Adeus a Neyde Theml

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifesta, com profundo pesar, o falecimento da professora Neyde Theml, titular de História Antiga Clássica. A professora tinha 83 anos e faleceu de infecção pulmonar aguda, no sábado (30/11) à noite, no Rio de Janeiro.

Formada pela Faculdade Nacional de Filosofia, em 1966, Neyde concluiu mestrado na UFRJ, em 1979. Em 1993, cursou doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF). No ano seguinte, fez pós-doutorado pela Ecole Française d’Athenes, na Grécia. Professora aposentada da UFRJ desde 2004, Neyde costumava receber alunos em seu apartamento, no Leblon, com quem mantinha longas conversas sobre história antiga.

Neyde Theml integrou o corpo docente do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ a partir de 1967. Ao longo de 37 anos, foi diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), chefe do Departamento de História e coordenadora da pós-graduação em História.

O professor titular de História Moderna e Contemporânea/UFRJ, Francisco Carlos Teixeira da Silva, lamentou a morte da professora. “Neyde foi minha professora e em momento de grande dificuldade nacional e de grave risco de segurança pessoal, em 1973, me deu apoio e refúgio, evitando, dessa forma, uma ameaça imediata de prisão. Neyde além de professora, foi uma excelente colega, dividindo a direção do IFCS, do Departamento de História e da Pós-graduação de História. Presto aqui minha homenagem a uma mulher de valor e coragem cívica e uma mestra na vida”, escreveu Teixeira da Silva.

A família da professora Neyde Theml reside em São Paulo e até a manhã de domingo (1/12) ainda não havia decidido onde seria o velório e o sepultamento.

Adeus a Neide Esterci

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifesta, com profundo pesar, o falecimento da professora e antropóloga Neide Esterci, aos 83 anos, ocorrido na segunda-feira, 18 de novembro.

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 1965, Neide realizou mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional da UFRJ e, em 1985, concluiu seu doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).

Neide Esterci integrou o corpo docente do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ a partir de 1970. Foi pesquisadora visitante na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris, e no Institute of Latin American Studies da Universidade de Londres, entre outras instituições renomadas.

Sua trajetória acadêmica foi marcada por estudos fundamentais sobre escravidão contemporânea, com foco nas condições de trabalho análogas à escravidão, nas relações entre trabalhadores rurais, políticas agrárias e desenvolvimento sustentável. Seu trabalho destacou os vínculos entre conflitos socioambientais e desigualdades no campo, tornando-a referência no campo da antropologia contemporânea.

Neide também se notabilizou como pesquisadora da Amazônia, área em que se tornou especialista e escreveu obras de grande relevância, como Conflito na Amazônia: peões e posseiros contra a grande empresa. Outros livros de destaque incluem Escravos da Desigualdade: um estudo sobre o uso repressivo da força de trabalho hoje (1994), Territórios socioambientais em construção na Amazônia brasileira (2018) e Reforma Agrária e Meio Ambiente (2003).

Ao longo de sua vida, Neide Esterci formou gerações de pesquisadores e pesquisadoras, consolidando um legado acadêmico exemplar. Também participou de diversas organizações e ajudou a fundar o Instituto Socioambiental (ISA), do qual foi presidenta.

Ela deixa o viúvo Ricardo Ramalho, dois filhos, Emiliano e Thomaz Ramalho, e o neto Pedro.

O velório foi realizado na terça-feira, 19/11, no Crematório do Cemitério Vertical Memorial do Carmo.

Adeus a Fernando Luiz Bastos Ribeiro

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com profundo pesar, o falecimento do professor e pesquisador Fernando Luiz Bastos Ribeiro, ocorrido na quinta-feira, 14/11. Fernando Bastos, como era conhecido, foi uma figura marcante no Centro Tecnológico (CT), onde construiu uma trajetória de grande impacto acadêmico e institucional. Nascido em 1954, formou-se em Engenharia Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em 1978 e concluiu mestrado e doutorado na UFRJ, em 1986 e 1991, respectivamente. Posteriormente, realizou o pós-doutorado na prestigiada École des Ponts ParisTech, em 2004.

