UFRJ inaugura Centro Brasil-Rússia para fortalecer relações acadêmicas e culturais

Uma cerimônia no Auditório Innopraktika, no Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quarta-feira, 6/8, marcou a inauguração do Centro Brasil-Rússia. A iniciativa tem como objetivo realizar ações que busquem desenvolver o intercâmbio entre os países e ampliar as interações do ponto de vista científico, cultural e social.

Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, participaram da cerimônia a vice-reitora, Cássia Turci; o decano do Centro de Tecnologia, Walter Issamu Suemitsu; a primeira diretora-geral adjunta da Innopraktika, Natalia Valerievna Popova; o cônsul da Rússia no Rio de Janeiro, Alexander Korolev; e o superintendente substituto de relações internacionais da UFRJ, Adolfo Tanzi. Na plateia, alunos, pesquisadores e pró-reitores acompanharam a inauguração.

Centro vai desenvolver ações para ampliar o intercâmbio entre Brasil e Rússia | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Precisamos ampliar as relações com o Brics. A UFRJ está empenhada, determinada a seguir a orientação do presidente Lula para que nós consigamos ter um mundo multilateral. As gerações com a Rússia são estratégicas. Eles têm universidades que praticam a ciência de ponta, e os nossos alunos e pesquisadores podem se beneficiar muito com esse intercâmbio”, disse Medronho.

Localizado no Centro de Tecnologia da UFRJ, o Centro Brasil-Rússia não se limitará a ações ligadas às áreas que têm estudos desenvolvidos no local e estará aberto também para a cultura, as artes e todas as áreas humanas. “Nós agora temos um pedacinho da Rússia dentro da UFRJ. Entendemos que será um espaço de trocas de cultura, língua,  arte e experiências entre os dois países”, afirmou Adolfo Tanzi.

As atividades do Centro também visam fortalecer as parcerias e iniciativas desenvolvidas pelas universidades do Brics nos últimos anos. Em junho deste ano, a UFRJ sediou o Fórum de Reitores das Universidades do Brics+. “Nós estamos trabalhando para fortalecer as nossas relações internacionais, principalmente aqui com este centro, com a Rússia. Também realizamos parcerias com os diversos países do Brics. Esse projeto amplia o relacionamento da Universidade com o Brics, mas principalmente com a Rússia”, destacou Cássia Turci.

Inauguração do Centro Brasil-Rússia, no Auditório Innopraktika, no CT da UFRJ | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Para os russos, além da aproximação entre as universidades, a iniciativa possibilita um intercâmbio sociocultural entre os dois países, ampliando o que já é realizado por meio do Brics. “Os estudantes que têm interesse pela cultura e pela história da Rússia vão encontrar bastante coisa interessante aqui e serão assíduos frequentadores do local. Sinto que nossas culturas são próximas e será fácil compreendermos uns aos outros”, afirmou Natalia Valerievna Popova.

O Centro Brasil-Rússia está localizado no Auditório Innopraktika, no segundo andar do bloco B do CT da UFRJ. O acesso se dá pelo corredor entre os Blocos A e C.

Integrantes da reitoria visitam o Colégio de Aplicação da UFRJ

O Colégio de Aplicação (CAp) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Lagoa, recebeu na quarta-feira, 30/7, a visita de integrantes da reitoria da instituição. O objetivo foi observar e discutir a situação do colégio, e buscar soluções para as demandas mais urgentes junto aos alunos, pais e professores. Além do reitor da UFRJ, Roberto Medronho, também participaram do encontro a vice-reitora, Cássia Turci, pró-reitores e representantes do Escritório Técnico da Universidade (ETU).

A visita começou com um tour pelas instalações do CAp. A comitiva percorreu as obras de reconstrução da parte do muro da escola, que desabou no fim de junho deste ano. Em seguida, visitaram os espaços destinados à recreação e as salas de aula e dos professores. As principais reivindicações feitas por docentes e pais de alunos referem-se à infraestrutura precária do prédio, como a falta de espaço adequado para a Educação Infantil, ausência de refeitório, rachaduras no chão e nas paredes das salas, infiltrações e rede elétrica obsoleta. 

