UFRJ e Ministério das Cidades firmam parceria para políticas públicas urbanas e adaptações climáticas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Ministério das Cidades (MCID) firmaram, na segunda-feira, 02/12, um convênio voltado à avaliação e implementação de políticas públicas urbanas sob a ótica da adaptação climática. O projeto será conduzido pela Universidade, que liderará uma rede de pesquisa responsável por avaliar as políticas públicas federais atualmente em vigor e analisar seus impactos na mitigação dos efeitos nas mudanças do clima.

O projeto “Avaliação e Implementação de Instrumentos de Política Urbana na Perspectiva da Adaptação Climática” busca identificar possibilidades, limites e desafios para integrar políticas urbanas e adaptação climática. “As mudanças climáticas estão entre as nossas prioridades, porque, infelizmente, já são uma realidade no Brasil. Hoje, é imprescindível reconhecer que não existem mais políticas públicas tratadas de forma setorizada. Nosso ministério está comprometido com esse projeto e já vislumbramos a possibilidade de ampliá-lo e escaloná-lo”, afirmou o secretário nacional de Desenvolvimento Urbano do Ministério das Cidades, Carlos Tomé Júnior.

O projeto busca fomentar a criação de uma rede nacional dedicada à avaliação e implementação de instrumentos de política urbana sob a perspectiva das mudanças climáticas, reunindo a expertise de pesquisadores de diversas instituições de ensino superior de todo o país, organizados na Rede Observatório das Metrópoles, sob a liderança do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), unidade vinculada ao  Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da UFRJ.

Durante a assinatura do termo de execução do projeto, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, ressaltou a relevância da universidade pública em um momento decisivo para o país. “A UFRJ tem uma missão muito clara: precisamos contribuir para unir e reconstruir o Brasil. Estabelecer parcerias com ministérios que nos demandam é motivo de grande orgulho, pois confirma que estamos cumprindo nossa função social.”

Segundo Orlando Santos Junior, professor do Ippur e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles, o projeto será implementado em duas etapas. “Primeiramente, realizaremos uma avaliação dos instrumentos de gestão de políticas públicas existentes, verificando sua efetividade e potencialidade no contexto da adaptação climática”, explicou.

Na etapa seguinte, será lançado um edital para aplicação das políticas analisadas em outros 50 municípios, ampliando o impacto da iniciativa e promovendo maior integração entre políticas urbanas e estratégias de adaptação às mudanças climáticas.

Escola Politécnica da UFRJ entrega medalha comemorativa de 150 anos e firma parceria com Instituto Reditus para apoio a estudantes e projetos

A Escola Politécnica (Poli) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) homenageou pessoas e instituições que contribuíram significativamente para sua trajetória de 150 anos de existência entregando uma medalha comemorativa em um evento, na quinta-feira, 28/11, na sede do Clube de Engenharia. Na mesma ocasião, foi oficializado um termo de cooperação com o Instituto Patrimonial Reditus, criado por ex-alunos da Poli. O acordo contempla o financiamento de projetos acadêmicos, a concessão de bolsas para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e a implementação de programas de mentoria e orientação. 

Fundada em 1792, portanto há 232 anos, a unidade acadêmica nasceu como Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro, um centro de formação de Engenharia para militares. Foi apenas em 25 de abril de 1874 que ela foi transformada, por um decreto imperial, na Escola Polytechnica do Rio de Janeiro (então, grafada com “y” e “h”), passando a oferecer formação à sociedade civil. “A história da Poli é uma história de muitas mudanças, que acompanham as mudanças do próprio Estado brasileiro”, afirmou a diretora da Poli, Cláudia Morgado.

Quando a UFRJ foi criada, em 1920, a Escola Politécnica integrou seu núcleo inicial, ao lado da Faculdade Nacional de Direito (FND) e da Faculdade de Medicina (FM). “Nós nos orgulhamos de um passado brilhante. Nos orgulhamos de tudo o que a nossa universidade já fez, está fazendo e fará não apenas para o desenvolvimento econômico nacional, mas também para o desenvolvimento social, cultural, político e ambiental”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, ao defender o papel fundamental das universidades no projeto de desenvolvimento nacional. “Nós precisamos, cada vez mais, da ciência, da tecnologia e da inovação para que possamos efetivamente atingir a verdadeira autonomia”, defendeu.

