Vice-reitora Cássia Turci apresentou a UFRJ em painel internacional em Genebra, na Suíça | Foto: Arquivo pessoal
A vice-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cássia Turci, representou a instituição na 16ª Assembleia Geral e 13º Seminário Internacional do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (Gcub), em Genebra, na Suíça, na sexta-feira, 27/10. O evento discutiu o tema Educação Superior para a Cidadania Global e contou com a participação de palestrantes nacionais e internacionais em apresentações de pesquisas e debates envolvendo o desenvolvimento da educação superior e da cidadania global.
O seminário internacional abordou quatro eixos principais:
O papel da educação superior na garantia da igualdade social, justiça e equidade.
Refugiados, migrantes e apátridas na universidade: compartilhando experiências.
Transformando a universidade para promover a cidadania global.
A contribuição das universidades para a consecução da sustentabilidade.
Em debate sobre a contribuição das universidades para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Turci apresentou as ações da UFRJ a fim de educar cidadãos globais. A vice-reitora também apresentou a instituição e seus números, o papel da Universidade na formação de uma sociedade justa e igualitária e a importância da capacitação integral do estudante, que atua como força transformadora.
Com Turci também participaram da mesa o professor Padmanabhan Seshaiyer, da George Mason University (Estados Unidos); Galo Naranjo, reitor da Universidad Tecnica de Ambato – UTA (Equador); Gulnar Mukhametkaliyeva, da Al Farabi Kazakh National University (Cazaquistão); Paulo Cesar Miguez de Oliveira, reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba); e Valder Steffen Júnior, reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que foi o moderador.
Nesta edição, o Gcub comemorou 15 anos de atuação e realizou o evento em parceria com a Université de Genève (Unige) e a International School of Geneva (Ecolint). Na próxima, em 2024, a vice-reitora irá compor a comissão organizadora do encontro.
Fundado em 2008, o Gcub é uma associação da sociedade civil, sem fins lucrativos, de caráter acadêmico, científico e cultural. Tem programas e projetos destinados a estudantes de graduação e de pós-graduação, a pesquisadores e professores. Com a UFRJ, é composto por 89 universidades brasileiras.
Reitor Roberto Medronho (terno azul, à direita) explica aos diretores das unidades que restrições orçamentárias estrangulam a educação pública superior ano a ano | Fábio Caffe (SGCOM/UFRJ)
Para dar início ao projeto Reitoria Itinerante, a cúpula da gestão da UFRJ escolheu, na última terça-feira (24/10), o histórico prédio erguido no século XVIII, onde atualmente está o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e o Instituto de História (Ifcs-IH), no Largo de São Francisco, Centro do Rio de Janeiro. O lugar carrega o pioneirismo na formação superior no Brasil, pois lá se instalou a Escola Politécnica, um dos pilares da criação da Universidade no século XX. Hoje, todavia, a estrutura tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) sofre com diversos problemas para abrigar os professores, os servidores técnicos e os mais de cinco mil estudantes dos cursos de História, Filosofia e Ciências Sociais nas salas de aula e corredores.
Ao lado dos pró-reitores da Universidade, o reitor, Roberto Medronho, iniciou as atividades destacando as restrições orçamentárias que estrangulam a educação pública superior ano a ano. O ano de 2023, por exemplo, a UFRJ fechará com uma dívida de 120 milhões de reais, que se arrastará para a gestão em 2024. A ideia de estreitar a comunicação e buscar soluções conjuntas acabou se tornando uma grande reunião. Nela, de um lado, estavam os pró-reitores e outros gestores administrativos esclarecendo os motivos pelos quais as soluções para o prédio demoram a acontecer. Do outro, o diretor do Ifcs, Fernando Santoro, e o diretor do Instituto de História (IH), Antônio Carlos Jucá, elencando as dificuldades da administração, como a necessidade de recuperar com urgência a parte elétrica da edificação e evitar a ocorrência de sinistros.
