Adeus a Arthur Moreira Lima

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do pianista Arthur Moreira Lima aos 84 anos, na noite de quarta-feira (30/10), em Florianópolis.  Considerado um dos maiores pianistas brasileiros, o músico lutava contra um câncer no intestino desde o ano passado. 

Em 24/9/24, Moreira Lima recebeu o título de doutor honoris causa pela UFRJ. Na ocasião, o pianista acompanhou a cerimônia de sua casa e foi representado pelo seu neto Francisco Moreira Lima Pereira. Em mais de sete décadas de carreira dedicadas ao piano, o músico executou peças eruditas e populares em grandes salas de concerto e espaços abertos em periferias e no interior, no Brasil e no exterior.

Confira o perfil de Arthur Moreira Lima elaborado em ocasião de seu doutorado honoris causa.

Adeus a Roberto Saturnino Braga

A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento do ex-aluno da instituição Roberto Saturnino Braga, engenheiro, político e escritor, aos 93 anos, na quinta-feira, 3/10.

Formado pela então Universidade do Brasil (UB), em 1954, Saturnino Braga teve uma trajetória marcada pelo comprometimento com o serviço público e o desenvolvimento social. Atuou em cargos de grande relevância, incluindo o de prefeito do Rio de Janeiro, de 1986 a 1989, o primeiro democraticamente eleito após o fim da ditadura civil-militar, e senador por dois mandatos, de 1975 a 1986 e de 1999 a 2007.

Nascido no Rio, em 13/9/1931, filho de Judith de Barros Braga e Francisco Saturnino Rodrigues de Brito Filho, seguiu a carreira de engenharia inspirado pelo pai e pelo avô, ambos engenheiros dedicados ao sanitarismo. Seu pai foi professor da Escola Politécnica da então Universidade do Brasil, lecionando na cadeira de Higiene e Saneamento das Cidades.

Ao longo de sua carreira, Braga transitou por diversos partidos, como o MDB, PDT, PT e PSB, sempre buscando a implementação de políticas voltadas para a justiça social e o bem-estar da população. Durante seu mandato como prefeito, em um período de intensa crise econômica, destacou-se por suas iniciativas na área de habitação e urbanismo, buscando melhorar as condições de vida nas áreas mais carentes da cidade.

Saturnino Braga também foi uma voz ativa contra o regime militar e defensor de causas progressistas, o que consolidou o respeito e admiração, tanto no meio político quanto na sociedade civil. 

Botafoguense, casado e pai de três filhos, ele sempre valorizou o convívio familiar e a dedicação à vida pública. Nos últimos anos, dedicou-se à literatura, tendo publicado 23 livros, especialmente de contos e memórias. A paixão pela escrita lhe rendeu o prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, em 2000.

Adeus a Adolpho Polillo

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do professor, engenheiro e pesquisador Adolpho Polillo, reitor da UFRJ entre 1981 e 1985.

Ao longo de meio século dedicado à vida acadêmica, Polillo construiu uma carreira de excelência na UFRJ, com contribuições que impactaram não apenas a academia, mas também o desenvolvimento da engenharia no Brasil. 

Nascido em 1928, no Rio de Janeiro, filho de Ida Brunocilla Polillo e Eugênio Polillo, realizou sua formação básica em escolas públicas da cidade. Após concluir o ensino fundamental na Escola Municipal Estados Unidos, no Catumbi, e o ensino médio no tradicional Colégio Pedro II, ingressou, em 1948, na Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, onde se formou engenheiro civil em 1952. Obteve títulos de doutor em Arquitetura (1959) e em Ciências Físicas e Matemáticas (1963), na mesma instituição.

Sua trajetória profissional começou no período em que ainda era estudante de graduação, quando foi monitor da disciplina de Estabilidade das Construções. Tal experiência o levou a ser convidado para trabalhar com o renomado professor Aderson Moreira da Rocha, seu mentor. Juntos, publicaram a revista técnica de engenharia Estrutura, quando Polillo começou a ganhar reconhecimento por seu trabalho. 

Um marco importante de sua carreira foi sua participação no projeto inovador para a construção de uma ponte sobre o Lago Paranoá, em Brasília, nova capital que era erguida no Planalto Central. Na ocasião, Polillo e sua equipe utilizaram concreto protendido com armaduras frouxas, algo inédito na época, o que acabou influenciando as normas internacionais de engenharia.