Uma medalha especial foi cunhada pela Casa da Moeda e entregue a 50 instituições que contribuíram de maneira especial para o desenvolvimento da Engenharia brasileira e da própria Poli no último século e meio.

No anverso da medalha, há imagens em destaque do antigo prédio da Escola Politécnica da UFRJ, situado no Largo São Francisco, onde atualmente funcionam os institutos de História (IH) e de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs), e também de Visconde de Rio Branco, juntamente com as seguintes legendas: 150 anos do primeiro estabelecimento civil para o ensino de Engenharia; Visconde do Rio Branco; e Escola Polytechnica, com as datas de 1874 e 2024.

Entrega de medalhas aconteceu no Clube de Engenharia | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Acordo

Além da entrega das medalhas comemorativas, também foi assinado o acordo com o Instituto Patrimonial Reditus. Entre as ações promovidas pelo Instituto, destacam-se o Edital de Inovação, que já destinou mais de R$ 750 mil para projetos acadêmicos, e a Bolsa Reditus, lançada em 2023, voltada a alunos cotistas em vulnerabilidade social. A parceria com a UFRJ busca ampliar esses programas e fortalecer o impacto positivo das iniciativas no âmbito acadêmico.

O Instituto Reditus, fundado em 2019, teve origem em 2011, quando Daniel Spilberg, então aluno da Escola Politécnica, recebeu uma bolsa de intercâmbio para estudar na França. Após retornar ao Brasil, Spilberg repassou a oportunidade para outro estudante, Raphael Sodero, que deu continuidade à iniciativa, gerando uma rede de apoio que culminou na criação do Instituto. 

Desde então, o Reditus adota o modelo de endowment — fundos patrimoniais amplamente utilizados por universidades nos Estados Unidos — para promover a educação e apoiar a permanência de estudantes na UFRJ. O sistema funciona a partir da criação de um fundo financeiro com doações de egressos da Poli. São os rendimentos desse fundo que financiam as ações do Instituto.

Felipe Berger, presidente da organização, ressaltou que a parceria reforça o compromisso dos ex-alunos com a transformação social por meio da educação. “Com a parceria, permitimos que todo ex-aluno consiga retribuir a educação que recebeu da sua melhor forma. Juntos, vamos unir esforços para apoiar alunos e professores através de editais de inovação, programas de mentoria e bolsas de auxílio financeiro”, disse.

Acordo com a UFRJ vai possibilitar a ampliação das ações do Instituto Reditus | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

UFRJ e governo Chinês criam Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, centro de excelência em engenharia

Com uma comitiva chinesa de representantes da Universidade do Petróleo da China (CUP, na sigla em inglês) e das principais estatais produtoras de petróleo chinesas, liderada pelo ministro da Educação da China, Huai Jinpeng, foi assinado um memorando que cria o Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, instituição que pretende produzir ensino e pesquisa de excelência na área de engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião também foi inaugurado o Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia (BCCSTI, na sigla em inglês).

“Educação é a chave do desenvolvimento para tornar o mundi mais justo. Mais do que a abertura de um centro, este é um marco nas relações Brasil-China. Estamos criando uma ponte para o futuro, e esse Instituto trará grandes contribuições para a engenharia dos dois países”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

O ministro da educação chinês explicou que essa é uma ação para concretizar os acordos assinados pelos governos dos dois países durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20, ocorrida no Rio de Janeiro, na última semana. “Começa uma nova fase na cooperação em ciência, tecnologia e inovação, e no intercâmbio cultural entre os dois países. Vamos integrar pesquisa com indústria e formar engenheiros de excelência entre os dois países”, afirmou Jinpeng.

O funcionamento do BCCSTI segue a lógica “2+2”, ou seja, duas universidades e duas empresas. A UFRJ e a Petrobras participam em parceria com a CUP e a China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), principal estatal produtora de petróleo daquele país.