De acordo com o reitor, um grande esforço está sendo realizado para manter a UFRJ com as portas abertas até o fim do período letivo. “O orçamento deste ano foi aprovado no governo anterior (ao do presidente Lula) e não há como mudar isso. Estamos em débito com os fornecedores de energia, de água e poderemos ficar devedores de outros serviços essenciais. Mas tomamos a decisão de manter a Universidade aberta, acolhendo os alunos e realizando pesquisas. Não há recursos no MEC e nós, a despeito do empenho em resolver, estamos com problemas. Precisamos ter rotinas muito claras e objetivas para agilizar os processos burocráticos, agilizar o trâmite e dar respostas”, afirmou.
Os problemas orçamentários não são os únicos. Mudanças na legislação federal específica para realização de licitações, quadro de servidores públicos reduzido e, no caso do Ifcs-IH, restrições arquitetônicas, por se tratar de um patrimônio público tombado, impedem que decisões que parecem simples sejam tomadas. Segundo a arquiteta Adriana Mendes, que representou o Iphan no encontro, o projeto de recuperação da parte elétrica ainda deve levar um tempo para ser autorizado. “Qualquer obra em bem tombado precisa de um projeto executivo aprovado no Iphan. Isso ocorre em duas etapas, pela dimensão do edifício. Primeiro, se aprova o projeto básico ou anteprojeto, o que ocorreu para a parte elétrica e prevenção de incêndio. Mas ainda são necessárias informações para a aprovação final, com a análise da compatibilização dos elementos que serão incorporados à arquitetura do prédio”, informou ela.
O diretor do Escritório Técnico Universitário (ETU), Roberto Machado Corrêa, informou que uma vistoria da estrutura do Ifcs-IH foi realizada na segunda-feira (23/10) e que a preocupação é com a preservação da integridade física e a vida das pessoas. Caso seja necessária a interdição de um espaço ou outro, isso será realizado. Servidores da Prefeitura Universitária (PU) iniciaram a inspeção dos condicionadores de ar e circuitos elétricos para verificar quais poderiam funcionar em segurança e ventiladores foram fornecidos para atenuar o calor nas salas de aula.
Encontro produtivo
Na opinião do professor Fernando Santoro, a Universidade entendeu que o prédio mais antigo da instituição é um lugar prioritário para conservação, não apenas do patrimônio tombado, mas sobretudo da vida das pessoas que desenvolvem trabalhos nos institutos. “Tivemos a oportunidade de tocar em assuntos que são relevantes para o IH e o Ifcs. A meta de manter a UFRJ aberta até o fim do ano guiou as discussões. Todos trouxeram as questões que são urgentes e necessárias para evitar a interrupção das atividades acadêmicas. Destacamos a necessidade de se evitar o atraso de pagamentos de terceirizados de limpeza, segurança e bombeiros civis, como ocorreu no passado. Enfatizamos a situação da parte elétrica do prédio, mas também a necessidade de reformas com ações emergenciais”, explicou o diretor do Ifcs.
Santoro também disse que a presença de representantes do ETU e da PU, com equipes no prédio, foi importante para verificar em cada uma das salas os aparelhos possíveis de serem ligados com segurança. “Outro exemplo foi agilizar a compra de materiais para a sinalização e prevenção de incêndio. Creio que a reunião foi muito produtiva com a presença de estudantes, docentes e outros que aqui trabalham”.
Do ponto de vista do reitor, a experiência da Reitoria Itinerante teve êxito por ter sido uma interação direta com o IH e o Ifcs. “Saímos com a sensação de que precisamos avançar e somente a união entre as unidades, decanias e a Reitoria poderá fazer frente aos graves problemas que temos hoje na UFRJ. A presença do Iphan foi importante para agilizar os processos e nosso interesse é agilizar e destravar as pendências. Algumas sem dúvida precisam de suplementação orçamentária, mas outras podem ser resolvidas em um diálogo franco e fraterno como ocorreu”.
