Reitora da UFRJ toma posse na Academia de Medicina do Rio de Janeiro

Atualizado Às 8h52 de 23/6/2022

No dia 14/6, em cerimônia realizada no Salão Pedro Calmon, situado no Palácio Universitário, no campus Praia Vermelha, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, tomou posse como membro da Academia de Medicina do Rio de Janeiro (AMRJ). Ela passou a ocupar a cadeira 68, cujo patrono é Oswaldo Cruz, um dos principais cientistas e médicos brasileiros do século XX.

O orador da cerimônia, Haroldo Jacques, membro titular da AMRJ, destacou o extenso currículo da reitora para ocupar a cadeira na Academia. Denise tem mestrado em Ciências Biológicas e doutorado em Ciências, ambos pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ. Ela também fez dois estágios de pós-doutoramento no exterior.

Em seu discurso, Denise destacou a história de Oswaldo Cruz, que voltou do exterior com a missão de empreender uma campanha para combater as doenças que assolavam o Rio de Janeiro, então capital federal, em 1904: “O médico sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população, conforme recomendação técnico-científica. Os jornais e o Congresso lançaram campanhas contra a vacinação obrigatória. Houve levante popular […] e o Governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina”.

Cruz foi perseverante e defendeu medidas impopulares, mas contribuiu para a erradicação da febre amarela, ganhando reconhecimento da sociedade. Denise destacou que, durante a pandemia de covid-19, a medicina deve trabalhar como Oswaldo Cruz, defendendo a ciência, a divulgação de informações científicas e a vacinação em massa.

Denise é a primeira mulher a ocupar o posto de reitora da universidade centenária. Ela aproveitou seu discurso para prestar homenagem às médicas pioneiras do Brasil, que permitiram os avanços da medicina no país e do espaço das mulheres nesse campo: Maria Augusta Generoso Estrela, Rita Lobato e Nise da Silveira. A reitora comemorou o fato de a UFRJ já ter atingido a equidade de gênero nas turmas de Medicina há anos.

A nova integrante da AMRJ finalizou seu discurso agradecendo à família, aos estudantes e colaboradores com quem teve contato, à UFRJ e ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e seus professores.

Assista à cerimônia na íntegra:

Este texto é resultado das atividades do projeto de extensão Laboratório Conexão UFRJ: Jornalismo, Ciências e Cidadania e teve a supervisão do jornalista Victor França.

Reitoria organiza coletiva de imprensa para tratar da situação orçamentária da UFRJ

A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro fará coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 15/6, às 14h, para abordar a situação orçamentária da Universidade após bloqueio e corte de investimentos pelo governo federal. Será apresentado o quadro financeiro com o que pode ser afetado já nos próximos meses na maior universidade federal do país.

Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, Carlos Frederico Leão Rocha, vice-reitor, e Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, estarão presentes ao encontro. Após a apresentação técnica, os jornalistas poderão fazer suas perguntas. 

Em seguida, às 15h10, haverá visita da imprensa a um dos laboratórios da UFRJ que,  entre os 1.456 da instituição, podem ter as atividades interrompidas. Na visita, estarão presentes os pesquisadores Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia (IB), Clarissa Damaso, coordenadora do Grupo de Trabalho Monkeypox (Varíola dos Macacos) da UFRJ  e Terezinha Castiñeiras, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier).

A entrevista coletiva acontecerá no auditório da Agência UFRJ de Inovação (P2), no Parque Tecnológico, localizado na Rua Aloísio Teixeira, 278. Já a visita ao laboratório será no Centro de Triagem Diagnóstica, Polo de Biotecnologia (antiga BioRio), que fica na Avenida Carlos Chagas Filho, 791. Veja a rota entre os locais aqui.

Os jornalistas interessados em participar da coletiva de imprensa devem se credenciar pelo e-mail imprensa@reitoria.ufrj.br, informando nome completo, veículo de comunicação, e-mail e telefone, além da placa do automóvel. O uso de máscara é obrigatório.

A coletiva de imprensa será transmitida ao vivo no canal do YouTube da UFRJ.

