UFRJ celebra cinco anos do Instituto de Computação 

Uma cerimônia nesta segunda-feira, 1º/12, no Auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comemorou os cinco anos do Instituto de Computação (IC). Criado da transformação do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática (IM), foi instituído em 10/12/2020 com caráter permanente. Atualmente, está localizado na primeira ala do bloco E do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN).

Um vídeo institucional, apresentado no início da celebração, mostrou como foi a história do Departamento de Ciência da Computação e como se deu a criação do IC. No início da década de 1970, a computação na UFRJ se destacou pela ênfase inédita em computação aplicada, o que impulsionou a criação do curso de Informática em 1974 e, posteriormente, da secretaria do então departamento, inaugurada em 1988, quando o setor ganhou seu primeiro espaço próprio. O avanço institucional prosseguiu com a criação do Programa de Pós-Graduação em Informática em 1997 e do doutorado em 2010, fortalecendo a área.

Mesa solene da cerimônia que comemorou os 5 anos do Instituto de Computação da UFRJ | Foto: Ani Coutinho (SGCOM/UFRJ)

A proposta de transformar o Departamento de Ciência da Computação em Instituto de Computação amadureceu ao longo de anos e foi finalmente aprovada pelo Conselho Universitário em dezembro de 2020, após discussões intensas, especialmente entre 2019 e 2020, durante a pandemia. Os primeiros anos do novo instituto foram marcados por desafios estruturais e orçamentários, atendendo mais de 600 estudantes de graduação e cerca de 200 da pós-graduação. Desde então, o IC tem ampliado sua atuação acadêmica, administrativa e curricular, consolidando-se como unidade essencial da UFRJ.

“A história do Instituto de Computação se confunde com a do Departamento de Ciência da Computação. Na verdade, deveríamos estar celebrando 50 anos, contando desde a criação do departamento. Hoje, tecnologicamente, temos uma outra realidade do que existia naquela época. O IC está inserido em uma área em que pode ajudar muito o desenvolvimento da UFRJ, seja a partir de softwares ou da integração com outros setores da Universidade, como a Superintendência-Geral de Tecnologia de Informação e Comunicação (SGTIC) e também as pró-reitorias. Nós precisamos trabalhar para ter uma melhor infraestrutura física, porque já temos o capital humano, que é o que nós temos de maior valor aqui na UFRJ”, disse o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

Além do reitor e da vice-reitora, Cássia Turci, também compuseram a mesa solene o decano do CCMN, Josefino Cabral Melo Lima; a diretora do IC, Anamaria Martins Moreira, e a vice-diretora do Instituto, Carla Amor Divino Moreira Delgado. Eles apontaram os desafios  enfrentados, como a atual estrutura física do IC e o tamanho do quadro de técnicos administrativos. Enfatizaram ainda o papel do Instituto em ampliar oportunidades e parcerias, e reforçaram o compromisso com a excelência acadêmica, com a interação com a sociedade e com a contribuição estratégica para a UFRJ. Uma representante do Centro Acadêmico de Informática também discursou na solenidade em nome dos estudantes.

Giovana Aguiar, representante do Centro Acadêmico de Informática, discursou durante solenidade | Foto: Ani Coutinho (SGCOM (UFRJ)

A vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, que também é professora do CCMN, destacou a importância da criação do bacharelado em Inteligência Artificial no Instituto de Computação. A proposta, que já foi aprovada na congregação da unidade acadêmica, está sendo analisada pelo Conselho de Ensino de Graduação (CEG), órgão responsável por normatizar e supervisionar o ensino de graduação na Universidade.

Atualmente, o Instituto de Computação da UFRJ é responsável pelo bacharelado em Ciência da Computação, pela habilitação em Análise de Dados do bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra do CCMN, pelo Programa de Pós-Graduação em Informática, por disciplinas de cálculo numérico e computação para diversos cursos de Engenharia da Escola Politécnica, e por disciplinas de computação para os cursos de Astronomia, Biofísica, Física, Matemática, Meteorologia, Nanotecnologia e Química.

UFRJ firma parceria com universidade da República Dominicana para intercâmbio acadêmico

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) formalizou nesta segunda-feira, 3/11, no Gabinete do Reitor, um convênio estratégico com a Universidade Apec (Unapec), da República Dominicana. O objetivo é ampliar a cooperação científica e tecnológica entre as instituições. O acordo prevê atividades conjuntas de ensino, pesquisa e extensão, além do intercâmbio de estudantes e docentes. Também foi assinado um memorando que visa promover a cooperação acadêmica.

Além dos reitores da UFRJ, Roberto Medronho, e da Unapec, Erik Federico Pérez Vega, o cônsul-geral da República Dominicana, Roberto Enrique Rubio Cunillera, também participou do encontro.  

O convênio prevê que, por ano, em cada instituição, até cinco alunos de graduação e pós-graduação poderão participar de mobilidade acadêmica, com duração mínima de 6 meses e máxima de 18 meses. Os participantes terão acesso às bibliotecas, laboratórios e serviços das universidades, sendo obrigatória a contratação de seguro de saúde e acidentes. A taxa de matrícula permanece vinculada à instituição de origem.

Também estão previstas trocas de até dois professores por ano, mediante elaboração de plano de trabalho com cronograma de pesquisa, atividades de ensino e extensão, e participação na formação de estudantes em diferentes níveis. O convênio incentiva, ainda, a realização de eventos científicos, bancas de avaliação, publicação conjunta de artigos e projetos de pesquisa colaborativos.

