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Adeus a Hésio Cordeiro

O médico sanitarista morreu no domingo, aos 78 anos, deixando legado de contribuições para a saúde pública.

Faleceu no domingo, 8/11, o médico sanitarista Hésio de Albuquerque Cordeiro. Com pesar, a Reitoria da UFRJ lamenta a morte de um dos grandes nomes da ciência no Brasil, o qual sempre lutou pelo direito à saúde dos brasileiros. Portador de uma doença degenerativa, ele faleceu aos 78 anos e não deixou filhos.

Na década de 1960, Cordeiro realizou cursos e visitas técnicas às escolas de medicina preventiva estadunidenses e se tornou um dos grandes debatedores para o fortalecimento do campo da Saúde Coletiva em nosso país. Hésio Cordeiro era defensor do Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira e adotava o preceito de que a saúde é um dever do Estado, em caráter universal e integral, para a toda a população, base do capítulo sobre saúde da Constituição Federal de 1988.

Ele foi responsável pela formação de diversos sanitaristas nas instituições por onde passou, como o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), do qual foi criador, ou como professor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), da qual recebeu o título de doutor honoris causa.

Hésio de Albuquerque Cordeiro nasceu em 21/5/1942, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Graduou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da então Universidade do Estado da Guanabara no ano de 1965. Fez mestrado na mesma instituição, em 1978, e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), em 1981.

Entre os anos de 1983 e 1985, Cordeiro presidiu a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). Ele integrou o Grupo de Trabalho para o Programa de Saúde da Coordenação do Plano de Ação do governo do presidente Tancredo Neves para ampliação e organização do sistema de saúde brasileiro. Hesio trabalhou também como consultor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), atuando em diversos países. Ele também foi presidente, de 1985 a 1988, do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps).

Em 1992, Hésio Cordeiro foi eleito reitor da Uerj, estando à frente da Universidade até 1995. No ano seguinte, se aposentou pelo IMS/Uerj e tornou-se coordenador de saúde da Fundação Cesgranrio e assessor técnico do Ministério da Saúde para o Programa de Saúde da Família. Em 1999, foi secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro. De 2000 a 2006, dirigiu o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estácio de Sá, na qual também foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família. A última contribuição na vida pública do país ocorreu entre 2007 e 2010 como diretor de gestão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).