Serviço

Coletiva de Imprensa – Reitoria da UFRJ
Assunto: Situação orçamentária da UFRJ
Data e horário: 15/6 (quarta-feira), às 14h, e visita ao laboratório às 15h10
Local: Auditório da Agência UFRJ de Inovação (Rua Aloisio Teixeira, 278, Parque Tecnológico da UFRJ) e Centro de Triagem Diagnóstica (Av. Carlos Chagas Filho, 791, Polo de Biotecnologia da UFRJ − antiga BioRio)

Atendimento à imprensa

Assessoria de Imprensa
saladeimprensa.ufrj.br
imprensa@reitoria.ufrj.br
+55 21 3733-4145 e 96845-7859 (WhatsApp)

Ascensão de casos de covid-19 deixa UFRJ alerta

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) divulgou, nesta segunda-feira (6/6), uma nota para alertar a comunidade acadêmica sobre o aumento do número de casos de covid-19, em decorrência da propagação da variante BA.4 (maio de 2022). O Centro de Triagem Diagnóstica de Covid-19 (CTD), ligado ao Needier, não recomenda a interrupção ou suspensão automática de atividades presenciais, mas orienta que os indivíduos que suspeitem estar com o coronavírus,  que procurem a testagem e que comuniquem imediatamente à coordenação do curso, no caso de estudantes, ou à chefia imediata, se for profissional da universidade.

Para fazer a testagem, os indivíduos sintomáticos poderão procurar o CTD-Covid-19/Needier, entre 8h e 12h, de segunda à sexta.  No caso de contactantes assintomáticos (pessoas que tiveram contato com casos positivos, mas não apresentam sintomas), é necessário contato prévio com a Equipe do CTD (consulta@needier.ufrj.br) para avaliar a necessidade de testagem. O centro de testagem agora fica no Polo de Biotecnologia (antiga sede da BioRio), na Avenida Carlos Chagas Filho, 791. Caso a pessoa prefira, pode procurar Centros Municipais de Saúde e Clínicas da Família da Rede Pública próximos da residência para fazer os exames.

Confirmado o diagnóstico da doença, o estudante ou profissional ficará afastado das atividades por dez dias (o Ministério da Saúde considera satisfatório sete dias) a partir da data do início dos sintomas. Ficará afastado por período igual, mesmo sem apresentação de sintomas, alguém que desconfiou e fez o teste por ter ficado próximo de parente ou de colega de trabalho com a covid-19, tendo o resultado dado positivo.

O resultado da testagem deverá ser sempre informado, estando a pessoa acometida ou não da doença. Os casos de assintomáticos podem ser avaliados. Se a testagem for considerada necessária pela equipe do CTD, a pessoa deverá realizar o teste entre o quinto e o sétimo dia após exposição de risco, utilizando RT-PCR.

Na semana passada, o Grupo de Trabalho para Enfrentamento à Covid-19 da UFRJ divulgou nota técnica alertando para a necessidade de se manter atualizado o esquema vacinal contra a covid-19, principalmente agora no inverno, quando há o aumento de transmissão de viroses respiratórias. O Ministério da Saúde publicou, no sábado, duas notas técnicas que ampliam a aplicação da quarta dose para pessoas a partir de 50 anos de idade e trabalhadores da saúde de todas as idades.

Reforço vacinal é essencial para evitar recrudescimento da covid-19

Na semana passada, o Grupo de Trabalho para Enfrentamento à Covid-19 da UFRJ (GT-UFRJ) divulgou nota técnica alertando para a necessidade de se manter o esquema vacinal contra a covid-19, principalmente agora no inverno, quando há o aumento de transmissão de viroses respiratórias. Em decorrência do frio, típico da estação do ano, surge a tendência de manter os ambientes fechados, o que prejudica a ventilação natural e facilita a disseminação de viroses para as vias respiratórias.

De acordo com o professor Roberto Medronho, coordenador do GT, dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio indicam que apenas 27% do público entre 18 e 29 anos tomaram duas doses da vacina e completaram o esquema vacinal básico.