Com validade inicial de cinco anos, o acordo pode ser renovado e rescindido mediante notificação prévia de seis meses. A parceria reforça a internacionalização da UFRJ e busca fortalecer o intercâmbio acadêmico entre Brasil e República Dominicana.

Memorando estabelece bases para intercâmbio, pesquisa conjunta e cooperação institucional

O acordo firmado entre a UFRJ e a Unapec estabelece diretrizes para ampliar a cooperação acadêmica entre as duas instituições. O memorando prevê ações integradas como visitas técnicas, intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, mobilidade de docentes para ministrar aulas e participar de projetos, além do compartilhamento de informações científicas e desenvolvimento de estudos conjuntos.

Documentos foram assinados no Gabinete do Reitor | Foto: Divulgação (UFRJ) 

As duas universidades deverão elaborar acordos específicos para cada programa, definindo coordenadores responsáveis, regras para acompanhamento das ações e procedimentos de solução de eventuais conflitos. O memorando também regulamenta a propriedade intelectual relativa a pesquisas, produtos e inovações desenvolvidas em parceria, determinando que os direitos serão compartilhados proporcionalmente à contribuição de cada parte. Para fins de transparência, um extrato do memorando será publicado no Boletim da UFRJ e no Diário Oficial da União.

Plenária de Decanos e Diretores da UFRJ marca avanços em pesquisa, internacionalização e divulgação científica

O Auditório Hertha Meyer, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi palco, na manhã desta terça-feira, 28/10, da Plenária de Decanos e Diretores da instituição. O encontro teve como objetivo discutir e deliberar sobre questões administrativas, orçamentárias e estratégicas, além de projetos da instituição. Representantes dos campi de Duque de Caxias e Macaé acompanharam a reunião de forma remota.

No início da plenária, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, convidou os pró-reitores presentes para ocupar o palco do auditório e lembrou que nesta data se comemora o Dia do Servidor Público. Ele destacou, ainda, a primeira pauta da reunião: uma apresentação de editais lançados pela Reitoria para garantir o uso republicano das verbas CIP (Custo Indireto de Projetos) na UFRJ, evitando favorecimentos. “São recursos provenientes do custo indireto de projetos financiados, especialmente por empresas petrolíferas, como compensação pelos gastos de infraestrutura da Universidade. Esses editais visam diminuir disparidades internas e assegurar condições adequadas para ensino”, disse Medronho.

A chefe de Gabinete da Reitoria, Fabiana Fonseca, apresentou o Edital nº 979, de 15 de outubro de 2025 (página 16), que dispõe sobre a 16ª edição do Programa de Apoio a Docente Recém-Doutor Antônio Luiz Vianna (ALV’2025). Promovido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) e pelo Conselho de Ensino para Graduados (Cepg) da UFRJ, a iniciativa busca induzir pesquisas que contemplem o uso ou desenvolvimento de Inteligência Artificial.

A chefe de Gabinete da Reitoria, Fabiana Fonseca, apresentou editais de 2025 e 2026 | Foto: Vitor Ramos (SGCOM/UFRJ)

“O programa vai disponibilizar R$ 1.400.000 para o financiamento de 35 projetos de todas as áreas do conhecimento, com limite de R$ 40.000 por proposta. Os recursos serão geridos pela Fundação Coppetec e poderão ser usados para aquisição de materiais permanentes ou de consumo, e contratação de serviços de pessoa física ou jurídica. Cada docente poderá submeter apenas uma proposta”, explicou Fabiana. 

Estão aptos a concorrer professores doutores do quadro ativo permanente da UFRJ, em regime de 40h com dedicação exclusiva, que tenham obtido o título de doutor após 1/1/2019 e até o prazo final de submissão. Beneficiados em edições anteriores do programa não poderão participar novamente.

Também foram apresentadas informações sobre outro edital, ainda não lançado, que buscará oferecer apoio institucional a iniciativas relacionadas à inovação e empreendedorismo dentro da Universidade, realizadas pelo corpo social da instituição. “Professores, pesquisadores e técnicos administrativos, que tiverem uma ideia que for julgada inovadora e factível, poderão ter sua proposta financiada, com um valor inicial de dois milhões de reais”, ressaltou a chefe de Gabinete da Reitoria.

Visita à China

Juntamente com Fabiana Fonseca, o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, João Neto, contou sobre a participação deles em uma comitiva de 14 representantes da UFRJ em uma missão internacional na China neste mês. A delegação foi inicialmente recebida pela Universidade do Petróleo da China, com a qual foi formalizado um acordo para um mestrado conjunto nas engenharias, que prevê o intercâmbio de estudantes entre as instituições. Além disso, a missão incluiu uma visita à cidade de Suzhou, relacionada a um novo projeto de desenvolvimento de biofertilizantes em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Por fim, a delegação participou de uma grande conferência internacional em Xangai e, posteriormente, de um fórum de inovação em Hangzhou, integrando uma das maiores representações universitárias brasileiras no evento, com a formalização de diversos convênios e projetos de cooperação nas mais diferentes áreas.

Ações da PR-2

O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ apresentou, ainda um panorama das ações recentes da PR-2, destacando especialmente a elaboração do projeto Capes Global, que tem demandado grande dedicação da equipe. A proposta será liderada pela UFRJ e integrará uma rede com outras cinco instituições brasileiras, envolvendo 105 programas de pós-graduação em quatro eixos temáticos estratégicos: educação e ciência básica; energia e cidades sustentáveis; ciências da vida, saúde e meio ambiente; e equidade e justiça social.

