A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou, na terça-feira, 4/11, no bloco A do Centro de Tecnologia (CT), ao lado do Restaurante Universitário (RU), as instalações do Casa: Centro de Acolhimento e Suporte Acadêmico. A iniciativa conjunta da Escola Politécnica e da Escola de Química, com o apoio do CT, oferece suporte psicológico e acadêmico aos estudantes de graduação das duas unidades.
O projeto, criado a partir de uma demanda dos discentes, reafirma o compromisso da UFRJ com o bem-estar e a permanência estudantil, criando um espaço de escuta qualificada e apoio integral, especialmente diante dos desafios enfrentados por estudantes do ensino superior.
A ideia é que, futuramente, outros centros e campi da Universidade repliquem o modelo. “Nós queremos, a partir dessa experiência, expandir para toda a UFRJ. Porque os alunos estão realmente com muitas dificuldades, são jovens em um mundo distópico. São jovens em um mundo totalmente anacrônico”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.
De acordo com a diretora da Escola Politécnica, Cláudia do Rosário Vaz Morgado, os benefícios dos atendimentos têm impactado positivamente o desempenho acadêmico dos estudantes. “Você pode ser um aluno muito dedicado, com muito bom desempenho, mas, sem condições físicas e mentais, fica impossível estudar. E Engenharia é um curso que exige muita dedicação”, disse Cláudia.

O suporte psicológico é oferecido aos alunos por três equipes do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, como parte das ações de pesquisa e extensão do programa “Promoção de Saúde Mental e Prevenção de Suicídio entre Universitários”.
“As equipes prestam atendimento clínico em diferentes modalidades de abordagem terapêutica, tanto individual quanto em grupo, numa proposta de uma psicoterapia breve de doze sessões. Embora o atendimento psicológico seja prioritário nas nossas vidas, a demanda é muito grande e a gente teve que priorizar um modelo de atendimento mais breve”, explicou a ex-diretora do IP Ana Cunha, que coordena as ações de pesquisa e extensão no Casa.
Atualmente, o centro conta com 15 estagiários, cinco preceptores e três coordenadoras de equipe, que atuam no acolhimento dos estudantes. A expectativa é que, no semestre de 2025.2, sejam realizados aproximadamente 510 atendimentos psicológicos, considerando uma média de dez sessões por aluno atendido.
A criação do Casa também conta com o apoio do Centro Acadêmico de Engenharia (Caeng) e do Diretório Acadêmico de Engenharia Química (Daeq), que vêm colaborando com a divulgação e o fortalecimento da pauta da saúde mental no ambiente universitário.
“Sabemos que a universidade é, por natureza, um ambiente desafiador, e em especial o campo da Engenharia, marcado por intensas demandas, competitividade e pressão constante. A criação do Casa é um ato de coragem institucional e de sensibilidade humana, que nos lembra que não existe excelência acadêmica sem bem-estar; não há inovação sem pessoas emocionalmente fortalecidas. Que esse espaço seja de fato um lar simbólico dentro da UFRJ, o lugar onde a excelência e o afeto caminham lado a lado”, disse o estudante do curso de Engenharia Química e representante do Daeq Kauã Fagundes.

O evento de inauguração do centro contou com a participação do reitor da UFRJ, Roberto Medronho; da vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci; da chefe de gabinete da Reitoria, Fabiana Valéria da Fonseca; do decano do CT, Walter Issamu Suemitsu; da diretora da Escola Politécnica, Cláudia do Rosário Vaz Morgado; da diretora em exercício da Escola de Química, Andréa Medeiros Salgado; da ex-diretora do IP e coordenadora das ações de pesquisa e extensão no Casa, Ana Cunha; do diretor adjunto de políticas estudantis da Escola Politécnica, Álvaro da Silva Monteiro; e dos representantes do corpo discente Kauã Fagundes e Matheus Monteiro Nascimento.
Na ocasião, três placas foram descerradas: a de inauguração oficial do Centro; uma em agradecimento às professoras e bolsistas do Instituto de Psicologia; e outra em homenagem à aluna Rayssa, que inspirou a criação do Casa.