“Nessa faixa etária está a maioria dos estudantes da UFRJ. Por isso, recomendamos a todos que procurem um posto de saúde para completar o esquema vacinal, seja com a segunda dose ou a dose de reforço. Também é muito importante manter o uso de máscaras em ambientes fechados, apesar de elas terem deixado de ser obrigatórias em grande parte do Brasil. E permaneçam com os cuidados com a higiene das mãos”, alertou.

A nota técnica pode ser lida na íntegra aqui.

No combate à varíola do macaco

Para esclarecer alguns pontos da misteriosa disseminação pelo mundo da varíola do macaco (monkey pox), a professora Clarisa Damaso, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBFCCF), participa nesta segunda feira (30/5), ao meio-dia, de uma live que será transmitida pelo canal do instituto no YouTube.

A doença, que é tipicamente endêmica no continente africano, tem casos relatados na Europa, Oceania, América do Norte e do Sul, em pessoas que não estiveram em países africanos ou com contatos que vieram de lá. Embora seja possível conter os casos, o fato de não ser possível ainda evitar que eles venham a ocorrer em outros lugares tem intrigado os cientistas.

Transmissível face a face por vias respiratórias ou quando alguém tem contato direto com as lesões, a varíola do macaco pode ser evitada com a vacina da varíola, uma vez que os vírus pertencem à mesma família, Poxviridae, e ao mesmo gênero, Orthopoxvirus − os orthopox causam imunidade cruzada, ou seja, a vacina serve para ambos os casos.

Apesar de não ter sido confirmado nenhum caso ainda no Brasil, há o temor de que ocorra a propagação da doença. De acordo com o site Our World in Data, ligado à universidade de Oxford, são 435 casos confirmados em todo o planeta. Para a a Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, os números são de 257 casos confirmados e de 120 suspeitos até hoje, e é necessário manter a vigilância. Com esse objetivo, a Reitoria está criando um grupo de trabalho dedicado à varíola, única doença humana oficialmente erradicada pelo ser humano, em 1980.

UFRJ e outras nove instituições do Rio repudiam proposta de mensalidade em universidades públicas

Nesta quarta-feira, 25/5, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, e os gestores de outras nove instituições do Rio de Janeiro emitiram nota conjunta em que condenaram a proposta existente na Câmara dos Deputados que planeja cobrar mensalidades em universidades públicas.

Além da UFRJ, assinam a carta a direção-geral do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e as reitorias do Colégio Pedro II, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Instituto Federal Fluminense (IFF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Instituições fluminenses emitiram nota conjunta | Imagem: Divulgação

Leia nota na íntegra:

Os reitores das instituições públicas do Rio de Janeiro repudiam a movimentação de grupos políticos da Câmara dos Deputados, visando ao avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 206/2019, que prevê a cobrança de mensalidades em universidades públicas. A votação da proposta está em trâmite na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa legislativa, uma das mais importantes da Câmara.

Enfatizamos que as universidades públicas não foram consultadas sobre a matéria que lhes diz respeito — o que parece básico a qualquer atividade legislativa, já que o legislar prescinde, fundamentalmente, de diálogo. Lembramos, ainda, que as centenas de universidades públicas de diversas esferas não apenas formam profissionais qualificados, mas também contribuem para o crescimento econômico, social e científico do país. As universidades públicas dedicam-se ao tripé que a Constituição Federal traz em seu artigo 207: ensino, pesquisa e extensão.

A aprovação dessa PEC aceleraria o desfinanciamento e a retirada do compromisso do Estado com a educação pública do Brasil, uma vez que as instituições públicas de ensino dependem de investimentos públicos para manutenção e existência. As universidades públicas são instituições do Estado brasileiro responsáveis pela formação dos melhores profissionais do país, oriundos dos cursos de maior qualidade, conforme avaliação do MEC.

O pagamento de mensalidades seria um equívoco por vários motivos, dentre os quais: 1) a mensalidade não seria suficiente para garantir e manter o modelo de universidade que defendemos, com carreira dos servidores em dedicação exclusiva e laboratórios de pesquisa em pleno funcionamento; 2) o pagamento por parte dos estudantes geraria falta de isonomia nos bancos das universidades, o que seria péssimo para a democracia interna e fonte de injustiças.