O orçamento previsto é de cerca de R$ 104.000.000 para o período de 2026 a 2029, com possível extensão até 2030, contemplando diversas modalidades de bolsas nacionais e internacionais. “Serão seis universidades trabalhando em conjunto através de um comitê gestor formado com pró-reitores das instituições e mais alguns técnicos. A gestão do projeto não vai ser algo simples, mas estamos esperançosos de que vai dar muitos frutos”, destacou João Neto.

Pesquisa e cultura

Além de alguns questionamentos e informes feitos pelos participantes, todos foram convidados a acompanhar a grande final do concurso 3 Minutos de Tese da UFRJ (3MT), que será realizado no dia 30/10 no Auditório Horta Barbosa, Bloco A, do Centro de Tecnologia (CT). O evento reunirá os 21 finalistas das três grandes áreas do conhecimento, que apresentarão ao vivo suas teses em três minutos. A votação será realizada por um júri específico e pela plateia presente no evento. O primeiro colocado de cada área receberá um prêmio de R$ 5.000.

Também foi apresentada a Revista Minerva, uma iniciativa da Reitoria sob responsabilidade da PR-2, dedicada à divulgação científica da UFRJ. O objetivo da publicação é apresentar à sociedade a produção de excelência da Universidade. O periódico terá alto cuidado visual e qualidade editorial. O lançamento oficial ocorrerá em 5/11, às 17h, na Casa da Ciência, que fica na Rua Lauro Müller, 3, Botafogo, Rio de Janeiro.

Revista Minerva será lançada em novembro na Casa da Ciência da UFRJ | Aní Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Os presentes também foram convidados a participar da última apresentação de O grito de mueda: primeira ópera nacional moçambicana, que será realizada no dia 25/11, às 18h30, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ – Rua do Passeio, 98, no Centro do Rio de Janeiro. A ópera é resultado de um trabalho de criação coletiva no qual participaram vários músicos e dramaturgos moçambicanos, argentinos e brasileiros.

UFRJ concede diplomas de Dignidade Acadêmica a 243 alunos com elevado desempenho na graduação

O auditório Horta Barbosa, no Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi palco, nesta quarta-feira, 8/10, da solenidade de entrega dos Diplomas de Dignidade Acadêmica. Presidida pela vice-reitora, Cássia Turci, a celebração contou com a participação da pró-reitora de graduação, Maria Fernanda Quintela, de decanos dos centros e dos diretores das unidades acadêmicas, além de amigos e familiares dos agraciados.

Promovida pela Pró-Reitoria de Graduação (PR-1), a solenidade laureou 243 alunos de diferentes áreas do conhecimento que concluíram a formação superior com êxito. O diploma é concedido em diferentes graus: Summa Cum Laude, para estudantes com coeficientes de rendimento acumulado (CRA) igual ou superior a 9,5; Magna Cum Laude, para alunos com CRA igual ou superior a 9,0; e Cum Laude, para aqueles com CRA igual ou superior a 8,0. Também é necessário que o estudante tenha obtido número de créditos não inferior a 80% do total de cada curso, além de não ter sofrido qualquer sanção disciplinar ao longo da graduação.

A vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, e a pró-reitora de graduação, Maria Fernanda Quintela, participaram da celebração | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

“O que se coloca aqui não é simplesmente um coeficiente de rendimento acumulado, mas  outras características implícitas, que constituirão durante toda a vida pessoal e profissionalmente. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas ao longo dos anos, nós continuamos desenvolvendo nossas atividades com excelência, com qualidade, com ética e com comprometimento. Desejo vivamente que a jornada profissional de cada um siga um caminho esplendoroso, com os valores éticos, democráticos e reflexivos que a nossa Universidade sintetiza”, destacou a pró-reitora de graduação.

A vice-reitora destacou a dedicação do corpo social na formação dos alunos. “Estamos lutando para que os estudantes recebam a melhor formação possível. Não só a formação técnica, mas a formação cidadã, para que possam trabalhar com ética e empatia, para fazerem a diferença neste nosso país, que ainda é tão injusto. Passamos dificuldades em termos de infraestrutura, principalmente para nossa graduação, mas sabemos que a maior riqueza que temos é o nosso corpo social: nossos professores, professoras, decanos e decanas, nossos servidores técnico-administrativos em educação e os nossos estudantes”, disse.

A concessão dos Diplomas de Dignidade Acadêmica é realizada por meio de solicitação do próprio aluno. Basta fazer um requerimento de análise do desempenho acadêmico pelo e-mail dignidadeacademica@pr1.ufrj.br. As instruções para as solicitações estão disponíveis no site da PR1.

UFRJ realiza plenária de decanos e diretores na Escola de Química

O auditório da Escola de Química, no Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sediou, na manhã desta terça-feira, 30/9, a plenária de decanos e diretores da instituição. O objetivo foi discutir e deliberar sobre questões administrativas, orçamentárias e estratégicas da instituição. Representantes dos campi de Duque de Caxias e Macaé acompanharam a reunião de forma remota.