Com a carreira dedicada à pesquisa e ao ensino, Fernando Bastos atuou com ênfase em modelagem computacional, contribuindo para o avanço de temas como métodos numéricos, elementos finitos e computação de alto desempenho. Seu trabalho impactou diversas áreas da engenharia, envolvendo tanto a mecânica dos sólidos quanto a dos fluidos. O professor foi bolsista de produtividade 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), reconhecido por sua excelência acadêmica e por seu compromisso com a UFRJ e a engenharia brasileira.

Na UFRJ, ocupou cargos de destaque: vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), entre 2006 e 2008, e coordenador, de 2008 a 2014, período em que liderou importantes reformas acadêmicas.

Entre 2014 e 2018, exerceu o cargo de decano do CT. Sua administração foi marcada por iniciativas que melhoraram as infraestruturas do campus, como a reforma do piso da passarela principal, modernização das salas de manutenção e segurança, além da implementação de um sistema automatizado de agendamento de refeições no Restaurante Universitário (RU). 

Ao longo da carreira, o pesquisador não apenas contribuiu significativamente para a ciência, mas também para a melhoria da qualidade de vida acadêmica e profissional da comunidade universitária. Seu legado como pesquisador e gestor ficará para sempre na memória daqueles que o conheceram e com quem trabalhou.

Adeus à Letícia Rebollo Couto

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com profundo pesar, o falecimento da professora e pesquisadora Letícia Rebollo Couto, ocorrido na madrugada de quinta-feira, 7/11.

Professora do Departamento de Letras Neolatinas da Faculdade de Letras (FL) da UFRJ e coordenadora do curso de Português-Espanhol, Letícia era amplamente reconhecida por seu compromisso com a educação, a ética profissional e a formação de professores. Sua dedicação marcou profundamente a trajetória acadêmica de seus alunos, colegas e da comunidade acadêmica.

Graduada em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Letícia concluiu mestrado em Linguística na mesma instituição. Doutora em Ciências da Linguagem pela Université de Strasbourg II, na França, também realizou dois pós-doutorados: um na área de Tradução, na Ufsc, e outro em Fonética e em Línguas Estrangeiras, na Simon Fraser University, no Canadá. Desde 1991, atuava na UFRJ, onde se consolidou como referência em ensino, pesquisa e extensão.

O velório da professora Letícia Rebollo Couto será realizado no dia 9/11, das 14 às 17h, no Memorial do Carmo, no bairro do Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Com informações de Complexo de Formação de Professores (CFP).

Adeus a Arthur Moreira Lima

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do pianista Arthur Moreira Lima aos 84 anos, na noite de quarta-feira (30/10), em Florianópolis.  Considerado um dos maiores pianistas brasileiros, o músico lutava contra um câncer no intestino desde o ano passado. 

Em 24/9/24, Moreira Lima recebeu o título de doutor honoris causa pela UFRJ. Na ocasião, o pianista acompanhou a cerimônia de sua casa e foi representado pelo seu neto Francisco Moreira Lima Pereira. Em mais de sete décadas de carreira dedicadas ao piano, o músico executou peças eruditas e populares em grandes salas de concerto e espaços abertos em periferias e no interior, no Brasil e no exterior.

Confira o perfil de Arthur Moreira Lima elaborado em ocasião de seu doutorado honoris causa.

Adeus a Roberto Saturnino Braga

A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento do ex-aluno da instituição Roberto Saturnino Braga, engenheiro, político e escritor, aos 93 anos, na quinta-feira, 3/10.

Formado pela então Universidade do Brasil (UB), em 1954, Saturnino Braga teve uma trajetória marcada pelo comprometimento com o serviço público e o desenvolvimento social. Atuou em cargos de grande relevância, incluindo o de prefeito do Rio de Janeiro, de 1986 a 1989, o primeiro democraticamente eleito após o fim da ditadura civil-militar, e senador por dois mandatos, de 1975 a 1986 e de 1999 a 2007.