Roberto Medronho enfatizou que a PU e o ETU já começaram a atuar. E concluiu: “estamos preparando processos e procedimentos para que, tão logo cheguem as verbas, possamos resolver os problemas do fabuloso e histórico prédio. De qualquer maneira, acima das questões patrimoniais, a preocupação é com a segurança e a vida do corpo social dos institutos, daqueles que lá estudam, pesquisam e trabalham”.
Em reunião na reitoria, foram traçadas as primeiras ações para a construção da Política de Sustentabilidade da UFRJ | Foto: Raphael Pizzino (SGCOM)
Com o objetivo de se tornar referência em sustentabilidade entre as universidades brasileiras, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deu o primeiro passo para reunir em um só lugar todas as iniciativas voltadas para a área, tanto aquelas já em curso quanto as que ainda são apenas projetos. Em reunião preliminar ocorrida no prédio da Reitoria na última sexta-feira (20/10), foi formada uma comissão que vai elaborar documentos e diretrizes de trabalho que serão apresentados ao Conselho Universitário para a construção da Política de Sustentabilidade da Universidade.
De acordo com o reitor, Roberto Medronho, que presidiu o encontro com participação dos principais atores de iniciativas já desenvolvidas na instituição, a meta é formar nos campi espaços de experiências que respondam a demandas cada vez mais urgentes da sociedade em relação à produção de energia, consumo de água, saneamento, reaproveitamento de resíduos, entre outros. “Temos muitas áreas de conhecimento que podem atuar em três eixos. O primeiro, voltado a deixar a UFRJ mais atuante na geração da própria energia e água, insumos que consomem a maior parte do orçamento. O segundo, voltado para a educação do corpo social, tornando-o cada vez mais consciente em relação ao uso dos recursos naturais. Por fim, o terceiro, para integrar as ações voltadas para o desenvolvimento sustentável”, afirmou. Os três eixos permitem criar sinergias entre as diferentes dimensões de sustentabilidade, possibilitando o diálogo com artes, cultura, ciência, tecnologia e ancestralidades.
A professora Laísa Freire, do departamento de Ecologia do Instituto de Biologia (IB), apresentou aos participantes da reunião a síntese das propostas discutidas ainda no período de transição entre a gestão passada e a atual. Em curto prazo, segundo ela, é necessário dar continuidade ao Plano de Logística Sustentável (PLS), por exemplo, além de aumentar o controle para que as compras de materiais usados no cotidiano pela instituição sejam sustentáveis. A proposta é ainda mais ambiciosa a médio e a longo prazos. O objetivo é ter cursos de capacitação de servidores e inovações nos currículos na graduação e na pós que envolvam a territorialização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A atual coordenadora do PLS, a professora Bettina Susanne Hoffmann, da Escola de Química, observou que o Plano é um centralizador de gestão que pode unir as iniciativas por áreas temáticas. A iniciativa visa à realização de diagnósticos, estabelecimento de metas e planos de ação. É necessário, de acordo com ela, que as pró-reitorias de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) e de Gestão e Governança (PR-6) sejam mais atuantes para ajudar a definir o financiamento para as ações. “É preciso ainda uma reestruturação da equipe do PLS, com o ingresso de novos quadros com responsabilidades definidas. Precisamos nos adaptar às novas diretrizes do governo federal e vejo o Plano como uma ferramenta para nortear as ações de sustentabilidade”, destacou Susanne Hoffmann.
O professor Francisco Esteves, do Nupem/CCS, vai coordenar a equipe voltada a evidenciar as iniciativas sustentáveis da UFRJ. Para ele, nas unidades existem diversos grupos voltados para oferecer à sociedade soluções inovadoras e ferramentas de gestão destinadas a ampliar a qualidade de vida com o uso consciente dos recursos naturais. “Há pessoas voltadas para desenvolver o PLS; outras, com ações para levar à frente os ODS; e há ainda aqueles que atuam com destinação de resíduos. A meta é integrar todos eles”, afirmou.