Acompanharam a assinatura e a inauguração o secretário nacional de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Alexandre Brasil, e o diretor de Relações Internacionais da Capes, Rui Vicente Opperman . Também participaram da cerimônia, representantes da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) e da Companhia Petroquímica da China (Sinopec), outras importantes empresas chinesas do setor de energia. A ideia é que, no futuro, outras universidades chinesas e outras companhias também façam parte do Instituto.

Além de troca de tecnologia e pesquisas conjuntas, pretende-se que engenheiros dos dois países possam participar de cursos de formação fornecidos conjuntamente pelas quatro instituições, numa lógica de formação de engenheiros de excelência. Na UFRJ, o projeto funcionará no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).

Cooperação

A UFRJ mantém uma série de convênios e parcerias com universidades e empresas chinesas, bem como com o governo da China. O ministro da Educação chinês convidou a UFRJ para participar de um fórum de universidades brasileiras na China no próximo ano, quando deve ocorrer uma visita de Estado do governo brasileiro a Pequim. Considera-se a possibilidade de, nesse evento, ocorrer a entrega do título de doutor honoris causa ao presidente chinês, Xi Jinping. O título foi aprovado pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ em 2020.

Após a assinatura dos protocolos, a comitiva visitou a feira universitária promovida pela China Scholarship Council (CSC), que acontece no Centro de Tecnologia (CT), com a presença das principais universidades chinesas.Nas últimas semanas a UFRJ também assinou outro convênio para o intercâmbio acadêmico com a CUP, especializada no setor petrolífero, e com a Universidade Tsinghua, a melhor universidade chinesa. Ambas estão listadas entre as 15 melhores universidades do mundo, segundo ranking da Times Higher Education (THE).

Autoridades do Brasil e da China em cerimônia em evento na Reitoria | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Consuni da UFRJ aprova título de doutora honoris causa a Benedita da Silva

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovou, em reunião na manhã de quinta-feira, 14/11, a concessão de título de doutora honoris causa à deputada federal e ex-governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva. A iniciativa de concessão do título foi do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos – Suely Souza de Almeida (Nepp-DH) e foi aprovada por aclamação pelo conselho superior da UFRJ.

Benedita, nascida em 26/4/1942, no Rio de Janeiro, é uma política brasileira com a trajetória marcada pela defesa dos direitos sociais, especialmente das minorias e populações marginalizadas. Nasceu na antiga favela da Praia do Pinto e, antes de ingressar na política, trabalhou como empregada doméstica, engajando-se como liderança comunitária na comunidade Chapéu Mangueira.

Iniciou a carreira política em 1982, quando foi eleita a primeira vereadora negra da cidade do Rio e uma das primeiras do Brasil. Em 1986, tornou-se a única deputada federal negra do país, consolidando sua atuação no campo dos direitos humanos e da inclusão social durante a assembleia constituinte. Teve papel importante na inclusão dos direitos das minorias na Constituição de 1988.

Ao longo da carreira, Benedita da Silva ocupou diversos cargos de destaque, incluindo o de governadora do Rio, entre 2002 e 2003, e ministra da Assistência e Promoção Social, entre 2003 e 2006. Como deputada federal, tem sido uma voz ativa na luta por políticas de combate ao racismo, pela defesa dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de oportunidades para as populações mais vulneráveis.

Nas próximas semanas a UFRJ e a homenageada deverão definir a data para a outorga do título a Benedita da Silva.

UFRJ e Arábia Saudita discutem parcerias no ensino de língua e cultura árabes

Uma comitiva da Arábia Saudita, liderada por Abdullah bin Saleh Al-Washmi, secretário-geral da King Salman Global Academy for Arabic Language (KSGAAL, na sigla em inglês), visitou a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na sexta-feira, 8/11. O grupo participou de um evento sobre o ensino de árabe na Faculdade de Letras (FL) e, em seguida, se reuniu com a Reitoria para discutir estratégias de aproximação entre as instituições.