Durante a plenária, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, defendeu a busca de soluções criativas e inovadoras para suplantar as dificuldades orçamentárias da instituição. “Temos muitos problemas, mas a gente tem que sair da caixinha, buscar novas formas de resolver as demandas. Somos um corpo social de excelência, com pesquisas e descobertas com impacto no Brasil inteiro. Imagina se estivéssemos recebendo o nosso orçamento justo!”, disse Medronho. 

Uma das pautas do encontro foi a Plataforma Alumni UFRJ, criada pelo Laboratório do Futuro da Coppe/UFRJ, que busca monitorar a trajetória dos egressos e fortalecer a conexão entre eles e a Universidade. Nela, ex-alunos podem atualizar seus dados, acessar estatísticas sobre a UFRJ e seus egressos e interagir com a comunidade acadêmica. A diretora da Inova UFRJ, Daniela Uziel, mostrou detalhes do funcionamento da plataforma aos presentes e respondeu a questionamentos.

A diretora da Inova UFRJ, Daniela Uziel, falou sobre a Plataforma Alumni UFRJ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

“Conseguimos acompanhar os egressos também no mercado de trabalho, observando onde eles se empregam, o tipo de ocupação que eles têm, as empresas que os empregam. Nossos egressos de Engenharia de Produção, por exemplo, se empregam muito fortemente no setor de educação, na administração pública, na fabricação de refino de petróleo. Além de atuarem como engenheiros de produção, trabalham também como professores, gerentes ou assistentes administrativos, obviamente com uma variação da faixa salarial”, explicou Daniela.

Em seguida, o pró-reitor de gestão e governança da UFRJ, Fernando Peregrino, falou sobre a construção do equipamento multicultural onde funcionava a antiga casa de espetáculos Canecão, no campus da Praia Vermelha. O terreno, que pertence à Universidade, foi concedido por 30 anos para exploração pelo consórcio Bônus-Klefer. A concessão prevê investimentos de aproximadamente R$180 milhões em infraestrutura.

“Entre as contrapartidas, estão a construção de um restaurante universitário e um prédio com salas de aula, ambos de uso exclusivo da comunidade acadêmica. O restaurante terá capacidade de oferecer até 2 mil refeições por dia, suprindo uma demanda histórica. O novo edifício, com três pavimentos e cerca de 70 salas de aula, trará melhores condições de ensino e convivência”, destacou Peregrino.

O pró-reitor também apresentou detalhes e respondeu a perguntas sobre a alienação de 11 unidades corporativas pertencentes à UFRJ no Edifício Ventura Corporate Towers, no Centro do Rio. O leilão está marcado para 7/11, na B3, em São Paulo. Como contrapartida, a UFRJ receberá cerca de 84 mil metros quadrados em obras, que contemplarão salas de aula no Centro de Ciências da Saúde (CCS), um prédio para o curso de Dança, um restaurante universitário na Faculdade de Letras, um grande edifício acadêmico para o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), novas instalações para os Institutos de Matemática e Química, dois prédios para a Escola de Música, um restaurante universitário em Macaé e o edifício Fronteiras, do Centro de Ciências da Saúde (CCS).

o pró-reitor de gestão e governança da UFRJ, Fernando Peregrino | | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

O processo foi marcado por uma série de encontros com o objetivo de prestar esclarecimentos e garantir transparência à comunidade universitária. A alienação só pôde ser viabilizada após a desafetação da área ser autorizada pela Resolução n.º 61, de 10/6/2022, do Conselho de Curadores da UFRJ e aprovada pelo Conselho Universitário, em 8/8/2024.

Por fim, a coordenadora de articulação institucional da UFRJ, a professora Fabiana Ribeiro, ressaltou que a Universidade tem buscado parcerias público-privadas, patrocínios, uso de mecanismos como a Lei Rouanet e, principalmente, emendas parlamentares. Ela explicou o funcionamento das emendas individuais e de bancada, ressaltando a necessidade de apresentar a deputados e senadores projetos claros, de impacto social e relevância política, o que possibilitou a participação da UFRJ em plenárias em Brasília ao lado de outras instituições.

Fabiana Ribeiro, durante a plenária de decanos e diretores | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

“Em 2023 a Universidade conseguiu captar R$ 2 milhões e em 2024 esse valor saltou para mais de R$ 21 milhões, contemplando diferentes áreas, como o Complexo Hospitalar, o Hospital Universitário, o Museu Nacional e o Núcleo Intersetorial de Saúde e Assistência às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica. Parte desse êxito veio de estratégias de articulação, visitas a gabinetes e presença em plenárias, onde conseguimos sensibilizar parlamentares ao apresentar projetos ligados a demandas urgentes da UFRJ”, afirmou Fabiana.

UFRJ realiza I Encontro de Gestão de Pessoas com foco em inclusão, diversidade e ambientes de trabalho saudáveis

A Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou na terça-feira, 23/9, o I Encontro de Gestão de Pessoas da UFRJ com o tema “Gestão estratégica de pessoal voltada para o usuário”. O evento aconteceu no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural Rio de Janeiro, no Centro da cidade. A iniciativa teve como objetivo promover a integração entre gestores e trabalhadores da área de gestão pessoal da Universidade, fortalecendo a cultura organizacional, o engajamento e a qualidade do ambiente de trabalho.

“Considero a gestão de pessoas no serviço público um dos pilares do desenvolvimento social e econômico do Brasil, essencial para o desenvolvimento da nossa nação. O trabalho no setor técnico-administrativo em educação é, na prática, invisibilizado. Muitas vezes, quando se fala da universidade, se fala do docente. Mas o docente, sem o técnico administrativo em educação, não faria o que faz. Então é essa integração de todos os servidores que faz com que nós sejamos essa potência institucional que somos”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, na abertura do encontro.