A professora Andrea Borde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que participou da elaboração do Plano Diretor da UFRJ para 2030, acredita que a formação de um novo núcleo vai dar visibilidade às ações que estão dispersas. Além dela, do professor Esteves e das professoras Freire e Susanne Hoffmann, integram a comissão preliminar os professores Marcos Freitas (Coppe), Marcelo Cortes (Colégio de Aplicação), Guto Nóbrega (FAU) e Thiago Gomes (Instituto Politécnico/CM-Macaé). O e-mail sustentabilidade@reitoria.ufrj.br está disponível para acolher novas adesões.
Celebração do Contrato de Gestão do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas com o MCTI ocorreu na UFRJ | Foto: Luara Baggi (MCTI)
Na segunda-feira, 9/10, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deu um importante passo para a pesquisa oceânica no país. Em evento no Rio — do qual o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho, participou —, um contrato de gestão foi celebrado entre o MCTI e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), que passa a ser uma organização social vinculada ao ministério. O instituto será sediado no Parque Tecnológico da UFRJ.
Ao cobrir 70% da superfície terrestre e capturar 25% de todo o dióxido de carbono na atmosfera, o oceano entrou para o centro do debate global. Tem relação direta com grandes desafios nacionais e internacionais que afetam o dia a dia das pessoas, como as mudanças climáticas e a insegurança alimentar.
“Cuidar do oceano é, para além da sustentabilidade, também cuidar da saúde da população”, afirmou Roberto Medronho, reitor da UFRJ | Foto: Luara Baggi (MCTI)
Medronho ressaltou que o Inpo trará resultados concretos. “Cuidar do oceano é, para além da sustentabilidade, também cuidar da saúde da população. Esse instituto trará grandes contribuições para resoluções dos problemas climáticos, energias sustentáveis, plataformas embarcáveis. Esse consórcio é de muito orgulho para todos nós”, afirmou o reitor.
Segundo Luciana Santos, ministra da área, a assinatura marca uma fase importante do progresso do conhecimento científico. “O Inpo atende às demandas por apoio às atividades de pesquisa e desenvolvimento, à otimização do uso de nossos navios de pesquisa e demais infraestruturas. É resultado de uma atuação coesa e participativa da comunidade científica, e conta com uma agenda robusta e à frente dos desafios que se projetam em busca de um oceano saudável, seguro e resiliente”, disse.
A ministra Luciana Santos destacou a importância do Inpo para a comunidade científica e para o Brasil | Foto: Luara Baggi (MCTI)
“O marco de hoje representa o fim de uma longa espera dos cientistas marinhos nacionais. Por isso, precisamos ser rápidos e eficientes no início das atividades do novo instituto, retomando as parcerias estratégicas nacionais e internacionais”, continuou a ministra.
O diretor-geral do Inpo, Segen Estefan, que é professor titular de Estruturas Oceânicas e Engenharia Submarina do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ), explicou que o “modelo de organização social dará agilidade à atuação do instituto e, ao mesmo tempo, guardará vínculo com o órgão supervisor, o MCTI”. Estefan frisou, ainda, a importância da ciência oceânica para entender seu papel nos efeitos das mudanças climáticas, preservação de ecossistemas, melhor informação para a população e tomada de decisões de políticas públicas.
“A agilidade na transição energética é fundamental para diminuir as temperaturas do oceano, para o recuo das geleiras e para reduzir o aumento do nível do mar e a indução de eventos extremos”, asseverou o diretor do Inpo.
Já para o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, a iniciativa “permitirá organizar o ecossistema de pesquisa no maior bioma brasileiro”.
Celso Pansera, presidente da Finep, destacou que o Brasil vive momento importante para a ciência | Foto: Luara Baggi (MCTI)
“O Inpo já nasce com uma rede de apoio poderosa, com INCTs [Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia], universidades, pesquisadores, grupos técnicos e empresas”, opinou. “É um momento importante para a ciência buscar novas fontes de riqueza, para financiar um país mais justo, mais equânime, que respeite o meio ambiente e promova uma economia mais sustentável.”