Comitiva realizou um tour pelas instalações do CAp | Foto: Divulgação (SGCOM/UFRJ)

Em sua fala, Medronho fez uma apresentação mostrando as dificuldades da Universidade que, ao longo dos últimos 12 anos, teve seu orçamento cortado pela metade. Ele ressaltou o esforço feito pela reitoria e órgãos diretivos da instituição para que as demandas do CAp possam ser atendidas. “Lutaremos com todo o esforço para que tenhamos aqui um espaço mais digno de trabalho, de pesquisa, de ensino, de extensão para todo o corpo social”, disse o reitor. 

Uma das iniciativas é a transferência do segmento de Educação Infantil para o campus da Ilha do Fundão. A licitação para contratação da empresa que realizará a obra do novo espaço já foi finalizada, e a expectativa é de que o projeto seja apresentado em sete meses. “Estamos procurando outros espaços; estamos muito empenhados nisso”, afirmou a vice-reitora. 

No encontro, a diretora geral do CAp, Cassandra Pontes, e a vice-diretora, Marina Campos, apresentaram dados sobre o funcionamento do colégio, que foi criado há 77 anos. Atualmente há 32 turmas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Das 818 vagas disponíveis em 2025, 661 estão ocupadas. O colégio conta com 55 estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (autistas), e com altas habilidades (superdotação). Há 59 servidores técnico-administrativos e 93 docentes docentes efetivos atuando no local.

“A partir de muito da escuta e do levantamento que fizemos em plenária, mostramos desafios estruturais, operacionais e de assistência que o colégio enfrenta atualmente. Um deles é a ausência de sede própria que compromete todas as possibilidades que a gente tem de ampliação desse espaço”, afirmou Marina Campos. Desde 1962, o colégio funciona na rua J.J. Seabra, na Lagoa, em prédio cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

Participantes do encontro visitaram as salas de aula e dos professores | Foto: Divulgação (SGCOM/UFRJ)

Após o tour pelas instalações do CAp, André Uzêda e Renata Flores, que representaram o coletivo docente do colégio, fizeram um histórico dos problemas estruturais da escola. Eles observaram ainda que enfrentam dificuldades para realizar atividades comuns, agravadas pela falta de internet, espaço físico e de maquinário para fazer cópias. 

Grupos de representantes dos pais de alunos também se manifestaram. Além de questões referentes à alimentação dos estudantes, eles apontaram como um dos problemas a localização do colégio, o que afeta principalmente o cotidiano dos pais de estudantes atendidos pelo Núcleo de Educação Especial e Inclusiva (NEEI).  Muitas mães saem de outros municípios, e aguardam os filhos em uma praça em frente ao CAp durante todo o período letivo do dia.

A previsão é que novos encontros entre a equipe da reitoria, pais, alunos e professores do CAp sejam realizados para acompanhar as melhorias das instalações e as demandas do corpo social.  

BNDES promove debate sobre transição energética e sustentabilidade com apoio internacional

O teatro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro, sediou, na quarta-feira, 9/7, o evento A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro. A iniciativa foi promovida pelo BNDES e apoiada pelo Brasil 247 e o site chinês Guancha.

A mesa de abertura teve a participação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao. Durante o encontro, Mercadante destacou a importância da transição energética em um cenário de crise climática com secas, incêndios e inundações, que se associam ao esgotamento de recursos naturais estratégicos, como a água.

“O BNDES tem feito grandes investimentos de saneamento, financiamento para tratamento e preservação dos recursos hídricos. O banco também está dedicado a construir uma certificadora de carbono. Somos o grande provedor de recursos naturais estratégicos e temos buscado parceiros privados no desenho dessa certificação”, disse Mercadante.

Os esforços feitos pelos países integrantes do Brics, por meio de uma agenda de articulações do Sul Global e do fortalecimento das ações multilaterais, também foram destacados pelos participantes como impulsionadores do desenvolvimento de tecnologias renováveis de alta qualidade. 

“Foram conquistados importantes resultados durante a última reunião, incluindo a adoção da declaração do Rio de Janeiro sobre finanças climáticas e a declaração sobre a governança global da inteligência artificial, trazendo contribuições variadas na busca por soluções inclusivas e sustentáveis para urgentes desafios globais”, afirmou Qingqiao.