Durante o evento, foram realizadas duas palestras, além de falas de representantes da Caixa Econômica Federal e da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Os participantes também puderam acompanhar o documentário Caminhos: histórias do serviço público, dirigido por Daniel dos Anjos, além de uma apresentação da soprano Carolina Morel, e do pianista Daniel Sacramento, da Escola de Música da UFRJ.

Evento aconteceu no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural Rio de Janeiro | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM)

“Buscamos discutir questões que atravessam a nossa vida profissional e saem do nosso cotidiano, mas que interferem diretamente na nossa qualidade de vida também. Por isso elegemos um tema tão sensível. Temos que entender as relações de trabalho como uma questão, e compreender que devemos discutir sobre como construir um ambiente de trabalho agradável e saudável”, disse Neuza Luzia Pinto, pró-reitora de Pessoal da Universidade.

UFRJ antirracista, diversa e não opressora

Como a gestão de pessoas pode contribuir para uma UFRJ antirracista, diversa e não opressora? Este questionamento foi respondido pela superintendente-geral da Sgaada (Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ), Denise Francisco Góes, durante uma das palestras do encontro. Ela estava acompanhada por diretores de diferentes setores da superintendência, como Rita Gomes, da Diretoria de Acessibilidade (Dirac); Márcio Neves, da Diretoria de Gênero e Pertencimento (Digepe); Renato Albuquerque, da Diretoria de Admissão (Dirad); e Sandra Batista, da Diretoria de Relações Étnico-raciais (Direr).

“O nosso papel é propor uma gestão de pessoas que atenda aos interesses coletivos. Precisamos coletivizar o pensamento para construirmos ações que possam atender a toda a Universidade, um espaço onde todos sejam vistos, ouvidos, reconhecidos, representados e respeitados. É necessário que os gestores se formem em temáticas contemporâneas, em questões de raça, gênero, religiosidade, sensibilidade e  diversidade”, ressaltou Denise.

Encontro contou com a participação de representantes da Sgaada | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM)

Na palestra, os diretores dos setores da Sgaada destacaram a centralidade da inclusão e da equidade como princípios da gestão de pessoas na UFRJ. Enfatizaram os desafios da acessibilidade na instituição, o combate ao racismo, a importância de ações afirmativas e do letramento antirracista. Também apontaram desigualdades estruturais que atravessam a Universidade e defenderam a formação contínua e uma gestão de pessoas sensível à diversidade como caminho para uma instituição mais democrática e transformadora.

Ambientes de trabalho saudáveis

A integração entre os servidores e a busca por promover espaços de trabalho mais saudáveis de trabalho na UFRJ pautaram a segunda palestra, “Ambientes de trabalho saudáveis: desafios para a construção”, composta por Alessandra Sarkis de Melo, diretora da Divisão de Movimentação e Alocação (DVMA); Catiuscia Munsberg Carneiro, psicóloga da Seção de Atenção Psicossocial da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST); e Natalia Limongi, diretora da Divisão de Acompanhamento das Relações de Trabalho (Dart). 

Elas destacaram os impactos das movimentações e remoções na vida funcional e pessoal dos servidores e a necessidade de ampliar o cuidado com a saúde mental por meio da escuta ativa e de ações de acolhimento. Compartilharam ainda ações de enfrentamento a situações de assédio, violência e discriminação no ambiente de trabalho, além de reforçarem que a construção de um ambiente saudável passa pela valorização da diversidade, criação de canais de apoio efetivos e pelo compromisso institucional em promover relações de trabalho baseadas no respeito, na ética e na inclusão.

“É imprescindível que a gente tenha um ambiente de trabalho saudável, seguro, amistoso e livre de qualquer violência.  As manifestações da violência, como assédio moral e outras violências nas relações interpessoais  provocam impactos prejudiciais aos trabalhadores, como burnout, adoecimento físico e dores no corpo. Trazem impactos físicos e mentais para todos os trabalhadores. É importante que a administração das instituições se engajem nesse propósito, mas isso é responsabilidade de todo mundo que faz parte desse ambiente laborativo”, disse Natalia Limongi.

Palestra “Ambientes de trabalho saudáveis: desafios para a construção” | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM)

O evento contribui para o desenvolvimento de uma administração ética e comprometida com o bem-estar, a inclusão e a saúde mental dos servidores, segundo a vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci: “A UFRJ é uma universidade com 105 anos de existência, que preza pela qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. E para mim uma das coisas mais importantes é uma administração de qualidade. Em uma instituição que conta com 9 hospitais, 175 cursos de graduação, 136 programas de pós-graduação, mais de 2.200 ações de extensão, é normal que haja problemas. Mas tenho certeza de que com a dedicação de todos nós e com iniciativas como essa, vamos vencer essas barreiras”, afirmou Cássia.  

Eliana Barreto Bergter e Celuta Sales Alviano (in memoriam) recebem título de professoras eméritas da UFRJ

Uma cerimônia realizada na Sala Copacabana, no Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus Cidade Universitária, marcou a entrega do título de professoras eméritas a Eliana Barreto Bergter e Celuta Sales Alviano (in memoriam). A honraria é atribuída aos docentes aposentados que, ao longo de sua carreira, prestaram serviços de excepcional relevância à Universidade.