"Precisamos produzir e difundir conhecimento científico, tecnológico, filosófico e artístico, instrumentos que proporcionem igualdade social e econômica e também sustentabilidade ambiental", afirmou Roberto Medronho, reitor da UFRJ | Foto: Daniil Prokofyev (HSE University)
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho, participou da edição deste ano do fórum educacional da Greater Eurasian Partnership (GEP), Grande Parceria Eurasiática, em tradução livre. O evento aconteceu entre 25 e 29/9, na Escola Superior de Economia (HSE), em Moscou, capital russa.
A GEP inclui a União Econômica Eurasiática (EAEU), a Organização para Cooperação de Xangai (SCO), os Brics (países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico), a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), países do Oriente Médio, da África e da América Latina.
O fórum teve como objetivo conectar estratégias e iniciativas nas áreas de educação, ciência e tecnologia. Contou com a participação de representantes de 23 países e mais de 40 organizações científicas e educacionais.
Para a vice-reitora da HSE, Victoria Panova, as parcerias universitárias são estratégicas. “Empresas, missões diplomáticas estatais e organizações da sociedade civil conectam pessoas e facilitam a comunicação. (…) Como vice-reitora da universidade, posso dizer que não há nada mais valioso do que laços internacionais estáveis, de longo prazo e confiáveis.”
Victoria Panova é vice-reitora da HSE | Foto: Daniil Prokofyev (HSE University)
Ela mediou a plenária de discussão de pontes acadêmicas, que teve Medronho como um dos integrantes. Além do reitor da UFRJ, participaram Adjima Thiombiano, ministro de Educação Superior, Pesquisa Científica e Inovação de Burkina Faso (África); Issa Ansari, presidente da Universidade Prince Mohammad bin Fahd (Arábia Saudita); Denis Fomin-Nilov, reitor da Universidade Kyrgyz Russian Slavic (Quirguistão); e Elmurod Hoshimoy, reitor da Banking and Finance Academy do Uzbequistão.
Sul Global em foco
Medronho citou recente fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Organização das Nações Unidas (ONU), em que pontuou que o atual multilateralismo global está corroído. O professor destacou o desenvolvimento da educação no Sul Global. Ele pontuou que as universidades dessa região enfrentam desafios complexos e que seu desenvolvimento requer justiça e igualdade nas relações internacionais para se contrapor ao establishment. O reitor da UFRJ frisou a importância de os participantes do fórum cooperarem no campo da educação, o que ajudará na implementação de projetos no Sul Global.
“No Brasil, o cenário do ensino superior passou por importantes avanços que tiveram grandes impactos na vida acadêmica e científica, tais como: a expansão e redistribuição geográfica das universidades federais, o aumento de vagas nos cursos de graduação, a criação de novos cursos de graduação e programas de doutorado, as ações afirmativas para incluir segmentos sociais historicamente discriminados, entre outras ações”, afirmou Medronho.
“O Projeto Sul Global será concluído com sucesso se todas as universidades do segmento, através destes países, fornecerem um sistema educativo com os meios para dominar, cultivar, aplicar e disseminar o patrimônio do conhecimento humano”, continuou o reitor.
“A Universidade Federal do Rio de Janeiro está empenhada em liderar esse desafio no Brasil, atuando como uma força transformadora na sociedade brasileira. Precisamos produzir e difundir conhecimento científico, tecnológico, filosófico e artístico, instrumentos que proporcionem igualdade social e econômica e também sustentabilidade ambiental, num nível que transcenda a geografia, religião e crença”, enfatizou.
Universidade Brics multicampi
Em seu discurso, Medronho propôs, ainda, a criação de uma universidade multicampi para multiplicar esforços de integração internacional no bloco dos Brics.
“A Universidade Federal do Rio de Janeiro propõe uma Universidade Brics multicampi e está pronta para sediar um campus no Brasil, para facilitar a mobilidade de estudantes, professores e funcionários nesse grandioso projeto do Sul Global. Como primeira iniciativa, proponho um projeto transversal entre os países do Brics para realizar uma plataforma de ensino contínuo, visando facilitar o intercâmbio comercial, científico e cultural. Nosso objetivo é universalizar o conhecimento. Essa é a condição sine qua non para reproduzir o mundo imaginário de Lev Nikolaevitch Tolstoi e Fiodor Dostoiévski”, concluiu.