Aqueles que conseguem ingressar nessas instituições são os melhores estudantes do país, capazes de aprovação em exames muito competitivos. Não seria justo cobrar das respectivas famílias, que já contribuem com a elevada carga de impostos existente.

Por outro lado, o parlamento deveria discutir como promover a recomposição do orçamento das universidades, assim como da ciência, tecnologia e inovação. Os investimentos públicos na geração de conhecimento precisam aumentar, pois é evidente o retorno direto para o país em curto, médio e longo prazos.

Convidamos os reitores das demais universidades públicas para que dialoguem com parlamentares regionais, solicitando apoio para barrar tal medida, que prejudica a democratização do acesso e a permanência dos estudantes no ensino superior público do país. A cobrança de mensalidades não resolverá o problema de subfinanciamento das universidades públicas, porém reforçará a desigualdade social.

Em vez de pautas legislativas descoladas dos anseios dessas importantes instituições de Estado, reiteramos nossas pautas publicamente, já há muito conhecidas pela sociedade: aumento de orçamento público para atividades de ensino, pesquisa e extensão — como acontece em grande parte das universidades ao redor do mundo — e autonomia universitária, principalmente a financeira, como prevista pela Constituição.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2022.

Alessandra Ciambarellla Paulon, reitora substituta do IFRJ
Antonio Cláudio da Nóbrega, reitor da UFF
Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ
Jefferson Manhães de Azevedo, reitor do IFF
Mario Carneiro, reitor da Uerj
Maurício Saldanha Motta, diretor-geral do Cefet/RJ
Oscar Halac, reitor do Colégio Pedro II
Raul Palacio, reitor da Uenf
Ricardo Cardoso, reitor da Unirio
Roberto de Souza Rodrigues, reitor da UFRRJ

Reitora participa de entrega de carta de propostas de universidades a pré-candidatos à Presidência

A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, participou do lançamento da rodada de entrega da carta de propostas das universidades federais aos pré-candidatos a presidente do Brasil. A iniciativa é conduzida pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que é a interlocutora das universidades federais com a sociedade e com o poder público em diversas instâncias. Geralmente, em anos eleitorais, a associação busca diálogo com os candidatos à Presidência da República. A ideia é contribuir com a formação de propostas sobre o trabalho desenvolvido pelas 69 universidades federais brasileiras.

As propostas serão apresentadas a todos os presidenciáveis em reuniões do Conselho Pleno da Andifes ou em reuniões programadas a partir da agenda de cada um, como ocorreu em Juiz de Fora/MG, quando o documento foi entregue a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 11/5, no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm). As assessorias dos pré-candidatos já foram contactadas pela associação.

O documento foi entregue pelo presidente da Andifes, Marcus David, reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e apresentado em tópicos pela reitora da UFRJ e também pelos reitores Márcia Abrahão, da Universidade de Brasília (UnB), João Carlos Salles, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Sandra Goulart, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Emmanuel Tourinho, da Universidade do Pará (UFPA).

Entre os pontos apresentados se destacam:

  • a revogação da Emenda Constitucional 95
  • a recomposição dos recursos destinados ao Plano Nacional de Educação (PNE); 
  • respeito à autonomia universitária; 
  • implementação de políticas públicas para garantir efetiva colaboração entre o ensino superior público e a educação básica; 
  • recomposição do orçamento;
  • consolidação dos novos campi e universidades federais recém-instituídas;
  • incentivo e fomento da oferta de pós-graduação nas instituições públicas federais; 
  • manutenção da Lei de Cotas;
  • instituição de legislação específica para disciplinar o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes);
  • efetivo financiamento dos hospitais universitários, preservando o caráter assistencial de componentes do Sistema Único de Saúde (SUS);
  • recomposição dos recursos destinados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao fortalecimento das políticas de fomento da pós-graduação e 
  • a valorização e implementação de políticas públicas de manutenção e fomento à cultura.

Para o presidente da Andifes, é preciso que o Estado brasileiro dê atenção às instituições federais de ensino superior.