Além de suas realizações técnicas, Polillo construiu uma carreira sólida no ensino superior. Iniciou sua trajetória docente em 1954, na Escola de Engenharia da UFRJ, e também lecionou na Universidade de Brasília (UnB) a partir de 1966. 

Polillo ocupou posições importantes de gestão acadêmica, como chefe do Departamento de Estruturas e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo entre 1973 e 1977 e, posteriormente, decano do Centro de Letras e Artes (CLA).

Em 1981, o Conselho Universitário da UFRJ o escolheu como o 18º reitor da instituição, o último a ser indicado durante a ditadura civil-militar, a partir de uma lista sêxtupla encaminhada pelo Consuni. Assim, coube a ele liderar a Universidade durante o delicado período de transição. 

“O presidente da República era o (João) Figueiredo. Ele assumiu comigo o compromisso de que faria a abertura. Eu perguntei a ele: “Presidente, é pra valer?” E ele me respondeu: “É pra valer! Vamos fazer a abertura! Faça muito diálogo!” Essa foi a única recomendação”, relembrou o ex-reitor, em entrevista à Associação de Docentes da UFRJ (Adurfj) no ano passado, uma das últimas que concedeu.

Polillo desempenhou um papel importante na transição para a escolha democrática dos reitores, apoiando a nomeação de Horácio Macedo como o primeiro reitor eleito diretamente pela comunidade acadêmica.

Sua gestão enfrentou desafios, sobretudo devido à crise econômica que assolou o Brasil na década de 1980, mas, ainda assim, Polillo conseguiu importantes conquistas para a Universidade. Foi sob sua liderança que se inaugurou o novo prédio da Faculdade de Letras, na Cidade Universitária, e que se conduziu uma obra de restauração no Salão dos Embaixadores do Museu Nacional. 

Ele também firmou acordos de cooperação entre universidades e promoveu a preservação do patrimônio arquitetônico da UFRJ, articulando o tombamento provisório de edifícios históricos, como a Casa do Estudante Universitário (atual sede do Colégio Brasileiro de Altos Estudos), no Flamengo, e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs), no Centro da cidade.

Além das contribuições acadêmicas, Polillo foi um defensor do diálogo dentro da Universidade. Apesar de sua postura inicial contrária às greves, ele buscou soluções para as demandas de reajuste salarial e dos movimentos estudantis com disposição para negociação. 

“Foi um período difícil, porque eu tinha que defender, de alguma forma, os dirigentes perante os professores e, lá em Brasília, defender os professores perante o presidente. Então, era uma coisa muito delicada. Mas deu tudo certo”, relembrou em entrevista à Adufrj.

Adolpho Polillo foi professor emérito da UFRJ, título concedido em 1998 em reconhecimento à sua dedicação à Universidade e ao ensino superior. Ele deixa um legado de inovação e compromisso com a educação pública. 

Além dos livros, Polillo era apaixonado por música e houve um tempo em que tocou violão.

Casado com Vera Polillo, faleceu aos 96 anos. Deixou os filhos, Vera Regina Polillo, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), e Adolpho Polillo Filho, ambos engenheiros civis formados pela UFRJ, seguindo os passos do pai.

Adeus a Antonio Meneses

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lamenta, com pesar, a morte do músico Antonio Meneses, aos 66 anos, no último sábado (3/8), em Basel, na Suíça.   

Considerado um dos principais violoncelistas brasileiros de todos os tempos e um dos maiores especialistas no instrumento, ele foi diagnosticado em junho com glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral, que o afastou dos palcos. Meneses recebeu em 2015 o título de doutor honoris causa pela Universidade.

Filho do trompista pernambucano João Meneses, o violoncelista nasceu no Recife, mas cresceu no Rio de Janeiro. Com 12 anos, foi ter aulas com Nydia Otero, já começando a atuar na Orquestra Jovem do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Nesta última, em um dos concertos com o violoncelista italiano Antonio Janigro como solista, músicos amigos fizeram a ponte para que Meneses realizasse uma audição – e lá foi o rapaz para a Alemanha, estudar com o mestre. Ele venceu concursos como o de Munique e o Tchaikovsky, iniciando uma carreira sempre ascendente.