Neste dia 30 de setembro, em que se celebra o Dia do(a) Secretário(a), a Reitoria da UFRJ agradece a todos os secretários e secretárias que tornam os dias mais simples e prazerosos.
Esta é uma data para se comemorar a dedicação, o comprometimento e a amizade de todos(as) vocês, parceiros(as) nesta árdua tarefa de fazer da centenária UFRJ uma Universidade mais inclusiva, solidária e de qualidade.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, teve encontro com papa Francisco | Foto: Vatican Media
Para discutir temas relacionados aos grandes desafios do mundo na atualidade, a exemplo de mudanças climáticas, crise hídrica e biodiversidade, desemprego e migração, tecnologia e tecnocracia, representantes de universidades latino-americanas e caribenhas estiveram reunidos nesta semana, em Roma, na Itália. A delegação brasileira foi formada por reitores de 41 universidades, entre eles, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.
Os temas tratados no encontro são baseados nas encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti, escritas pelo pontífice em 2015 e 2020, respectivamente. A Laudato si’ aborda os problemas ambientais que ocorrem na Terra (a casa comum) e propõe um paradigma de mudança para questões críticas, como as ambientais e as sociais. Já a outra encíclica dá continuidade à primeira e faz um chamamento para que a humanidade redescubra sua fraternidade universal e trabalhe em um projeto de desenvolvimento que promova a dignidade humana.
Durante o encontro, os reitores foram agrupados em equipes de trabalho, cada uma composta por três oradores. Em audiência com o papa Francisco, os dirigentes apresentaram quatro propostas de diálogo acadêmico regional , elaboradas ao longo das etapas anteriores do “Encontro entre Reitores de Universidades Latino-Americanas e Caribenhas: Organizando a Esperança”. Na ocasião, os reitores e reitoras puderam fazer perguntas ao líder da Igreja Católica.
Segundo Roberto Medronho, o líder religioso respondeu a cada uma das questões e recebeu uma carta assinada por todos os reitores. O papa Francisco fez um apelo para que as instituições de ensino superior conversem com a juventude.
Para Francisco, os jovens têm direito a um cosmos equilibrado, e, por isso, ele fez críticas à cultura do consumo, às toneladas de plástico deixadas no mar e a todas as formas de degradação ambiental. O pontífice demonstrou grande preocupação com o extrativismo como uma das formas de agressão ao meio ambiente e geração de doenças. O evento foi promovido pela Red Universitaria para el Cuidado de la Casa Común (RUC).
Ampliar a assistência estudantil é uma das prioridades da gestão do reitor Roberto Medronho, à frente da UFRJ | Foto: Reprodução/Band TV
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, completou no domingo, 3/9, dois meses à frente da maior universidade federal do país. No sábado, foi veiculada a entrevista de 10 minutos que o professor concedeu ao Jornal do Rio, da Band TV (assista a seguir). Nela, Medronho destacou as prioridades da sua gestão, entre elas, a de ampliar a assistência estudantil da instituição.
Medronho abriu a entrevista destacando os números da Universidade e a relevância social da instituição para o Rio e o país e frisou que é motivo de orgulho estar à frente da UFRJ. “Eu venho do ensino público, gratuito e de qualidade. Então, eu sempre disse que tenho o dever ético e moral de devolver para a sociedade aquilo que ela investiu em mim. Por esse motivo, estar hoje reitor da UFRJ significa poder fazer com que possamos prestar mais e melhores serviços para a nossa sociedade”, disse Medronho.
A jornalista Bruna Carvalho entrevistou o reitor Roberto Medronho | Foto: Reprodução/Band TV
Por conta da pandemia, 12,7 mil estudantes abandonaram os cursos, muitos deles por questões socioeconômicas. Dentre eles, 39,3% oriundos de ações afirmativas. Atrair de volta essas pessoas é um dos grandes desafios colocados como prioridade por Medronho, que disse fazer parte das missões da nova gestão a atração desses estudantes.