Marcus David é reitor da UFJF e presidente da Andifes | Foto: Divulgação/UFJF

“É urgente a necessidade de recomposição do orçamento das universidades. Como apresentamos no documento, quando observamos o orçamento discricionário, aquele que é destinado à manutenção das universidades federais, em 2022 é inferior à metade do orçamento executado em 2015. Quando nós buscamos a causa desse arrocho no financiamento, encontramos a justificativa de que, a partir da Emenda Constitucional 95, que disciplina o teto de gastos, era necessário fazer uma redução do Estado Brasileiro e, lamentavelmente, é o que estamos observando, as universidades não estão recebendo a atenção e o investimento que merecem”, salientou Marcus David.

Um par de desafios e o Reuni 2

Na visão de Denise, há dois desafios mais urgentes nas universidades federais: a recomposição orçamentária e a autonomia universitária, principalmente a financeira. No evento, a reitora da UFRJ defendeu uma segunda fase do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

“Precisamos do Reuni 2”, afirmou Denise Pires de Carvalho | Foto: Artur Moês (SGCOM/UFRJ)

“Esse documento da Andifes ressalta pontos que nos remetem ao futuro do nosso país e à juventude (…) O documento ressalta o que foi mais importante a partir das primeiras décadas dos anos 2000, que foi a democratização do acesso e ampliação do número de vagas no ensino superior público do Brasil. E isso aconteceu por meio do Reuni, que ampliou o número de vagas. Mas nós não podemos falar de futuro sem levarmos em consideração o presente e o passado − por isso esse programa [o Reuni] foi tão bem sucedido no presente. Ainda há menos de um quarto da população jovem, entre 18 e 24 anos, nas universidades públicas. A enorme maioria dos nossos jovens ainda não tem a oportunidade de ingressar no ensino superior. Precisamos, sim, do Reuni 2. Nós precisamos retomar esse programa que foi abandonado nos últimos anos para aumentar, cada vez mais, o acesso, mas não só o acesso, aumentar também a permanência de jovens no ensino superior”, defendeu. 

“Precisamos de um Reuni 2, que amplie ainda mais o número de vagas (…). Pode-se chegar, sem problema nenhum, a 50% de jovens com oportunidade de ingressar no ensino superior e permanecer, se graduar, (…) e permanecer no país, gerando conhecimento. Conhecimento gera emprego e renda e faz com que o Brasil seja aquilo que nós todos queremos e acreditamos: uma nação verdadeiramente independente. Neste ano, estamos festejando o bicentenário da Independência, mas ainda não somos a nação independente que queremos ser e podemos ser, se contarmos com esses jovens tão capazes, tão criativos, (…) para que tenhamos uma sociedade mais justa no futuro”, prosseguiu Denise.

A reitora também falou sobre o programa de ações afirmativas. “A gente tem uma dívida histórica muito grande. Temos pagado essa dívida por meio dos programas de cotas, mas esses programas precisam não só permanecer, como ser cada vez mais incentivados e defendidos por cada um de nós, sem nenhuma dúvida de que somente por meio do pagamento dessa dívida e do resgate histórico nós teremos uma nação com mais justiça social. Essa nação em que nós acreditamos, soberana e muito melhor para todas as brasileiras e brasileiros”, finalizou.

Manifesto por respeito e dignidade à população LGBTQIA+ da UFRJ

No Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, 17/5, a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro saúda a comunidade LGBTQIA+ da UFRJ para corroborar seu compromisso irrestrito e inegociável pelo respeito, acolhimento e pela dignidade das pessoas que, em decorrência da orientação sexual, sejam agredidas verbal, moral ou fisicamente em nossos campi e fora deles. Práticas de intolerância nunca são aceitas e sempre terão todo o rigor da Universidade para que sejam apuradas e buscados os responsáveis, com resposta em todas as instâncias cabíveis.

A UFRJ condena veementemente quaisquer atitudes discriminatórias que vilipendiem a dignidade humana, assim como incentiva a construção de espaços que respeitem e reconheçam as pessoas em sua integralidade e nas diferenças. Diariamente, sabemos, as transidentidades são marcadas por violências estruturais, sociais e institucionais que vitimam pessoas multimodalmente, marcando a sociedade com sombras de um passado que não desejamos, nem podemos admitir reviver. Reconhecemos que o dia 17/5 é uma data simbólica na qual pessoas de todo o mundo se mobilizam para refletir sobre preconceito e discriminação com a perspectiva do tripé equidade, diversidade e tolerância.