Meneses foi um dos mais célebres solistas e cameristas de sua geração, tocando com os maestros e orquestras mais importantes do mundo – em várias formações, fez duos importantíssimos e de longa duração com os pianistas Menahem Pressler e Maria João Pires. O violoncelista integrou o Beaux Arts Trio e atuou, por anos, ao lado de Pressler e do violinista Daniel Hope. 

Estabeleceu-se em Basel, na Suíça, perto da fronteira com a Alemanha, com a segunda mulher, a japonesa Satoko Kuroda. Mas nunca deixaria de vir ao Brasil, ao menos uma vez por ano, tocar com as orquestras do país e com amigos, em formato de câmera.

A pedido do próprio músico, não houve funeral. Antonio Meneses deixa a mulher, Satoko, e o filho, Otávio, do primeiro casamento.

Adeus a Maria da Conceição de Almeida Tavares

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento da professora emérita do Instituto de Economia Maria da Conceição de Almeida Tavares, aos 94 anos. A economista, matemática e escritora luso-brasileira teve relevante papel na política e na economia do país. Ao longo de sua carreira, Maria da Conceição Tavares formou e influenciou inúmeros economistas e líderes políticos, entre eles José Serra, Luciano Coutinho, e Luiz Gonzaga Belluzzo.

A professora atuou na elaboração do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e teve carreira marcada por importantes passagens pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Trabalhou também na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), onde desenvolveu trabalhos influenciados por economistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr., e Ignácio Rangel.

Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria ‘Economia’, reconhecendo sua significativa contribuição ao pensamento econômico no Brasil. Entre suas obras mais importantes, destaca-se “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, de 1972, que trouxe análises profundas sobre a economia brasileira e suas transformações.

Maria da Conceição Tavares era uma apaixonada pelo Brasil, onde chegou em 1954, fugindo da ditadura salazarista. Apesar de ser formada em Engenharia pela Universidade de Lisboa, logo se transferiu para Ciências Matemáticas, licenciando-se em 1953. Aqui, a portuguesa de Aveiro, começou a participar das atividades e debates promovidos pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Por não conseguir a equivalência de diplomas que lhe permitiria dar aulas na universidade, em 1955 começou a trabalhar como estatística no Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), atual Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Em 1957, adotou a cidadania brasileira, matriculando-se no mesmo ano no curso de Economia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na década de 1990, ela foi uma das vozes mais críticas do Plano Real e se destacou como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, entre 1995 e 1999.

Torcedora apaixonada do Vasco da Gama, a economista teve a vida, a carreira e a obra retratadas, em 2018, no documentário dirigido por José Mariani. As aulas de economia política gravadas chegaram às mídias sociais, tornando a professora conhecida das gerações atuais. A dedicação à justiça social e ao desenvolvimento econômico brasileiro foi uma constante em sua vida, como certa vez afirmou no programa Roda Viva da TV Cultura,  em 1995, que viralizou no aplicativo TikTok: “Se você não se preocupa com justiça social, com quem paga a conta, você não é um economista sério. Você é um tecnocrata”.

Adeus a José Amaral Argolo

Com pesar, a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tomou conhecimento da morte do professor da Escola de Comunicação José Amaral Argolo, aos 67, no domingo (19/5).  A causa do falecimento não foi divulgada, mas o professor estava  internado no Hospital Municipal Luiz Gonzaga, localizado em Miguel Pereira, na Região Serrana do Rio de Janeiro. 

Argolo escreveu diversos livros, entre os quais se destacam “A Direita Explosiva no Brasil”, “Dos Quartéis à Espionagem” e “Caminhos e Desvios do Poder Militar” e teve uma carreira dedicada ao  jornalismo investigativo, com passagens por importantes veículos de comunicação como TV Globo, O Globo, O Dia, Última Hora e Jornal do Comércio.

Foto: Niko Júnior (Sintufrj)

Professor Associado e ex-diretor (janeiro de 2002 a janeiro de 2006) da Escola de Comunicação da UFRJ (onde ingressou em 1992 por intermédio de concurso público de provas e títulos), no curso de graduação em Jornalismo; fundador e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Jornalismo Impresso e Documentação Hemerográfica (N.Jor–DataH.); coordenador e editor do Jornal Comunidade-Rio e da série de separatas intitulada Cadernos Griffo; pós-graduado em Jornalismo e em Ciência Política, mestre em Filosofia, doutor em Comunicação e Cultura (ECO-UFRJ), concluiu pesquisa de pós-Doutorado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e de pós-Doutorado Sênior em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal Fluminense.