Al-Washmi destacou que o objetivo da KSGAAL é formalizar parcerias com países que já possuem laços com o mundo árabe. “Buscamos ampliar o ensino e o desenvolvimento da língua e cultura árabes em países onde há presença de uma comunidade árabe, como é o caso do Brasil”, declarou. “A Arábia Saudita já tem uma relação forte com o Brasil em setores como o turismo e o esporte, e a intenção agora é ampliar para setores como a música, a cultura e a Academia”, completou

Durante o encontro, foram discutidos três projetos: a associação da UFRJ à KSGAAL para ampliar a cooperação e a mobilidade de estudantes e professores, a criação de um centro de pesquisas e estudos da língua e cultura árabes na UFRJ e a promoção de um fórum de reitores de universidades árabes no Brasil.

O evento está previsto para o segundo semestre de 2025. Iniciativa semelhante foi realizada na Rússia neste ano, com a participação de reitores de diversas universidades brasileiras e russas, debatendo temas em comum e estabelecendo acordos de cooperação.

Arábia Saudita tem interesse em expandir cooperação no ensino de língua árabe | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Estamos determinados a ampliar nossa cooperação internacional, com prioridade para os países do Brics. Buscamos um modelo de cooperação mais horizontal, que beneficie todas as partes, promovendo um mundo mais colaborativo e com forças mais equilibradas”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

Cooperação

A KSGAAL é uma instituição criada pelo Ministério da Cultura da Arábia Saudita com o objetivo de promover e desenvolver o uso da língua árabe em nível global. Ela atua em diversas áreas, como educação, linguística computacional e pesquisa científica, oferecendo recursos para a preservação e expansão do idioma. A academia também organiza testes padronizados de proficiência em árabe e reconhece, por meio de prêmios, indivíduos e instituições que contribuem para a disseminação e inovação do uso da língua.

Ao longo da semana foi realizado na FL o Fórum sobre Língua e Cultura Árabe, que teve cursos e palestras sobre o tema, com a participação de Saleh Al-Washmi. A língua e a cultura árabes são ensinados e pesquisados na UFRJ a partir principalmente do Setor de Estudos Árabes, divisão do Departamento de Línguas Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras.

King Salman Global Academy for Arabic Language promove língua e cultura árabe pelo mundo | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Marcos Roberto da Silva Borges recebe título de professor emérito

Na quinta-feira, 7/11, o professor do Instituto de Computação (IC) Marcos Roberto da Silva Borges recebeu o título de professor emérito, honraria atribuída aos docentes aposentados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que, ao longo de sua carreira, prestaram serviços de excepcional relevância à Universidade.

Durante a cerimônia, a vice-reitora da UFRJ, Cassia Turci, destacou o comprometimento do docente com o serviço público: “O professor Marcos Borges reflete tudo aquilo que a gente deseja de um servidor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ser um servidor público é servir realmente à população, contribuir para que a gente tenha um país menos desigual, e o professor Marcos Borges é alguém que dedicou a vida profissional a construir uma sociedade melhor”, disse.

Para o reitor, Roberto Medronho, a honraria não apenas celebra o professor, mas também enaltece a própria Universidade.“Quando conferimos um título de professor emérito a alguém com um biografia como esta, entendemos que não apenas prestamos uma homenagem, mas a própria Universidade se sente honrada por ter em seu corpo social pessoas com uma carreira tão brilhante”, afirmou.

A homenagem também celebrou o papel fundamental do professor Borges na fundação do IC da UFRJ, que iniciou suas atividades em 2021, e sua inestimável contribuição ao ensino, à pesquisa e à extensão na área de informática, formando gerações de profissionais que impactaram o setor no Brasil e no mundo, tanto no universo acadêmico, quanto no mercado e na administração pública. “Eu quero ser mais conhecido pelo sucesso dos meus alunos, do que pela minha contribuição pessoal”, resumiu o homenageado em seu discurso de agradecimento.

Marcos Borges é o primeiro professor emérito do Instituto de Computação (IC) | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

O homenageado

Marcos Roberto da Silva Borges é engenheiro eletricista formado pela UFRJ (1975), com mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela Coppe/UFRJ (1981) e doutorado em Sistemas de Informação pela University of East Anglia, na Inglaterra (1986). Ao longo de sua carreira, realizou pós-doutorado na Santa Clara University, nos EUA (1994-1996), e foi professor visitante em diversas instituições renomadas, como a Universidade de Paris VI e a Universidade Politécnica de Valência. 