Mais que repudiar, a Universidade é proativa na promoção desse tripé. Exemplo disso é a institucionalização, pela Reitoria, do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos e Enfrentamento às Violências, com o objetivo de regulamentar, com robustez, a política institucional de valorização dos direitos humanos e enfrentamento às diferentes expressões da violência no âmbito da UFRJ. Entre suas competências estão a definição de fluxos, protocolos e trâmites para o encaminhamento das situações de violência identificadas pelos diferentes segmentos da instituição, além da proposta de criação de instrumentos de monitoramento e avaliação das estratégias desenvolvidas.

A UFRJ tem estimulado grupos de pesquisas voltados ao tema de gênero e sexualidades que emergem da inquietação contra os discursos hegemônicos para refletir sobre a inclusão social, como o MatematiQueer, dedicado a estudos de gênero e sexualidades em ciências matemáticas. Além disso, a Universidade conta com diversos coletivos, como o Coletivo Trans Gisberta Salce, formado por estudantes da UFRJ, que ajuda a  compreender como o feminino se faz presente no movimento trans, e o Coletivo LGBT+ Luciana Cominato, do curso de Medicina, um espaço de discussão e acolhimento dentro do curso médico da instituição.

Em 2019, a UFRJ criou um curso de extensão em Gastronomia voltado especialmente para pessoas trans. A iniciativa, denominada Transgarçonne, tem como objetivo preparar pessoas transgêneras para o mercado de trabalho dentro do setor gastronômico, de forma que os participantes possam se qualificar profissionalmente para atuar em bares, cafeterias e restaurantes. A iniciativa, inclusive, já foi destaque na mídia, como, por exemplo, no jornal O Globo, no portal de notícias g1 e na TV Globo.

Reconhecemos que devemos reagir a atitudes e discursos homofóbicos e/ou transfóbicos em todas as situações e estimulamos que toda a nossa comunidade universitária não se cale diante de ofensas ou práticas discriminatórias, que em nada convergem com nossa identidade institucional. Aliás, lembramos que, em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a transfobia foi reconhecida como forma de racismo, devendo ser observada nos moldes da Lei 7.716/89, com punição para aqueles que praticarem atos de discriminação e preconceito. Enfatizamos ainda que, desde 2018, pessoas trans tiveram suas identidades de gênero reconhecidas, devendo haver respeito integral a partir do reconhecimento de acordo com a identidade autodeclarada, sendo garantido tratamento igualitário e respeitoso a essa população.

Reafirmamos o compromisso em tornar o ambiente acadêmico cada vez mais plural e assegurar que sejam criados espaços de debate e campanhas de conscientização da comunidade universitária a fim de garantir o respeito à diversidade e, claro, à vida com dignidade. Neste mês de maio, a Reitoria inicia agenda de atividades de conscientização que serão divulgadas em breve nos sites oficiais da UFRJ.

A luta contra a LGBTfobia é de toda a UFRJ! A busca por uma sociedade e, principalmente, por uma universidade mais justa e inclusiva, que acolha, respeite e valorize as diferenças, é um dever intrínseco à primeira, maior e melhor universidade federal do Brasil. Reforçamos o compromisso da instituição com o absoluto repúdio a comportamentos intoleráveis ou falas que gerem constrangimentos à comunidade universitária. Não à homofobia, transfobia e bifobia! Denuncie!

17/5/2022
Reitoria da UFRJ

Nota sobre acesso a unidades da UFRJ

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier/UFRJ) emitiu nota técnica na última sexta-feira, 18/3, em que pontua a exigência do comprovante de esquema vacinal completo contra a covid-19 para acesso à Universidade. Além do documento, o uso de máscara também é necessário em ambientes fechados na instituição, como apontou o GT-Covid-19 em nota técnica divulgada em 7/3.

O Needier estabelece, ainda, condições para certificado de isenção temporária à vacinação para covid-19 e também laudo negativo de teste virológico atualizado na falta do certificado de isenção, para utilização de espaços da UFRJ.

Leia a nota na íntegra aqui ou abaixo.