A iniciativa de concessão do título partiu do Departamento de Microbiologia Geral do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes (IMPG) da UFRJ. Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, e da vice-reitora, Cássia Turci, participaram da cerimônia representantes e ex-professores do IMPG, além de amigos e parentes das homenageadas. 

A professora Eliana Barreto Bergter tem 51 anos de dedicação acadêmica ao IMPG, onde construiu uma carreira marcada por relevantes contribuições científicas, formação de recursos humanos e liderança institucional. Graduada em Química Industrial pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), iniciou sua trajetória na UFRJ em 1970, obtendo os títulos de mestre e doutora em Microbiologia, além de realizar pós-doutorado no Canadá e especialização na Alemanha. Como docente, participou ativamente da graduação e da pós-graduação, coordenou disciplinas, contribuiu para a criação do bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia e exerceu funções administrativas como chefe de Departamento e coordenadora de laboratório. Aposentada em 2022, mantém-se como professora colaboradora voluntária, reconhecida por sua dedicação e impacto na ciência.

Eliana Bergter recebe o título de professora emérita da UFRJ | Foto: Vitor Ramos (SGCOM/UFRJ)

Sua produção acadêmica é expressiva: 126 artigos publicados em periódicos internacionais, 10 capítulos de livro, uma patente e quase 4 mil citações, com índice H=35. Pesquisadora 1A do CNPq e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, realizou diversas investigações, com destaque para pesquisas sobre caracterização de moléculas de superfícies de protozoários patógenos, como o Trypanosoma cruzi, e diversos fungos. Além disso, contribuiu para a elucidação de importantes funções de glicoconjugados de fungos na interação com a célula hospedeira e para o inovador estudo sobre a caracterização e função de bioestimulantes para plantas. Sua carreira consolidou um legado científico e institucional que a projeta como referência nacional e internacional em Microbiologia.

Já a professora Celuta Sales Alviano, que faleceu no dia 16/1/2025, dedicou mais de 50 anos de trajetória acadêmica ao IMPG, onde ingressou como docente ainda durante o mestrado e alcançou a posição de professora titular em 1998. Graduada em Química Industrial pela UFS, concluiu mestrado e doutorado em Microbiologia na UFRJ, consolidando-se como pesquisadora pioneira no estudo de superfícies de microrganismos, especialmente fungos patogênicos. Sua carreira é marcada por contribuições científicas de destaque, com mais de 250 artigos publicados, três capítulos de livro, uma patente, índice H=58 e mais de 12 mil citações. Pesquisadora Produtividade Sênior do CNPq e ex-cientista do Nosso Estado da FAPERJ, formou dezenas de pessoas, incluindo 34 mestres, 27 doutores e 13 pós-doutores, além de inúmeros alunos de iniciação científica, muitos hoje professores em instituições de referência.

Daniela Alviano recebe o título oferecido a Celuta Alviano, que faleceu em janeiro de 2025 | Fotos: Acervo Daniela Alviano e Vitor Ramos (SGCOM/UFRJ) 

Além da excelência científica, Celuta desempenhou papéis de liderança e gestão dentro e fora da UFRJ. Atuou como chefe de Departamento por uma década, representou a instituição em comitês da Capes, CNPq, Finep e Faperj e participou ativamente da formulação e avaliação de políticas científicas e acadêmicas no Brasil. Reconhecida pela capacidade de articulação política, espírito agregador e postura ética, foi homenageada pela UFS, em 2007, como professora honoris causa.  

“Tem algumas cerimônias da UFRJ que nos marcam muito. Essa é ainda mais especial porque, como as duas homenageadas, a Universidade Federal de Sergipe foi a minha primeira instituição pública federal e aqui na UFRJ tanto a professora Eliana quanto a professora Celuta deixaram um legado. Temos que fazer pesquisa, ensino, extensão, muitas vezes trabalho administrativo, que é importante, mas não podemos perder o amor por dar aula. A nossa maior missão é formar os nossos estudantes como cidadãos para o mundo”, disse a vice-reitora, Cássia Turci, durante a cerimônia.

Daniela Alviano, filha de Celuta Alviano, que hoje é professora do IMPG, recebeu o título em nome da mãe e destacou que a homenagem reconhece o legado deixado por Celuta na UFRJ e principalmente no IMPG: “A Universidade é muito familiar para a gente. Minha mãe foi professora. Meu irmão é formado aqui. Eu sou formada aqui. Me sinto muito bem colocando a medalha, que sei que não é minha. Pertence a todo o legado que ela construiu”, ressaltou.

“A Universidade é feita pelos nossos alunos, servidores técnico-administrativos em educação e pelos nossos docentes. A gente aqui realmente é uma família no senso mais belo da palavra. Uma família pelo mérito, dedicação e pelo pelo suor dedicado a cada dia pela instituição”, afirmou o reitor, Roberto Medronho.

Cerimônia foi realizada na Sala Copacabana, no Gabinete da Reitoria | Foto: Vitor Ramos (SGCOM/UFRJ)

 “Acredito que uma das minhas maiores contribuições para a Universidade foi a formação de recursos humanos qualificados que continuaram realizando trabalhos importantes, tanto na área de pesquisa e ensino em outras universidades, como também em empresas no setor privado. É o que faço até hoje e farei enquanto estiver atuante”, disse a professora Eliana Bergter ao receber o título.

