileiros e globais, como o rock, o pop e o reggae, provocou uma revolução cultural no Brasil ao desafiar os padrões musicais e políticos da época. A inovação estética, combinada ao uso de guitarras elétricas e à influência da contracultura, posicionou Gil e seus companheiros como alvos de censura tanto pelo regime militar quanto por setores da oposição.
O exílio de Gilberto Gil foi uma consequência direta da repressão imposta pela ditadura civil-militar brasileira, especialmente após o Ato Institucional nº 5 (AI-5), decretado em dezembro de 1968. Em 27/12/1968, dias depois de apresentar a canção Questão de Ordem no III Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, foi preso – exatamente 14 dias após a decretação do AI-5, sob a acusação de “desrespeito a símbolos nacionais” durante apresentações artísticas.
“Se eu ficar em casa
Fico preparando
Palavras de ordem
Para os companheiros
Que esperam nas ruas
Pelo mundo inteiro
Em nome do amor”
Trecho da música Questão de Ordem
Por ter apresentado, no mesmo festival, a música É Proibido Proibir, Caetano Veloso também foi preso. Inicialmente, ambos foram mantidos em pequenas celas, em condições precárias e submetidos a interrogatórios. Após um período em prisão domiciliar em Salvador, foram obrigados ao exílio em julho de 1969. Londres foi escolhida como destino, onde Gil viveu até 1972.
Durante o exílio, ele manteve sua criatividade, absorvendo influências culturais e filosóficas que marcaram sua música nos anos seguintes. Entre suas composições desse período, estão músicas em inglês e a famosa Back in Bahia, que reflete sua saudade do Brasil. Apesar das dificuldades, Gil reconheceu mais tarde que o exílio fortaleceu sua visão artística e política, consolidando-o como um ícone da resistência cultural e da luta pela liberdade.
De volta ao Brasil nos anos 1970, Gil lançou álbuns emblemáticos como Expresso 2222 (1972) e participou do icônico grupo Doces Bárbaros, ao lado de Caetano, Gal e Maria Bethânia, ampliando sua popularidade no país. Após uma temporada na Nigéria, aprofundou as influências afro em sua música, no também celebrado Refavela, de 1977.
Arte de Gilberto Gil extrapolou fronteiras e influenciou artistas de várias partes do mundo | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Sua carreira musical inclui mais de 50 álbuns lançados, muitos deles premiados, como os que lhe renderam Grammys, Grammys Latinos e o Polar Music Prize, considerado por muitos como o “Nobel da música”. Em 2022, foi eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, reafirmando seu impacto na cultura nacional.
Política
Além da música, Gil construiu uma destacada carreira política. Em 1987 e 1988, presidiu a Fundação Gregório de Mattos, em Salvador, onde atuou na formulação de políticas culturais. Entre 1989 e 1992, exerceu mandato de vereador na capital baiana. Mais tarde, entre 2003 e 2008, foi ministro da Cultura. Nesse período, implementou políticas inovadoras, como o programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura, que ampliaram o acesso à cultura e promoveram a diversidade cultural brasileira.
Sua atuação no ministério foi marcada pela articulação entre tecnologias digitais e patrimônio cultural, além de parcerias com universidades, incluindo a UFRJ. Em 2005, foi convidado pela Escola de Música da UFRJ para proferir a aula inaugural do ano letivo, um momento que reforçou sua ligação com a instituição.
Nos últimos anos, manteve-se ativo em sua produção artística. Apresentou-se na abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, lançou em 2018 seu premiado álbum Ok Ok Ok e prepara para 2025 sua última turnê. Batizada de Tempo Rei, terá apresentações em 10 cidades em todas as regiões do Brasil.
A homenagem da UFRJ celebra não apenas o impacto de sua música, mas também sua contribuição como líder cultural e político, comprometido com a valorização da diversidade e com a democratização da cultura. O título de doutor honoris causa reconhece sua trajetória singular, que continua a inspirar gerações no Brasil e no mundo.
Cerimônia de posse realizada em 8/7, uma das várias de 2024 | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)
Um dos desafios enfrentados pela UFRJ em 2024 foi a recomposição de sua força de trabalho. Após anos de restrições para a contratação de novos servidores, mais de 450 profissionais foram integrados às diversas áreas da Universidade. Por ser a maior instituição federal de ensino superior do país, esse é um processo contínuo: um dos maiores concursos para professores da história da UFRJ deve reforçar salas de aula e laboratórios, enquanto uma nova seleção para técnicos administrativos está em estudos.
Com 70 mil alunos, 172 cursos de graduação e 132 programas de pós-graduação stricto sensu, a reposição constante de servidores é essencial para garantir a qualidade no atendimento à comunidade acadêmica e manter a excelência em ensino, pesquisa, extensão e assistência em saúde. Nos últimos anos, no entanto, essa tarefa enfrentou grandes desafios. “A Universidade tem sofrido com um déficit significativo no quadro de servidores devido à extinção de cargos, restrições impostas por decretos e vacâncias”, explica Rejane de Barros, coordenadora de Dimensionamento e Desenvolvimento de Pessoal da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4).
A pandemia de covid-19 agravou ainda mais essa situação, justamente em um momento em que os serviços oferecidos pela UFRJ se tornaram ainda mais indispensáveis. “Durante a pandemia, os concursos precisaram ser suspensos, o que acentuou a necessidade de preenchimento de vagas. Apenas no final de 2022 a Universidade retomou a nomeação de novos servidores”, complementa Rejane.