NOTA TÉCNICA DO CTD/NEEDIER REFERENTE À EXIGÊNCIA DE COMPROVANTE VACINAL OU DE CERTIFICADO DE ISENÇÃO TEMPORÁRIA PARA RETORNO PRESENCIAL NA UFRJ

Diante da necessidade de tornar mais seguro o retorno presencial na UFRJ é fundamental assegurar elevada cobertura vacinal para covid-19 no Corpo Social da Universidade. Para tal finalidade, será exigido para frequentar as unidades universitárias Certificado de Vacinação para Covid-19 expedido pelo Conecte-SUS ou emitido pelas unidades de saúde competentes (nacionais ou internacionais), comprovando vacinação completa de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações e em concordância com o Calendário vigente no Município correspondente ao Campus.

Excepcionalmente, poderão ser considerados candidatos a Certificado de Isenção temporária à vacinação para Covid-19 que assegure o acesso temporário as dependências da UFRJ, os indivíduos que comprovadamente apresentem restrições técnicas à vacinação para covid-19. A emissão deste Certificado caberá ao CTD-Covid-19. Para tal o interessado (indivíduo não adequadamente vacinado) deverá agendar seu atendimento pelo e-mail covid19@reitoria.ufrj.br.

Na ausência de um dos documentos acima descritos, será exigido para frequência às dependências da Universidade, a apresentação de Laudo Negativo de teste virológico atualizado realizado com antecedência de 24 horas para o antígeno ou 48 horas para o teste molecular. Cabe ressaltar que, na ausência de uma justificativa técnica reconhecida pela Equipe Médica do CTD, caberá ao interessado realizar as testagens sucessivas que se fizerem necessárias por meios próprios.

Cidade Universitária, 18 de março de 2022.

Terezinha Marta Castiñeiras
Coordenadora CTD-Covid-19                              
Chefe do Dep. de Doenças Infecciosas e Parasitárias
Faculdade de Medicina – UFRJ
CRM:52.49549/7; Siape: 1124527

Reitora da UFRJ participará de debate sobre gestão das mulheres nas universidades

A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, participará nesta quarta-feira, 16/3, às 18h, da live e debate virtual “A gestão das mulheres nas universidades”. A iniciativa é motivada pelo mês das mulheres e é organizada pelo SoU_Ciência, laboratório de ideias sobre sociedade, universidade e ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O encontro abordará os desafios das mulheres na direção das universidades federais, diante de incertezas e cenários de dificuldades orçamentárias. As reitoras também irão discutir caminhos para que mais representantes do sexo feminino estejam na ciência, nas universidades e também em cargos políticos e de liderança.

“O encontro é fundamental para discutirmos avanços e políticas institucionais para a igualdade de gênero. O número de reitoras mulheres diminuiu muito em três anos. Éramos 19 quando tomei posse como reitora e, agora, somos 12”, destaca Denise.

Além da reitora da UFRJ, participam da live as reitoras:

  • Ana Beatriz Oliveira, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar);
  • Claudia Marlieri, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop);
  • Isabela Andrade, da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel);
  • Joana Guimarães, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
  • Lucia Pellanda, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA);
  • Marcia Abrahão, da Universidade de Brasília (UnB); e
  • Sandra Goulart, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Imagem: Divulgação/Unifesp

A mediação será realizada por Soraya Smaili, coordenadora-geral do SoU_Ciência e ex-reitora da Unifesp.

“Será um momento muito prazeroso e importante para o debate e reconhecimento do trabalho realizado por nossas reitoras nas universidades. Além disso, vamos falar sobre o protagonismo feminino nas lutas históricas por equidade de gênero e em defesa dos direitos das mulheres. Sabemos que hoje, por exemplo, mais de 50% dos estudantes na graduação e na pós-graduação são mulheres, mas elas ainda não estão distribuídas de forma igualitária em todas as áreas de conhecimento. Necessitamos de políticas públicas para estimular a presença das mulheres em posições de destaque em nossa sociedade”, comenta Soraya Smaili.

O debate virtual “A gestão das mulheres nas universidades” será transmitido ao vivo no canal do YouTube do SoU_Ciência.

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