Seu extenso legado acadêmico abrange áreas como Banco de Dados, Engenharia de Software e Sistemas Colaborativos, com contribuições relevantes tanto no ensino quanto na orientação de profissionais de destaque. Como pesquisador, Borges acumulou importantes reconhecimentos, como a bolsa de Produtividade em Pesquisa 1-D do CNPq e o título de Cientista do Nosso Estado pela Faperj. Além disso, foi pioneiro na promoção da integração entre extensão, ensino e pesquisa, e fundou grupos e conferências internacionais na área de Sistemas Colaborativos. 

Cerimônia de concessão de título de professor emérito ao Marcos Roberto da Silva Borges | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Leia aqui o perfil do professor Marcos Roberto da Silva Borges

Cientistas da UFRJ divulgam nota técnica sobre coqueluche

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nota técnica sobre a situação epidemiológica da coqueluche, doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis.

Em 2024, o Brasil está enfrentando um crescimento expressivo no número de casos. Foram confirmados 2,9 mil casos da doença até o momento, um aumento considerável em relação aos cerca de 300 casos anuais registrados entre 2020 e 2023. Doze óbitos foram reportados: uma situação alarmante, já que, nos últimos três anos, não havia registro de mortes por coqueluche no país.

No estado do Rio de Janeiro, 216 casos foram confirmados, com dois óbitos. Dois terços das ocorrências estão concentradas na capital fluminense. No campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, seis casos foram confirmados laboratorialmente pelo Needier, em diferentes unidades do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Em resposta, o CCS implementou uma estratégia de enfrentamento que inclui atendimento prioritário e reforço na vacinação.

Leia a nota técnica completa divulgada pelo Needier.

UFRJ concederá título de professor emérito a Marcos Roberto da Silva Borges

A Universidade Federal do Rio de Janeiro concede nesta quinta-feira, 7/11, título de professor emérito ao docente aposentado do Instituto de Computação (IC) Marcos Roberto da Silva Borges. A cerimônia acontece às 15h no anfiteatro Maria Irene de Mello, localizado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN).

O professor Marcos Roberto da Silva Borges é uma figura central no desenvolvimento da computação na UFRJ e no Brasil. Ingressou na Universidade em 1973 como analista de sistemas, passando a integrar o quadro docente em 1981. Sua atuação como professor se estendeu até 2020, quando se aposentou. No entanto, continua a colaborar ativamente como pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Informática da UFRJ.

Homenageado

Formado em Engenharia Elétrica pela UFRJ em 1975, concluiu o mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ) em 1981 e, posteriormente, o doutorado em Sistemas de Informação pela University of East Anglia, Inglaterra, em 1986. Entre 1994 e 1996, realizou seu pós-doutorado na Santa Clara University, nos Estados Unidos.

Ao longo de sua carreira acadêmica, atuou como professor visitante em instituições renomadas, como a Universidade de Paris VI (2001) e a Universidade Politécnica de Valência, Espanha (2004-2005), e foi professor catedrático na Universidade de Navarra, de 2021 a 2022.

Seu legado no ensino é extenso. O professor Marcos Borges foi responsável por ministrar disciplinas nas áreas de Banco de Dados, Engenharia de Software, Interface Humano-Computador e Sistemas Colaborativos, tanto no então Departamento de Ciência da Computação quanto no Programa de Pós-Graduação em Informática e no Programa de Engenharia de Sistemas e Computação/Coppe. Sua dedicação à orientação acadêmica formou gerações de profissionais de destaque na indústria, governo e academia.

Como pesquisador, o professor Borges tem uma trajetória sólida, tendo sido bolsista de Produtividade em Pesquisa 1-D do CNPq (2008-2020) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ (2012-2022). Seu trabalho gerou uma produção científica significativa, incluindo 58 artigos em periódicos acadêmicos, 13 livros, 22 capítulos de livros, além de 236 textos completos apresentados em congressos.