Painel sobre os esforços para um futuro sustentável e a descarbonização | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Três painéis abordaram assuntos específicos inseridos na temática do evento: o futuro da energia limpa e a descarbonização na economia; esforços para um futuro sustentável e a descarbonização e os exemplos chineses. Em sua palestra, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, mostrou como as universidades têm papel estratégico na construção de sociedades sustentáveis. O Parque Tecnológico da Universidade foi citado com diversos exemplos de projetos e pesquisas focados na transição energética e na sustentabilidade. 

“Estamos trabalhando com biomaterial, energia e eficiência energética de baixo impacto, construções com bambus, e desenvolvimento de um ônibus movido pelo chamado hidrogênio verde, que já está em implantação em Maricá. Há também o LabOceano, que possui um dos tanques mais profundos do mundo e nos ajudou nos estudos sobre como prospectar o pré-sal. Ainda estamos criando, em conjunto com a Embrapa, o Centro Nacional de Fertilização, onde a descarbonização será absolutamente disruptiva nesse processo de redução do CO2 na produção de fertilizantes”, disse o reitor.

A ex-presidente Dilma Rousseff, que é a atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do Brics, encerrou o evento com uma palestra. Ela procurou mostrar que, com o atual cenário de emergência climática e crescente desigualdade, atrelado à guerra comercial imposta nos últimos meses, torna-se necessário pensar em uma nova forma de desenvolvimento que contemple a sustentabilidade ambiental dentro das estratégias econômicas.

Dilma Rousseff encerrou o evento com uma palestra | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Para os países do Sul Global, esse desafio é ainda maior. Nós enfrentamos a tarefa de desenvolver economias mais dinâmicas, complexas e inovadoras sem repetir as trajetórias de exclusão, dependência e vulnerabilidade ambiental e climática, que marcaram todo o desenvolvimento histórico do passado. O caminho da transição justa e sustentável passa necessariamente pela educação, para que a inovação adote tecnologias, modos de fazer e de pensar que levem em conta a segurança do planeta, a questão das desigualdades sociais e a importância do desenvolvimento”, afirmou Rousseff.

As mesas temáticas foram compostas pela presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu; as diretoras do BNDES, Luciana Costa e Tereza Campello; o reitor da UFRJ, Roberto Medronho; a copresidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da Organização das Nações Unidas (ONU), Izabella Teixeira; a diretora-executiva COP 30, Ana Toni; o ex-diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti; além de representantes de empresas chinesas.

Todo o evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube e está disponível no canal do BNDES na plataforma.

Delegações da China e Argentina visitam o Parque Tecnológico da UFRJ

Representantes de universidades, do governo, da mídia e da sociedade civil da China e da Argentina realizaram uma visita na quarta-feira, 25/6, ao Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. Eles fazem parte da delegação que participou de um evento internacional na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Durante a visita das delegações à UFRJ, o reitor, Roberto Medronho, disse: “Nós precisamos criar um mundo multipolar. Devemos ser os construtores de um novo mundo em que a humanidade, o respeito à diversidade, a cooperação e o diálogo pacífico sejam o caminho para a resolução dos nossos problemas”.

Após reunião no Gabinete da Reitoria, os visitantes conheceram o Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (Lipcat) e puderam observar as pesquisas e os projetos desenvolvidos no local. O encontro foi mais uma oportunidade de estreitar as relações com a China e com países da América Latina.

Comitiva visitou o Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (Lipcat) | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Acho que essa relação é muito significativa pela cooperação entre as organizações, entre os veículos de comunicação e as universidades. Pretendemos enviar nossos jornalistas, sempre que possível, para participar dos eventos realizados no Brasil”, afirmou o presidente e editor-chefe do Global Times, Fan Zhengwei.

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia da Argentina Daniel Filmus também participou da visita, acompanhado do secretário de Relações Internacionais da Universidade de Buenos Aires (UBA), Patricio Conejero Ortiz. Eles destacaram a necessidade de ampliar as interações com as universidades brasileiras para desenvolver ainda mais a produção científica e tecnológica. 