UFRJ inaugura Centro Brasil-Rússia para fortalecer relações acadêmicas e culturais

Uma cerimônia no Auditório Innopraktika, no Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quarta-feira, 6/8, marcou a inauguração do Centro Brasil-Rússia. A iniciativa tem como objetivo realizar ações que busquem desenvolver o intercâmbio entre os países e ampliar as interações do ponto de vista científico, cultural e social.

Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, participaram da cerimônia a vice-reitora, Cássia Turci; o decano do Centro de Tecnologia, Walter Issamu Suemitsu; a primeira diretora-geral adjunta da Innopraktika, Natalia Valerievna Popova; o cônsul da Rússia no Rio de Janeiro, Alexander Korolev; e o superintendente substituto de relações internacionais da UFRJ, Adolfo Tanzi. Na plateia, alunos, pesquisadores e pró-reitores acompanharam a inauguração.

Centro vai desenvolver ações para ampliar o intercâmbio entre Brasil e Rússia | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Precisamos ampliar as relações com o Brics. A UFRJ está empenhada, determinada a seguir a orientação do presidente Lula para que nós consigamos ter um mundo multilateral. As gerações com a Rússia são estratégicas. Eles têm universidades que praticam a ciência de ponta, e os nossos alunos e pesquisadores podem se beneficiar muito com esse intercâmbio”, disse Medronho.

Localizado no Centro de Tecnologia da UFRJ, o Centro Brasil-Rússia não se limitará a ações ligadas às áreas que têm estudos desenvolvidos no local e estará aberto também para a cultura, as artes e todas as áreas humanas. “Nós agora temos um pedacinho da Rússia dentro da UFRJ. Entendemos que será um espaço de trocas de cultura, língua,  arte e experiências entre os dois países”, afirmou Adolfo Tanzi.

As atividades do Centro também visam fortalecer as parcerias e iniciativas desenvolvidas pelas universidades do Brics nos últimos anos. Em junho deste ano, a UFRJ sediou o Fórum de Reitores das Universidades do Brics+. “Nós estamos trabalhando para fortalecer as nossas relações internacionais, principalmente aqui com este centro, com a Rússia. Também realizamos parcerias com os diversos países do Brics. Esse projeto amplia o relacionamento da Universidade com o Brics, mas principalmente com a Rússia”, destacou Cássia Turci.

Inauguração do Centro Brasil-Rússia, no Auditório Innopraktika, no CT da UFRJ | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Para os russos, além da aproximação entre as universidades, a iniciativa possibilita um intercâmbio sociocultural entre os dois países, ampliando o que já é realizado por meio do Brics. “Os estudantes que têm interesse pela cultura e pela história da Rússia vão encontrar bastante coisa interessante aqui e serão assíduos frequentadores do local. Sinto que nossas culturas são próximas e será fácil compreendermos uns aos outros”, afirmou Natalia Valerievna Popova.

O Centro Brasil-Rússia está localizado no Auditório Innopraktika, no segundo andar do bloco B do CT da UFRJ. O acesso se dá pelo corredor entre os Blocos A e C.

Integrantes da reitoria visitam o Colégio de Aplicação da UFRJ

O Colégio de Aplicação (CAp) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Lagoa, recebeu na quarta-feira, 30/7, a visita de integrantes da reitoria da instituição. O objetivo foi observar e discutir a situação do colégio, e buscar soluções para as demandas mais urgentes junto aos alunos, pais e professores. Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, também participaram do encontro a vice-reitora, Cássia Turci, pró-reitores e representantes do Escritório Técnico da Universidade (ETU).

A visita começou com um tour pelas instalações do CAp. A comitiva percorreu as obras de reconstrução da parte do muro da escola, que desabou no fim de junho deste ano. Em seguida, visitaram os espaços destinados à recreação e as salas de aula e dos professores. As principais reivindicações feitas por docentes e pais de alunos referem-se à infraestrutura precária do prédio, como a falta de espaço adequado para a Educação Infantil, ausência de refeitório, rachaduras no chão e nas paredes das salas, infiltrações e rede elétrica obsoleta. 

Comitiva realizou um tour pelas instalações do CAp | Foto: Divulgação (SGCOM/UFRJ)

Em sua fala, Medronho fez uma apresentação mostrando as dificuldades da Universidade que, ao longo dos últimos 12 anos, teve seu orçamento cortado pela metade. Ele ressaltou o esforço feito pela reitoria e órgãos diretivos da instituição para que as demandas do CAp possam ser atendidas. “Lutaremos com todo o esforço para que tenhamos aqui um espaço mais digno de trabalho, de pesquisa, de ensino, de extensão para todo o corpo social”, disse o reitor. 

Uma das iniciativas é a transferência do segmento de Educação Infantil para o campus da Ilha do Fundão. A licitação para contratação da empresa que realizará a obra do novo espaço já foi finalizada, e a expectativa é de que o projeto seja apresentado em sete meses. “Estamos procurando outros espaços; estamos muito empenhados nisso”, afirmou a vice-reitora. 

No encontro, a diretora geral do CAp, Cassandra Pontes, e a vice-diretora, Marina Campos, apresentaram dados sobre o funcionamento do colégio, que foi criado há 77 anos. Atualmente há 32 turmas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Das 818 vagas disponíveis em 2025, 661 estão ocupadas. O colégio conta com 55 estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (autistas), e com altas habilidades (superdotação). Há 59 servidores técnico-administrativos e 93 docentes docentes efetivos atuando no local.

