Alunos e docentes da Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vinculado à Escola de Química (EQ), tem um motivo para comemorar: a criação do Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados (Lapa), no bloco E do Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária, depois de mais de cinco anos de sonhos, planos e desafios. Nele, serão realizadas atividades de ensino, pesquisa e extensão ligadas ao curso de graduação, criado em 2004 e que atualmente possui avaliação máxima no Enade.
A cerimônia de inauguração foi realizada nesta sexta-feira (29/8), no auditório da EQ, seguida do descerramento da placa. Participaram do evento o reitor da UFRJ, Roberto Medronho; a diretora licenciada da EQ e chefe de gabinete da Reitoria, Fabiana Fonseca; a diretora em exercício da EQ, Andréa Salgado; o diretor-superintendente da Fundação Coppetec, Antônio MacDowell; a gerente do Escritório Técnico da Universidade (ETU), Claudia Oliveira; o subsecretário de Empreendedorismo e Inovação do município do Rio de Janeiro, Bernardo Ainbinder; e os atuais responsáveis pelo novo laboratório, ovacionados pelos alunos presentes na plateia: o coordenador do curso de Engenharia de Alimentos, Ricardo Schmitz, e o professor Ailton Lemes.

Para o reitor da UFRJ, a iniciativa vai contribuir para o aprendizado técnico dos alunos. “Ter um laboratório que vai subsidiar a formação de vocês, para que possam servir melhor a sociedade, é motivo de muito júbilo e de muita alegria para nós”, disse Medronho.
A falta de um laboratório para o curso de Engenharia de Alimentos chegou a ser apontada pelo Ministério da Educação (MEC), em anos anteriores, como um ponto negativo. “Faltava um espaço específico para as práticas da Engenharia de Alimentos. Essa era uma necessidade antiga, visando à melhoria da qualidade do curso e dos profissionais formados”, afirmou a diretora em exercício da EQ, Andréa Salgado.

De acordo com Ricardo Schmitz, a iniciativa irá fortalecer a identidade do curso, que engloba conhecimentos das áreas de Engenharia, Gastronomia e Nutrição. “Acreditamos que a construção desse laboratório e de espaços para o desenvolvimento de atividades na área de Engenharia de Alimentos é uma forma de fortalecer o curso, aumentar a visibilidade e o interesse por ele e diminuir a evasão”, afirmou o coordenador.
A conquista é fruto de muito trabalho de diferentes gestões, dos docentes e dos alunos da graduação. “No espaço onde hoje é o laboratório, funcionava um restaurante, ou seja, o local estava sendo usado por um terceirizado. Foi um longo processo administrativo para conseguirmos começar as obras e, hoje, estarmos nesta inauguração”, contou a diretora licenciada da EQ, Fabiana Fonseca.
Lotando o auditório, os alunos da Engenharia de Alimentos não esconderam a alegria pelo novo laboratório – e ainda homenagearam os professores envolvidos no projeto. “Para nós, da Engenharia de Alimentos, é fantástico ter este laboratório, porque basicamente é a materialização do que a gente aprende durante toda a faculdade. Podemos, assim, colocar os processos em prática. Antes, a gente tinha que utilizar laboratórios de outros cursos”, festejou Alexandre, aluno do curso de Engenharia de Alimentos, que em breve se formará.

“É nítido o quanto os alunos estão empolgados com essa nova estrutura e por terem um espaço para chamar de “casa”. Agora podem vivenciar o dia a dia na universidade de outra forma”, reiterou o professor Ailton Lemes.
O Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados
Com nome de bairro carioca, o Lapa divide-se fisicamente em duas áreas. A que se destina ao processamento de alimentos foi equipada com misturador e fermentador para produção de cervejas e vinhos; tacho para produção de geleia, doce de leite e outros alimentos concentrados; tanque encamisado para pasteurização de alimentos; iogurteira; máquina automatizada para produção de queijo; alambique para produção de bebidas destiladas masseira; além de utensílios básicos de cozinha, como fogão, micro-ondas, forno, batedeira, despolpador de frutas, liquidificador, refrigerador e freezer.

Já a área voltada para a realização de análises conta com itens como: centrífuga, banho termostático, estufa, pHmetro, agitadores magnéticos, balanças, espectofotômetro.
Além de aulas práticas, o Lapa irá abrigar parte das atividades de projetos de extensão acadêmica, como o Alimentec – Engenharia de Alimentos para a Sociedade, que conta com a participação de 25 alunos da graduação e tem como alguns dos seus objetivos disseminar conhecimento sobre alimentos e suas tecnologias e ressaltar a importância estratégica dessa área do conhecimento para o desenvolvimento sustentável, tecnológico e econômico do país.
Parte dos recursos que viabilizaram a aquisição dos equipamentos do novo laboratório foram conquistados por meio de edital de emenda parlamentar. A iniciativa contemplada foi o Centro de Capacitação em Processamento de Alimentos para Mulheres de Comunidades Populares do Rio de Janeiro, outro projeto de extensão que terá o Lapa como casa. Nele, o foco é a profissionalização de mulheres para o processamento de alimentos, nas áreas de panificação, produtos lácteos e bebidas. A missão é fomentar o empreendedorismo feminino, criando renda para as comunidades e atuando na promoção da saúde e da segurança alimentar.

O Laboratório de Alimentos e Processos Aplicados da UFRJ também poderá ser utilizado para a realização de pesquisas, por alunos de iniciação científica, e de trabalhos de conclusão de curso. Vislumbra-se, ainda, o atendimento de demandas de empresas juniores da Escola de Química e da Politécnica, principalmente em relação ao desenvolvimento de produtos.