“Argentina e Brasil representam quase 70% das capacidades científicas e tecnológicas da América do Sul. A aliança e o aprofundamento da relação entre os dois países no campo científico são fundamentais, não apenas entre nós, mas também complementando as relações com a China”, disse Filmus.

Ampliação da integração entre os países do Sul Global

Mais cedo, as comitivas participaram do evento “Diálogo Sul Global – Fórum de Mesa-Redonda China-ALC”, no Hotel Grand Hyatt, na Barra da Tijuca. O encontro, que foi organizado pelo jornal chinês Global Times, pelo portal de notícias Brasil 247  e pela UFRJ, contou também com a participação de representantes de outras nações da América Latina. 

Reitor da UFRJ, Roberto Medronho, durante evento no Hotel Grand Hyatt, na Barra da Tijuca | Foto: Divulgação

No evento, foram discutidos temas como as percepções mútuas entre China e América Latina, motores do relacionamento positivo entre as regiões e o papel da mídia na formação de visões recíprocas. Na sessão de abertura, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, lembrou como a Universidade tem participado do fortalecimento desses vínculos e destacou o progresso dessas relações: “Hoje temos vários acordos com diversas universidades chinesas e tenho plena convicção do quanto é fundamental cada vez mais estreitarmos os laços de cooperação no Sul Global”, concluiu o reitor.

Projeto Reitoria Itinerante da UFRJ visita o Centro de Letras e Artes

O Auditório do Salão Azul da Decania do Centro de Letras e Artes (CLA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu nesta quarta-feira, 18/6, mais uma edição do projeto Reitoria Itinerante. O tema central foi a situação orçamentária da UFRJ. Participaram do encontro o reitor, Roberto Medronho, a vice-reitora, Cássia Turci, além de pró-reitores, superintendentes, representantes e alunos das unidades do centro.

Durante a apresentação, o reitor mostrou que nos últimos 12 anos, o orçamento discricionário da instituição caiu quase pela metade. Além disso, neste período, houve um aumento de 50% do número de vagas por conta do projeto Reuni, mudando também o  perfil dos alunos da instituição e o gasto com bolsas estudantis. 

“As cotas, as ações afirmativas resultaram em uma inclusão social espetacular. O perfil sociodemográfico dos nossos alunos hoje é muito mais semelhante ao perfil da nossa sociedade do que antes. Mas isso também alterou nosso orçamento. Temos mais alunos. Só neste ano, 60% dos alunos participam de ações afirmativas. São pessoas que precisam dos devidos auxílios para se formarem, para se manterem aqui”, explicou o reitor.

Medronho também apresentou ações que estão sendo realizadas para a manutenção da Cidade Universitária e demonstrou gastos realizados com o Restaurante Universitário, água, luz, combustível e com a manutenção de veículos da Universidade. De acordo com o reitor, há planos para que seja feito um contrato com uma empresa terceirizada para o funcionamento dos ônibus internos que circulam no campus.

“Hoje o gasto com a manutenção desses veículos é nosso. São quase dois milhões de reais por ano. É muito dinheiro. Ainda gastamos com IPVA, combustível e o restante das manutenções. Nessa nova forma de contratação, só vamos pagar o que a gente conseguir usar. Se não usar, esse dinheiro fica para realizar outras melhorias”, destacou Medronho.

Representantes e alunos das unidades do CLA participaram da Reitoria Itinerante | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Durante o encontro, diversos questionamentos, necessidades e situações do cotidiano das unidades do CLA foram levados à administração superior. Uma das colocações foi a solicitação para que um curso de mandarim fosse implementado na UFRJ. 

Outro ponto destacado foi a infraestrutura dos prédios. A situação da Faculdade de Letras  foi descrita por representantes da unidade, que afirmaram que o local sofre com infiltrações que podem, além de comprometer a estrutura do prédio, danificar salas e o patrimônio contido no local. O reitor lembrou que será realizada uma reforma em parte do telhado, com verba proveniente de uma emenda parlamentar.

Também foi solicitado uma ampliação de funções gratificadas para profissionais de diferentes unidades do centro que, segundo os representantes, estão defasadas. Além disso, representantes da Escola de Belas Artes pediram um olhar especial para o orçamento da unidade, que tem sido constantemente avaliada como sendo de excelência. Eles lembraram que o local conta com museus e obras de arte que demandam de cuidados.