Adeus a Carlos Alberto Manssour Fraga


É com imenso pesar que a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica o falecimento, aos 59 anos, do professor titular Carlos Alberto Manssour Fraga, nesta quarta-feira (08/05). Formado pela própria universidade pela Faculdade de Farmácia (FF), em 1988, era mestre (1991) e doutor (1994) em Ciências pelo Instituto de Química da UFRJ. Manssour também foi professor da FF de 1996 a 2011. Em 2012, assumiu o cargo de Professor Titular junto ao Instituto de Ciências Biomédicas, após aprovação em concurso público.

Carlos Alberto Manssour teve também diversas atividades de representação junto a Sociedade Brasileira de Química e várias atividades de gestão na UFRJ, incluindo chefia de departamento, coordenação de Programa de Pós-graduação e Direção de Unidade.
Altamente produtivo, o professor Manssour esteve na lista dos pesquisadores mais influentes no mundo. Era bolsista de produtividade nível 1A do CNPq, Cientista do Nosso Estado da FAPERJ e vice coordenador e membro do comitê de governança e acompanhamento do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR). Contribuiu como autor/inventor de mais de 230 artigos científicos em periódicos internacionais indexados e 26 patentes nacionais e internacionais na área de fármacos.

O professor desenvolvia suas atividades de pesquisa no Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas (LASSBio®) da UFRJ, atuando nas áreas de Química Medicinal e síntese de protótipos bioativos candidatos a fármacos, deixou dezenas de estudantes por ele formados em nível de mestrado e doutorado.

A Reitoria da UFRJ manifesta os sentimentos a todos os familiares, amigos e admiradores do cientista Manssour.

Adeus a Luiz Afonso Henriques Mariz 

A reitoria da UFRJ informa com pesar o falecimento do professor do Instituto de Puericultura e Pediatria (IPPMG), Luiz Afonso Henriques Mariz. Ele era formado em medicina, em 1973, com especialização em pediatria pela própria Universidade.

Luiz Afonso, como era mais conhecido entre os amigos, foi pró-reitor de Pessoal da instituição, entre 2002 e 2011, na gestão do reitor Aloísio Teixeira, mas também ocupou os cargos de diretor do IPPMG e Secretário Geral da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB). Atuou com brilhantismo no Departamento de Pediatria, onde encantou gerações de alunos.

Adeus a Eliezer Barreiro

É com imenso pesar que reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica o falecimento do Professor Emérito Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro, aos 76 anos, nesta segunda-feira (8/4). Farmacêutico formado pela Faculdade de Farmácia da UFRJ em 1970, Professor Eliezer trilhou uma carreira científica exemplar que culminou com a obtenção do título de Docteur-Ès-Sciences d´État na Université Scientifique et Médicale de Grenoble, França em 1978, trabalhando com a Síntese de Novos Análogos Prostaglandinas, quando forma-se a percepção das condições intelectuais e materiais necessárias e essenciais à realização da atividade de pesquisa científica na área da Química Medicinal, que veio a inspirar a criação e nortear as atividades do LASSBio®, anos depois. `

Após retorno ao Brasil teve uma breve passagem como Professor do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e em 1984 retorna a UFRJ, onde dois anos depois se torna Professor Titular da Faculdade de Farmácia. Em abril de 1994, Prof. Eliezer conseguiu materializar do sonho da criação do Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas, o LASSBio®, laboratório que hoje é referência de pesquisa de excelência na área da Química Medicinal no Brasil e internacionalmente, sendo desde então seu Coordenador Científico.

Eliezer Barreiro percorreu diferentes rincões desse país ministrando cursos e palestras difundindo a Ciência dos Fármacos e dos Medicamentos, até que visando um instrumento contínuo de capacitação na área da Química Medicinal para estudantes de Graduação, Pós-Graduação e Professores e Profissionais da Área da Saúde, cria em Janeiro de 1995 a Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicinal (EVQFM), que vem sendo ofertada desde então initerruptamente, já tendo recebido mais de 4 mil participantes de todas as regiões do Brasil e de muitos países da América Latina. Como forma de homenagear seu criador, a partir da 26ª Edição a Escola de Verão em Química Farmacêutica Medicinal passou a receber o nome do Professor Eliezer Barreiro.