Desde então, novos concursos foram realizados, permitindo uma recuperação significativa do quadro funcional. Em 2023, dois importantes processos seletivos para servidores técnico-administrativos foram organizados, e os aprovados tomaram posse ao longo de 2024.
Ao todo, 444 profissionais foram nomeados para a carreira de técnico administrativo em educação (TAE); desses, 247 ocupam cargos de nível superior nas mais diversas áreas. São novos músicos para a Orquestra Sinfônica da UFRJ, engenheiros e arquitetos para o Escritório Técnico Universitário (ETU), além de médicos, enfermeiros, odontologistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos para o Complexo Hospitalar e de Saúde (CHS), para citar alguns exemplos. Também foram contratados produtores culturais, administradores, economistas, advogados, pedagogos, biólogos, bibliotecários e outros tantos profissionais que agora atuam em praticamente todos os órgãos da Universidade.
Uma dessas novas servidoras é Luiza de Oliveira Botelho, técnica em assuntos educacionais lotada no Instituto de Física (IF). “Fui aluna de duas grandes universidades públicas e a vida universitária sempre me fascinou. Os aprendizados e experiências que tive foram fundamentais não apenas para minha formação profissional, mas também cidadã. A Universidade Pública promoveu transformações inenarráveis na minha vida: conhecimentos diversos, uma nova forma de ser, de pensar e agir, sempre de forma ética e democrática. Diante disso, a ideia de ser servidora de uma instituição de excelência, como a UFRJ, foi ganhando espaço em meus objetivos pessoais”, conta a servidora.
“Atualmente, estou tendo a oportunidade de fazer pelos alunos e pelos professores o que um dia foi feito por mim quando estudante: contribuir para que as atividades acadêmicas ocorram sempre em alto nível”, explica Luiza, que ressalta a importância do trabalho dos servidores técnico-administrativos. “Todo o suporte administrativo, técnico e operacional essencial para o funcionamento da Universidade é dado pelos TAEs. Todos os serviços burocráticos, do mais simples ao mais complexo, passam por nós: da simples iluminação de uma sala de aula até o suporte em grandes acordos acadêmicos. Se há projeto de pesquisa em andamento, eventos de extensão acontecendo, laboratórios e salas de aula equipadas é porque os TAEs se mobilizaram para que todo o ambiente esteja propício para o aprendizado”, completa.
Luiza de Oliveira Botelho, técnica em assuntos educacionais empossada em agosto de 2024 | Foto: Arquivo Pessoal
Reforço
No nível médio, outros 195 servidores foram contratados, e a demanda foi tão alta que toda a lista de aprovados, incluindo o cadastro de reserva, foi convocada. Ainda assim, a necessidade de reposição permanece. Para atender essa demanda, 20 aprovados no concurso da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para o cargo de assistente administrativo puderam assumir na UFRJ.
Para receber tantos rostos novos, a PR-4 criou o “Integra Minerva – Introdução ao Trabalho na UFRJ”, um ciclo de formação de cerca de duas semanas que faz parte das atividades iniciais dos servidores recém-empossados. “O curso fornece essa formação básica para o servidor que está chegando na UFRJ, destacando a importância do serviço público e o seu papel enquanto servidor público no momento de reconstrução do Estado brasileiro”, explica Rejane.
A formação aborda também aspectos históricos da UFRJ e de seu funcionamento cotidiano, considerando o tripé ensino, pesquisa e extensão e indicando caminhos a serem percorridos para o desenvolvimento do servidor e a qualidade do serviço oferecido à sociedade. “O curso contribui para valorizá-lo e colocá-lo como protagonista do cuidado e responsabilidade com a coisa pública”, completa a coordenadora de Dimensionamento e Desenvolvimento de Pessoal.
Professores
A recomposição do quadro de docentes efetivos também está em curso. Ao longo deste ano, 20 novos docentes foram empossados, e em janeiro de 2024 foi lançado o edital para uma das maiores seleções de professores da UFRJ nas últimas décadas: são 288 vagas, em todas as áreas do conhecimento. A estratégia de organizar a seleção de novos professores em um único edital – e não de forma fragmentada em cada unidade, como ocorre usualmente – possibilita uma melhor adoção de ações afirmativas. Apenas neste edital, serão selecionados 58 docentes por meio de ações afirmativas para pessoas negras e 15 em ações de inclusão de pessoas com deficiência, como determina a legislação.
Em função das especificidades da seleção de professores do ensino superior, cada vaga segue um cronograma próprio, a cargo da comissão formada na própria unidade de ensino. Assim, ao longo do próximo ano, à medida que as seleções forem sendo concluídas, esses docentes iniciarão suas atividades.
Em 2025, também deve continuar a reposição dos cargos técnico-administrativos, tanto pelo concurso realizado em 2023, que continua válido, quanto pela possível realização de novos certames, sobretudo para cargos com alta demanda e nos casos em que o cadastro de reserva já foi totalmente, ou quase totalmente, convocado. “Dando continuidade ao preenchimento de vagas e considerando o levantamento de necessidade de pessoal pelo Programa de Dimensionamento (Prodim), a PR-4 encontra-se em fase de estudo para elaboração de um novo edital”, explica Rejane de Barros.