Professores e representantes da direção da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo também se manifestaram. Além de também mostrar as dificuldades enfrentadas, se colocaram à disposição das demais unidades para ajudar com projetos e ideias que venham a diminuir os problemas apresentados no encontro. 

O projeto Reitoria Itinerante segue sendo realizado no mês de junho. Na próxima sexta-feira, 27/6, acontece um encontro, às 10h, no Auditório do Bloco B do Polo Universitário de Macaé.  

Friperj promove encontro com parlamentares em apoio à recomposição orçamentária das universidades federais

A grave situação orçamentária enfrentada por universidades e institutos federais fluminenses foi tema do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) na segunda-feira, 19/5, na sede do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), no Centro do Rio. No encontro, os gestores das instituições do estado apresentaram o panorama financeiro a parlamentares da bancada federal fluminense e mostraram a redução das receitas ao longo dos últimos dez anos. 

As perdas são calculadas em aproximadamente  R$ 3 bilhões no período, em valores corrigidos pela inflação. Durante a reunião, os parlamentares federais reafirmaram o compromisso com a defesa do financiamento da educação e se colocaram à disposição para levar a pauta da recomposição orçamentária das instituições de ensino ao Governo Federal. 

“A situação orçamentária das universidades federais em todo o Brasil tem sofrido impactos ao longo da última década, o que está gerando uma necessidade de financiamento do custeio básico das universidades, que está se tornando insustentável. Associado a isso, nós tivemos duas ações este ano que prejudicaram muito o orçamento das universidades”, disse o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e atual presidente do Friperj, Roberto Rodrigues.

O cenário na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não é diferente. A última década também foi marcada por redução no orçamento. Em 2012, eram cerca de R$ 784 milhões (corrigidos pelo IPCA). Em 2025 o orçamento é de R$ 406 milhões, ou seja, 52% de 13 anos atrás. A situação se agravou ainda com a edição do  Decreto Federal nº 12.448, de 30 de abril de 2025, que limitou a liberação mensal do orçamento a 1/18 do valor da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2025 até novembro deste ano. 

Representante da UFRJ na reunião, a  vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, destacou que o encontro fortalece o Friperj e as universidades, e que a união entre as instituições contribui para que a situação seja revertida. Ela afirmou também que os valores liberados são insuficientes para honrar as despesas obrigatórias para a manutenção da Universidade, e que é necessário buscar, junto ao Governo Federal, uma mudança no decreto.

“Com o corte que nós tivemos, ou seja, recebendo 1/18, nós só conseguimos bancar 43% das despesas de custeio da nossa Universidade. É muito grave a situação, porque até novembro de 2025 nós receberemos apenas cerca de 60% do orçamento anual, e em dezembro 40%. É muito importante que a gente consiga o apoio dessa bancada”, alertou Turci.

Vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, no Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro | Fernando Souza (AdUFRJ)

A reunião contou com a presença de parlamentares comprometidos com a pauta da educação, como a vice-líder do governo na Câmara, Jandira Feghali (PC do B), dos deputados Benedita da Silva (PT), Chico Alencar (Psol), Reimont (PT), Laura Carneiro (PSD), Rejane de Almeida (Enfermeira Rejane, do PC do B) e Tarcísio Motta (Psol), entre outros. Durante o encontro, Feghali compartilhou que conversou com o ministro da Educação, Camilo Santana, e ele confirmou que a reivindicação por mais recursos será levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta semana. 

Além da UFRJ e da Rural, participaram do encontro as reitorias da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Federal Fluminense (IFF), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), representantes do Colégio Pedro II e de sindicatos.

Parceria entre UFRJ e Petrobras renova pavimentação na Cidade Universitária

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está recapeando alguns trechos da Cidade Universitária. As ações começaram no dia 5/5, com a reabilitação da camada asfáltica na Avenida Carlos Chagas Filho (próximo à saída 2) e na Avenida Horácio Macedo (próximo à Praça Edson Abdalla Saad).

A execução das atividades é fruto de uma parceria estabelecida entre Prefeitura Universitária (PU), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) e Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras. 