“A partir de muito da escuta e do levantamento que fizemos em plenária, mostramos desafios estruturais, operacionais e de assistência que o colégio enfrenta atualmente. Um deles é a ausência de sede própria que compromete todas as possibilidades que a gente tem de ampliação desse espaço”, afirmou Marina Campos. Desde 1962, o colégio funciona na rua J.J. Seabra, na Lagoa, em prédio cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

Participantes do encontro visitaram as salas de aula e dos professores | Foto: Divulgação (SGCOM/UFRJ)

Após o tour pelas instalações do CAp, André Uzêda e Renata Flores, que representaram o coletivo docente do colégio, fizeram um histórico dos problemas estruturais da escola. Eles observaram ainda que enfrentam dificuldades para realizar atividades comuns, agravadas pela falta de internet, espaço físico e de maquinário para fazer cópias. 

Grupos de representantes dos pais de alunos também se manifestaram. Além de questões referentes à alimentação dos estudantes, eles apontaram como um dos problemas a localização do colégio, o que afeta principalmente o cotidiano dos pais de estudantes atendidos pelo Núcleo de Educação Especial e Inclusiva (NEEI).  Muitas mães saem de outros municípios, e aguardam os filhos em uma praça em frente ao CAp durante todo o período letivo do dia.

A previsão é que novos encontros entre a equipe da reitoria, pais, alunos e professores do CAp sejam realizados para acompanhar as melhorias das instalações e as demandas do corpo social.  

BNDES promove debate sobre transição energética e sustentabilidade com apoio internacional

O teatro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro, sediou, na quarta-feira, 9/7, o evento A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro. A iniciativa foi promovida pelo BNDES e apoiada pelo Brasil 247 e o site chinês Guancha.

A mesa de abertura teve a participação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao. Durante o encontro, Mercadante destacou a importância da transição energética em um cenário de crise climática com secas, incêndios e inundações, que se associam ao esgotamento de recursos naturais estratégicos, como a água.

“O BNDES tem feito grandes investimentos de saneamento, financiamento para tratamento e preservação dos recursos hídricos. O banco também está dedicado a construir uma certificadora de carbono. Somos o grande provedor de recursos naturais estratégicos e temos buscado parceiros privados no desenho dessa certificação”, disse Mercadante.

Os esforços feitos pelos países integrantes do Brics, por meio de uma agenda de articulações do Sul Global e do fortalecimento das ações multilaterais, também foram destacados pelos participantes como impulsionadores do desenvolvimento de tecnologias renováveis de alta qualidade. 

“Foram conquistados importantes resultados durante a última reunião, incluindo a adoção da declaração do Rio de Janeiro sobre finanças climáticas e a declaração sobre a governança global da inteligência artificial, trazendo contribuições variadas na busca por soluções inclusivas e sustentáveis para urgentes desafios globais”, afirmou Qingqiao.

Painel sobre os esforços para um futuro sustentável e a descarbonização | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Três painéis abordaram assuntos específicos inseridos na temática do evento: o futuro da energia limpa e a descarbonização na economia; esforços para um futuro sustentável e a descarbonização e os exemplos chineses. Em sua palestra, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, mostrou como as universidades têm papel estratégico na construção de sociedades sustentáveis. O Parque Tecnológico da Universidade foi citado com diversos exemplos de projetos e pesquisas focados na transição energética e na sustentabilidade. 

“Estamos trabalhando com biomaterial, energia e eficiência energética de baixo impacto, construções com bambus, e desenvolvimento de um ônibus movido pelo chamado hidrogênio verde, que já está em implantação em Maricá. Há também o LabOceano, que possui um dos tanques mais profundos do mundo e nos ajudou nos estudos sobre como prospectar o pré-sal. Ainda estamos criando, em conjunto com a Embrapa, o Centro Nacional de Fertilização, onde a descarbonização será absolutamente disruptiva nesse processo de redução do CO2 na produção de fertilizantes”, disse o reitor.

A ex-presidente Dilma Rousseff, que é a atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do Brics, encerrou o evento com uma palestra. Ela procurou mostrar que, com o atual cenário de emergência climática e crescente desigualdade, atrelado à guerra comercial imposta nos últimos meses, torna-se necessário pensar em uma nova forma de desenvolvimento que contemple a sustentabilidade ambiental dentro das estratégias econômicas.

Dilma Rousseff encerrou o evento com uma palestra | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Para os países do Sul Global, esse desafio é ainda maior. Nós enfrentamos a tarefa de desenvolver economias mais dinâmicas, complexas e inovadoras sem repetir as trajetórias de exclusão, dependência e vulnerabilidade ambiental e climática, que marcaram todo o desenvolvimento histórico do passado. O caminho da transição justa e sustentável passa necessariamente pela educação, para que a inovação adote tecnologias, modos de fazer e de pensar que levem em conta a segurança do planeta, a questão das desigualdades sociais e a importância do desenvolvimento”, afirmou Rousseff.

As mesas temáticas foram compostas pela presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu; as diretoras do BNDES, Luciana Costa e Tereza Campello; o reitor da UFRJ, Roberto Medronho; a copresidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da Organização das Nações Unidas (ONU), Izabella Teixeira; a diretora-executiva COP 30, Ana Toni; o ex-diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti; além de representantes de empresas chinesas.

Todo o evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube e está disponível no canal do BNDES na plataforma.