Nascido no Rio, em 13/9/1931, filho de Judith de Barros Braga e Francisco Saturnino Rodrigues de Brito Filho, seguiu a carreira de engenharia inspirado pelo pai e pelo avô, ambos engenheiros dedicados ao sanitarismo. Seu pai foi professor da Escola Politécnica da então Universidade do Brasil, lecionando na cadeira de Higiene e Saneamento das Cidades.

Ao longo de sua carreira, Braga transitou por diversos partidos, como o MDB, PDT, PT e PSB, sempre buscando a implementação de políticas voltadas para a justiça social e o bem-estar da população. Durante seu mandato como prefeito, em um período de intensa crise econômica, destacou-se por suas iniciativas na área de habitação e urbanismo, buscando melhorar as condições de vida nas áreas mais carentes da cidade.

Saturnino Braga também foi uma voz ativa contra o regime militar e defensor de causas progressistas, o que consolidou o respeito e admiração, tanto no meio político quanto na sociedade civil. 

Botafoguense, casado e pai de três filhos, ele sempre valorizou o convívio familiar e a dedicação à vida pública. Nos últimos anos, dedicou-se à literatura, tendo publicado 23 livros, especialmente de contos e memórias. A paixão pela escrita lhe rendeu o prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, em 2000.

Adeus a Adolpho Polillo

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do professor, engenheiro e pesquisador Adolpho Polillo, reitor da UFRJ entre 1981 e 1985.

Ao longo de meio século dedicado à vida acadêmica, Polillo construiu uma carreira de excelência na UFRJ, com contribuições que impactaram não apenas a academia, mas também o desenvolvimento da engenharia no Brasil. 

Nascido em 1928, no Rio de Janeiro, filho de Ida Brunocilla Polillo e Eugênio Polillo, realizou sua formação básica em escolas públicas da cidade. Após concluir o ensino fundamental na Escola Municipal Estados Unidos, no Catumbi, e o ensino médio no tradicional Colégio Pedro II, ingressou, em 1948, na Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, onde se formou engenheiro civil em 1952. Obteve títulos de doutor em Arquitetura (1959) e em Ciências Físicas e Matemáticas (1963), na mesma instituição.

Sua trajetória profissional começou no período em que ainda era estudante de graduação, quando foi monitor da disciplina de Estabilidade das Construções. Tal experiência o levou a ser convidado para trabalhar com o renomado professor Aderson Moreira da Rocha, seu mentor. Juntos, publicaram a revista técnica de engenharia Estrutura, quando Polillo começou a ganhar reconhecimento por seu trabalho. 

Um marco importante de sua carreira foi sua participação no projeto inovador para a construção de uma ponte sobre o Lago Paranoá, em Brasília, nova capital que era erguida no Planalto Central. Na ocasião, Polillo e sua equipe utilizaram concreto protendido com armaduras frouxas, algo inédito na época, o que acabou influenciando as normas internacionais de engenharia.

Além de suas realizações técnicas, Polillo construiu uma carreira sólida no ensino superior. Iniciou sua trajetória docente em 1954, na Escola de Engenharia da UFRJ, e também lecionou na Universidade de Brasília (UnB) a partir de 1966. 

Polillo ocupou posições importantes de gestão acadêmica, como chefe do Departamento de Estruturas e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo entre 1973 e 1977 e, posteriormente, decano do Centro de Letras e Artes (CLA).

Em 1981, o Conselho Universitário da UFRJ o escolheu como o 18º reitor da instituição, o último a ser indicado durante a ditadura civil-militar, a partir de uma lista sêxtupla encaminhada pelo Consuni. Assim, coube a ele liderar a Universidade durante o delicado período de transição. 