A iniciativa faz parte de projetos conjuntos entre a Coppe e o Cenpes, que têm buscado alternativas para a aplicação de produtos mais sustentáveis na pavimentação asfáltica. A pesquisa abrange eixos de análise sobre o envelhecimento do material ‒ como ele se comporta ao longo do tempo; a dosagem balanceada, para otimizar o desempenho mecânico; e a sustentabilidade. O novo asfalto tem grande potencial de reduzir a emissão de poluentes durante a sua produção e aplicação no campo.

“Estamos aplicando e avaliando o desempenho deste novo asfalto desenvolvido pela Petrobras, que alia eficiência técnica e responsabilidade ambiental, com potencial para transformar o mercado de pavimentação”, destacou Thiago Aragão, professor da Coppe e coordenador do projeto.

Os trechos serão monitorados pelos pesquisadores, que vão avaliar as performances funcionais e estruturais, buscando validar as tecnologias utilizadas. Novos experimentos estão previstos para serem realizados na Cidade Universitária no segundo semestre deste ano.

Diante do cenário de restrições orçamentárias recorrentes, a Prefeitura Universitária busca alternativas para viabilizar os serviços que a UFRJ necessita. “As tratativas com a Coppe e o Cenpes, acompanhadas também pela Coordenação de Infraestrutura Urbana da PU, foram exitosas, e o resultado de nosso esforço conjunto está sendo revertido na pavimentação”, destacou o prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado. 

Intervenções começaram no início de maio, com a reabilitação da camada asfáltica na Avenida Carlos Chagas Filho e na Avenida Horácio Macedo | Foto: Divulgação PU

Novos recapeamentos deverão ocorrer em setembro: na Avenida Horácio Macedo (sentido ponte), desde o posto de combustíveis até a rotatória da Praça Samira Mesquita, dando continuidade na Avenida Pedro Calmon (sentido ponte). Outros pequenos trechos também serão atendidos, como a Praça Wanda de Oliveira (alojamento) e Avenida Carlos Chagas Filho (próximo à BioRio).

As intervenções ainda podem aprimorar a mobilidade urbana, diminuindo os congestionamentos, além de melhorar o escoamento das águas pluviais sobre as vias em dias de chuva.

UFRJ e Secretaria de Saúde do Rio discutem novas parcerias em telemedicina, estágios e na área assistencial

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, se reuniu na quarta-feira, 30/4, com representantes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ). No encontro foi discutida a possibilidade da realização de novas parcerias nas áreas assistencial e de telemedicina, além da possível inserção dos alunos na UFRJ em estágios no município.

Além da equipe da UFRJ, participaram da reunião, o assessor da SMS-RJ, Luiz Felipe Pinto, e a subsecretária geral da Secretaria, Fernanda Adães. Uma das pautas foi a busca pela ampliação do acesso aos serviços ambulatoriais de saúde do SUS em parceria com o Hospital Universitário. Também foi proposta a criação de um grupo de trabalho para elaboração de projeto de Telemedicina para a atenção primária à saúde em parceria com a SMS-RJ.

A ampliação do cenário de ensino aprendizagem também foi destacada. A ideia é que haja uma maior inserção de alunos dos cursos da área de saúde da UFRJ na Maternidade Municipal Paulino Werneck, na Ilha do Governador.  Os representantes da SMS-RJ deixaram as portas abertas para que seja realizada uma visita ao local.

“O encontro de hoje serviu para ampliar as possibilidades de projetos e parcerias com o SUS carioca com aquela que é a principal universidade do Rio de Janeiro e uma das mais importantes do Brasil. Hoje os alunos da UFRJ já realizam o Internato e outros estágios na rede de atenção primária e hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro”, disse Luiz Felipe Pinto.

Durante o encontro, os representantes da secretaria convidaram Medronho para conhecer o projeto do novo Hospital Municipal Souza Aguiar, que vem passando pela maior reforma de sua história, além de outras unidades onde há supervisão de estágios curriculares da UFRJ.

Reitor da UFRJ visita obras do Canecão

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, visitou na terça-feira, 29/4, a área em que será construído o equipamento multicultural, onde funcionava a antiga casa de espetáculos Canecão, no campus da Praia Vermelha. O terreno, que pertence à Universidade, foi concedido por 30 anos para exploração pelo consórcio Bônus-Klefer. A previsão é de que as obras do complexo cultural sejam concluídas em 2026.  

