O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, completou no domingo, 3/9, dois meses à frente da maior universidade federal do país. No sábado, foi veiculada a entrevista de 10 minutos que o professor concedeu ao Jornal do Rio, da Band TV (assista a seguir). Nela, Medronho destacou as prioridades da sua gestão, entre elas, a de ampliar a assistência estudantil da instituição.
Medronho abriu a entrevista destacando os números da Universidade e a relevância social da instituição para o Rio e o país e frisou que é motivo de orgulho estar à frente da UFRJ. “Eu venho do ensino público, gratuito e de qualidade. Então, eu sempre disse que tenho o dever ético e moral de devolver para a sociedade aquilo que ela investiu em mim. Por esse motivo, estar hoje reitor da UFRJ significa poder fazer com que possamos prestar mais e melhores serviços para a nossa sociedade”, disse Medronho.
Por conta da pandemia, 12,7 mil estudantes abandonaram os cursos, muitos deles por questões socioeconômicas. Dentre eles, 39,3% oriundos de ações afirmativas. Atrair de volta essas pessoas é um dos grandes desafios colocados como prioridade por Medronho, que disse fazer parte das missões da nova gestão a atração desses estudantes.
“Estamos procurando financiamento em outros ministérios, não apenas no MEC [Ministério da Educação], e também no setor produtivo, para que, através de convênios, esses alunos possam receber bolsas”, disse o reitor. “É muito doloroso a gente ver um aluno que conseguiu passar para uma universidade como a UFRJ ter que abandonar por questões de vulnerabilidade socioeconômica”, completou.
Infraestrutura
A infraestrutura também foi ponto de pauta da entrevista do reitor à emissora. Nela, ele lembrou que nos últimos anos a UFRJ passou por um “estrangulamento orçamentário”, o que gerou impacto na parte física da instituição.
“Temos que finalizar algumas obras que ficaram inacabadas. A gente está apostando muito no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para esses investimentos necessários”, disse Medronho. Ele lembrou, ainda, que a UFRJ tem diversos prédios tombados, o que encarece sua gestão patrimonial. Segundo o reitor, a gestão tem buscado com o governo federal e com parceiros estaduais e municipais, além do setor produtivo, estabelecer parcerias para melhorar a infraestrutura da UFRJ.
Reforma da graduação
Para o reitor, é preciso remodelar o processo educacional. “Aquela velha aula que a gente chamava antigamente de ‘cuspe e giz’ e que agora se tornou ‘pillot e lousa’ já está ultrapassada”, disse.
“Temos discutido com grandes pesquisadores da UFRJ que estudam isso para que a gente consiga tornar as nossas aulas mais atrativas, mais desafiadoras, integrando-as, inclusive, com alunos de pós-graduação para que a gente possa fazer o grande preceito de Carlos Chagas Filho — que foi meu professor e hoje dá nome à Faperj —, que é ‘na universidade se ensina porque se pesquisa’. Por isso a gente precisa, a partir da produção do conhecimento, ensinar os alunos e sempre estimulá-los para terem sempre aquela vontade de conhecimento, porque o conhecimento realmente muda a realidade social de um país”, complementou Medronho.
Covid-19
A jornalista Bruna Carvalho, que entrevistou o reitor, lembrou da relevância da UFRJ no enfrentamento da pandemia de covid-19. De acordo com Medronho, a UFRJvac, vacina da UFRJ contra a doença, deve entrar na fase 3 em breve. Essa é a etapa em que ocorrem estudos clínicos. Relembre no especial Vacinas, do Conexão UFRJ, as etapas de produção de imunizantes.
Museu Nacional
Como divulgado pelo Acompanhe a Reitoria, Medronho participou de sua primeira reunião como presidente do Comitê Executivo do projeto Museu Nacional Vive. É o projeto que conduz a reconstrução do museu.
O reitor se disse entusiasmado com a iniciativa. Na reunião, participaram patrocinadores e técnicos da área de infraestrutura, expografia e museografia. Medronho disse na entrevista que a ideia é reabrir as instalações do Museu Nacional em agosto de 2026, considerando os recursos que estão sendo aportados pelo MEC.
Legado
Ao fim da entrevista, Medronho disse o que espera para o término de sua gestão, em 2027. “Eu espero entregar uma Universidade mais inclusiva, mais acolhedora, com mais vagas, com uma infraestrutura muito melhor e profundamente antirracista e contra toda forma de discriminação. Nós estamos no ambiente da luz. Nós precisamos fazer com que esses grandes avanços que têm dentro da Universidade passem e sejam incorporados para a sociedade, porque esse país precisa muito reduzir a desigualdade social. E nós queremos contribuir para um mundo mais fraterno, mais solidário, mais justo, mais saudável e mais sustentável. Esse é o nosso principal papel”, concluiu.
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