“O presidente da República era o (João) Figueiredo. Ele assumiu comigo o compromisso de que faria a abertura. Eu perguntei a ele: “Presidente, é pra valer?” E ele me respondeu: “É pra valer! Vamos fazer a abertura! Faça muito diálogo!” Essa foi a única recomendação”, relembrou o ex-reitor, em entrevista à Associação de Docentes da UFRJ (Adurfj) no ano passado, uma das últimas que concedeu.

Polillo desempenhou um papel importante na transição para a escolha democrática dos reitores, apoiando a nomeação de Horácio Macedo como o primeiro reitor eleito diretamente pela comunidade acadêmica.

Sua gestão enfrentou desafios, sobretudo devido à crise econômica que assolou o Brasil na década de 1980, mas, ainda assim, Polillo conseguiu importantes conquistas para a Universidade. Foi sob sua liderança que se inaugurou o novo prédio da Faculdade de Letras, na Cidade Universitária, e que se conduziu uma obra de restauração no Salão dos Embaixadores do Museu Nacional. 

Ele também firmou acordos de cooperação entre universidades e promoveu a preservação do patrimônio arquitetônico da UFRJ, articulando o tombamento provisório de edifícios históricos, como a Casa do Estudante Universitário (atual sede do Colégio Brasileiro de Altos Estudos), no Flamengo, e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs), no Centro da cidade.

Além das contribuições acadêmicas, Polillo foi um defensor do diálogo dentro da Universidade. Apesar de sua postura inicial contrária às greves, ele buscou soluções para as demandas de reajuste salarial e dos movimentos estudantis com disposição para negociação. 

“Foi um período difícil, porque eu tinha que defender, de alguma forma, os dirigentes perante os professores e, lá em Brasília, defender os professores perante o presidente. Então, era uma coisa muito delicada. Mas deu tudo certo”, relembrou em entrevista à Adufrj.

Adolpho Polillo foi professor emérito da UFRJ, título concedido em 1998 em reconhecimento à sua dedicação à Universidade e ao ensino superior. Ele deixa um legado de inovação e compromisso com a educação pública. 

Além dos livros, Polillo era apaixonado por música e houve um tempo em que tocou violão.

Casado com Vera Polillo, faleceu aos 96 anos. Deixou os filhos, Vera Regina Polillo, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), e Adolpho Polillo Filho, ambos engenheiros civis formados pela UFRJ, seguindo os passos do pai.

Adeus a Antonio Meneses

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do músico Antonio Meneses, aos 66 anos, no último sábado (3/8), em Basel, na Suíça.   

Considerado um dos principais violoncelistas brasileiros de todos os tempos e um dos maiores especialistas no instrumento, ele foi diagnosticado em junho com glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral, que o afastou dos palcos. Meneses recebeu em 2015 o título de doutor honoris causa pela Universidade.

Filho do trompista pernambucano João Meneses, o violoncelista nasceu no Recife, mas cresceu no Rio de Janeiro. Com 12 anos, foi ter aulas com Nydia Otero, já começando a atuar na Orquestra Jovem do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Nesta última, em um dos concertos com o violoncelista italiano Antonio Janigro como solista, músicos amigos fizeram a ponte para que Meneses realizasse uma audição – e lá foi o rapaz para a Alemanha, estudar com o mestre. Ele venceu concursos como o de Munique e o Tchaikovsky, iniciando uma carreira sempre ascendente.

Meneses foi um dos mais célebres solistas e cameristas de sua geração, tocando com os maestros e orquestras mais importantes do mundo – em várias formações, fez duos importantíssimos e de longa duração com os pianistas Menahem Pressler e Maria João Pires. O violoncelista integrou o Beaux Arts Trio e atuou, por anos, ao lado de Pressler e do violinista Daniel Hope. 

Estabeleceu-se em Basel, na Suíça, perto da fronteira com a Alemanha, com a segunda mulher, a japonesa Satoko Kuroda. Mas nunca deixaria de vir ao Brasil, ao menos uma vez por ano, tocar com as orquestras do país e com amigos, em formato de câmera.