“Estamos procurando financiamento em outros ministérios, não apenas no MEC [Ministério da Educação], e também no setor produtivo, para que, através de convênios, esses alunos possam receber bolsas”, disse o reitor. “É muito doloroso a gente ver um aluno que conseguiu passar para uma universidade como a UFRJ ter que abandonar por questões de vulnerabilidade socioeconômica”, completou.
Infraestrutura
A infraestrutura também foi ponto de pauta da entrevista do reitor à emissora. Nela, ele lembrou que nos últimos anos a UFRJ passou por um “estrangulamento orçamentário”, o que gerou impacto na parte física da instituição.
“Temos que finalizar algumas obras que ficaram inacabadas. A gente está apostando muito no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para esses investimentos necessários”, disse Medronho. Ele lembrou, ainda, que a UFRJ tem diversos prédios tombados, o que encarece sua gestão patrimonial. Segundo o reitor, a gestão tem buscado com o governo federal e com parceiros estaduais e municipais, além do setor produtivo, estabelecer parcerias para melhorar a infraestrutura da UFRJ.
Reforma da graduação
Para o reitor, é preciso remodelar o processo educacional. “Aquela velha aula que a gente chamava antigamente de ‘cuspe e giz’ e que agora se tornou ‘pillot e lousa’ já está ultrapassada”, disse.
“Temos discutido com grandes pesquisadores da UFRJ que estudam isso para que a gente consiga tornar as nossas aulas mais atrativas, mais desafiadoras, integrando-as, inclusive, com alunos de pós-graduação para que a gente possa fazer o grande preceito de Carlos Chagas Filho — que foi meu professor e hoje dá nome à Faperj —, que é ‘na universidade se ensina porque se pesquisa’. Por isso a gente precisa, a partir da produção do conhecimento, ensinar os alunos e sempre estimulá-los para terem sempre aquela vontade de conhecimento, porque o conhecimento realmente muda a realidade social de um país”, complementou Medronho.
Covid-19
A jornalista Bruna Carvalho, que entrevistou o reitor, lembrou da relevância da UFRJ no enfrentamento da pandemia de covid-19. De acordo com Medronho, a UFRJvac, vacina da UFRJ contra a doença, deve entrar na fase 3 em breve. Essa é a etapa em que ocorrem estudos clínicos. Relembre no especial Vacinas, do Conexão UFRJ, as etapas de produção de imunizantes.
O reitor se disse entusiasmado com a iniciativa. Na reunião, participaram patrocinadores e técnicos da área de infraestrutura, expografia e museografia. Medronho disse na entrevista que a ideia é reabrir as instalações do Museu Nacional em agosto de 2026, considerando os recursos que estão sendo aportados pelo MEC.
Legado
Ao fim da entrevista, Medronho disse o que espera para o término de sua gestão, em 2027. “Eu espero entregar uma Universidade mais inclusiva, mais acolhedora, com mais vagas, com uma infraestrutura muito melhor e profundamente antirracista e contra toda forma de discriminação. Nós estamos no ambiente da luz. Nós precisamos fazer com que esses grandes avanços que têm dentro da Universidade passem e sejam incorporados para a sociedade, porque esse país precisa muito reduzir a desigualdade social. E nós queremos contribuir para um mundo mais fraterno, mais solidário, mais justo, mais saudável e mais sustentável. Esse é o nosso principal papel”, concluiu.
Na última segunda-feira, 28/8, o reitor, Roberto Medronho, e a vice-reitora, Cássia Turci, fizeram uma reunião com os professores eméritos no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). Foi o primeiro encontro da nova Reitoria com o grupo, composto por cerca de 130 docentes, dentre os quais 30 estiveram presentes.