Além de seu papel no ensino e na pesquisa, o professor Borges foi pioneiro na promoção da integração entre extensão, ensino e pesquisa, destacando-se em projetos de interação com a sociedade civil, governo e setor privado. Foi um dos fundadores do grupo de interesse em Engenharia de Software da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e da Comissão Especial de Sistemas Colaborativos, além de atuar internacionalmente na área de Gestão de Emergências.

Marcos Borges também foi um dos fundadores do Collaboration Researchers International Working Group (CRIWG) e da conferência internacional associada, sendo ainda membro de comitês de importantes conferências internacionais como a IEEE-CSCWD e a ACM CSCW. Entre suas honrarias, destacam-se o Distinguished Service Award da ISCRAM (2016), além de diversos prêmios por artigos de destaque.

Ao longo de sua carreira, orientou 17 teses de doutorado, 62 dissertações de mestrado e 58 monografias de graduação, além de participar de mais de 100 bancas de defesa. Sua contribuição à UFRJ também se estendeu a diversas funções administrativas, como a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Informática (2004-2006) e a chefia do Departamento de Ciência da Computação (1992-1994). Atuou em diversas comissões e participou ativamente da Sociedade Brasileira de Computação, além de colaborar com periódicos acadêmicos e comitês de fomento à pesquisa.

Por suas contribuições marcantes à universidade e ao campo da computação, o professor Marcos Roberto da Silva Borges será agraciado com o título de Professor Emérito da UFRJ, um reconhecimento de sua incansável dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão, e de sua importância para o avanço da ciência no Brasil e no mundo.

IPPMG comemora 71 anos com homenagens e planeja expansão de atendimentos

O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), uma das nove unidades hospitalares que compõem o Complexo Hospitalar e da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CHS/UFRJ), comemora seus 71 anos nesta terça-feira, 5/11. Mais do que carregar o legado de uma das principais instituições formadoras de pediatras no Brasil e de ser um dos centros de referência na saúde infantil, o IPPMG mira o futuro: enquanto reestrutura sua equipe, busca ampliar sua capacidade de atendimento à comunidade.

A história do IPPMG confunde-se com a da própria UFRJ. O edifício que abriga o hospital foi projetado por Jorge Machado Moreira e Roberto Burle Marx. Inaugurado em 1953, foi o primeiro prédio da Cidade Universitária, o principal campus da UFRJ. O projeto foi premiado na 2ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada no mesmo ano. A construção é atualmente tombada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), como um exemplar excepcional da arquitetura modernista brasileira.

Desde então, a instituição tem sido fundamental tanto na organização do ensino de pediatria no Brasil quanto no atendimento a crianças, especialmente àquelas que não encontram assistência adequada em outros hospitais da rede pública, como pacientes com múltiplas síndromes e doenças raras. “O IPPMG é uma das joias da nossa coroa. Aqui se formaram muitos nomes da pediatria que se destacaram no Brasil e alguns no exterior”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

Apesar de seu papel histórico e social na saúde pública brasileira, o IPPMG comemora seus 71 anos com os olhos voltados para o futuro. O foco atual está na reestruturação, com a recomposição das equipes e a ampliação dos atendimentos. “Desde o início deste ano, já recebemos 50 novos empregados públicos e, até o final do ano, esse número chegará a 250, o que permitirá ampliar os atendimentos e serviços prestados à comunidade”, afirmou o superintendente-geral do Complexo Hospitalar UFRJ-Ebserh, Amâncio de Carvalho.

O IPPMG conta atualmente com 82 leitos infantis, além de abrigar 92 residentes de Medicina, 24 residentes multiprofissionais e cerca de 80 projetos de pesquisa. Desde 6/6/2024 a gestão do IPPMG, assim como o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e a Maternidade Escola (ME), é feita em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Homenagens

Na cerimônia comemorativa dos 71 anos do IPPMG, foi apresentado o projeto de extensão Alunos Contadores de História (ACH), que em 2024 completa 15 anos. “Posso resumir a emoção de estar comemorando esses 15 anos em duas palavras: gratidão e desejo. Gratidão por todos que contribuíram para chegarmos até aqui. E desejo de seguirmos além de tudo que construímos até agora. Que venham muitos outros anos!”, afirmou Verônica Pinheiro, enfermeira e coordenadora do projeto.