A pedido do próprio músico, não houve funeral. Antonio Meneses deixa a mulher, Satoko, e o filho, Otávio, do primeiro casamento.

Adeus a Maria da Conceição de Almeida Tavares

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento da professora emérita do Instituto de Economia Maria da Conceição de Almeida Tavares, aos 94 anos. A economista, matemática e escritora luso-brasileira teve relevante papel na política e na economia do país. Ao longo de sua carreira, Maria da Conceição Tavares formou e influenciou inúmeros economistas e líderes políticos, entre eles José Serra, Luciano Coutinho, e Luiz Gonzaga Belluzzo.

A professora atuou na elaboração do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e teve carreira marcada por importantes passagens pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Trabalhou também na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), onde desenvolveu trabalhos influenciados por economistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr., e Ignácio Rangel.

Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria ‘Economia’, reconhecendo sua significativa contribuição ao pensamento econômico no Brasil. Entre suas obras mais importantes, destaca-se “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, de 1972, que trouxe análises profundas sobre a economia brasileira e suas transformações.

Maria da Conceição Tavares era uma apaixonada pelo Brasil, onde chegou em 1954, fugindo da ditadura salazarista. Apesar de ser formada em Engenharia pela Universidade de Lisboa, logo se transferiu para Ciências Matemáticas, licenciando-se em 1953. Aqui, a portuguesa de Aveiro, começou a participar das atividades e debates promovidos pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Por não conseguir a equivalência de diplomas que lhe permitiria dar aulas na universidade, em 1955 começou a trabalhar como estatística no Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), atual Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Em 1957, adotou a cidadania brasileira, matriculando-se no mesmo ano no curso de Economia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na década de 1990, ela foi uma das vozes mais críticas do Plano Real e se destacou como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, entre 1995 e 1999.

Torcedora apaixonada do Vasco da Gama, a economista teve a vida, a carreira e a obra retratadas, em 2018, no documentário dirigido por José Mariani. As aulas de economia política gravadas chegaram às mídias sociais, tornando a professora conhecida das gerações atuais. A dedicação à justiça social e ao desenvolvimento econômico brasileiro foi uma constante em sua vida, como certa vez afirmou no programa Roda Viva da TV Cultura,  em 1995, que viralizou no aplicativo TikTok: “Se você não se preocupa com justiça social, com quem paga a conta, você não é um economista sério. Você é um tecnocrata”.

Adeus a José Amaral Argolo

Com pesar, a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tomou conhecimento da morte do professor da Escola de Comunicação José Amaral Argolo, aos 67, no domingo (19/5).  A causa do falecimento não foi divulgada, mas o professor estava  internado no Hospital Municipal Luiz Gonzaga, localizado em Miguel Pereira, na Região Serrana do Rio de Janeiro. 

Argolo escreveu diversos livros, entre os quais se destacam “A Direita Explosiva no Brasil”, “Dos Quartéis à Espionagem” e “Caminhos e Desvios do Poder Militar” e teve uma carreira dedicada ao  jornalismo investigativo, com passagens por importantes veículos de comunicação como TV Globo, O Globo, O Dia, Última Hora e Jornal do Comércio.

Foto: Niko Júnior (Sintufrj)

Professor Associado e ex-diretor (janeiro de 2002 a janeiro de 2006) da Escola de Comunicação da UFRJ (onde ingressou em 1992 por intermédio de concurso público de provas e títulos), no curso de graduação em Jornalismo; fundador e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Jornalismo Impresso e Documentação Hemerográfica (N.Jor–DataH.); coordenador e editor do Jornal Comunidade-Rio e da série de separatas intitulada Cadernos Griffo; pós-graduado em Jornalismo e em Ciência Política, mestre em Filosofia, doutor em Comunicação e Cultura (ECO-UFRJ), concluiu pesquisa de pós-Doutorado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e de pós-Doutorado Sênior em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal Fluminense.

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