“A expectativa é de que a população do Rio de Janeiro receba de volta, e com uma estrutura inovadora, a melhor casa de espetáculos do Brasil, onde foram feitos shows memoráveis e emocionantes”, disse Medronho, que visitou a área acompanhado por Andre Torós, CEO do consórcio. O encontro também contou com a participação dos heads de Marketing e Estratégia Comercial, Gabriel Hackme, e de Relações Institucionais, João Marcelo Oliveira.  Além de explicar como o funcionamento da futura casa está sendo planejado, os representantes do consórcio mostraram detalhes do projeto arquitetônico assinado por João Niemeyer, sobrinho do arquiteto Oscar Niemeyer.

O antigo prédio está em fase final de demolição. Pelo cronograma, as obras de construção do complexo cultural começarão neste primeiro semestre. “É muito bom atualizar o reitor e a sociedade sobre as fases do projeto. A população do Rio pode esperar o melhor complexo cultural do Brasil. Nada menos, nada mais. Apenas o Canecão de volta”, afirmou Torós.

Maquete traz uma ideia de como ficará o equipamento multicultural no espaço do antigo Canecão  | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Em um terreno de 15 mil metros quadrados, o projeto arquitetônico  prevê oito unidades de entretenimento que abrigarão várias atividades, como a grande sala para espetáculos musicais, espaço de exposições, estúdio criativo e Museu da Música. Serão cinco pavimentos, divididos no subsolo, térreo e nos três andares. O local também contará com espaços de convivência ao ar livre, com áreas arborizadas.

Como parte das contrapartidas para a UFRJ, o consórcio Bônus-Klefer fará duas construções no campus Praia Vermelha:  um prédio acadêmico com 80 salas de aula e um restaurante universitário. Os imóveis serão entregues com o novo complexo. “O problema das salas de aula será resolvido. A Universidade cresceu muito, e os espaços do Palácio não comportam mais o nosso crescimento. Sem falar no restaurante universitário, que é uma das garantias mais importantes para os nossos alunos, especialmente aqueles em vulnerabilidade socioeconômica”, destacou o reitor. 

Durante o encontro, foi exibida a prévia do documentário Canecão: Tantas Emoções, dirigido por Bruno Levinson e produzido por Clélia Bessa, com a participação de grandes nomes da cultura brasileira.  Após a conclusão das obras de construção do novo complexo o público poderá usufruir também de um espaço multiuso, onde ficará o famoso mural do ilustrador e escritor Ziraldo, totalmente reformado.

Presidente da Capes abre ano letivo da pós-graduação da UFRJ

O Auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco (antigo Quinhentão), do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi palco da aula inaugural que simboliza o início das atividades acadêmicas da pós-graduação em 2025. A aula, que aconteceu na terça-feira, dia 8/4, foi ministrada pela professora, ex-reitora da UFRJ e presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho.

Intitulada Ciência, Tecnologia e Inovação como Motor do Desenvolvimento Brasileiro: A Importância da Pós-Graduação, a palestra trouxe reflexões sobre o impacto da pós-graduação no avanço científico do país, mostrando o histórico do desenvolvimento dos estudos científicos no Brasil, além de utilizar dados para a visualização do atual cenário de programas, pesquisas e bolsas.

O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, abriu a cerimônia destacando a importância de se investir em educação, ciência, tecnologia e inovação. “Certamente, sem educação, sem ciência, tecnologia e inovação, nós não conseguiremos fazer o que a nossa sociedade precisa, especialmente em um país com uma desigualdade vergonhosa, especialmente em um país que precisa repensar o seu modelo de financiamento”, afirmou Medronho.

A pós-graduação no Brasil

Com dados informativos relevantes e a ajuda de gráficos, Denise  lembrou que a ciência brasileira, instituída e institucionalizada, possui menos de 100 anos, com a primeira tese de doutorado da UFRJ sendo concluída em 1966. A presidente da Capes contou que os cursos de pós-graduação começaram a aumentar no país a partir de 2004, quando foi criado o Reuni, Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, ela destacou que a partir de 2016 se observou a redução na velocidade da criação de cursos.