Durante a cerimônia, também foi entregue o Prêmio Luiz Afonso Henriques Mariz, que homenageia profissionais que se destacaram na pediatria e no ensino, pesquisa e extensão do IPPMG. A honraria leva o nome do professor da Faculdade de Medicina que dedicou 49 anos ao hospital, sendo fundamental para o seu desenvolvimento e para alcançar altos níveis de excelência.

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira é referência no Brasil | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Confira a lista dos homenageados com o Prêmio Luiz Afonso Henriques Mariz.

  • Carlos Hamilton Souto Vasques;
  • Cristiane de Mello Vieira;
  • Danielle dos Santos Rosa;
  • Edilson do Nascimento (Batata);
  • Eduardo Almeida Pernambuco;
  • Emerson da Silva Santos;
  • Flávia Oliveira Barbosa;
  • Gerly Lucy Miceli;
  • Jadir da Silva;
  • Luiz Claudio Bhering;
  • Manoel de Souza Barbosa (Lula);
  • Marcelo de Oliveiras Santos;
  • Mario José Ventura Marques;
  • Marta Cristine Felix Rodrigues;
  • Patricia Lima Rodrigues;
  • Ramon Eduardo dos Santos;
  • Rogério Gonçalves de Faria;
  • Solange Santana;
  • Zilda da Lapa.

Ministro da Saúde da Itália visita UFRJ e destaca multidisciplinaridade da instituição

Uma comitiva de representantes da Itália visitou a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na sexta-feira, 1º/11. Liderado pelo ministro da Saúde italiano, Orazio Schillaci, o grupo visitou a Faculdade de Medicina e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e em seguida foram recebidos pela vice-reitora, Cassia Turci.

Participaram ainda da visita o conselheiro diplomático do Ministério da Saúde italiano, Gabriele Altana, e o diretor de Relações Internacionais, Sergio Iavicoli, além do embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, e do cônsul-geral da Itália no Rio de Janeiro, Massimiliano Iacchini. Também acompanharam a comitiva a secretária de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Claudia Mello, e o adido econômico do consulado, Pietrino Cadoni.

O ministro da Saúde destacou o papel multidisciplinar da UFRJ. “Vendo os números da Universidade, percebo que ela tem muitas similaridades com as maiores universidades italianas, e pude perceber a multidisciplinaridade da universidade, com muitos cursos que dialogam entre si. No mundo de hoje, é fundamental que a universidade atue de forma multidisciplinar”, disse Orazio Schillaci.

“Nós temos muitos problemas de infraestrutura, mas, apesar de tudo, nossa Universidade está avançando muito”, destacou a vice-reitora Cassia Turcci, comentando o crescimento expressivo da instituição. Nos últimos dez anos, a UFRJ dobrou o número de vagas em cursos de graduação e pós-graduação, além de ampliar a diversidade de pesquisas e formações oferecidas em praticamente todas as áreas do conhecimento.

Comitiva de autoridades da Itália e do Brasil se reuniu na UFRJ | Foto: Moises Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Cooperação

A UFRJ desenvolve uma série de ações de cooperação com instituições italianas em várias áreas do conhecimento, como a química e as letras. A ideia é que a partir do encontro institucional essas parcerias se intensifiquem e se institucionalizem. “É fundamental a ampliação da nossa cooperação acadêmica, já que a relação cultural entre Brasil e Itália é intensa e histórica”, comentou o embaixador Alessandro Cortese.

Massimiliano Iacchini destacou o grande interesse dos estudantes da UFRJ pela língua e cultura italianas: “Sempre colaboramos e oferecemos apoio à Universidade no que for possível, e temos observado um notável interesse dos alunos, especialmente em relação à língua e à cultura italianas. Todos os anos, durante a Semana da Língua Italiana, notamos uma participação significativa e bastante engajada por parte dos estudantes”, afirmou.

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