O objetivo da reunião foi ouvir o corpo docente emérito. Segundo a resolução nº 113/2022 do Conselho Universitário da UFRJ, o órgão máximo da instituição, o título de professor emérito é privativo de professores titulares, aposentados, cujos serviços no magistério tenham sido considerados de excepcional relevância para a Universidade. Além do reitor e da vice-reitora, compuseram a mesa o representante dos professores eméritos, Ricardo Medronho, e o decano do CCMN, Cabral Lima.
Foto: Juliana Cândido (CCMN/UFRJ)
No encontro, diversos temas foram alvo de discussão, principalmente os desafios da UFRJ e os do financiamento da pesquisa feita no país. O quantitativo de técnicos-administrativos, o orçamento deficitário, a necessidade de diversidade racial, a evasão estudantil e a necessidade de aperfeiçoamento da infraestrutura nos campi também tiveram espaço na reunião.
Grandes temas como Amazônia e desigualdade socioeconômica estiveram no radar dos professores como assuntos sobre os quais a UFRJ precisa se debruçar mais. Entre as propostas dos docentes, estavam a da criação de câmaras técnicas para que os debates entre os eméritos e a Reitoria sejam específicos de acordo com as expertises dos professores.
“Foi um grande aprendizado estarmos aqui para essa reunião com os professores eméritos. A Universidade precisa se reinventar, ampliando, por exemplo, nossa presença em patentes. Esse diálogo com os professores eméritos é importante porque mostra o espírito de escuta de nossa instituição”, disse o reitor.
Ele adiantou, ainda, que há previsão da liberação de R$ 50 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Especial para Emendas Parlamentares. A Reitoria deve promover café com grupos congressistas para estreitamento de contatos.
"Vamos seguir avançando e devolver esta joia da UFRJ e do Brasil à sociedade", disse o reitor Roberto Medronho, sobre a reconstrução do Museu Nacional | Foto: Felipe Cohen/Museu Nacional Vive
Na última quarta-feira (23/8), aconteceu a 21ª reunião do Comitê Executivo do projeto Museu Nacional Vive, instância que coordena, monitora e toma decisões estratégicas sobre obras, projetos e parcerias da reconstrução do Museu, que é vinculado à UFRJ.
O recém-empossado reitor da instituição, Roberto Medronho, participou pela primeira vez do fórum deliberativo, ao qual preside, e destacou “a confiança no conjunto de especialistas e trabalhadores que estão se dedicando, no dia a dia, a reconstruir o Museu”.
Ao longo do encontro, a gerente executiva do projeto, Lucia Basto, compartilhou os mais recentes avanços na restauração da sede do Museu, como a recuperação estrutural dos blocos laterais do palácio, que está em andamento. A sociedade pode acompanhar o passo a passo da reconstrução do Museu no site museunacionalvive.org.br.
Ao final do encontro, Medronho destacou a alegria por passar a integrar o Comitê: “Estamos entusiasmados e muito confiantes de que, com o empenho desse conjunto de especialistas, parceiros e patrocinadores, vamos seguir avançando e devolver esta joia da UFRJ e do Brasil à sociedade”, comentou o reitor.
Dentre os membros titulares e suplentes do Comitê, participaram da reunião, além do reitor da UFRJ:
Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ;
Cássia Turci, vice-reitora da UFRJ;
Isabel de Paula, coordenadora do setor de Cultura da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil;
Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale;
Flavia Constant, vice-presidente do Conselho Estratégico do Instituto Cultural Vale;
João Carlos Ferraz, professor do Instituto de Economia da UFRJ;
Ronaldo Fernandes, diretor adjunto técnico-científico do Museu Nacional;
Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
Representando outras instâncias do projeto, também contribuíram com as discussões:
Mariângela Menezes, presidente da Associação Amigos do Museu Nacional (Samn);
Luciana Gorgulho, chefe do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Uma das marcas do processo de reconstrução do Museu Nacional é o trabalho integrado entre especialistas da UFRJ e de instituições como a Unesco e o Instituto Cultural Vale, que também integram o Comitê Executivo.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do projeto Museu Nacional Vive.