Com uma comitiva chinesa de representantes da Universidade do Petróleo da China (CUP, na sigla em inglês) e das principais estatais produtoras de petróleo chinesas, liderada pelo ministro da Educação da China, Huai Jinpeng, foi assinado um memorando que cria o Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, instituição que pretende produzir ensino e pesquisa de excelência na área de engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião também foi inaugurado o Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia (BCCSTI, na sigla em inglês).
“Educação é a chave do desenvolvimento para tornar o mundi mais justo. Mais do que a abertura de um centro, este é um marco nas relações Brasil-China. Estamos criando uma ponte para o futuro, e esse Instituto trará grandes contribuições para a engenharia dos dois países”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.
O ministro da educação chinês explicou que essa é uma ação para concretizar os acordos assinados pelos governos dos dois países durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20, ocorrida no Rio de Janeiro, na última semana. “Começa uma nova fase na cooperação em ciência, tecnologia e inovação, e no intercâmbio cultural entre os dois países. Vamos integrar pesquisa com indústria e formar engenheiros de excelência entre os dois países”, afirmou Jinpeng.
O funcionamento do BCCSTI segue a lógica “2+2”, ou seja, duas universidades e duas empresas. A UFRJ e a Petrobras participam em parceria com a CUP e a China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), principal estatal produtora de petróleo daquele país.
Acompanharam a assinatura e a inauguração o secretário nacional de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Alexandre Brasil, e o diretor de Relações Internacionais da Capes, Rui Vicente Opperman . Também participaram da cerimônia, representantes da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) e da Companhia Petroquímica da China (Sinopec), outras importantes empresas chinesas do setor de energia. A ideia é que, no futuro, outras universidades chinesas e outras companhias também façam parte do Instituto.
Além de troca de tecnologia e pesquisas conjuntas, pretende-se que engenheiros dos dois países possam participar de cursos de formação fornecidos conjuntamente pelas quatro instituições, numa lógica de formação de engenheiros de excelência. Na UFRJ, o projeto funcionará no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).
Cooperação
A UFRJ mantém uma série de convênios e parcerias com universidades e empresas chinesas, bem como com o governo da China. O ministro da Educação chinês convidou a UFRJ para participar de um fórum de universidades brasileiras na China no próximo ano, quando deve ocorrer uma visita de Estado do governo brasileiro a Pequim. Considera-se a possibilidade de, nesse evento, ocorrer a entrega do título de doutor honoris causa ao presidente chinês, Xi Jinping. O título foi aprovado pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ em 2020.
Após a assinatura dos protocolos, a comitiva visitou a feira universitária promovida pela China Scholarship Council (CSC), que acontece no Centro de Tecnologia (CT), com a presença das principais universidades chinesas.Nas últimas semanas a UFRJ também assinou outro convênio para o intercâmbio acadêmico com a CUP, especializada no setor petrolífero, e com a Universidade Tsinghua, a melhor universidade chinesa. Ambas estão listadas entre as 15 melhores universidades do mundo, segundo ranking da Times Higher Education (THE).