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Direto da Reitoria

Reitora da UFRJ participa de encontro de reitores promovido pelo canal Futura

Encontro discutiu os desafios das universidades brasileiras

A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Pires de Carvalho, participou do 8º Fórum de Reitores e Dirigentes das Universidades Parceiras do Canal Futura, emissora ligada à Fundação Roberto Marinho. O encontro aconteceu no fim de agosto, no Rio, e reuniu mais de 60 reitores e representantes de universidades do país para discutir os desafios educacionais.

Denise afirmou que o orçamento disponível só é suficiente para garantir os contratos de terceirizados, como os serviços de limpeza e segurança, até setembro. Uma medida já adotada foi o pedido de moratória preventiva à Light e Águas do Rio para que a Universidade consiga segurar recursos até o fim do ano.

“A situação é muito grave. Estamos fazendo de tudo para contornar essa crise, com remanejamento de orçamento de pesquisas. Sem pagar conta de água e luz, conseguiremos levar os serviços terceirizados até meados de outubro”, explicou a reitora. “A maior parte da Universidade é de laboratório de pesquisa, que não deixou de funcionar. A Universidade é muito mais que local de formação profissional, é local de produção científica. Mas como vamos fazer isso sem contrato de limpeza e de segurança? Esse é o desafio.”

Segundo a reitora, o orçamento mínimo para o funcionamento da UFRJ é de R$ 390 milhões, mas apenas R$ 307 milhões foram disponibilizados, o que já implica um déficit automático para 2023, sem contar o fato de haver regressão orçamentária ano após ano. Denise lembrou, ainda, os problemas enfrentados no desenvolvimento do país por causa de falhas na educação brasileira, como a fuga de cérebros.

“Não há país no mundo desenvolvido sem universidade, sem produção de conhecimento e tecnologia. Estamos nos transformando, novamente, no Brasil colônia de exploração. Enfrentamos muitos problemas, mas o pior foi a desqualificação feita das universidades nos últimos anos. Hoje o país no mundo que fica parado, na verdade, anda para trás. E não estamos nem parados, estamos retrocedendo”, afirmou.

Não é gasto; é investimento!

Encarar os orçamentos para as universidades públicas como investimentos − e não como gastos −, de forma permanente e contínua: esse foi o ponto mais explorado no encontro. Foram destacadas, também, outras questões necessárias: a criação de mecanismos que possibilitem mais autonomia para as tomadas de decisões por parte da gestão das universidades, maior aproximação com a sociedade, valorização das políticas públicas de ações afirmativas e o incremento do acesso à internet para as escolas (especialmente, aquelas que ficam fora das capitais).