“É necessário que haja implantação de cursos de pós-graduação cada vez que uma nova universidade é criada, um novo campus é instituído no sistema federal. E essa diminuição da velocidade foi decorrente de vários fatores. O principal deles foi o subfinanciamento do sistema, que começou em 2016”, salientou Denise.

A palestrante mostrou que, até 2010, apenas Rio de Janeiro  e São Paulo eram responsáveis por mais da metade da produção científica nacional. No entanto, esse panorama começou a mudar após o processo de interiorização das universidades promovido pelo Reuni. “Temos o restante do Brasil se acendendo em termos de produção científica. É possível fazer com que o país  se desenvolva como um todo. Nós vamos virar essa página do subdesenvolvimento”, afirmou ela.

Universidades públicas produzindo ciência

Também foi possível observar que o ambiente das universidades públicas destoa do restante das instituições de educação quando o assunto é o ensino e a vivência da metodologia científica. A professora mostrou que é necessário atrair estudantes desses locais para que sejam iniciados na ciência: “A maior parte dos cursos de graduação do país não tem bolsas de iniciação científica. Oitenta e quatro por cento  das matrículas são de instituições federais e estaduais. O mestrado precisa ser visto de uma maneira diferente no nosso país. Um momento de efetivamente divulgarmos a ciência entre todos aqueles que são graduados”.

A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, durante a aula inaugural que marcou a o início das atividades acadêmicas da pós-graduação na UFRJ em 2025 | Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

Bolsas

O atual  modelo de distribuição de bolsas também foi pauta no encontro. Denise Carvalho salientou que são  necessárias ações estratégicas para a concessão dessas bolsas, que vão além da distribuição dos programas institucionais. Uma dessas ações foi colocada em prática em 2024 pela Capes, ao conceder também um percentual das bolsas dos programas de excelência para as pró-reitorias. “Queremos premiar a excelência. Nas universidades que obtiverem um número maior de programas de excelência, o pró-reitor terá um número maior de bolsas a serem distribuídas”, explicou.

A presidente da Capes afirmou ainda que a extensão também terá papel fundamental no âmbito da pós-graduação, beneficiando programas que atuem nesse sentido. “Quanto mais bolsas nos programas Proex, mais a pró-reitoria terá bolsas a serem distribuídas em projetos e programas institucionais. A UFRJ, neste ano, é a universidade que mais recebe bolsas de pró-reitoria. Houve essa política implantada em 2024 e o pró-reitor fez um excelente trabalho, distribuindo essas bolsas”, lembrou.

Denise detalhou, ainda, que o planejamento junto ao governo federal é para que o número de concessões de bolsas siga crescendo, tendo como base o ano de 2014, quando 42% dos mestrandos e doutorandos tinham bolsa Capes. “A média nacional em 2023 está em 37%, tanto para mestrado quanto doutorado. Agora as de doutorado estão se aproximando dos 42% e as de mestrado ainda estão em 34%”, informou.

A palestrante destacou que a Capes observa três dimensões para a concessão das bolsas. A primeira é a excelência, sendo observada por meio das notas dos programas. O segundo fator do modelo é a localização do programa. Se o curso está em um município de baixo IDH, por exemplo, e for avaliado com nota 6, ganhará mais do que um curso com a mesma nota localizado em uma cidade com o IDH maior. A terceira dimensão é a titulação, sendo observada a média de titulados em quatro anos.

Realizações e projetos

“No atual governo, a partir de 2023, tivemos o reajuste das bolsas de pós-graduação, o aumento no quantitativo de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, dentro do que podemos, embora saibamos que ainda não é suficiente. Aumentamos o quantitativo de bolsas no exterior, aumentamos a mobilidade acadêmica entre países da América Latina e Caribe, aumentamos o número de vagas e os cursos da Universidade Aberta do Brasil, que volta a ser financiada”, concluiu Denise.

A presidente da Capes também agradeceu a participação de docentes da UFRJ na construção do novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) e demonstrou diversas parcerias com outras instituições para alavancar ainda mais o desenvolvimento dos estudos científicos no Brasil, além de destacar iniciativas que a  própria Capes vem desenvolvendo.  

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