Atuou como docente orientador permanente do Programa de Pós-Graduação em Química e do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia e Química Medicinal, por onde formou mais de uma centena de alunos de pós-graduação. Toda essa trajetória sempre foi acompanhada por uma extensa e qualificada produtividade científica traduzida em mais de 350 publicações em periódicos internacionais indexados. O cientista era defensor de consolidar a competência nacional na área farmacêutica para garantir nossa soberania por meio de “fármacos verde-amarelos”.

O cientista foi inventor de 24 pedidos de patente depositados no INPI, com três concessões de patentes nacionais e uma pelo USPTO. Também é co-autor do livro “Química Medicinal: As Bases Moleculares da Ação dos Fármacos” (Editora ARTMED, Porto Alegre), primeiro no vernáculo a abordar os conceitos e as diferentes estratégias da Química Medicinal aplicadas a descoberta de novos fármacos, e que se encontra na sua 3ª Edição.

Sob sua liderança e Coordenação Científica, em 2001 foi aprovado o primeiro grande projeto em rede nacional para o desenvolvimento de projetos colaborativos na área de Descoberta e Desenvolvimento de Fármacos, o Instituto do Milênio Inovação e Desenvolvimento de Fármacos e Medicamentos, depois denominado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR)

Professor Eliezer ocupou diversas posições de gestão e representação na UFRJ, como exemplo Membro da Comissão de Capacitação e Qualificação Docente e da Comissão de Planos Individuais do CEPG da UFRJ, Representante eleito dos Professores Titulares do CCS no Conselho Universitário (2002-2006) e membro do Conselho da Agência UFRJ de Inovação em 2011-2013 e entre 2014-2016.

Eliezer foi membro da Sociedade Brasileira de Química, onde exerceu a função de Presidente no período de 2000 a 2002. Sua destacada trajetória acadêmica foi reconhecida através da concessão de diversos Prêmios e Títulos, entre eles a Ordem Nacional do Mérito Científico, maior honraria concedida pela Presidência da República, em duas ocasiões, em 2004, na classe Comendador e em 2010 na classe Grã-Cruz. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 1997, membro titular da Academia Brasileira de Farmácia Militar com a cadeira número 67, e também é membro associado estrangeiro da Academia de Farmácia de Castilla y Leon da Espanha (2013). Recebeu a Comenda do Mérito Farmacêutico do Estado de Pernambuco (CRF-PE) em 2010, e ano passado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Vale do São do Franscisco.

Adeus a Ziraldo

É com pesar que a Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu a notícia do falecimento do desenhista e escritor Ziraldo Alves Pinto, aos 91 anos, no apartamento onde ele morava no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro. O mineiro de Caratinga, filho de d. Zizinha e Seu Geraldo, era também chargista, caricaturista e jornalista, sendo um dos fundadores de um ícone da resistência à ditadura brasileira, o tablóide “O Pasquim”.

O criador de “O menino Maluquinho” e “Turma do Pererê” também tem uma ligação com a Universidade por meio dos painéis que pintou em espaços da instituição e também por ter sido agraciado em 2017 com o título de doutor honoris causa pela contribuição à literatura infanto-juvenil e atuação na imprensa alternativa. 

Reprodução da vista do futuro Espaço Cultural Multiuso com painel do artista

Além de ter pintado, em 1967, o mural da antiga casa de espetáculos de Botafogo, “A Santa Ceia do Canecão”, ele também registrou os seus personagens na parede do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, em 2012. Enquanto o primeiro poderá ser apreciado pelo público futuramente, pois será exposto em área de grande circulação assim que concluídas as obras do Espaço Cultural Multiuso (ECM), o segundo fica em uma área restrita do setor de oncologia do hospital dedicado a curar as crianças, o que sensibilizou o artista a realizar o trabalho.

A equipe da Prefeitura Universitária da UFRJ: os arquitetos Sérgio Eckmam e Patrice Achilles; e, o vice-prefeito Paulo Mário Ripper (barba) ao lado de Ziraldo na inauguração do painel do IPPMG | Foto: Sidney Coutinho (SGCOM)

O corpo do desenhista e escritor Ziraldo será velado às 10h deste domingo (7/4) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), na Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, na Zona Sul. O evento será aberto ao público. Já o sepultamento está marcado para as 16h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. A comunidade acadêmica manifesta os sentimentos a todos os familiares, amigos e admiradores do artista.

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